Vigilantes de Panem escrita por Merida Blond


Capítulo 2
O garoto dedo-duro


Notas iniciais do capítulo

E aqui pessoal, eis o primeiro capitulo.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/720211/chapter/2

POV´S CLOVE

    Nada mais fazia sentido em Panem. Depois da chuva de granizo passei a achar que era o fim do mundo, estava errada, o fim do mundo era muito pior.

    Depois que fui presa saqueando a joalheria, pude jurar que conheci o inferno na prisão. Graças ao treinamento do Haymith, pude suportar todas as chibatadas e punições, era preciso ser forte para aguentar o mundo nos ombros.

      Mas quando minhas aliadas vieram me salvar, pude me sentir viva novamente, não sei se duraria muito tempo naquele lugar, ainda mais com Plutarch como comandante.

— Fique mais na defensiva.

     Me obrigo a voltar para a realidade enquanto dou tudo de mim no treinamento, Haymith está na minha frente, tentando aumentar minha produtividade.

      Reviro os olhos enquanto desvio dos golpes previsíveis. Katniss, Fox e Annie acompanham o treinamento, atentas a cada movimento. Eu diria que sou a mais resistente de nós, mas Katniss também se provou capaz há poucos dias, quando foi espancada por um grupo que queria encontrar Haymith, ela foi fiel a nossa localização.

      Desde pequena, fui treinada por Haymith, ser uma saqueadora e caçadora de recompensas nunca esteve na minha lista de prioridades, mas fui aprendendo a gostar dessa vida conforme fui recebendo o treinamento. Fui a primeira, por isso, sou mais forte que minhas irmãs. Não somos irmãs de sangue, mas é isso que nossa união nos torna.

— Não fique no mundo da lua. – Haylith ordena, pisco várias vezes conforme o suor embaça minha visão. – Reaja.

      Com essa ordem, mando as moléculas do meu corpo obedecerem, dou uma rasteira nele quando está distraído tentando desviar dos meus punhos. Haymith cai desajeitado no chão.

— Está ficando boa garota.

— Boa o suficiente para entrar no torneio? – Testo ele dando meu melhor sorriso.

— Não exagera. – Ele se levanta com cuidado. – Katniss.

     Katniss se aproxima do ring enquanto eu saio. O torneio era a única coisa que importa para mim. Todo ano, os mais fortes e habilitados se inscrevem em um torneio de vida ou morte, onde passamos por testes mortais que testam nossa capacidade. Tenho certeza que sou apta para isso.

     Me sento ao lado de Foxface, ela era a mais racional de nós, estamos vivas graças a estratégias dela. Annie era a mais sensível, não sei ao certo como aguentava essa vida ordinária, sendo que era bela o suficiente para pescar alguém rico. Katniss era insuportavelmente talentosa com o arco, Haymitch puxava o saco dela por isso.

— Ela ficou boa nesses últimos dias. – Comento para as duas enquanto vejo o desempenho de Katniss no ringue.

— Haymitch se empenhou em treina-la enquanto você estava presa. – Annie explica.

— Maldito garoto dedo-duro. – Sibilo, ainda tenho a imagem gravada do sujeito. Um jovem loiro marombado, ele me viu em flagrante pela vitrine da joalheria, era de madrugada, o plano perfeito, já tinha enchido a sacola de rubis e esmeraldas. Então os pacificadores aparecerem.

— Vai caça-lo, não é mesmo? – Foxface dá meio sorriso esperto.

— Pode apostar que vou. – Sibilo de volta, o que eram umas joias para o senhor mais rico da cidade? Nada, simplesmente nada.

      Encaro o ringue lá na frente. Morávamos aqui, embaixo de um mercado negro, onde podíamos fazer ofertas proibidas e sermos procuradas por isso. A vida não era muito boa lá fora. Panem está dominada de injustiça, vivíamos em uma cidade pobre onde nada é bonito.

— Boa, Katniss. – ouço Haymitch elogiar, trinco os dentes, ela está virando a nova favorita. Quando eu ganhar o Torneio Voraz, vou ser respeitada, a caçadora de recompensas mais ágil da cidade. 

            Sorrio para minha faca e encaro meu reflexo sedento por poder.

    POV´S CATO

    Peeta arruma a vitrine com perfeição. Ter a padaria era muita sorte, chegava a ser assustador a quantidade de pessoas miseráveis lá fora. Estava certo que nossas condições não eram muito melhores, afinal, ninguém tem dinheiro para comprar nossos bolos confeitados.

— Onde está Finnick? – Peeta pergunta enquanto admira o próprio trabalho, reviro os olhos quando respondo.

— Deve estar na reserva.

— Espera só quando a mamãe chegar.

      Amasso o pão com força, a massa me ajudava a descontar minha fúria. Meus irmãos eram tão diferentes de mim que chegava a desconfiar se eu era adotado. Peeta era sempre o perfeitinho, o talentoso e cheio de si, Finnick era a única pessoa que existia em seu próprio universo, sempre pensando em si mesmo. Eu... eu não era nada.

— Glimmer vai passar com o pai dela daqui a pouco. – Peeta caçoa.

    Sinto o coração bater mais rápido. Glimmer, a garota mais bonita da cidade, seus cabelos pareciam fios de ouro enquanto seus olhos eram idênticos as esmeraldas que o pai dela tem na joalheria.

      Soco a massa com fúria. Mês passado alguém tentou roubar a joalheria, não ver quem, estava com o capuz escuro, mas não pude deixar que roubassem as joias que pertenciam a família de Glimmer, por sorte, os pacificadores estavam por perto, foi satisfatório ver o assaltante sendo arrastado em minha frente, se bem que precisou de seis para arrasta-la de lá.

— Glimmer... – Sussurro para mim mesmo, ela era uma das mais ricas da cidade, um padeiro como eu nunca teria chances.

       A única coisa que me restava era o Torneio Voraz, todos se tornavam famosos depois de vence-lo, eu teria uma chance com ela se conseguisse. Quando era pequeno, eu fugia de casa para treinar na clareira perto de casa, fazia alvos de pancada com os sacos de farinha e usava meu tempo para o combate, por isso era mais forte que meus irmãos.

     Ouço a porta de vidro se abrir, Marvel entra cheio de si, os cabelos castanhos arrumados em um topete que caiam constantemente. Infelizmente essa figura desprezível era meu melhor amigo.

— E ai, Catito? Pronto para mais uma corrida?

     Quando tínhamos tempo, apostávamos corrida a cavalo, era ilegal, mas quase sempre um de nós ganhávamos e dividíamos o prêmio.

— Vou estar ocupado nos próximos dias.

     Na verdade, eu queria treinar mais e mais, pois iria me inscrever no torneio de uma maneia ou outra.

— Correndo atrás da Glimmer? – Ele pergunta e cai na gargalhada. – Conheço minha prima de quarto grau e é sério, ela é a maior baranga que Panem tem. Você merece algo mais renovável.

     Ouvi-lo falando dela assim me enchia de raiva, mas Marvel era meu amigo, talvez a única coisa de valor que eu tinha, era a amizade dele.

— Não sou bom o bastante para ela. – Resmungo. – Mas isso vai mudar, assim que eu vencer o torneio.

— O Torneio Voraz? – Marvel cai na gargalhada, até mesmo Peeta, que estava ouvindo a conversa de esguelha começa a rir. – Só os maiores pilantras participam dessa coisa.

     Marvel se aproxima da vitrine de bolos e rela o dedo no chantilly, “ sem querer”. 

— Você acha que as mulheres são conquistadas pela força. – Ele fecha os olhos enquanto saboreia o doce. – Mas sabe qual é o segredo? – Ele faz suspense e aponta para os bolos. – É o paladar, é sério cara, faz um desses para ela e ela vai ser toda sua.

     Dou de ombros. Estou determinado a entrar para o torneio, a recompensa era muito boa, além da atenção que vou ganhar dela.

— Vamos até o Brutus. – Digo determinado. Brutus fazia as inscrições ilegalmente, já que o torneio é para maior de dezoito, ele daria um jeito.

    Marvel diz apenas uma coisa, e é a única coisa que me faz estremecer.

— Sua mãe vai te matar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram, gostaram? Eu realmente espero que sim, se não gostaram e querem deixar uma crítica, até mesmo um erro de português, deixe nos comentários por favor. Beijinhos. M.B.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Vigilantes de Panem" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.