— FELIZ NATAL, YUUUUUURI!  — Viktor entrou gritando e logo abraçou seu amado katsudon

— Feliz Natal, Viktor. – respondeu de forma mais discreta, abraçando-o de volta

Hoje é dia 24 de dezembro, véspera de Natal. No Japão, como a religião oficial do país é o budismo, as pessoas só saem com os amigos ou com seus amados para comemorar a data. Na Rússia, país de origem de Viktor, diferente da maioria dos países europeus, a data é comemorada apenas no sétimo dia de janeiro. Encontrar uma maneira para comemorar o feriado havia sido um tanto complicado. Viktor sugeriu que fizessem uma brincadeira chamada “amigo secreto”, que ele havia aprendido com um amigo do Brasil. A brincadeira ocorre da seguinte forma: cada participante tira um papel com o nome de outro participante, e não deve contar a ninguém quem é. No dia da brincadeira, através de dicas, os outros tentam adivinhar, quem é. Quando isso ocorre, há troca de presentes. Quem recebe o presente é o próximo que dá as dicas, e assim sucessivamente. Todos acabaram concordando com a ideia e a forma de comemoração foi escolhida.

Outros amigos de diversas nações também se juntaram à festa: Phichit e seu treinador, Celestino, Chris, até “Yurio” e Otabek apareceram, não pareciam muito felizes em estar lá, mas estavam. Minami, sua irmã, Mari, e Minako também estavam presentes. Yuko e Takeshi infelizmente não puderam comparecer, pois estavam em uma viagem em família com suas trigêmeas.

Viktor havia sido o último a chegar, havia acabado de chegar, inclusive, do aeroporto. Recentemente ele tivera alguns problemas com seus documentos e tivera de retornar à Rússia para resolvê-los. Devido ao mal tempo, os vôos foram cancelados até segunda ordem e foi obrigado a esperar as questões climáticas se resolveram. Mas a espera valeu à pena, afinal, agora vai poder matar um pouco as saudades que sentia de Yuri.

Um tempo depois se colocaram em roda e se prepararam para começar brincadeira. Giraram uma garrafa vazia de saquê para decidir quem seria o primeiro a dar o presente, que parou bem em... Yuri.

Yuri havia tirado Phichit, como lembrou que o inseparável pau de selfie do amigo quebrara há pouco tempo, ele pensou que esse seria um bom presente. Phichit, por sua vez, tinha tirado Otabek e lhe deu um capacete vermelho. Otabek por coincidência havia tirado nosso querido Yurio e lhe presenteou com uma camiseta com estampa de uma pantera.

— Eu adorei. – o loiro parecia quase alegre – Mas eu prefiro tigres.

É, ele não tem jeito.

Yurio havia tirado Chris e lhe deu uma sunga cor de laranja bem pequena. Chris tirara quem? Ninguém mais que Viktor Nikforov. O presente escolhido havia sido uma cueca vermelha bastante... Peculiar. Se a sunga era pequena, a cueca era muito, muito menor, quase um fio dental.

Era a vez de Viktor entregar seu presente. Foi para o centro da roda e começou as adivinhações:

— Meu amigo secreto é uma pessoa que eu conheci de uma forma bem... Bem peculiar. – Viktor contava - Há um ano ela estava na festa, quietinha, na dela, mas depois de exatas dezesseis taças de champanhe... – o russo percebeu alguns olhares questionadores estranhado a informação, então parou de falar por um momento e logo se explicou - Pois é, eu contei. É que eu já estava de olho nessa pessoa desde o início. – fez outra breve pausa e retornou à história - Enfim, depois disso, essa pessoa ficou um pouco diferente. Alegre, carinhoso, engraçado e muito bom no pole dance, nós dançamos a noite toda. – as bochechas de Yuri já estavam ficando vermelhas, será possível que aquela noite o perseguiria pelo resto de sua vida? Pelo menos ele já sabia quem havia o tirado, mas não disse nada. Queria saber como a história iria terminar. - Então eu cruzei o oceano por esse homem e jurei que o ajudaria a ganhar a medalha de ouro na final do Grand Prix. Nós podemos não ter ganhado esse ouro, mas agora temos outro ouro bem mais precioso. – Viktor abriu um grande e mostrou a aliança em seu dedo, a aliança que Yuri havia lhe dado. - Yuri, eu tive de resolver muitos problemas durante a viagem e fiquei sem tempo de comprar um bom presente. – falou - Mas eu trouxe uma coisinha pra você! Eu vi e só me lembrei de você, katsudon.

Yuri se levantou e foi até o centro da roda, pegando o presente e o abrindo com cuidado. Era um porquinho da pelúcia. Yuri abriu um pequeno sorriso, achou associação da pelúcia com seu apelido bem fofa, de certo modo.

— Obrigado, Viktor. – Yuri sorriu novamente, olhando para baixo um tanto tímido

— Feliz Natal, Yuri.

Viktor praticamente pulou em cima de seu querido katsudon e o beijou nos lábios. Um beijo rápido, porém suave e apaixonado. Ali mesmo na frente de todos e não estava nem aí para isso. Yuri, obviamente, havia se envergonhado, mas logo sorriu, colando sua testa na de seu amado e lhe desejou:

— Feliz Natal, Viktor.