Magictale escrita por kissmelater


Capítulo 4
Prove para mim...




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Sigo para a porta, vendo bem ao lado desta outro dos diversos saves. Havia me convencido que apenas eu via aquilo já fazia um tempo.

* Determinação

Meu jogo foi salvo.

Levanto uma sobrancelha, ao ver a mensagem alterada, mas de certa forma verdadeira. Não há algo que me encha de determinação em tal lugar e não consigo pensar em porque um dos astros bem aqui, num lugar tão… simples. A casa da Toriel não parecia o lar de alguém que só pela proximidade conseguia sentir sua força.

Seu lar tinha as mesmas folhas alaranjadas na frente desta como um canteiro improvisado e como cada corredor que passei era roxa, com duas janelas e uma porta visíveis na frente. Entro pela última depois de uma última conferida, certificando que não há poeira alguma em minhas roupas, somente vou ao ter certeza.

— Sentiu o cheiro?- A maga pergunta no momento que coloco os pés dentro da casa, que devo dizer, é muito diferente do lado de fora. As paredes são de um tom de amarelo claro e o chão de madeira, clara também. Atrás da monstra uma escada que provavelmente levaria ao porão. Assinto, respondendo a pergunta da mesma.- Esta é a surpresa! Fiz uma torta de caramelo e canela, gosta?

— Claro que sim!

— Que bom, pequena! Vamos para a sala, tenho certeza que tem muitas dúvidas, certo?- Assinto de novo. A mesma é bem diferente da anterior. Embora menor, tem uma mesa, uma poltrona próxima da lareira. Me pergunto se corria o risco alguma faísca sair das chamas e acabar queimando o piso.- Algo está queimando…- EU SABIA!- Criança, sente onde quiser, vou tirar a torta do forno!- OK...

Sento-me no chão mesmo, na frente da poltrona, aproveitando o calor da lareira e a sensação de estar finalmente segura, mesmo sabendo que terei que sair depois. Não fico aqui por muito tempo.

Consigo escutar a feiticeira murmurando uma canção lenta do outro comodo, e começo a sorrir sendo embalada pela melodia lenta, diferente das que acostumei a ouvir na superfície mas que mesmo assim me trás ótimas lembranças, as mais calmas. Me lembro de ter observado o céu quando pequena, desejando uma aventura com as dos filmes que via e amava. Queria que fosse num lugar novo, cheio de perigos sorrindo a cada vitória. Imaginava que seria tão fácil...

Eu era muito burra.

— A torta está esfriando na bancada Frisk.- Toriel chega, interrompendo minhas nostálgicas lembranças, com um doce sorriso no rosto.- Depois provamos, certo? Agora, suas perguntas?

— Magia. Por que apenas vocês, monstros tem?

— Pois vocês quiseram assim.- Levanto uma sobrancelha, mostrado que havia ficado confusa.- A alma é o que nos permite aprende-la, criança. Magia não é complicada e corre como sangue pelas nossas veias. Cada tipo de monstro aprende a que corre mais facilmente, embora alguns tenham se arriscado e tentado aprender mais.

— O que acontece com esses últimos?- Parece que uma sombra cobre seus olhos antes de continuar.

— Magia corre por nossas veias. Com os que se arriscam, param o sangue destas. A maioria morre lenta e dolorosamente, já vi isso acontecer Frisk… Não quero tal visão para mais ninguém.

Um silêncio ameaça dominar o local, porém não permito. Preciso daquelas repostas, cada uma vale muito mais do que a feiticeira pensa. Minha sobrevivência e toda esperança que tenho de sair desse buraco depende simplesmente de informação, não vou parar de perguntar, não quando isso vale a minha vida ou porque isso trás memórias para a maga.

Simplesmente não me importo.

— Humanos possuem que tipo de magia?

— Cada um que passou por aqui tinha sua própria. Não posso dizer qual é a sua, sinto muito.

“A parte pela qual estava mais ansiosa você não tem a capacidade de responder, valeu hein?”

— Okay Toriel… Mas, quantos humanos por aqui passaram?

— Sete. Todos morreram… Mas uma ficou desaparecida.

— Qual o nome dessa? Da criança que desapareceu?- A pergunta com certeza a incomodou, dava para ver pelo olhar, semelhante ao quando ela falou sobre as mortes. Parecia temer me encarar, entretanto ainda me olhava com certa curiosidade.

— Frisk. O nome da garota era Frisk.

Ela desapareceu filha, nunca mais a vi… Nunca.- A voz chorosa de minha mãe parecia tirar lágrimas de meus olhos e fazer que meu instinto mais oculto se despertasse, abraçando-a. Em pouco tempo ambas chorávamos, se perguntando sobre a vida da garota desaparecida.

Tive o mesmo destino que ela.

Me levanto rapidamente, ficando levemente tonta. Me apoio na parede para não cair e ignoro a perguntas de Toriel, esta preocupada sobre minha saúde.

— Desculpa Tori… Preciso descansar.

— Sim… Entendo. Venha.- Ela pega minha mão me guiando até uma porta.- Esse é seu quarto…

Ela bagunça meus cabelos de forma maternal, e sorri, meio encabulada pela informação simplesmente despejada.

— Comprarei roupas para você criança, durma. Você merece.- E com isso, sai, desaparecendo em outros cômodos da casa enquanto entro no da minha frente. Sem me preocupar com a aparência do local, tiro o caderno de minha mochila e anoto o que me lembro, volta e meia distraindo-me com meu próprio nome, a possibilidade dela ter caído aqui, a magia que talvez ative ou pare meu sangue. Tais fatos não saiam dos meus pensamentos, pareciam ter feito morada nestes.

Devia ter perguntado mais sobre os humanos, isso é fato. Talvez muitas das crianças desaparecidas que tinha seus rostos em jornais caíram aqui e nem tenham se encontrado com Toriel. Isso explicaria tanto certos focos de poeira de monstro que vira passando pelas ruínas. Quem sabe conheça-as? O que aconteceu com suas almas? Anoto tais perguntas, muito confusa.

Frisk. Me lembro da garota de mesmo nome do meu, seu rosto estampado em cartazes e minha família procurando entre lágrimas alguém que mesmo que quisesse, não podia sair desse maldito buraco. Lembro-me de mim, ainda criança perguntar porque de meu nome e chorar com minha mãe sobre este:

“Tia… Você que é a criança desaparecida?” Óbvio que não sou respondida e de certa forma agradeço por isso. “Desaparecer em ambos mundos…”

Coloco meu caderno de volta na mochila e deito na cama, preparando para dormir, esperando que isso organize meus pensamentos.

Pov's narradora do sonho

A criança olha ao redor, com lágrimas cristalina escorrendo sobre seu rosto, que caiem nas flores, molhando-as. Seu tornozelo doí o suficiente para não permiti-la se mover, causando mais e mais lágrimas. Parece estar torcido.

Sua pele clara está suja, olhos verdes, vermelhos pelo choro constante e cabelo loiro preso num coque desengonçado. Um pedido de ajuda sai de seus lábios junto com soluços da abandonada pequena.

Alguém veio.

O cenário muda, para outra criança. Porém, essa carrega ódio no olhar e machucados por toda a pele, cicatrizes e hematomas. Alguns fortes monstros seguram seus braços e outros gritam em comemoração. A maldição havia sido pega e outra alma também. A menina grita, xinga e amaldiçoa cada criação subterrânea. Deseja a morte de cada um tão fortemente quando estes queriam a dela e sorria ao ver a expressão assustada deles ao jurar que eles virariam pó. Cada um deles.

Sua expressão não é de alguém que mente.

— Doutor, a alma que pedira! Essa é brava.. AI!- Um chute da mais nova é a razão da dor, desferido com força na costela do monstro.

— Ótimo. Ótimo…- A pequena encara o maior, sentindo sua alma doer por antecipação.

Pov's Frisk

Acordo, me sentando na cama e olhando ao redor. O quarto se encontra escuro e imagino que deva ser Toriel, que apagara a luz. Me levanto, me guiando por móveis até encontrar o abajur, ligando em seguida.

Após conseguir enxergar, percebo junto a uma pequena pilha de roupas, uma fatia generosa de torta no chão, perto de minha cama e me agradeço mentalmente por não ter pisado nela. Pego a fatia e sento na cama, saboreando-a pedaço por pedaço.

Até que Toriel não é má cozinheira.

Ao terminar, pego as roupas e me dirijo ao banheiro do quarto, ambos cor-de-rosa e pequenos, porém bastante arrumados. As vestes em questão são duas calças jeans, duas camisetas, um tipo de casaco e um tênis, todos simples do jeito que prefiro. Saio, continuando a observar tal local, prestando atenção por um momento em m relógio de parece que marca poucas horas da madrugada.

Toriel de certa forma não estava errada, aqui é um ótimo lugar para ficar e mesmo com meu orgulho, admito isto. O lugar não parece perigoso, é confortável e bonito a sua maneira, tem uma beleza que não se encontra na superfície, lugar que vivi por anos.

Seus tons e plantas, costumes… Sei que posso me adaptar. Mas não.

Por melhor que esse lugar seja, quero ver quer deixei. Aqueles que chamo de… amigos. Minha alma parece doer ao pensar nos sorrisos que trocamos e nas lágrimas. Doí ao lembrar dele. Que quer volte a ser como antes e falarei isso para a feiticeira.

Percebo, depois de sair de tão profundos pensamentos um ruído um tanto que contínuo no porão, semelhante a soluços de uma voz conhecida. Murmúrios saem junto de seus lábios, embriagados de pura tristeza, ódio contra alguém e… escuridão. Parece que estou falando como um poeta ruim, porém é o que escuto. Como se torrentes de tudo de ruim que alguém passou saísse da boca de uma só vez.

Num feitiço.

A voz de meu irmão, que já fazia um tempo que não escutava me assusta de várias maneiras: por me surpreender e pela verdade.

Sem me importar com medo, desço correndo as escadas, parando em outro corredor, estreito e parecendo enorme como qualquer um que passei até chegar aqui, entretanto, desta vez vazio e silencioso, tirando a voz que aumentava de acordo com que me aproximava do fim desse. No fim, consigo ver a feiticeira chorando, com seu rosto apoiado numa porta grande e larga, feitiços sendo repetidos ao pararem por culpa do choro constante.

— Toriel… O que está fazendo?

— Criança… Esta é a passagem para fora das ruínas. Vim aqui para destruí-la.

— O quê? Não… sem essa velha!

— CRIANÇA, VOLTE!- O choro aumenta.- Eu vi… eu previ você morrendo criança. Vi seu destino e ele é igual a qualquer uma das crianças que caíram aqui: Elas vem, elas saem… Elas morrem. Se o destino não existe… Se tem uma só chance de você sobreviver… Vou fazer que ela se torne real. Suba e volte a dormir.

— Não. Você não vai me prender aqui, você não pode!

Por um momento, o lugar se silencia por completo, antes que Toriel seque suas lágrimas com rapidez, me olhando em seguida. Seu olhar tinha carinho, por mais assustadora que esteja.

— Então prove… Prove para mim que pode sobreviver. PROVE QUE É CAPAZ!


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Notas finais do capítulo

Esse foi levemente o piorzinho... (Ficou meio bosta) Sei que ficou confuso, joguei muita coisa no ventilador agora. Mass, isso vai fazer sentido, okay?
Não tive muita pergunta, eu sei. Isso não foi planejado, mas não pensei em mais perguntas e... Bem, só isso!
Espero que tenham gostado!