Magictale escrita por kissmelater


Capítulo 5
Toriel bloquia seu caminho


Notas iniciais do capítulo

Hey gente! Esse demorou um pouco mais que os outros, certo?
Aqui tem duas lutas, mas não me considero muito boa em escreve-las, sabem? Mas até que fiquei orgulhosa com estas em particular.



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* Toriel bloqueia o caminho

Suas mãos são envolvidas por fogo e a feiticeira se aproxima, pronta para um soco do qual não desvio, pela surpresa. Meu HP desce de forma drástica, porém logo me recupero indo em direção dela com outro soco, também não desviado mas que, com certeza não causa tanto dano.

Toriel ataca novamente, dessa vez a distância: espirais de fogo invadem de forma levemente sincronizada o campo de batalha, fazendo minha alma piscar várias e várias vezes pelos ataques que levo.

— Fuja! Me mate ou fuja!- Ela diz, piscando rápido como alguém que planeja espantar suas lágrimas. Tal comparação me assusta, e o maior motivo disso é por ser verdade, algo simplesmente me alerta disso.

— Eu não vou fugir.- Seu olhar carrega um misto de tristeza e surpresa tanto pelas minhas palavras quanto ao ver me aproximando, rapidamente, aplicando um golpe no estomago desta. A mesma combinação de ataque da rodada anterior surge, me causando de novo muito dano, entretanto menos que antes. Pouco a pouco me acostumarei aos ataques, sei disso.

Tento ganhar proximidade, mas, ainda com fogo cria um circulo em volta de si, que se expandira rapidamente, fazendo-me bater a cabeça em uma das paredes, arrancando um grito de minha garganta. O olhar da maga muda, para algo que contém pura e simplesmente carinho e, se soubesse que ela ainda conter afeto por mim não fosse… impossível… talvez teria demonstrado piedade.

Mas com disse: não vou fugir, e esse pensamento simples me enche de determinação.

Disparo seguidos socos na cabra, tirando um dano bom, mas ainda pouco. Toriel envolve ambos punhos em chamas e esquivo do golpe. Esta faz o mesmo com um chute meu, com graça até, o que me deixa irritada.

Sentia como se fosse desmaiar a qualquer momento e a oponente apenas me encarava, com medo de machucar. Queria que saia dessa batalha, mas eu não tenho planos de ficar aqui, anseio por liberdade cada vez que respiro a merda desse ar! Demonstro isso uma cotovelada direcionada ao braço desta, que acerta tirando quase nada de vida. Esta, aproveita a proximidade e me acerta outro soco.

E sinto meu HP descer à zero.

Me encontro na frente do astro, ao lado da porta aberta da casa de Toriel. Olho ao redor, confusa, vendo minhas roupas com um pouco de poeira novamente, meu estomago roncando e o cansaço fazendo minhas costas arquearem. Exatamente meu estado ao aceitar o save, recordo e dou um pequeno pulo ao fazer isso.

Sabia… Sabia! Esse lugar é simplesmente um tremendo jogo doentio! E eu aceitei ao fazer a maldita aposta com… ARG!

Recupere-se Frisk!” A voz… “dele” ressoa em minha mente, com urgência antes pouco vista. Me sinto um tanto idiota por um dia, ter confundido as vozes de ambos, vendo agora a entonação forçada virando um suspiro parecido com voz “dele”. A saudades já apertava minha alma, a dor parecia que cada golpe levado da feiticeira.

Se ele tivesse aqui estaríamos melhores. Juntos.

Mas agora percebo a diferença, a voz que antes me controlava tremia, minha mente mais clara pela raiva de ter percebido o quão ridículo este mundo se tornou, ou talvez sempre tenha sido.

Ódio sempre me ajudou.

Repito meus atos de antes: tirar poeira de minhas vestes, entrar na sala e ser embalada pela canção, a mesma, a única coisa que não havia ficado repetitiva. A nostalgia que a melodia que traz é sempre bem vinda.

Os atos de Toriel tinham ficado previsíveis, e as perguntas foram repetidas com perfeição, porém, desta vez prestando mais atenção nas mudanças de comportamento e como isso se tornava evidente com certa observação: olhares que não se encontrariam por constrangimento de certa resposta. Antes de me retirar para o quarto, pergunto:

— Toriel, sua magia, como funciona?- Esta me encara surpresa, como se não esperasse isso, o que me assusta. Um silêncio se estende e dessa vez, o rompimento desse dependia apenas da feiticeira, que reponde, mesmo que incomodada. Evidentemente.

— A magia é alimentada por calma. Ela perde o controle se for controlada em cima de qualquer emoção. Raiva, ódio e amor são os maiores causadores disso. Constrangimento se encaixa, de certa forma também.

— E as almas? São a…

— Própria culminação de nosso ser, as que representam nosso estado físico e mental durante as lutas e fora delas. Uma alma amarela brilha de justiça, uma verde pulsa de bondade… As dos monstros são brancas, todas elas. Representando que nós não nascemos prontos para uma coisa, mas que batalharemos por ela.

— E as lutas? Precisamos apertar sempre aqueles botões…?

— Não, sua alma é conectada ao corpo. Caso mova querendo atacar alguém, será como se tivesse apertado aquele botão.

— Ah…- Me viro para ir para o quarto e já entrando no corredor, pergunto outra coisa.- Toriel, e os saves espalhados pelas ruínas?

Um olhar de confusão surgiu em seu rosto, acompanhado de uma das sobrancelhas erguidas e, mesmo sabendo da resposta um tanto óbvia, espero as palavras saírem de seus lábios.

— Criança, não há nenhum… “save” por aqui.

//Quebra de tempo//

Acordo, mesmo sonho e acompanhada pelo mesmo cheiro de torta, o que me faz sorrir. A sensação de saber o que acontecer em seguir é de um lado desesperadora, porém de outro, tão reconfortante quando a torta que saboreio. Não há mais surpresas, mas ainda sim…

Destino. Toriel citou mas no momento, não liguei, nem percebi o quanto essa palavra significaria “prisão”. Talvez eu simplesmente esteja presa aqui, fadada à ou ou aceitar a feiticeira como mãe ou morrer lutando por liberdade. Embora não planeja sentir a morte me levar de novo, a decisão é clara: lutar. Não desistir mesmo que morresse de novo.

A determinação volta a correr nas minhas veias e faz um outro sorriso nascer em minha face.

Visto-me e saio do quarto, dando uma leve olhada para a escada antes de sair e ativar o save novamente. Caso morresse, não teria que fingir novamente.

Ando até o fim do corredor, com uma sensação reconhecida de nostalgia e de lembranças. Toriel parecia ainda mais devastada que o normal, abraçando-se como se precisasse de apoio, com rosto escondido mas com soluços ainda muito audíveis. Me lembro do que dissera sobre almas e percebo que talvez, essa tristeza me impedira de vencer antes.

Só faltava saber como contornar esse problema.

— Toriel. Sei que não quer que eu saia…- Começo a falar, atraindo seu olhar da porta para o meu.- Sei que quer ambas vivendos juntas… Mas isso não vai acontecer: eu não vou ficar presa! Não vou!

— Criança…- Seu lamento traz uma nova onda de lágrimas, que marcam seu rosto mesmo depois destas terem sido enxugadas.- Tenho certeza que sabe então o que virá.

— Uma luta.

— E você vai morrer!

— Não dessa vez.- Falo, sorrindo ao perceber a arena de luta surgindo novamente e a maga em cima desta, me encarando com surpresa.

* Toriel bloqueia o caminho.

Ela se aproxima para dar um soco, do qual desvio facilmente.

“Sabia que uma hora saberia desviar de seus golpes.”

Aplico uma cotovelada em seu estomago, que a faz vacilar em seu próprio golpe, me dando a chance me afastar enquanto a maga se recupera. Esta faz com que surja esferas de fogo, dançando por toda área, causando-me bastante dano já que não consegui desviar de todas.

A luta continua quase que a mesma, o que muda é minha capacidade de desviar com a calma que Toriel tinha citado antes. Os ataques ficaram memoráveis, chegava a ser óbvio a modo que ela fazia isso.

Soco flamejante? Dê um passo para o lado, até para trás consegue desequilibra-lá. As espirais de fogo? Fique entre estas, bem no meio. O escudo que fazia hora ou outra? Fique distante. A luta parece estar equilibrada e temo isso, não vejo batalhando contra mim a feiticeira veloz que preve os ataques. Ela não parece estar ao menos se preocupando, sua expressão ainda desolada e minimamente confiante, como se acreditasse, no fundo que ambas teríamos um final bom.

O mesmo circulo que antes me fizera bater a cabeça repete a ação, me deixando tonta. Ao colocar os dedos no local do ferimento, sinto algo úmido em contato da minha pele, o que me faz levar minha mão ao alcance dos olhos, arregalando os olhos ao ver o líquido vermelho nesta:

“Sangue...”

De repente, perco a vontade de lutar. Perceber isso me desanima cada vez mais, até simplesmente não ter determinação alguma. Olho para Toriel, percebendo em seus olhos lágrimas e mais lágrimas, vindas com tanta rapidez quanto o ataque de socos. Fecho os olhos preparando para morrer e encarar o save novamente.

E de novo. E de novo.

Minha determinação… não é infinita, certo?

Abro os olhos vendo ambos punhos de Toriel perto de mim, um de cada lado de meu rosto. As lágrimas da feiticeira estão bem visíveis agora, o rosto marcado por elas e as chamas apagando de suas mãos. Esta, percebe minha pele e roupas queimadas e murmura pedidos quase que infinitos de desculpas, que somente param quando abraço-a, afundando meu rosto em seu ombro, chorando também. (Sun: AHÁ, parece que certa Frisk tem coração, não é?)

— Toriel…

— Desculpe criança, não é justo com você, certo?- Assinto, cansada de tudo.- Nunca fui forte o suficiente para salvar uma criança sequer… Frisk… Não queria que isso acontecesse contigo…

— Okay… Okay…

A maga me envolve com os braços, num abraço caloroso. Isso me lembra tanto minha casa, família… me lembra tanto que parece ser um tipo de piada irônica. Me pergunto se um dia, alguém saiu para procurar paz e encontrou tão perto de si, como se sentiu. Se algum dia, os planos de alguém se resolveram tão facilmente quanto agora.

Sorrio e encaro Toriel, que faz o quase o mesmo, porém com o sorriso maior. Antes que ela faça algo, coloco ambas as mãos em seu rosto e giro sua cabeça rapidamente, quebrando seu pescoço.

O ódio pode ter feito muita coisa, mas o choro falso me ajudou mais.

Sorrio ao ver seu olhar surpreso perder a vida e ver seu corpo virar pó.

Eu ganhei.


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Notas finais do capítulo

Vocês não fazem IDEIA de como eu quero que tenham acreditado na minha Oc mais doente. De boas.
“Mas Sun, como ela consegui tanta força… e assim tão de repente?”
Vi isso num lugar, para matar a Toriel com apenas um golpe: leve um certo dano, aperte MERCY duas vezes e dê um golpe.
A vida de um monstro na luta depende de sua vontade de lutar. Misericórdia é a prova que o monstro com que luta que apenas sair da luta, sem mais derramamento de sangue… ou de poeira. Podem ver por si mesmo, quando o monstro mostra MERCY, não importa se seu LOVE é 1, ou se a vida do monstro esta totalmente cheia… O menor dos golpes irá o abater.
Toriel sempre quis paz, Frisk apenas não tinha notado isso. Não tinha notado nem ao menos essa pequena regra. Porém, ela notou que apenas poderia derrota-lá com um golpe surpresa, claro, não muito honesto.
Foi como um golpe nas costas na nossa linguagem.
Espero que tenham gostado! Bye!