Herói Anônimo escrita por Kevlaf


Capítulo 30
Duas missões: O Dragão e a Matilha


Notas iniciais do capítulo

Não, a história ainda não morreu, mas se quiserem deixar um incentivo pra sair (muito) mais rápido, seria legal hahahah



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/719912/chapter/30

Capítulo 30

*Narrativa*

— Se fosse só pela personalidade, jamais teria apostado que Piper era filha de Afrodite – Ernest olhava para o céu estrelado, sentado em frente ao chalé de Apolo.

— Bom, ela era linda antes, mas realmente, não tem a vaidade que vemos na maioria do chalé dela – Peggy sentou-se ao lado do namorado e abriu uma garrafa d’água, juntando-se à conversa.

— Mas o que quer dizer com “Se fosse só pela personalidade”? – Annabeth coçou o queixo, curiosa.

— Os olhos dela parecem caleidoscópios, parecem girar em diversas cores em alguns momentos – O jovem explicou – Afrodite é assim, sua aparência parece mudar constantemente, parece várias pessoas ao mesmo tempo.

— Esse é um detalhe muito vago pra uma dedução muito profunda – Riu a loira.

— Mas é verdade! E se juntar com as coisas que ela contou pra você, como sobre roubar coisas somente pedindo emprestado... – O rapaz levantou um dedo, como se fosse um professor – É um sinal clássico de charme.

— Ei, tá dizendo que ela é charmosa? – Peggy tinha um brilho maníaco no olhar.

— Não, não – O filho de Atena levantou as mãos, como quem é assaltado – Estou falando de charme, uma habilidade de alguns filhos de Afrodite que manipula de certa forma as pessoas, convencendo-as.

— Hmm – A filha de Apolo pareceu convencer-se com a explicação – De qualquer modo, o que vamos fazer agora? Eles vão sair em missão... E nós?

— Eu vou atrás de Percy – Annabeth declarou, decidida – Não importa se eles podem encontrá-lo antes de mim, não posso ficar parada esperando.

— Vou com você – O mestiço tomou um gole de água antes de continuar a frase – Com todo o respeito, se eu não encontrei quase nada sozinho, você tem menos chances ainda.

— Ei! – Protestou a irmã.

— Nem vem, você sabe que é verdade.

A filha de Atena cruzou os braços e fechou a cara, mas não discutiu mais.

— E eu também vou – A filha de Apolo se espreguiçou.

— Tem certeza? – Ernest ergueu uma sobrancelha – Seria legal ter um contato aqui no acampamento.

— Falando assim nem parece que quer ficar perto de mim – A namorada do rapaz também fechou a cara e cruzou os braços, virando o rosto.

— Não foi isso que eu disse!

— Cale a boca – As duas falaram em uníssono.

O jovem levantou as mãos em sinal de rendição e ficou em pé.

— Eu vou dormir, claramente vocês devem estar naqueles dias.

Em uma fração de segundos o mestiço foi atingido por um golpe de judô de uma Annabeth irritada, indo parar no chão só para ter uma garrafa de água meio cheia despejada bem em sua cabeça.

(...)

A madrugava já dominava o acampamento meio-sangue, vagalumes criavam pequenas e aleatórias constelações bosque adentro, grilos montavam uma constante sinfonia e Ernest não conseguia pregar os olhos. O jovem estava deitado em sua cama, a parte de baixo de um dos beliches de Atena, que dividia com Malcolm.

“Você sabe o que está acontecendo? ”  – Os pensamentos do rapaz ecoaram, como se estivesse em um hall – “Eu ainda não entendo o porquê dos deuses gregos e romanos serem tão importantes para a situação atual”.

“Acho que alguém já disse isso pra você, mas vou repetir: A história é cíclica. Os padrões se repetem no decorrer das eras” – A voz áspera de Cronos respondeu – “A guerra dos titãs foi apenas um presságio pra algo maior, mais antigo... E mais perigoso”.

“Que tal parar de me enrolar e dizer logo o que tá rolando? ” – O filho de Atena suspirou, impaciente – “O que você está escondendo de mim? ”

“Isso não posso falar, é contra as leis antigas, vai além da promessa que meu filho fez”.

“Ótimo” – Ernest olhou pela janela, uma pequena nuvem passava em frente à lua, lembrava uma águia – “De que vale ter um titã com éons de idade preso a você se não se pode ter uma resposta simples? ”

(...)

— Ei, irmãozinho babaca – Annabeth acordou o mestiço aos pontapés – Todos já estão de pé para o café da manhã, vamos logo!

— Ue ueia oir – Bocejou o rapaz, puxando os cobertores para próximo do rosto.

— Levanta logo – A loira puxou os cobertores, quase derrubando o jovem que se agarrava a eles.

— Tá, tá – Esfregando os olhos, o rapaz se levantou e sumiu na direção do banheiro.

— Vou passar no chalé de Zeus, quero falar com Jason sobre algumas coisas, você vem?

— Não vai tomar café?

— Eu já tomei, só falta você!

— Vá na frente, me junto a vocês se depois do café vocês estiverem lá...

— Certo, vou na frente então.

— Ya – O garoto saiu do banheiro e, após vestir um short jeans, chinelos azuis de dedo e uma camiseta limpa do acampamento, seguiu para o pavilhão tomar seu café.

O pavilhão ainda estava cheio quando o rapaz chegou, apesar de não sentir tanta fome sentou-se com seus irmãos para tomar um suco de laranja e devorar um waffle coberto de manteiga.

— Ouvi que vão sair em busca de novo – Malcolm bocejou, continuando em seguida – Acha que tem melhores chances agora?

O mestiço olhou para seu suco, como se buscasse uma resposta dentro dele.

— Não sei, na verdade... Mas é melhor ter algo em que acreditar, né?

— Acho que sim...

— E dessa vez não vou sozinho, talvez dê mais certo. Além do mais...

Gritos interromperam a frase do jovem, fazendo com que todos corressem para ver o que estava acontecendo.

— Aquilo é o que estou pensando? – Nyssa, uma campista de Hefesto, tinha os olhos arregalados ao aproximarem-se da área comum dos chalés.

Um dragão de bronze descia do céu, até finalmente parar no chão e revelar uma figura pequena e coberta de graxa que montava o monstro de metal.

— Isso... Tem asas – Nyssa ainda estava boquiaberta – Ele nunca teve asas!

— Bom, parece que ele não quer nos matar, não? – Ernest tentava manter a calma, apesar de sua mão inconscientemente estar sobre sua faca de caça, presa à cintura.

Apesar do susto, aparentemente tudo estava bem, a máquina mortífera de bronze não tentou destruir nenhum campista, então parecia segura o suficiente e, claro, por isso Leo insistia que fosse logo para a missão.

— Mas ainda não planejamos nada. Não podemos simplesmente... – Jason começou a falar, mas foi interrompido por um empurrão de Annabeth.

— Vá! – A loira tinha uma expressão calma, meio triste, mas calma.

(...)

Após o trio sair em sua missão, outro trio se reunia à porta do chalé de Atena: Annabeth, Ernest e Peggy verificavam suas mochilas antes de saírem em sua própria busca.

— Repelente de monstros, laptop de Dédalo, néctar... – A loira murmurava enquanto revia os itens que levava consigo.

— Vai levar o laptop mesmo? – Ernest levantou uma sobrancelha para a irmã, que simplesmente o ignorou – Ok...

— Certo, qual é o plano? – A filha de Apolo parecia impaciente com os Atenienses – Se vocês forem rever os suprimentos mais uma vez vou surtar.

O namorado limpou a garganta e descansou a mão direita sobre a empunhadura de Spatium.

— Bom, eu gostaria de começar encontrando um monstro qualquer e interroga-lo para ver o que sabe, afinal não deve ser tão difícil os monstros terem ouvido falar de um filho de Poseidon perdido.

— Tem certeza que isso vai funcionar? – Annabeth ergueu uma sobrancelha, sem parar de vistoriar sua mochila.

— É um começo – O rapaz teve um breve flashback da última vez que tentou encontrar um monstro para fazer um interrogatório – Mas... Não, não tenho certeza. Atualmente é difícil, temos poucas informações sobre a situação como um todo.

— Bom, que tal começarmos pelos bosques? Creio que tenhamos mais chances de encontrar algo se sairmos por lá – Sugeriu a filha de Apolo.

— É uma boa ideia – Assentiu o jovem – Mas antes preciso falar com Rachel, quero esclarecer alguns pontos antes de sairmos e, se Quíron não for falar nada, talvez ela tenha algo mais para contribuir.

Dito isso, o filho de Atena se levantou e, deixando as garotas onde estavam, seguiu para a gruta onde ficava o Oráculo.

(...)

— Ei! – Ernest gritou da entrada da gruta, batendo palmas logo em seguida – Rachel!

— Entre! – A voz da ruiva ecoou de volta, logo em seguida.

O rapaz ainda não tivera a oportunidade de ver o novo lar da garota, mas de gruta aquilo não tinha nada, havia um sofá, uma TV de tela plana de trocentas polegadas e pilhas de telas, papéis, lápis e tudo o que alguém poderia querer para fazer arte.

— Uau – O jovem parou, boquiaberto – Você vive melhor que todos nós juntos!

— Cortesia de Apolo – A garota deu uma piscadela, vestia sua calça jeans cheia de furinhos e marcas de caneta, com uma camiseta surrada de algum grupo de teatro que o rapaz não pôde ler direito – Quer alguma coisa? Tenho um chá que fiz ontem à noite.

— Eu aceito – Sorriu o garoto, sentando-se em um banquinho de madeira próximo ao sofá – Preciso de algumas orientações, talvez você consiga ajudar.

— Bom, vou tentar – A garota voltou de onde supostamente seria a cozinha e entregou uma xícara de chá quente para o mestiço.

— Certo, a situação é a seguinte: Eu, Annie e Peggy vamos sair para tentar achar algum rastro do Percy, pretendemos ir mais longe dessa vez. Pensei em interrogar um monstro ou algo do tipo, se um semideus poderoso desapareceu, provavelmente isso já seja uma informação disseminada entre os monstros.

— Muito bem, parece um plano convincente, pra que precisa de mim?

— Bom, quero saber se tem alguma orientação, se pressentiu algo ou qualquer coisa relevante à atual situação.

A ruiva brincou com a ponta dos cabelos, sentando-se na ponta do sofá.

— Bem – Rachel puxou um maço de folhas sulfite para o colo, remexendo os desenhos – Talvez... Isso!

O rapaz recebeu um desenho das mãos do oráculo, o papel já estava um pouco amassado e os traços que pareciam ter sido feitos com carvão já estavam levemente apagados, mas claramente era a imagem de uma matilha, todos os lobos estavam voltados para uma construção enorme.

— Ahn, algo mais? – O mestiço sentiu-se nervoso, aquilo era só mais uma informação confusa e sem ligações claras com o que estava acontecendo.

A garota abanou a cabeça.

— Desculpe não poder ajudar mais.

—Tudo bem, obrigado Rachel, mantenha contato caso sinta algo.

— Você também, me mantenha atualizada, quem sabe consigo me direcionar.

*Comentários do registro*

— Cara, você já tentou montar um quebra-cabeça de 1000 peças usando umas 4 ou 5? E ainda por cima meus amigos, ou aliados, sei lá... Escondem as outras peças...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Herói Anônimo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.