Zombie apocalypse - You need to survive escrita por Gabii Amorim


Capítulo 7
O plano


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/719886/chapter/7

#Scarlett Anders

" Ninguém sabe quando o mundo vai acabar, mas todos sabemos que tudo, um dia acaba. Este mundo chegará ao seu fim, independentemente de como, seja água, seja fogo, seja gelo, seja guerra, ou, sejam zumbis... Mortos se levantarão e começarão a andar pelas ruas, sedentos por sangue, carne humana e até mesmo ossos. Você tem uma escolha a fazer: Matar ou morrer? Dentro deste inferno, só os fortes sobrevivem. " {Gabii Amorim}

 

Eu estava andando dentro de uma casa, totalmente envolta na escuridão da noite. Atrás de mim, ouvia-se o ruído de passos arrastados. Minhas mãos estavam erguidas à frente de meu corpo, tateando o vácuo a procura de obstáculos aleatórios. Que lugar era aquele? Por quê estava tão escuro?

Eu não conseguia ver nada, nem as minhas próprias mãos, mas as sentia tremer. Estava andando reto há minutos, mas parecia que eu nunca chegaria a lugar nenhum. Tossia constantemente ao inalar o ar empoeirado da casa, todo o lugar cheirava a mofo e naftalina, como se tivesse sido abandonado há anos. Mas eu sabia, por alguma razão, que aquele lugar não estava totalmente vazio.

Finalmente, senti meus dedos tocarem uma superfície fria e empoeirada. Tateei-a esperançosa e, percebi que se tratava de uma grande janela de ferro, trancada, Fiz um esforço à mais e consegui encontrar o trinco. Desesperada por qualquer vestígio de luz e ar puro, destravei o trinco com os dedos hábeis e a mão trêmula e escancarei os dois lados da janela.

O lugar todo foi imediatamente consumido por uma luz forte. Meus olhos, já habituados à escuridão, começaram a lacrimejar e eu os esfreguei com os nós do dedo indicador. Quando finalmente, meus olhos se habituaram à luz, percebi, no súbito, que não se tratava da luz natural do dia, e sim, de uma luz branca e artificial que vinha de uma luminária grande e decorada presa à uma parede de tinta branca intacta, ao contrário da tinta nas paredes do resto da casa. Meti o pé para dentro do portal tentando saltar a janela, mas...
— Scarlett, Scarlett, acorda! A comida está pronta.

Me sentei num sobressalto. Minha testa estava lavada de suor.
— Tá tudo bem? - Perguntou Ruby, com uma expressão preocupada no rosto.
Sequei o suor da testa com as costas da mão e respirei fundo.
— Ah... Estou ótima! - Menti.
— Certo! Vamos comer. - Ruby falou, me ajudando a levantar.
Quando chegamos à cozinha, Jeff estava servindo suco de laranja nos três copos postos à mesa. Quando eu e Ruby nos sentamos, ele também sentou.
— Fique à vontade! - Falou.

Me servi de panquecas, que por sinal, estavam deliciosas. Meus pensamentos porém, estavam fixos naquele sonho estranho que tivera. Não conseguia me lembrar de ter, algum dia, visitado aquele lugar, e mesmo que tivesse, não saberia, pois quando andei pelo local, tudo estava extremamente escuro. E por que, ao invés de uma porta, colocaram uma janela? Será que a intenção era que ninguém encontrasse a passagem? Mas o que impedia alguém de abri a janela à procura de ar fresco e luz solar, e acabar descobrindo a passagem, como eu mesma fizera? E se aquilo não passasse de um sonho? Se aquele lugar não existisse?

Talvez eu estivesse me preocupando à toa. Afastei o sonho de meus pensamentos e acabei percebendo que o clima entre Ruby e Jeff estava um pouco estranho. Que será que havia acontecido? De qualquer forma, não achei apropriado fazer aquela pergunta à eles.
Mesmo tendo dormido alguns minutos, sentia minhas pálpebras pesarem de sono e meu corpo pedir descanso. Então, terminei as panquecas e segui para o quarto de Jeff com Ruby, e lá nos acomodamos e dormimos no mesmo instante.

* * *

Acordei de um sobressalto; os passarinhos, lá fora, cantavam felizes. Esfreguei os olhos. Estava ouvindo uma música distante; conhecia aquela música. Percebi, então, que se tratava de meu celular tocando. Me sentei na cama e levantei o travesseiro, a música imediatamente ficou mais alta. Peguei meu celular e vi um rosto muito bonito e sorridente olhando para mim. Era o meu pai. De cabelos lisos e castanhos quase ruivos, seus olhos verdes e pele rosada contrastava perfeitamente. Ele estava me ligando.
Sorri e atendi o telefone ansiosa.
— Pai! - Gritei.
— Filha, você está bem? - Perguntou ele com a voz afobada.
— Estou, onde você está?
A ligação começou a ficar ruim e algumas interferências começaram a cortar a voz dele.
— Esc... filha, vá ao po...ão...
— O quê? - Perguntei sem entender, me levantei da cama e comecei a andar pela casa à procura de uma melhora na ligação. Finalmente, consegui uma melhora considerável na sala de estar, próxima à porta de saída.
— Você precisa ir ao porão, a porta está trancada mas a chave está abaixo da madeira quebrada, numa pequena caixa de papelão, velha. Pegue tudo o que precisar e saia daí o mais rápido possível. - Falou ele, rápido.
— Mas para onde vou? - Perguntei.
Jeff e Ruby ouviram a minha voz e vieram correndo da cozinha, Ruby segurando um pano de prato. Ambos me olhavam confusos.
— Você tem que vir até nós, tem de vir para São Francisco, nos encontre próximo ao Forest Hill no... - A ligação deu-se por encerrada, deixando apenas o irritante som repetitivo: " Tu, tu, tu... "
Tirei o telefone do ouvido e o fitei incrédula. Logo quando ele ia dizer o lugar exato.
— Droga! - Murmurei.
Tentei ligar novamente mas a voz gravada da mulher, insistia em dizer que não havia sinal.
— Mas que...
— O que houve? Com quem estava falando? - Perguntou Ruby.
Contei a Ruby e ao Jeff o que meu pai tinha dito.
— Bom... então já temos para onde ir - Disse Jeff.
— O problema é que Forest Hill não é tão pequeno assim, e ele não chegou a dizer o local exato. - Falei. - Mas, de qualquer forma, vamos para lá, sim.
Comemos ovos com bacon e nos preparamos para sair. Colocamos as mochilas nas costas e nos juntamos na cozinha para terminar de planejar tudo.
— Ok, acho que o Jeff deveria ficar para atrair a atenção dos infectados pela janela, por que você só tem a faca curta, eu e Ruby temos o machado e a machete que com certeza será mais prático na correria. - Falei.
— É... Ok! - Jeff enfiou a mão na mochila e tirou uma espécie de buzina com uma cordinha preta, que ele enfiou no pescoço. - Isso vai servir.
— Eu e Ruby vamos sair assim que você já tiver chamado atenção o bastante, e então vamos matá-los pelas costas. Após liberarmos o caminho o suficiente... Ei, tem outra buzina dessa ai?
— Tem - Falou Jeff enfiando a mão na mochila, tirando outra buzina igual e a colocando em meu pescoço.
— Obrigada! Continuando... Após liberarmos o caminho suficiente para passarmos, eu toco a buzina e então, Jeff, você saberá que a barra está limpa e virá até nós. Aí, corremos para a minha casa. Entenderam?
— Sim! - Responderam Ruby e Jeff em uníssono.
— Vamos lá! - Falei.
Com as mochilas nas costas e armas em mãos, Jeff se dirigiu à janela do quarto e eu e Ruby fomos para a porta dos fundos.
Eu e Ruby estávamos paradas em frente à porta dos fundos com a mão na maçaneta, quando ouvimos, de longe, o barulho da buzina e os gritos distantes de Jeff:
— HEY, SEUS HORROROSOS, VENHAM ATÉ AQUI!
Esperamos mais 5 minutos, abrimos a porta o mais silenciosamente possível e saímos.
Como planejado, os infectados estava, virados de costas para nós tentando, sem sucesso, encontrar a origem do barulho. Eu e Ruby nos aproximamos, tentando não fazer barulho, e enfiamos nossas armas-brancas na cabeça dos 2 infectados mais próximos. Alguns deles ouviram e se viraram para nós, mas isto já era esperado. Continuamos matando todos os infectados à frente, vez ou outra girando nos calcanhares com os braços erguidos e armas preparadas, para acertar três ou mais ao mesmo tempo, o que os fazia cambalear, nos dando tempo para matar cada um deles antes que pudesse, sequer, se aproximar de nós.

Na empolgação de o plano estar dando certo, não percebemos que havíamos adentrado a orla de infectados, ficando rodeadas por uns 8 deles.
Eu e Ruby demos as costas uma para a outra, girando no mesmo lugar para olhar de vários ângulos. E então, atacamos.
Meti o machado no joelho do mais próximo para ganhar tempo, ele caiu, enfiei o machado em sua cabeça.
Menos um...
Girei nos calcanhares bem a tempo de ver um infectado muito próximo a mim, prestes à dar o bote. Enfiei o machado em sua cabeça imediatamente.
Menos dois...
Quando me virei, um terceiro infectado já havia embolado seus dedos, brancos e ensanguentados em meus cabelos, dei um passo para o lado quando este, avançou para cima de mim, o que o fez cair de cara no chão. Enfiei o cabo do machado em sua cabeça com tanta força, que seu crânio estourou voando sangue para todo lado, inclusive, em meu rosto.
Menos três...
Outro se aproximava, segurei o cabo do machado com as duas mãos e dei impulso. Cortei-lhe a cabeça fora. O corpo caiu imóvel, a cabeça rolou pelo asfalto.
Menos quatro...
Às minhas costas, ouvi algo cair no chão com um baque surdo. Me virei e vi, Ruby havia matado o último que restara.
— Isso encerra a minha conta. Bom trabalho! - Falei, sacudindo o machado para escorrer o sangue.
Apertei a buzina e em 5 minutos, Jeff apareceu correndo. Ele olhou para as carcaças no chão ensopado de sangue e abriu um largo sorriso.
— Uau! Vocês são demais!
Eu e Ruby sorrimos.
— É, nada mal. - Falei.
Corremos na direção contrária das centenas de infectados que vagavam enfrente à escola e rumamos para a minha casa.
Me sentia confiante. Meu plano dera certo!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Olá... Tudo bem?
Eai, o que acharam deste novo capítulo? Eu achei que ficou muito legal, estou satisfeita, mas me diz ai o que você achou também.
*Próximo capítulo: 13/01/2017 - Sexta-feira*
Não deixe de conferir!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Zombie apocalypse - You need to survive" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.