Dear Santa escrita por Ariel F H


Capítulo 1
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Notas iniciais do capítulo

Ooooooi ♥
Eu sei que o Natal acabou há tipo, três horas, mas shiiiu vamos fingir que não e eu to postando isso a tempo do Natal asldjfaosidjfa
Espero que vocês gostem ♥



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— Nós temos cinco cartinhas essa ano. — Will disse enquanto colocava os envelopes em cima da mesa.

Nico sentou-se em uma das cadeiras, tinha uma xícara de café nas mãos. Talvez ele não devesse beber cafeína perto da meia noite.

— Eu lembro quando eram apenas duas. — falou Will, se referindo às cartas. — Lembra? Apenas June e Davi.

Nico riu.

— Ainda falta um mês para o natal. Não fique emotivo tão cedo.

— Não diga para eu não ficar tão emotivo. June fará nove anos daqui um mês. Eles estão crescendo. — Will sentou-se também. — Pedra papel ou tesoura? — perguntou.

— Claro.

— Um de nós vai ficar com uma carta a mais.

— Espero que seja eu.

Eles tinham aquela tradição desde o primeiro filho. As crianças escreviam cartas para o Papai Noel, Will dizia que iriam levar para o correio, então os dois liam e compravam os presentes. E, claro, colocavam os embrulhos embaixo da árvore de natal quando chegasse o dia.

Nico não conseguia entender por que diabos comemoravam o Natal. Ninguém naquela casa era cristão, mas era divertido de qualquer forma.

Nico ficou com as cartinhas de June, Raphael e Davi. Will com as de Íris e Sara.

Will pareceu chateado por ficar com uma a menos. Nico achou graça.

— Pelo menos eu sou o...

— Ah, não me venha com aquilo de novo. Eu não me importo que me chamem de pai e chamem você de...

— Eu sou o papai. Eles me amam mais. — Will fingiu m ar de superioridade.

Nico riu e colocou os pés em cima da mesa, enquanto abria a primeira carta. Will brigou com ele por isso, então sentou-se com as pernas cruzadas.

— Davi quer uma espada igual a minha. — Nico disse, após ler o que o filho havia escrito — De ferro estígio.

— O que? Não podemos dar isso.

— Claro que...

— Nico, ele tem sete anos!

— Ok, ok. Talvez uma de brinquedo?

— Talvez. Íris quer um kit de mágica. Não estou surpreso.

— Nem eu.

— Uh, Sara quer uma daquelas bonecas super caras.

— June escreveu a carta de Raphael. Que gracinha. Ele agradeceu por a gente existir e quer uma piscina de bolinhas.

— Sério? Me deixe ler isso.

Will sorria enquanto lia. Raphael tinha seis anos quando foi adotado. Ele é cego, por isso seria muito difícil ser aceito em uma família. Will o conheceu por acaso no hospital. Raphael tinha quebrado o braço e foi atendido por Will.

Todas as crianças acabaram sendo adotadas pelo mesmo método. Will as conheceu no hospital. Elas não tinham família. Agora, eles eram uma grande, grande família. Porque Will ama crianças e Nico ama ter uma família.

Aquela palavra ainda lhe deixava meio tonto. Família.

— Oh, Rapha é um fofo. Nico, precisa... Nico?

Nico estava concentrado demais lendo a carta de June.

— Nico?

— Por Hades...

— O que há de errado? Nico? O que June escreveu?

— Espere.

Nico estava lendo a carta pela segunda vez, com mais atenção.

Como todas as outras, havia pequenos erros de gramática e as vezes era difícil de entender as letras.

“Querido papai noel,

Como o senhor está?

É a minha qinta vez escrevendo uma carta para o senhor mas não quero pedir nenhum presente este ano. Na verdade quero sim mas não dá pra comprar isso.

Eu amo minha família. Meus irmãos e meus dois pais. Eu apenas quro que Amy e Danni parem de falar coisas horríveis só por que eu tenho dois pais e nenhuma mãe. Elas dizem coisas muito feias então não vou repetir porque são palavras que não devo falar.

Papai diz que devemos contar para ele quando algo assim acontece mas eu nao quero que ele fique triste.

Só quero que parem de implicar com isso porque minha família é a melhor família do mundo e eu amo meus pais e eu sei como eles ficam tristes qundo isso acontece.

Beijos papai noel.”

 

Nico encarou o marido. Will arrancou o papel de sua mão e começou a ler. Nico se levantou, indo em direção a cozinha, com a xícara de café em mãos e jogou o líquido preto pela pia. Estava frio. Mas ainda tinha um pouco da cafeteira. Encheu a xícara novamente

Ouviu a respiração de Will segundos antes de ser abraçado por trás.

— Achei que já tínhamos superado isso. — Nico disse, secando uma lágrima solitária que caia pela sua bochecha. Era ridículo chorar por aquilo.

— Eu também. — Will falou baixinho. Então tirou a xícara de sua mão e a colocou sobre a mesa. — Pare de tomar tanto café.

Nico virou-se para ele.

— Vamos trocar de escola.

Will negou com a cabeça.

— Não. Não vamos.

Nico emitiu um som com a garganta e colocou a palma das mãos em frente aos olhos. Estava irritado. E chateado, como June dissera.

— Ei. — Will tocou em seus ombros. — Você sabe que não dá pra impedir essas coisas. Sem vai haver alguém para...

— Eu sei.

Nico o abraçou e escondeu o próprio rosto no ombro de Will.

— Vamos falar com eles amanhã. — Will afagou seus cabelos. — E ligar pra escola também. Não vai ficar impune. Não de novo.

Nico concordou. As vezes parecia que o único lugar seguro no mundo era ali, nos braços de Will.


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Notas finais do capítulo

solangelo eh tão lindo eu quero chorar.
Foi curtinho mas foi de coração. Deixem seus comentários e me avisem de qualquer erro please ♥

Paz, amor e empatia