Untitled - Oneshot escrita por Shanon


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Depois de ficar muito tempo sem postar eu esqueci c-o-m-p-l-e-t-a-m-e-n-t-e como fazer isso. Se eu estou postando isso aqui, é porque perdi completamente o juízo, estou bêbada de sono ou só entediada mesmo.
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/720068/chapter/1

Parecia que o mundo queria conspirar contra ela. Uma xícara de café derramada de manhã, um ônibus perdido à tarde, um bloqueio criativo à noite. Não tinha como o dia ser melhor.

Ela era escritora, uma dos milhares de escritores anônimos que existem por aí. Era potterhead (de Corvinal), semideusa do chalé seis, leu Crepúsculo por causa da (pouca) comédia e adorava A Seleção. Escrevia por prazer e nunca tinha responsabilidade o suficiente para atualizar os capítulos de suas fanfics regularmente. Um de seus sonhos era escrever e publicar um romance que já estava planejando a um tempo, embora ele tivesse apenas três capítulos escritos até então.

Se você, cara (o) leitora (o) se identifica com essa escritora, não é só você, tenha certeza disso.

Ela tinha jurado a si mesma que postaria o maldito capítulo noventa e dois de sua fanfic crossover de Percy Jackson e Harry Potter antes da meia noite, porém ela mantinha o hábito de escrever os capítulos posteriores antes de publicar o atual. Um bloqueio criativo permanecia já a três semanas e seus leitores não estavam contentes com a falta de atividade da autora. Ao menos sua vida amorosa contava com uma paixão mais ou menos correspondida. Ela esperava um pedido de namoro, porém ele não havia chegado ainda.

Ela olhou para a tela do computador durante alguns minutos, digitou algumas palavras, leu o que tinha escrito e apagou. Seus leitores mereciam algo melhor que aquilo, e eles compreenderiam o atraso se ela publicasse um capítulo grande ou ao menos que justificasse a ausência.  Desistiu completamente quando a falta de inspiração se tornou visível e foi para a cama se deitar. Como o sono não vinha, fitou o teto durante intermináveis minutos.

Nesse momento, uma enxurrada de pensamentos inundou sua cabeça. O que ela estaria fazendo se não fosse só uma nerd antissocial? Estaria numa daquelas festas insanas que ouve dizer? Uma coisa é certa: ela não teria passado todas as férias em seu quarto ouvindo músicas depressivas misturadas com rock e k-pop.

Como se o sono insistisse em não vir, foi até a cozinha e pegou um pacote de biscoitos recheados. Se ela os comesse, teria que escovar os dentes de novo, mas ao menos não estaria com fome ou no tédio. Levou um a boca, era de chocolate. Era delicioso, decidiu comer mais um. Quando se deu conta, já tinha acabado com metade do pacote. Ótimo, já tinha tomado o café da manhã do dia seguinte horas antes do horário em que deveria fazê-lo. Foi ao banheiro realizar sua higiene bucal e constatou que mesmo depois de todos os seus esforços, o sono ainda não estava nem perto de vir.

Ligou o celular a fim de falar com suas amigas no chat. Nenhuma delas estava online, então pegou seus fones de ouvido e pôs no aleatório. A música de seu ex-namorado começou a tocar – por que ela ainda não tinha apagado aquilo, aliás? Era apenas um vestígio do passado que não queria relembrar.

Tudo naquele dia estava dando errado. Mas o dia seguinte era promissor, afinal, era um novo dia e a cada momento que o sol nasce, uma nova esperança começa. O importante é viver cada dia como se fosse o último, ou como costumam dizer, carpe diem.

Ela olhou o menu do chat mais uma vez e viu a foto dele. Ela não sabia em que momento exato tinha se apaixonado por ele, mas quando sentiu que era amor, seus sentimentos viraram uma montanha russa: iam de extrema felicidade a imensurável angústia. Parecia que nada mais a agradava além de falar com ele, porém uma viagem acabou fazendo com que a frequência das conversas diminuísse.  Isso a entristeceu, porém ninguém viu isso. Ela não deixaria seus sentimentos expostos, era uma pessoa difícil de ler... Ao contrário dele. Talvez fosse por isso que eles se completavam, pelos opostos. Ela conseguia fazer o que ele não podia e vice versa.

E agora ela está escutando uma música depressiva enquanto tenta não fazer muito barulho para o pai chato não abrir a porta de seu quarto. Um ótimo programa para a noite.

Por algum motivo, as coisas entre ela e sua família tinham ficado tensas. E inconvenientemente isso tinha acontecido justamente quando ele tinha ido viajar (de novo). O quarto tinha virado seu refúgio, embora fugir dos problemas não os resolva. Ela não deixava as pessoas verem suas lágrimas, então não chorava enquanto não estivesse segura de que ninguém veria o que ela estava fazendo. Ela queria ser forte, ou se mostrar forte ao menos, porém ainda calorosa com as pessoas que ama.

“You might make everybody happy but you’re dead inside just like me”

Trocou de uma música triste para um rock. Seu gosto era um tanto eclético, mas sempre seguia a linha das letras revoltadas e depressivas, quando não eram sobre amores não correspondidos, letras de pessoas inspiradas pela... Tristeza. Não que ela pudesse escrever uma música alegre naquele momento. Tudo o que ela estava passando estava a corroendo por dentro, mas ela não deixava aquilo transparecer – ao menos quando ela queria parecer forte. Sim, ela estava vivendo pelas aparências, não, ela não se orgulhava daquilo. Ela tinha a certeza de que, se a vissem chorando, iriam fazer um monte de perguntas chatas (que, aliás, ela também fazia quando tentava consolar alguém) e pensariam que ela é frágil. Ela não é uma garotinha chorona de cinco anos, ela tem o poder de se levantar após cair. E quando ela levanta, não irá descansar até encontrar quem colocou o pé na frente para que ela tropeçasse.

Ela achou que fosse melhor jogar o celular longe, mas não teria grana para comprar um novo (se bem que estava precisando...), então só o deixou no pufe ao lado. Olhou para o teto e começou a pensar no que escreveria no próximo capítulo de sua fanfic até cair no sono.

O dia seguinte foi um pouco melhor – o fato de ter acordado com olheiras enormes não deveria ser contado como algo ruim, afinal -, começando com um capítulo completamente escrito logo no início da manhã e com ele dando notícias de sua viagem. E é claro, fotos. Ela se perguntava como ele conseguia ser tão lindo e em como ele tinha conseguido se apaixonar por uma garota tão medíocre como ela.

“When the truth is that I miss you”

Ao menos alguém tinha interesse nela.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem, pessoal! Kisses e até mais! ^3^~



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Untitled - Oneshot" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.