Magictale escrita por kissmelater


Capítulo 6
Como você o conhece?


Notas iniciais do capítulo

AEEEE, esse demorou um pouco mais, não? Mas em compensação, quando parei de ser preguiçosa e resolvi começar isso, o resultado ficou até que bom!
O seguinte dears, esse capítulo tem muita coisa jogada no ventilador, coisa que faz parte da base da fanfic. Pode ficar meio confuso, mass



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Pov's Toriel

Um só golpe. Não consigo acreditar.

Os olhos de Frisk, antes marejados, cheios de uma tristeza que me comovera, se encontram com um brilho de divertimento, sorrindo enquanto minhas cinzas começam a se espalhar lentamente pela sala.

Como não percebi antes? Suas roupas com um pouco de poeira, o olhar vazio e os falsos sorrisos que compartilhava, que porém não iluminava seu semblante como o maldoso que estampa agora. Com uma das mãos, tento inutilmente impedir minha morte que se torna apenas mais lenta.

— É ridículo, ficar feliz por isto?-Minha voz sai com dificuldade, sei que ela percebe isto.- F-ficar feliz pela minha morte, por cada golpe que levei e fingia não doer, por cada vez que fraquejei, temendo ataca-la?- Tosso, minha garganta ficando seca pela poeira ao redor. O olhar da pequena mudou por um segundo e estampo um sorriso, molhado por lágrimas.- Não consegui protege-las Frisk. Nunca protegi um só criança, todas que caíram MORRERAM PELA MALDITA ORDEM DE ASGORE!

Soluços saem de minha garganta descontroladamente, um sorriso que antes estampava virou uma careta de dor no meio de gritos, tentando impedir o inevitável. Não posso partir, morrer sem ao menos avisar. Avisar que a culpa sempre foi minha, de uma rainha má, de uma péssima mãe, de uma guardiã que que trouxera a perdição para sua própria casa. Para o lar de vários monstros, cuja poeira ainda se juntaria as minhas.

— Elas eram inocentes. Morreram pois não consegui… Não consegui… Todas as sete… Levaram para o tumulo seu sorriso e uma tentativa de salvar este maldito… inferno… Mas você, Frisk, por quê?

— Elas levaram a inocência consigo, levaram a esperança de salvar este lugar amaldiçoado, levaram consigo bondade, perseverança, paciência e cada uma de suas virtudes… Feiticeira, eu não irei morrer, minha determinação não irá servir para ajudar este lugar, apenas eu mesma.- Frisk se aproxima bem, me olhando no fundo dos olhos. Seu olhar porém, se perdia em algum lugar e quando isto acontecia, lágrimas ameaçavam sair.- Este lugar ainda não experimentou o inferno bruxa, é para lá que estou te mandando…

Fecho os olhos, com um “Verdade” sufocando na minha garganta. A imagem de Asgore se passa na minha mente e me arrependo de não tentar faze-lo entender a verdade. A imagem de Asriel se passa na minha mente, e me lembro de seu inocente sorriso morrendo. A imagem de Chara vem…

E a poeira se vai com um sopro.

Pov's Frisk

Rio, limpando o canto de meus olhos que, por incrível que pareça se encontravam levemente úmido. Depois de tudo, estranho esse lado meu ainda ter um coração, estranho qualquer lado meu ter. Após tempos, percebo minha mente até mais… leve e ao perceber isso simplesmente corro, saindo do porão de Toriel com rapidez quase que absurda, tirando poeira de minhas roupas ao fazer isto e segurando com certa delicadeza a alma da feiticeira com ambas mãos.

Sua alma… enquanto a maga se desfazia, sua alma permanecera fora do corpo, ora iluminando o local com uma luz branca, que mudava para vermelha várias e várias vezes, o que deixava o corredor macabro de muitas formas. Rachava lentamente, como uma morte dolorosa e abrigando-a em minha palma fizera isso parar rapidamente.

Sérias duvidas se coloco uma alma no bolso.

Corro ate o quarto, sem preocupação de fazer barulho, ciente que a alma não me reprenderia. O lugar parece ter esfriado, tentando recordar de ter visto a brilho da lareira acesso como antes, entretanto sem saber ao certo e com pressa de chegar no destino. E apanho minha blusa, a que trouxera comigo suja de sangue e poeira, fora um pouco das flores douradas do começo de toda jornada, jogada em um canto ao lado da mochila.

Sem cerimonia alguma, rasgo um pedaço da roupa, conseguindo uma tira de tecido azul bastante longa, porém não muito larga. O suficiente para envolver a alma, e prende-la em minha cintura como um cinto improvisado com um simples pingente que agora, brilhava não com a mesma intensidade de antes e somente em branco. A rachadura não mudara nada e isso é um alivio.

Suspiro, pensando no porque de ter abrigado a alma da feiticeira em minha mão com ternura até, em vez de destruí-la, ato que uma parte de mim implorar para que cometa. Mas a curiosidade me impede, vontade de cuidar dela até vê-la partir e descobrir porque ela durara tanto, mesmo depois de seu corpo ter sido destruído com um golpe. Perguntas sem respostas ainda me eram parte de tanta motivação para seguir a jornada desse jeito.

Olho para a mochila e retiro cada um dos materiais, cada um dos cadernos e livros, observando-os. Não posso ficar aqui por tanto tempo e muito menos levar tanta coisa comigo, ainda mais se for levar comida e suprimentos. Com essa noção, retiro todos os livros e deixo dois cadernos, um para uma especie de diário e outro separado para cada informação de irei adquirir aqui, como anotações sobre a pálida alma de Toriel que são feitas as presas. Escrevo também sobre as crianças antes caídas, poderes que talvez tenha, que monstros que já enfrentei tem e mais anotações sobre mim mesma.

— Não posso sair daqui com pouca informação.- Digo para mim mesma, colocando os dois cadernos na mochila, roupas que sobraram e estojo de lápis e caneta lá, revisando muitas vezes, tenho certeza que não esqueci de nada antes de deitar.

//Quebra de tempo//

Ajeito a mochila em meu ombro, fechando os olhos, pensando sobre o local que agora deixaria. Não faz sentido ficar por mais tempo, não quando tempo é precioso que cada forma possível. Impossível também.

Vou até a cozinha, procurando alguma coisa comestível e apenas encontro a torta que Toriel fizera para mim antes de morrer. Lembrar dela não me traz lembrança alguma, seu rosto já se apagara da minha memória, assim como sua voz e jeito, apenas me recordo da maneira bondosa que me tratara. Porém, apesar disto, culpa pela sua morte não me afeta, e pelo pouco tempo que fiquei também não me perturbara.

— Onde estão as facas?- Sussurro, mais para mim mesma sabendo que não há ninguém pelas redondezas. Toco a torta, pensando em como guarda-la ate que esta simplesmente some.- Pera, quê?

Na minha frente agora tem uma janela, como a de um menu de antigos jogos. Surgira por que quis saber onde a torta foi? Sério?

Suspiro, meio perturbada. Depois de tudo que passei, tudo me assusta neste novo mundo: desde quem habita-o até como este funciona. Sempre gostei de jogos, mas estar presa à um me assusta, ainda mais quando sinto que não sou eu quem esta no controle. Fecho o menu, sem ao menos conferir outras funções e vou para o sótão, passando devagar por cada um de seus corredores, vazios.

A luta contra Toriel volta, cada detalhe antes esquecido ao chegar perto da porta e ver sua túnica abandonada em um canto apenas ajuda cada uma das lembranças florescerem. Por um segundo, consigo imaginar ela me guiando para esta porta, com uma tristeza que se esforçava para não mostrar. Consigo me ver a abraçando e jurando proteger o local onde caíra, ser alguém bom, por mais que o futuro seja incerto para ambas. No vislumbre, a felicidade da feiticeira importava mais do que viesse para me abalar.

A cena some tão rápido quanto veio, e atravesso a porta encontrando Flowey:

— Hahaha, uau, você é sequer humana?- Não respondo, afinal, não sei qual a resposta digo para a flor.- Você simplesmente acabou com todos naqueles estúpidos corredores e no final… Com um golpe final acabou com a maga… Hahahahah!

Sua gargalhada ecoa pela sala, quase que assustadora pela intensidade do som e as expressões que fazia durante suas frases. O jeito que julga é curioso, parece estar feliz pela morte deles e me pergunto o que estes fizeram para que a flor tenha tanto ódio.

Mas de um lado, o que fizeram para mim?

Pisco, afastando este pensamento e me lembrando de tudo, mesmo que as cenas doessem tanto quando os golpes de Flowey e de Toriel.

— Chara, é você?- Isso doeu mais, escutar este nome. Arquejo, com os olhos marejados, lembrando do sorriso que ele dirigia para mim, antes de cair neste lugar.- Eu sabia que voltaria, sabia! Afinal, depois de tudo… Ainda somos melhores amigos.

Ignorando meu bom senso, me aproximo do monstro, com punhos fechados e expressão cheia de fúria. Posso falar tanto, aproveitando de como o pequeno parece assustado pela minha mudança repentina de humor. “Não sou Chara.”, “Não me compare à ele.”, “Como sabe seu nome?”, “Você não tem direito de falar o nome dele.”

Porém de meus lábios apenas saí uma frase:

— Ele te despreza.- Saio, ignorando o suspiro que a flor soltara, como meu corpo tremia em resposta ao nome e o rosto dele, que ocupa minha mente de forma dolorosa. Ouvir Flowey perguntar, dizer o nome dele com algo semelhante a saudades…

Balanço minha cabeça, evitando pensar no dialogo e me concentrar apenas no corredor, cuja cor parece sempre clarear, indo de roxo até um lilás claro. Longo e extenso, sorrio ao cruzar a última porta e encontrar um lugar totalmente novo.

Cheio de neve, me trazendo boas lembranças. Pinheiros altos e parecendo mais mágicos que o mundo em si todo, brisas que balançam levemente minhas mexas e faze-me tremer, de frio. Consigo ver iluminação mais para o fundo e rio, alegre por já ter uma pousada planejada e animada pelo novo lugar a ser explorado.

Sorrio como uma criança pequena quando viro para fechar a porta das ruínas, o sorriso desaparecendo ao me virar e sentir meu pescoço ser pressionado contra esta, por um monstro novo, de olhar repleto do mesmo ódio que as vezes via em meu reflexo.

Pequeno, gordo e semelhante à um esqueleto. Veste um casaco azul e bermuda, sem se importar com a nevasca que surge, com pantufas cor de rosa no pé e sorriso quase que permanente, embora sua expressão não diga que se anima para me conhecer.

— Hey pirralho- A mão em seu pescoço começa a me apertar mais, bloqueando a passagem do ar para meus pulmões. Seu olho esquerdo brilha por um segundo em azul antes de suas órbitas voltarem a ficar vazias e escuras, sem nada lá dentro. Sinto que posso me perder observando-as.- Ninguém te ensinou como se apresentar para um novo amigo?


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Notas finais do capítulo

SANESS
Okay que o Pov's da Tori não ficou tão dramático quanto o do Frogg, porém ainda ficou legal!
Kha, se você não der as caras aqui, eu faço hiatus.
Bye!