Herói Anônimo escrita por Kevlaf


Capítulo 14
Desafio nos bosques: Encontrem as coroas!


Notas iniciais do capítulo

Enquanto Percy e Annabeth encontraram o Labirinto, sabem como foi a tarefa dos outros semideuses?



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Capítulo 14

*Narrativa*

— Annabeth – A garota cutucava sua comida sem muito ânimo, não prestava atenção ao seu redor, o que incomodava Ernest – Ei, Annabeth!

— Uhm? – A filha de Atena levantou a cabeça, fitando o rapaz.

— Você está bem? Parece distraída.

— Estou bem – Um sorriso fraco surgiu nos lábios da menina – Apenas estou um pouco preocupada com Grover, não comentei nada ontem, mas a reunião com o conselho foi péssima. Além disso, um dragão etíope rondando o acampamento é motivo de preocupação...

Após um breve discurso e esclarecimento com Quíron e o pessoal do chalé de Apolo, que afugentou o dragão, o instrutor de esgrima se levantou para aproveitar o gancho dos recentes acontecimentos:

— Pois bem! É por isso que promoveremos novos jogos de guerra, vocês precisam estar afiados para o que vier em seguida.

Após esse feliz pronunciamento, Annabeth pulou para a mesa de Poseidon, onde estavam Percy e Grover, onde começaram a discutir sobre algo.

— Parece que continua sozinho, não é? – Cronos surgiu na mente do semideus.

— Não me importo – O rapaz tomou um gole do seu suco de laranja – Se for importante ficarei sabendo.

— Quem disse? – O titã insistia em querer estabelecer o caos em sua mente.

— Eu disse. Descubro o que quiser, desde que me importe o suficiente pra isso.

(...)

— Erga mais o arco! – Ralhava Peggy – Está atirando como um panaca!

Ernest suava, suas mãos estavam em carne viva, assim como seu antebraço, graças à corda do arco.

— Merda! – O rapaz atirou o arco no chão após errar o alvo mais uma vez – Acho que não fui feito para usar esse tipo de arma.

— Você é um incompetente, isso sim – A morena deu um peteleco na testa do garoto – Pare de reclamar e continue tentando!

— Quando eu disse que queria aprender a atirar com o arco, não esperava que fosse ser tão puxado – O filho de Atena sentou-se na grama, limpando o suor do rosto com as costas da mão.

— Não é difícil, mas você não executa as coisas como estou falando.

— É fácil dizer isso quando se é filha de Apolo, seu pai é um arqueiro!

— Seu pai é Ares... – A garota suspirou – Ou meio que é, pelo menos. Você devia ter alguma aptidão com armas variadas.

— Talvez tenha puxado minha mãe divina – O garoto olhava para o alvo livre de flechas, pensando se conseguiria acertar uma faca da distância em que estava, seja lá qual fosse.

Quando se deu conta, Peggy tinha em mãos um uma cesta com comida: Frutas, bolinhos, pães e seis latas de Diet Coke, o que fez o mestiço se animar um pouco, estava morrendo de fome após todo o treino.

— Adoro quando tem um Diet Coke bem gelada pro pós-treino – Ernest já estendia a mão para pegar uma, mas foi surpreendido por um tapa da filha de Apolo.

— Sem acertar o alvo, sem refrigerante.

*Comentários do registro*

— Oi? Como assim? Quem aquela garota pensava que era? Para me separar do meu refri precisa ter mais de meio metro!

*Narrativa*

— Peggy, isso não tem graça.

— Estou falando sério.

— Eu também.

— Então acerte o maldito alvo, poderá comer e beber depois de ao menos acertar o redondo, não precisa ser na mosca.

O garoto fechou a cara e cruzou os braços, olhando para o alvo ao longe.

— Vai ficar sem comida – A menina abriu uma Diet Coke, o cheiro quase chegava a chamar o semideus, que deu uma espiadela pelo canto dos olhos – E está ma-ra-vi-lho-so com esse calor.

— Chega, me dá o maldito arco.

A menina sorriu, atirando o arco grande para o rapaz que já estava de pé. Bufando, o semideus pegou uma flecha e encaixou na corda, puxando-a e sentindo o arco tensionar até deformar-se sob suas mãos.

— Calma, você consegue – Repetia aquilo para si mesmo enquanto mirava, respirando fundo para cessar os tremores e para clarear a visão, até que finalmente soltou a corda, permitindo que a flecha voasse e atingisse a borda do alvo, na região mais externa – ISSO! – Berrou o garoto, atirando-se no chão, ao lado de Peggy – Me dá a droga da cesta agora!

A menina parecia estarrecida, soltando uma exclamação indignada:

— Espera aí, uma tarde toda de treino e você só acerta o alvo porque queria comer? Tá brincando com a minha cara?

— Precisava de um estímulo mais forte, comida e refrigerante sempre são estímulos de primeira linha – Ernest balbuciava com a boca cheia de bolinhos de baunilha.

A garota deu um risinho fraco, observando o amigo devorar a cesta praticamente sozinho.

(...)

Após o jantar, todos se encontraram novamente sob o comando de Quintus para a realização da atividade noturna.

— Não devia estar usando armadura? – Percy virou-se para o filho de Atena.

— Ah, elas me cansam, prefiro lutar sem nada.

— Uhn... – O semideus pareceu um pouco desconfortável com a opção do companheiro – O velório é seu.

— Muito bem! – O instrutor grisalho começou a passar as instruções, dividindo todos em duplas para a caça às coroas de louros, claro que a maioria dos pares eram óbvios: Os irmãos Stoll, Percy e Annabeth, Ernest e Peggy... E alguns não tão óbvios, como Tyson e Grover.

(...)

— Certo, acho que devemos ir por ali – A filha de Apolo apontava para a esquerda – O terreno é mais inclinado por lá, faz sentido que criaturas desçam, poupariam energia física.

— Mas acho que tem algo por ali, tem uma movimentação de algo maior que um humano e com certeza não é uma ninfa ou dríade.

— Confie em mim! – A garota começou a andar na frente.

— Certo – O rapaz revirou os olhos e apertou o passo – Só não se separe de mim, provavelmente é um trabalho que precisamos fazer juntos, Quintus é bom, não ia deixar um desafio fácil.

Em um momento de puro instinto, o semideus segurou nas tiras de couro da armadura de Peggy, puxando-a para trás no mesmo instante em que um ferrão se materializava no exato ponto onde ela se encontrava: Um baita escorpião surgia das sombras.

— Qual o plano? – A garota não teve nem tempo de agradecer e já pulava para longe do alcance do escorpião, que tentava acertar a dupla com suas pinças.

— Suba nas árvores e manda as flechas nele, vou tentar feri-lo com as facas.

— Sozinho você não consegue!

— Confia em mim! Achamos o monstro porque confiei em você, deixa essa comigo agora.

O rapaz pegou uma das facas mais leves e atirou, acertando a base da cauda do escorpião, fazendo-a agitar-se para todos os lados.

— Má ideia – A garota atirava as flechas freneticamente, visando a base da cauda e a provável cabeça do escorpião, só conseguindo irrita-lo mais – Má ideia!

O garoto rolou para frente, entrando embaixo do escorpião e golpeando-o com a faca maior, sem grande sucesso em questão de danos, porém quase ganhando um pisão do monstro em seu peito.

— Ernest, sai daí! – Peggy gritou, ao mesmo tempo em que pulava da árvore, desviando de um golpe do ferrão. A garota caiu rolando no chão, enquanto o mestiço se afastava do monstro, passando por trás das árvores até se unir à companheira, que perguntou sem tirar os olhos da criatura – Plano B?

— Matar o monstro pra eu pegar minha faca de volta, eu gosto dela – O filho de Atena lambeu os lábios, pensando – Certo, tive uma ideia, mas você não vai gostar.

— Depois de falhar miseravelmente na primeira tentativa, manda ver.

— Certo – Dito isso o garoto começou a subir na árvore mais próxima – Distraia ele por uns minutos.

— Oi? – A filha de Apolo recuou para ficar fora do alcance das pinças, enquanto atirava flechas que só serviam para enfurecer o monstro, levando-o a persegui-la.

— Continue andando até ele passar dessa árvore – O garoto sacou a segunda faca menor, mirando na pata traseira esquerda da criatura – Um pouco mais!

— Anda logo, demônio!

— Falou comigo ou com ele?

— Com você! Acaba logo com isso!

O rapaz se concentrou, percebeu sua visão ficar mais definida, conseguia ver as fendas do exoesqueleto do escorpião, assim como conseguia dizer qual era a parte mais frágil e qual era mais forte, achando um ponto logo na junção perna-corpo que estava praticamente desprotegida. Foi onde lançou a faca, tão certeiramente que o monstro caiu quase que instantaneamente.

— Agora! Flecha nesse bicho!

A menina nem precisou do aviso, o escorpião mais parecia um porco espinho à essa altura do campeonato, logo se desintegrando em pó, deixando apenas o embrulho de pano e uma placa da carapaça do tamanho da antebraço de Ernest. Ambos se aproximaram para verificar se as coroas estavam lá, não queriam perder os frutos daquela trabalheira toda.

— Eu acho que depois dessa – Ernest sentou-se no chão, sendo seguido pela amiga – Merecemos uma Coca bem gelada, não?

Peggy sorriu e a única coisa em que Ernest conseguia pensar era sobre como ela estava bonita à luz do luar, mesmo que não tivessem matado o monstro portador das coroas, tudo parecia bem, afinal era só um jogo para treina-los e, de qualquer modo, tinham muitos campistas para poucos monstros. O rapaz pegou a placa como troféu e ajudou a garota a se levantar, juntos voltaram para o acampamento para se reunir com os outros.


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