31 de julho de 1980. Grodric’s Hollow.

Naquela noite estava chovendo muito. James tinha que admitir, chovendo bem mais do que das outras vezes durante aquela semana.

James parou de olhar para fora da janela e seu olhar focou-se na escada onde ele viu a mais linda ruiva grávida em sua opinião.

Lilian se aproximou de James devagar, por conta da barriga de nove meses que ela possuía, e lhe deu um selinho, depois foi em direção ao sofá da sala e sentou-se.

James a seguiu e fez o mesmo, sentando-se ao lado da esposa passou um dos braços pelos ombros dela e Lilian deitou a cabeça no ombro do marido e sorriu quando James passou a mão em sua barriga.

— Está sem sono? – James perguntou.

— Sim. E você? O que faz aqui em baixo? Também sem sono?

— Mais ou menos – Respondeu James.

— O que foi James? – Perguntou Lilian preocupada.

— Tenho medo, Lilian. – Revelou James após respirar fundo.

Lilian o olhou nos olhos por alguns minutos e retornou a falar:

— Também tenho medo.

Os dois ficaram em silêncio por um tempo quando de repente Lilian sorriu.

— Molly? – James perguntou parecendo já saber a resposta.

— Sim. Está me passando a força dela, me animando. – Explicou Lilian. – Me passando coragem.

— E está funcionando? – James perguntou esperançoso.

— Sim – Lilian respondeu sorrindo.

— Que bom. – Falou James também sorrindo.

— Mas você ainda está com medo. – Lilian afirmou.

— Não. Com você eu não tenho medo, Lilian.

— Não? Você estava comigo lá em cima e mesmo assim sentiu medo. – Retrucou Lilian.

— Droga, lírio. Não posso nem ser romântico – James reclamou descontraído.

— Romântico?! Oh, desculpe...

— Tudo bem, mas voltando ao assunto, sim eu estava com medo, mas ele se foi depois que olhei em seus olhos.

— Está tentando ser romântico de novo, Potter? – Lilian indagou divertida.

— Não, só falei a verdade.

— Está bem, então. – Lilian respondeu não muito convencida.

— Não está acreditando em mim? – James questionou notando a descrença na voz dela.

— Nem um pouco. – Lilian confessou.

— Isso é você ou Molly falando? – James questionou desconfiado.

— Sou eu.

— Pois acredite em mim, Potter.

Lilian soltou uma risada alta, porém breve. Ela arregalou os olhos e levou a mão ao ventre.

— O que foi, lírio? – James perguntou alarmado.

— Harry... – Lilian murmurou.

— O que tem Harry? – James voltou a perguntar curioso e preocupado.

— Ele está nascendo!

— O que?! Agora?! Nesse exato momento?! – James disparou uma pergunta atrás da outra deixando o nervosismo tomar conta.

— Sim, James Potter! Seu filho quer nascer agora! – Lilian o respondeu começando a ficar ofegante e gemer de dor.

— Ah, meu Merlin! O que eu faço?! – James perguntou enquanto já andava de um lado para o outro em frente ao sofá da casa.

— Chame a parteira que Molly me indicou e me leve lá para cima. – Lilian o orientou.

— Está bem... – James balbuciou pegando Lilian no colo e a levando escada acima em direção ao quarto do casal.

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Na toca...

Apenas ela estava acordada na casa... bem, tirando o pequenino que estava em seus braços ao qual ela dava de mamar.

Durante aquele pequeno momento em que passou ali, percebeu o medo de Lilian e tentou lhe passar força, animação e, principalmente, coragem. E quando conseguiu, sorriu.

Passaram-se apenas alguns minutos, nos quais ela apenas fixava o olhar no pequeno Rony quando sentiu uma fisgada em sua barriga e sorriu. Sabia o que aquilo significava.

— Acho que o pequeno Harry já está a caminho, meu querido. – Molly falou olhando sorridente para o pequeno dentro do embrulhinho, que apenas lhe olhou com seus enormes e muito intensos olhos azuis.

Já se preparando para a dor, Molly colocou o pequeno no berço e voltou a se sentar já sentindo as contrações de Lilian.

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Na casa dos Potter...

Lilian gritava de dor enquanto a parteira pedia para que fizesse força. De uma coisa ela tinha certeza, quando saísse dali, mataria o Potter.

Ela sorriu fracamente quando sentiu Molly lhe apoiar quanto a ideia de matar James.

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No andar de baixo...

— Pontas, quer parar de andar de um lado para o outro? – Sirius pediu começando a se incomodar.

— Acho que ele não está te ouvindo. – Pedro sugeriu quando James não mostrou sinais de que ia parar.

— Pontas! – Sirius chamou a atenção dele para si.

— Sim? – James finalmente respondeu virando-se para Sirius.

— Quer parar quieto? – Sirius voltou a pedir.

— Ele está nervoso, Sirius. – Pedro disse em defesa de James.

— Eu sei! Mas está começando a me deixar nervoso também. – Sirius o respondeu

— Desculpe, almofadinhas. Faz horas que Lilian está gritando e me xingando lá em cima. – James se desculpou.

— Na verdade, tem apenas dez minutos. – Sirius o corrigiu, fazendo James o fuzilar com o olhar. – Oque? – Sirius se fez de inocente.

— Vocês sabem de Remo? – James indagou sentando junto a eles no sofá da sala.

— É lua cheia. – Pedro explicou.

— E ele está sozinho?! – James reclamou.

— Ele entenderá que Harry quis nascer agora. – Sirius tentou tranquiliza-lo.

— Não gosto da ideia de deixa-lo sozinho na lua cheia. – Continuou James.

— E ele não gosta de te colocar em perigo. Ele sabe o risco que você corre lá fora – Sirius continuou tentando tranquilizar James

— Vocês deviam estar com ele. – James argumentou.

— E perder o nascimento de Harry? – Sirius questionou.

— Aluado entenderá, Pontas. – Pedro falou concordando com Sirius.

— Se vocês dizem... – James falou derrotado. – Ainda assim não gosto da ideia dele sozinho na lua cheia.

De repente eles ouvem um choro de bebê.

— Ele nasceu! – James exclamou e rapidamente levantou do sofá junto aos outros.

— Parabéns, Pontas! – Pedro o parabenizou.

— Agora você é papai! – Sirius falou em meio ao abraço que compartilhavam.

James sorriu e correu em direção as escadas.

Não podia estar mais feliz, seu filho havia nascido.