El Chapulín Colorado e o bloqueio do norte escrita por Raoni Adigun


Capítulo 5
Capítulo Cinco:


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/719590/chapter/5

.No acampamento dos Ratos, dentro de uma tenda militar, Chapolin encara um amontoado de folhas sobre uma mesa de madeira, nelas continha detalhes, planos, mapas, relatórios e informações com fotos. Ao lado do herói está Chaves, que pegava um charuto cubano em seu bolso que ficava no colete, colocava na boca e acendia a ponta com a chama que saia de um isqueiro a óleo que o militar pegou de seu bolso da calça.

.Ao ver que Chaves fumava, Chapolin logo advertiu:

— Não é uma boa idéia fumar Chaves. Não faz bem a saúde.

.Chaves começa a sorrir, fuma um pouco e pega o charuto com a ponta de dois dedos, indicador e polegar da mão direita antes de soltar a fumaça no ar. Olhando para as cinzas que se formava na ponta do charuto, respondeu:

— Chapolin... Se o senhor visse o que eu vi, fumaria também. — Coloca o charuto de volta na boca, e olha no canto dos olhos para Chapolin e retorna a analisar as folhas sobre a mesa. — Veja bem Chapolin.

.Olhando para onde Chaves apontou o dedo indicador, Chapolin vê o mapa geográfico da Cidade do México.

— Sabe o que é isso? — Pergunta Chaves.

— O mapa da Cidade do México.

— Exato!

— E o que você está apontando?

— Bem aqui em “Paseo de la Reforma” está a embaixada dos Estados Unidos da América. Vamos invadir e destruir o lugar.

.Após ouvir o plano de Chaves, Chapolin fica estarrecido, porém não demonstra tal sentimento, e apenas responde:

— Isso é terrorismo. Porque utilizar está espécie de violência? Não há outro meio possível?

.Chaves sorri novamente, e apenas retruca:

— Outros meios Chapolin?! Não há outros meios. Eles apenas respondem com violência, responderemos de volta com violência.

— E as vidas inocentes que trabalham lá. — Ele olha para o Chaves. — Eles não têm nada haver com isso.

.Um silêncio pairou no ar por alguns segundos, podendo ouvir apenas a marcha dos soldados rebeldes do lado de fora da cabana. O silêncio foi quebrado com a resposta de Chaves que fez Chapolin arregalar os olhos.

— Não se pode fazer uma omelete sem antes quebrar alguns ovos. Não é Chapolin?

.Chapolin endireita seu corpo e fica de frente com o militar, e olhando em seus olhos ele diz:

— Não vou fazer parte disso...

.Chaves apenas assentiu e diz melancólico:

— Pois bem... Um dos meus homens o levara para a cidade. Chegando lá poderá seguir seu rumo.

— Desculpe Chaves. Não posso matar gente inocente, não posso ferir gente inocente.

— Você ficará do lado deles. Considere que essa sua decisão foi uma faca nas costas do México. — Ele assobia e de imediato um homem vestindo um colete camuflado de exército aparece na cabana. — Ruárez! Leve Chapolin para a cidade.

— Sim senhor! — Obedece Ruárez.

— Até logo Chapolin. — Diz Chaves colocando o charuto na boca e dando as costas para o herói.

.Com dois guardas o acompanhando, Chapolin sai de dentro da barraca e caminha em meio ao acampamento dos Ratos. Não muito longe de onde estava a barraca de Chaves, os guardas levam Chapolin até um carro velho, uma Volkswagen Brasília velho de cor azul piscina, porém com marcas de ferrugem demonstrando sua idade avançada de uso.

.Um dos guardas inclina o banco do passageiro para frente e senta no banco de trás, após ele, entra Chapolin que senta no banco da frente do passageiro, em seguida o segundo guarda que senta no banco do piloto. Ruárez da à partida e começa a dirigir o carro, levantando poeira de terra com os pneus traseiros do veiculo. Após alguns quilômetros Ruárez pergunta enquanto dirige:

— Para onde Senhor Chapolin?

.Podendo apoiar o cotovelo na porta do carro devido à janela estar abaixada, Chapolin apóia a cabeça na palma da mão, ele olha para a floresta se mergulhando em suas lembranças, lembra das vidas que salvou, se perguntando o que Chaves deve ter passado para ter criado uma organização rebelde contra o governo, se perguntando onde falhou. Falhou em protegê-lo, falhou em não estar no momento em que o próprio órfão ter decidido se tornar um rebelde, falhou em proteger o país das garras dos Estados Unidos, falhou consigo mesmo.

— Senhor Chapolin? — Pergunta o soldado do banco de trás.

— Oi?! — Responde Chapolin despertando de seus pensamentos.

— O Senhor vai querer ir para aonde? — Pergunta o soldado do bando de trás.

— Ah! Em qualquer lugar. Na cidade mais próxima vai ser o suficiente. — De repente as antenas de vinil começam a apitar. — Silêncio! Alguém está em perigo em algum lugar.

— Como assim? — Pergunta Ruárez.

.De repente Chapolin some em pleno ar. Os dois guardas ficam confusos, Ruárez freia o carro.

— Que porra acabou de acontecer?! — Grita o soldado no banco de trás.

— Não sei Rafael! — Responde Ruárez surpreso.

.Chapolin aparece em um corredor de um prédio de condomínio, na sua frente uma porta de madeira com os números “126” cravados nela na altura dos olhos. Ele abre a porta e grita:

— Eu!

.Dentro da casa ele se depara com uma mulher sentada no sofá chorando, os cabelos castanhos lisos cobriam seu rosto por estar inclinado pra frente e com as mãos cobrindo a face. Ela tira a mão do rosto após ouvir o grito de Chapolin, logo de cara o herói pode notar o olho direito da mulher inchado e roxo bem destacado em sua pele branca demonstrando ter levado um soco, os olhos vermelhos de tanto chorar, o canto da boca manchado de sangue e parte da roupa rasgada mostrando parte do sutiã azul que estava por baixo. Ela respira um pouco, mas com a voz tremula para falar.

— Quem é você?

— Sou o Chapolin! — Responde o herói que se aproxima da mulher, mas tropeça no tapete e cai no chão.

— Você está bem? — Pergunta a mulher.

— Estou. — Responde o herói levantando em segundos. — Só queria ver a textura do tapete. Todos os meus movimentos são friamente calculados.

— Que bom. — Diz a mulher aliviada, mas volta a chorar.

— O que aconteceu com você? — Pergunta o polegar sentando ao lado da mulher.

— Meu marido Chapolin. Ele bebi e usa drogas. E quando volta pra casa me bate. Hoje mesmo me bateu e eu não agüento mais!

— E porque não chama a policia?

— Não posso Chapolin. Ele que cuida do sustento da casa. Sem ele o que eu posso fazer? Dependo dele.

— Você tem filhos com esse homem?

— Tenho três filhos com ele, mas correram para a vizinha aqui da frente.

.Enquanto Chapolin conversava com a vitima, uma segunda pessoa entra no apartamento pela porta, era um homem moreno, muito magro, de cabelos pretos e lisos penteado para trás, vestia um traje que se assemelhava ao do Superman, porém com a única diferença era o “S” que possuía duas linhas em vertical mudando para um “$” do dinheiro. O homem entrou gritando “Eu!”, igual ao Chapolin, o polegar logo se levantou e disse ameaçando:

— Você é o homem que bate nesta mulher?!

.Chapolin se aproxima do sujeito. Espantado com a acusação o homem logo se pronunciou:

— Não! Eu sou o Super-Sam! Time is Money! — Diz curvando os dois braços para mostrar os bíceps, porém não demonstrava nada devido a magreza.

— Super-Sam?! — Chapolin o analisou de cima a baixo. — Eu conheci o Super-Sam. Ele tinha essa cara de chipanzé reumático, mas você não tem nada haver com ele.

— Você deve estar falando do meu mestre. O herói americano Super-Sam.

— Você não é americano?

— Não, nasci no México. Super-Sam me treinou e me deu seu traje, só não aceitei a cartola, que convenhamos não combinava muito comigo.

— Bom... Já que veio, você pode me ajudar a levar o marido desta mulher indefesa para a justiça. — Diz Chapolin olhando para a mulher que chorava sem parar, mas voltava o olhar para o Super-Sam.

— Espere! Antes de te ajudar, posso saber seu nome?

— Eu sou Chapolin Colorado!

— Perai?! O Chapolin Colorado? O polegar vermelho?

— O próprio. — Diz o polegar vermelho fazendo pose de herói. Super-Sam franziu a testa e seu coração disparou de emoção e admiração.

— Não pode ser! Meu mestre falava muito de você Chapolin!

— Não me surpreende, eu e seu pai tivemos muitas aventuras juntas. — Relembra Chapolin, ele não demonstrava, mas sua memória voltou para o tempo em que conheceu o Super-Sam original e de como se estranharam no começo, entretanto se tornaram grandes amigos depois e combateram grandes inimigos no decorrer do tempo, até se despedirem. — Verdade. Como está aquela lombriga desnutrida?

.Após ouvir a pergunta o rosto que antes era de admiração, mudou-se para um rosto entretecido e disse pesadamente:

— Ele morreu na fronteira.

.Após ouvir aquela terrível notícia os ombros do Chapolin caíram e seu rosto entristeceu.

— Como assim morreu na fronteira? Porque os guardas americanos matariam um herói de seu próprio país?

.O garoto cerrou os punhos.

— O que o matou não foi os guardas, mas uma pessoa, eu irei encontrá-lo, e quando eu o encontrar, o matarei com minhas próprias mãos. — Diz olhando fixamente nos olhos do polegar. O herói vermelho pôde ver nos olhos daquele garoto a escuridão e a vingança que crescia em sua alma, que só podia ser saciada com a morte daquilo que ele odiava, ele não sabia quem era, mas sabia que o garoto a sua frente iria até o inferno para ir atrás.

— Quem é essa pessoa? — Pergunta Chapolin.

.Antes que pudesse dizer o nome, um homem grande e gordo entra pela porta e fica parado atrás do Super-Sam.

— Quem são vocês? O que estão fazendo na minha casa? — Diz o homem.

.A mulher que estava no sofá chorando, após ver o homem se levanta apavorada como se estivesse vendo um demônio ou um monstro. Chapolin fica olhando para o homem, o herói paralisado pelo medo diz:

— Não se mexa garoto.

.O olhar sombrio do garoto mudou-se para uma face de apavorado e pergunta:

— Ele está atrás de mim não é?

— Sim. — Responde Chapolin se tremendo de medo. — Eu não sabia que era tão alto. — O herói tenta pegar a marreta biônica, mas percebe que a mesma está a poucos metros atrás dele na mesinha de centro. Devagar e com cautela, ele tenta se virar para correr em direção a sua arma, mas o homem gordo percebe e empurra Super-Sam para longe, fazendo o herói cair no chão.

.Chapolin corre em direção à marreta biônica e consegue alcançá-lo a tempo de dar um golpe na imensa barriga do sujeito fazendo-o curvar de dor, em seguida dar um golpe nas costas, fazendo o homem cair ao chão, estremecendo todo o apartamento.

.Vendo que o homem esta derrotado, o polegar vermelho coloca a marreta em seu ombro e com uma pose de herói diz para o sujeito desmaiado no chão:

— Vamos ver se assim você para de bater em mulheres. — O herói vai até Super-Sam que tenta se levantar com a mão na cabeça. O polegar estica uma das mãos para ajudá-lo a se levantar. — Está tudo bem garoto?

— Sim! Foi um golpe de sorte. — Diz o garoto pegando a mão do Chapolin para se levantar. Ele olha para o homem caído e complementa. — Parece que você acabou com o sujeito.

— Pois é... Não foi difícil, mas uma missão concluída. — Diz com um sorriso. Ele olha para a mulher e olha espantada com a facilidade com que o homem que fez sua vida um inferno por tantos anos fora facilmente derrubado. — Você merece coisa melhor, pegue seus filhos e vá morar com algum parente e se torne independente entendeu?

.A mulher olhou para Chapolin e apenas respondeu com uma voz baixa e cansada:

— Sim. Obrigada Chapolin e... — Olhou para Super-Sam.

— Super-Sam moça! A sua disposição e proteção! — Diz o garoto com um tom de voz elevada e com os braços na cintura para mostrar o “$” em seu peito.

— Sim... Super-Sam.

.Chapolin e Super-Sam ficaram na casa até a polícia chegar e levar o homem corpulento algemado dentro da viatura. A dupla deu seu depoimento para os guardas antes de partirem, alguns admirados por verem o próprio Chapolin Colorado em pessoa, e ver que o herói vermelho retornou de seu desaparecimento. Depois que a polícia foi embora Chapolin se aproximou de Super-Sam e disse:

— Você apareceu na hora certa, garoto.

— Porque Chapolin?

— Preciso resolver um assunto e não irei conseguir sozinho, vou precisar de você nessa missão topa?

.Não conseguindo segurar a emoção que sentia em seu peito, o garoto logo respondeu animado:

— Sim! Claro Chapolin!

— Muito bem, vamos ver se seu mestre o treinou bem. Pois iremos parar um possível ataque terrorista.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obrigado por lerem até aqui, não se esqueçam de deixar um comentário, divulgar para os amigos e favorita para dar uma força, muito obrigado e até o próximo capitulo. =^.^=



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "El Chapulín Colorado e o bloqueio do norte" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.