Patty & Albert escrita por Olavih


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Oiii!! Tem um tempo que eu não apareço aqui. Essa oneshot é de um tempo atrás. Achei ela revendo meus arquivos. Espero que gostem!



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Analisando o cardápio a sua frente, Patty se sentiu confusa. Era tanta opção de café que ela não sabia exatamente qual seria melhor. Ainda mais que essa era a nova cafeteria do bairro e Patty geralmente ficava confusa com novos sabores, tentada a experimentá-los, mas sem coragem para fazê-lo.

Na verdade, não era para ela estar ali. Ela era estagiária de uma agência de moda que iria lançar dali a uma semana e dois dias a coleção outono e, graças a isso, Patty estava com trabalho até no teto. Vestidos para costurar, modelos para ligar, distribuidores com quem brigar e outras coisas que eles sempre deixaram para os estagiários resolverem. Ela estava trabalhando tanto nos últimos dias que sua melhor amiga, Lucy, aparecera em sua casa repentinamente e, em um complô com seu irmão, Bryan, tinham conseguido tirá-la de casa.

— O que vai ser Patty? — perguntou Bryan. Ela olhou para ele com desinteresse, ignorando os olhares dos seus amigos ao redor.

— Acho que vou querer o extra Power.

— É você está precisando. Tem olheiras nos seus olhos. A última vez que eu te vi assim foi na semana do baile de formatura. — retrucou Lucy. Patty lançou seu olhar de desinteresse para ela agora.

— Eu não me sinto tão estressada desde aquela época. — ela suspirou, deixando o cansaço dominar sua expressão agora. Depois cruzou os braços sobre a mesa e descansou sua cabeça sobre eles, bufando. Deus, ela tinha que admitir: precisava de uma pausa.

— E aí, pessoal? — ela ouviu o cumprimento de Albert e os pelos de seu braço se arrepiaram. Respirou fundo, tentando acalmar seu coração.

Era apaixonada por Albert desde que o vira se declarando romanticamente para sua ex (que na época era atual) namorada. Ela não se orgulha de ter apaixonado por um cara com namorada e, na época, tentou se convencer de que se apaixonou pelo gesto e não por ele. Mas a verdade é que sua voz suave, seu jeito carinhoso e alegre e seu senso de humor disparavam o pobre coração da menina. E, antes que ela pudesse sequer prever, ela se viu desesperadamente apaixonada por Albert.

Mas ela sabia que eles nunca dariam certo. Albert era um gamer, que, aos poucos, estava ficando famoso na internet. Ele amava qualquer coisa relacionada a histórias em quadrinhos e conhecia mais animes do que conhecia sua casa ou sua família. O tipo de garoto que ficava em casa nos fins de semana e que poderia passar um ano comendo pizza que nunca enjoaria. Um tanto tímido e engraçado, eles não tinham nenhum gosto em comum. E ela não suportava pensar em namorar alguém com quem nunca tivesse assunto.

Mas, ao mesmo tempo, Albert tinha qualidades que ela nunca viu em garoto algum da idade deles. Ele sabia ser carinhoso com as garotas, evitava falar bobagem na frente delas, mesmo que elas o provocassem, e sempre tinha os melhores conselhos. Mesmo que ele não fosse o cara da moda, ela gostava de vê-lo falar sobre as coisas que gostava; do brilho em seus olhos ao ler uma reportagem sobre sua personagem favorita ou qualquer outra coisa do gênero. Ela nunca teve paciência para escutar ninguém, no entanto, ao olhar para ele, ela se via facilmente falando no telefone com ele a noite toda.

— Patty! Tá tudo bem contigo? — ela sentiu sua mão em seu cabelo e se encolheu. Deveria levantar e olhar em seus olhos. Deveria conversar com ele. Mas como se tudo que ela conseguia se concentrar era no modo como ele acariciava seus cabelos? Respirando fundo ela conseguiu recobrar o domínio sobre seu corpo. E levantou a cabeça para encará-lo.

Os olhos azuis encantadores de Albert foi a primeira coisa que ela viu. Eram de um azul como o céu e combinavam perfeitamente com seus cabelos castanhos claros, quase loiros. O resto do rosto ela foi absorvendo aos poucos. As sardas espalhadas por seu rosto cheio, o sorriso gentil que ele lhe oferecia. O corpo redondo de alguém que não ligava se pesava mais de sessenta quilos, vestido por uma camisa que dizia “Why so seriously?” estampado com um sorriso que dava arrepios a Patty. Lentamente, ela voltou seu olhar para ele e conseguiu abrir um sorriso.

— Parabéns, Albert. Você é o primeiro a conseguir fazer essa garota sorrir. Ela está parecendo um zumbi há semanas. — Patty se encolheu de vergonha e olhou para seu irmão, o autor da fala. O olhar azedo que ele recebeu fez com que seu sorriso presunçoso alargasse ainda mais.

— O que aconteceu? — perguntou Albert. Lucy se afastou assim como Patty para que ele pudesse se sentar. As mãos dele ainda não haviam saído de seu cabelo castanho escuro.

— Esse estágio tá me matando. Estamos prestes a ir lançar a coleção de outono e eles jogaram tudo em cima de mim. — Albert virou a cabeça de lado com um sorriso singelo a ela. Então, sem aviso prévio a puxou para si, deixando que ela descansasse em seu peito. E o coração de Patty derreteu como manteiga ao fogo. Ela repousou ali, fechando os olhos para sentir seu perfume. Era como estar em casa novamente.

— Você está precisando é de calor humano. — ele respondeu simplesmente e voltou a acariciar seus cabelos.

— Ei, sem esse seu papo furado pra cima da minha irmã, rapaz. — mentalmente Patty mandou Bryan ir se ferrar. Os outros na mesa riram de seu comentário, incluindo Albert. Dorothy foi quem mudou de assunto.

— Cadê os garçons daqui? Eu estou morrendo de sede.

— Acho que vamos ter que pedir no balcão direto. — respondeu Will, namorado de Dorothy. Por ainda estar com os olhos fechados, Patty apenas ouviu o barulho das cadeiras arrastando e eles se afastando. O peito de Albert vibrou quando ele falou.

— Então, o pessoal do paintball vai dar uma festa nesse fim de semana e eu queria convidar todos vocês.

— Achei que o Halloween fosse só no outro sábado. — comentou Lucy.

— Eles resolveram antecipar porque é aniversário da empresa. — Patty se mexeu junto com Albert quando ele deu de ombros.

— Eu estou dentro. Ainda quero pegar o telefone daquela sua colega, Albert.

— Acho que o telefone é a única coisa que você vai conseguir pegar. — provocou Patty, sorrindo de lado. Albert riu, chacoalhando o corpo dela. — se tiver sorte. — ela acrescentou quando o riso deles estava para acabar e aproveitou a sensação de seguir o ritmo do peito de Albert.

Bryan revirou os olhos jogando algo nela. Will e Dorothy chegaram à mesa com os pedidos em uma bandeja. Patty se ajeitou, pegando o seu. Ela nem tinha percebido que Albert tinha pedido algo, mas viu quando ele pegou um capuchino com raspas de chocolate por cima. Ele bebericou, fazendo um bigode engraçado parecido com um professor que eles tiveram no ensino médio.

Quando zombado, Albert olhou num vidro ali próximo e notou a semelhança com a do professor. Então, cerrando os olhos e levando o queixo para frente, ele começou a imitar o tal homem, forçando a voz para ficar igual à dele. Todos ali riram e Lucy o acompanhou, fazendo um bigode em si e imitando uma professora que de tão peluda parecia não ter se desenvolvido dos primatas. Patty tentou não ligar, mas sentiu uma pontada de ciúme por não ter sido ela a ter uma ideia.

Após uma hora todos estavam absortos em uma conversa animada sobre o Halloween. Ela já havia se separado de Albert, mas mentalmente criava oportunidades para tocá-lo, nem que seja rapidamente ou com uma batida leve no ombro devido a suas gracinhas. Enquanto ela via Dorothy brigar com Will por um comentário machista que ele havia feito, Patty sentiu seu braço ser puxada e viu que era ele quem fazia isso. Encarou os olhos azuis de Albert com expectativa.

— Você não disse se vai à festa.

— Bem, eu não me decidi. Acho que não vai dar, porque estou com muito trabalho.

— Ah, por favor. Você não vai a uma festa há semanas e eu sei que essa não é você. — ela sorriu. Realmente essa não era ela. A Patty antes do estágio estava todos os fins de semana em festas diferentes fazendo loucuras diferentes. Como da vez em que pulou do telhado pra dentro de uma piscina para que pudesse ganhar cem dólares.

— Está bem, eu vou fazer o possível. — Albert sorriu um sorriso que ela daria seu emprego para tê-lo todo dia.

***

— Porque você não se declara para o Albert logo? — Patty, ao ouvir a pergunta de Bryan, errou a costura no vestido que estava fazendo, arranhando seu dedo. Ela gritou, analisando o corte, ainda horrorizada com suas palavras. A única pessoa que deveria saber dos sentimentos de Patty por Albert era Lucy, e ela tinha certeza da fidelidade da amiga. Então, como Bryan tinha descoberto?

— Jesus, Bryan, de onde você tira essas ideias? — ela perguntou se levantando. Subitamente alarmado, ele se levantou também e se aproximou. Ao ver que ela tinha um corte, saiu e voltou com uma caixa pequena onde guardava curativos. Eles se sentaram no sofá.

— Não venha bancar a desentendida comigo, mocinha, eu te conheço desde que você nasceu. Afinal, eu sou o mais velho, né? — ela se calou, sem querer se condenar. Bryan abriu a caixa e pegou delicadamente a mão dela. — além disso, não é preciso muito. Quem te conhece percebe como você fica diferente ao lado dele. Você sorri mais, sempre brinca quando ele tá por perto e acha toda piada dele engraçada. Toda. É só... Prestar atenção.

Ela olhou para o próprio dedo um tanto envergonhada. Uma pergunta apenas rondava sua mente e deixava seu estômago embrulhado.

— Você acha que ele já sabe?

— Se você fosse uma fase nova de algum jogo ele com certeza já teria te decifrado. — Bryan falou, sorrindo. Ela se lembrou de algo que Lucy disse quando conheceu os irmãos Todd pela primeira vez: vocês tem o mesmo sorriso. — mas Albert tem um cérebro lento quando se trata de garotas. Ele com certeza não notou que você gosta dele.

— Ufa! — ela deu um suspiro aliviado.

— Porque não se declara para ele?

— Eu... Eu não consigo. É como se... Como se minha língua travasse. Toda vez que eu estou perto dele eu não sei como agir. Fico...

— Perdida. — ele completou, finalizando o curativo. Então a encarou com os olhos castanhos zombeteiros. — Quem te viu quem te ver, Patrícia Todd com medo de falar o que sente. Não parece com você de modo algum. — ela deu um sorriso de canto.

— Acho que perdi minha técnica de sedução. — eles riram.

— É não é tão ruim assim afinal. Não sei se me acostumo com você namorando. — ele soltou em um tom ciumento.

— Oh, por favor. Você é meu irmão gêmeo, não meu pai.

— Mesmo assim. — eles ficaram em silêncio por um tempo.

— Acha que eu devo me declarar para ele?

— Acho que você sempre foi corajosa o suficiente para tentar.

***

Então, na festa de sábado, Patty encarou sua imagem no espelho, encorajando a si mesma mentalmente. Seus cabelos castanhos estavam soltos e mais ondulados que o normal, algo que ela fez de propósito. Como era Halloween e ela queria impressionar Albert, Lucy teve a ideia de fantasiá-la com alguma super heroína, porque assim ele repararia nela. E lá estava Patty vestida de Zatanna, uma personagem que ela sequer ouvira falar, mas que amara a roupa.

—Não sei se devo deixa-la sair não. Já sinto ciúme só de ver você aqui em casa, quem dirá com todos aqueles nerds? — ela ouviu a voz de Bryan atrás de si. Ele estava fantasiado de chapeleiro maluco e tinha um sorriso gentil em seu rosto.

A roupa dela era realmente ousada: uma blusa branca com corpete dourado e calcinha preta por cima da meia calça arrastão que exibiam suas cochas brancas. Uma bota preta alcançava os joelhos de Patty; além disso, ela também vestia um casaquinho preto aberto e de mangas compridas e luvas brancas. Chapéu e varinha completavam sua fantasia.

— Para, gracinha, porque você tem o dom de ser enfermeiro e não brigão. Nada de caçar confusão com os nerds hoje, ok? Até porque eu prometo que vou ficar em cima só de um, está bem?

— Patty — Bryan se aproximou enquanto dizia seu nome suavemente. — eu não quero parecer pessimista, mas se não der certo isso...

— Eu vou ficar bem. — ela completou rapidamente. — eu prometo.

— Só... Não vale a pena chorar por uma rejeição, está bem? Tem um mar de possibilidades lá fora. — Patty sentiu vontade de dizer que não se importava com esse mar, porque o único peixe que ela queria era Albert. Em vez disso, ela sorriu.

— Não se preocupe. Já liguei para James caso as coisas deem errado.

— Engraçadinha. — eles riram um pouco. — vamos, antes que nos atrasemos.

***

A festa rolava a som alto, fazendo com o que o corpo de Patty vibrasse junto com a música. E, por onde passava, ela era o centro das atrações. Por ter fabricado ela mesma sua fantasia, a roupa estava nova e perfeitamente encaixada em seu corpo. Devido o olhar de todos os garotos ali, Patty sentiu-se um tanto envergonhada. Passou correndo, vasculhando o lugar a procura de Albert.

Já fazia uma hora que a festa estava rolando e nada dela o ver. Lucy dissera que não o tinha visto também e que ele provavelmente ainda não tinha chegado. Então, segurando a ansiedade, Patty tentou se divertir um pouco. Dançou, bebeu algumas batidas, conversou com alguns caras. Até descobrir que um deles tinha visto Albert no bar. E ela foi correndo até lá, esperando que sua roupa pudesse fazer mágica.

Assim que chegou ofereceu a ele um sorriso aberto. Albert estava vestido de pirata, sentado em uma das cadeiras dali. Ele era gordo e alto e se destacava entre as pessoas. Sorria para a atendente mostrando suas covinhas, o defeito genético mais fofo que Patty conhecia. Ela se aproximou e se sentou à frente dele.

— Bebendo um pouco de rum marujo? — Albert se virou para ela, oferecendo seu típico sorriso. Então viu o resto de sua roupa e seus olhos se arregalaram num brilho de surpresa e emoção.

— Meu Deus, você está de Zatanna! Acho que fiquei enfeitiçado. — ele brincou, sem tirar os olhos do corpo dela. Essa é a intensão, pensou aliviada.

— Pensei em inovar esse ano. Chega de coelhinhas da playboy.

— Entendo. Bem, não há nenhum super-herói gordo então eu resolvi vir de Capitão Barbosa mesmo. Só faltou o macaco.

— Bem, podia ter chamado Bryan. — ela sugeriu e Albert lhe lançou um olhar confuso.

— Ele está de macaco hoje?

— Ele é sempre um macaco. — eles riram. Patty respirou fundo desejando poder beber alguma coisa para poder se acalmar. — Albert eu...

— Ah, aí está você. Então, eu estou pronta. Vamos? — uma garota com ainda menos roupas que Patty apareceu e beijou Albert no rosto, bem perto da boca. Eles se encararam trocando sorrisos e foi quando ela notou que havia outra pessoa. Sorriu simpática para Patty que não conseguiu retribuir o sorriso. Afinal, quem é ela?

— Ah, Patty essa é a Taylor. Taylor, esta é Patty, uma velha amiga. — elas trocaram acenos. — Prometi a Taylor que a ensinaria a jogar paintball e ela estava tentando alugar um tempo para nós. Vai à frente, ok? Já estou indo. — a garota assentiu, beijando-lhe novamente no mesmo lugar e saiu.

— Ela parece ser legal. — Patty comentou, sem saber ao certo o porquê de tê-lo feito.

— E é. Ela disse que assistiu aos meus vídeos e que é minha fã. Viu aquele autógrafo na blusa dela? Era meu! — Patty sentiu o estômago revirar ao se lembrar de que a assinatura estava na altura do seio. — você ia me dizer alguma coisa?

Patty pensou em mil possibilidades. Mas dadas as circunstâncias, garganta fechada e lágrimas aos olhos, ela apenas sorriu e proferiu:

— Aproveita bem sua noite.

***

Os trabalhos do estágio estavam matando Patty, mas mal sabia ela que trabalhar com o coração partido era a pior coisa que se pode acontecer a alguém. Ela focou-se tanto ao trabalho que estava se esquecendo de comer. E ainda assim não conseguira se livrar da dor em seu peito. Nunca segurara tanto o choro. Nunca distribuíra tantos sorrisos falsos. Para seu irmão e os outros ela fingia que estava bem. Mas só o chuveiro poderia dizer o quanto ela havia chorado naqueles últimos dias.

E no fim, tudo dera certo. Ela finalmente conseguira chegar viva ao dia do desfile e, o mais importante, estava agora bebericando champanhe ao lado do seu chefe que a elogiava incessantemente. Ao menos um ponto positivo naquela semana tão melancólica. Todos os dias ela evitava sair para não topar com Albert, não atendia suas ligações e sempre que ele mandava mensagem ela respondia que estava ocupada.

— Magnífico trabalho de todos. Mal posso acreditar que conseguimos. — Clovis, seu chefe, levantou a taça de champanhe ao alto. — a nós, a equipe elegância mais fantástica que existe.

— A nós! — todos gritaram e beberam seus líquidos realmente felizes.

Mas Patty não estava em clima de festa. Então ela se afastou e sentou-se ao bar, passando o dedo pela borda da taça. Passou um bom tempo ali segurando os pensamentos sobre Albert. Infelizmente ela não conseguia segurara a melancolia e tristeza também. E o resultado era uma Patty que não conseguia se interagir com ninguém, nem consigo mesma.

— Atenção! Quero pedir a atenção de todos, por favor. — a postura derrotada da morena foi consertada em um instante. Ela reconhecia aquela voz. Virou-se dando de cara com Albert no pequeno palco iluminado do salão decorado. Ele vestia um terno muito elegante e seus cabelos estavam perfeitamente arrumados. Ela nunca o tinha visto tão bem arrumado. — Antes de tudo eu tenho autorização para estar aqui. Bom, tecnicamente eu tenho. O que importa é que eu vim aqui consertar um erro. Sem querer eu magoei a garota que gostava porque achava que nunca teria chance com ela...

Patty se levantou e começou a caminhar na direção da voz. Os cabelos castanhos estavam amarrados em um coque elegante e seu vestido cinza combinava perfeitamente com os olhos esfumaçados que ela mesma tinha feito. Assim que Albert botou os olhos nela suas palavras ganharam intensidade, força. Naquele momento, parecia que só existiam eles ali.

— Mas descobri que eu tenho! Então estou aqui para pedir desculpas. E, como sei que o que eu fiz deve ter a feito chorar muito, não pode ser um pedido simples de desculpas. Tem que ser o pedido. Então, ao vivo no meu canal do youtube e para os aqui presentes eu vou fazer o que faço de pior até ela me perdoar: cantar!

Patty estava tão distraída que nem notou que ele estava de fato com um violão pendurado em seu corpo. Albert pegou o violão firmemente e respirou fundo. Então, ele começou a tocar. Ela não sabia como, assim como não sabia de que jeito ele descobriu que ela gostava dele, mas Albert acertou a música favorita dela. Logo Ours da Taylor Swift estava sendo tocado por seu violão. E ele ia bem ao ritmo. O único problema foi sua voz.

Albert era alguém que não tinha falsa modéstia, Patty percebeu. Ele realmente cantava muito, muito mal. Ela começou a rir à medida que ele avançava com a música. Ela já o havia perdoado e não queria que ele passasse vergonha, mas queria ouvir mais da música. A letra era tão linda e os olhos dele brilhavam tanto que por um instante ela se esqueceu de que havia mais uma festa inteira ouvindo tudo. Só recordou quando ouviu o seu chefe chamando os guardas.

— Espera, pode parar! — ela falou correndo até eles quando Albert estava prestes a ser carregado. Os homens enormes se afastaram um pouco e Albert deixou o violão de lado. Patty lançou-se sobre ele num gesto de puro impulso e beijou seu rosto. Os braços de Albert rodearam sua cintura e ela sorriu em meio ao beijo. De olhos fechados ela sentiu um clarão, provavelmente uma foto. Não ligou. Então se afastou minimamente e disse. — está perdoado!

— Obrigado. — ele sorriu. — Mas acho que você errou o lugar onde queria beijar. — E foi quando ele lançou-se sobre ela, beijando-lhe os lábios carinhosamente. Ela passou os braços em seu pescoço e ele a deitou, apoiando-a como naqueles filmes de romance antigos. E Patty viu que não havia nenhum outro lugar no mundo ao qual ela queria estar naquele instante.

“As apostas são altas, a água é áspera, mas esse amor é nosso”.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Eu simplesmente amo a música "ours" da Taylor, é fabulosa! Ouçam depois. Enfim, deixe seu comentário, não dói, ok? Beijos.



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