Ponto de Ruptura escrita por Bia


Capítulo 6
Sete dias




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Sete dias

Época da separação

 

Se Naruto foi procurá-la no dia seguinte, Hinata não poderia dizer, pois não esperou.

Como se estivesse vivendo um pesadelo bizarro, a Hyuuga escreveu um bilhete para os filhos e saiu de casa apenas com a roupa do corpo; sem saber exatamente para onde ir, mas impossibilitada de permanecer debaixo daquele teto. Permitiu ser guiada pelos pés e ficou um tanto surpresa quando notou que estava parada na frente dos terrenos do clã Hyuuga.

Mais surpreendente ainda foi a reação calorosa do pai ao vê-la. Colocando o braço ao redor dos ombros dela e puxando-a para dentro da casa principal, Hiashi dizia com carinho que ela poderia ficar pelo tempo que quisesse e que não permitiria que qualquer ser indesejado se aproximasse.

Oh, então ele já sabia, Hinata pensou e, mesmo sabendo que não era ela quem deveria se envergonhar, sentiu as bochechas corarem.

Os filhos apareceram não muito depois, preocupados e tristes.

— Preciso ficar um pouco sozinha. — disse a eles com uma calma fingida, mas sem conseguir encará-los. Não depois da noite passada.

Boruto e Himawari se entreolharam desconfiados, mas pareceram entender e se revezaram nas visitas à mãe, coisa pela qual Hinata era grata. Estando com um de cada vez, ela conseguia esquecer, por alguns minutos, o que tinha acontecido... o que estava acontecendo entre eles. Ter conhecimento disso, desse relacionamento, a deixava perturbada e ansiosa, as mesmas perguntas se repetindo em sua mente: o que ela deveria fazer? Era sua culpa?

Hanabi voltou de uma missão diplomática no quarto dia da estadia de Hinata e, provavelmente, já estava ciente do ocorrido, visto que não se surpreendeu com os olhos muito vermelhos e os lábios caídos da irmã. A abraçou com força e ficou deitada, em silêncio, com ela durante o dia, dispensando todos os seus deveres. No sexto dia, porém, a líder do clã teve que partir novamente, mas não sem antes apertar as mãos da irmã mais velha e lhe lançar um olhar imperativo e edificante.

Hinata entendeu, retribuiu o aperto dizendo quase como brincadeira, até sorrindo:

— Quem você acha que eu sou?

No sétimo dia, a ninja agradeceu ao pai e decidiu voltar para casa. Seus filhos precisavam dela e viver se escondendo era algo que não faria. Hiashi a apoiou, mas disse que as portas do clã sempre estariam abertas. O pai a acompanhou até a saída, como se a estivesse escoltando e a Hyuuga não precisava perguntar o porquê. A presença de Naruto foi uma constante durante todos os dias.

Do lado de fora, seus filhos a esperavam, ansiosos. Himawari se jogou em seus braços e Boruto segurou sua mão, igual quando era pequeno. Hinata apoiou o rosto no pescoço da filha e fechou os olhos. Fechou os olhos de todas as maneiras. Não conseguia entender como isso tinha acontecido e nem o motivo, não sabia o que poderia dizer e nem como tocar no assunto e por isso decidiu que, no momento, o silêncio seria sua forma de ajudar. Não apoiava a atitude dos filhos, mas guardaria o segredo deles.

Positivamente, chegou a pensar que tinha se enganado, que era só uma fase... Hoje via que estava errada, mais uma vez.

No caminho para casa, Himawari segurou em um dos braços da mãe e Boruto no outro; eles riram e contaram que ela ficaria surpresa ao ver como a casa estava limpa e arrumada e que tinham feito um jantar especial para ela.

 — Onii-san chegou a lavar a roupa. Ele encolheu tudo, mas pelo menos tentou. — a filha contou sorrindo e Hinata riu verdadeiramente ao ver o filho sem jeito e tentando explicar o motivo do encolhimento.

A Hyuuga sentia o olhar das pessoas em sua nuca conforme andava e notava os sorrisos benevolentes, mas seguiu com a cabeça erguida prestando atenção apenas aos filhos e a constante presença que a seguia. A limpeza da casa realmente a surpreendeu e o jantar especial a alegrou. Bolt e Himawari se comportaram como os irmãos que eram, sem qualquer momento estranho, entretanto Hinata estaria mentindo se não dissesse que ficou aliviada quando o filho partiu para uma missão.

A hora de dormir foi difícil. Não sabia se estava pronta para passar pelas portas do quarto, ver a cama de casal, as roupas laranjas... Gentilmente, mandou a filha para a cama e disse que arrumaria algumas coisas na cozinha. Himawari desejou boa noite bocejando e se retirou informando que sairia para uma missão muito cedo no dia seguinte. Depois de um tempo sem fim apenas sentada no sofá, Hinata se ergueu, andou até o corredor, viu a porta do quarto... Pé ante pé, ela se aproximou e abriu de uma só vez e ofegante.

Nada tinha mudado. O quarto era o mesmo, agora cinza e gelado e Naruto não estava ali. Suspirando, trocou de roupa, deitou na cama, fechou os olhos e respirou fundo, sentindo o perfume no ar. Não dormiu logo, mas quando o fez foi algo pesado e necessário.

Quando acordou Himawari já tinha partido, o sol já estava alto no céu e Naruto estava na porta.  


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