WAR&LOVE escrita por bubbles


Capítulo 1
This is love inside the war.


Notas iniciais do capítulo

Bem, essa fic é dedicada a minha amiga secreta do hds, Bianca, que já teve o prazer (?) de ler ela e eu estou compartilhando com vocês e com as outras pessoas do hds também porque eu realmente gostei dela, é isso.



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Ginny soltou um suspiro audível quando se jogou na sua cama, após fechar as cortinas que lhe davam a privacidade que ela precisava para poder descansar e, também, derramar algumas lágrimas que estavam presas aos seus olhos já fazia algum tempo. Ela estava exausta. Simplesmente não aguentava mais estar passando por tudo aquilo e só queria que estivesse tendo um pesadelo horrível e iria acordar com uma de suas colegas dizendo que se continuasse a dormir iria se atrasar para as aulas. Mas não era um pesadelo, era uma realidade tão dolorida que as lágrimas queimavam seu rosto ao descer pelas laterais de seus olhos. Ginny reprimia o soluço, mas Merlin sabia o quanto ela queria estar reprimindo um sorriso por alguma brincadeira boba, ou reprimindo uma vontade enorme de poder beijar Harry.

Harry, ah, Harry! Seu coração dava pulos, inquieto, ao lembrar dele. Onde estaria? Como estaria? Será que Harry, Ron e Hermione ainda estavam vivos? Haviam tantos pensamentos sobre o ex-namorado, a amiga e o irmão que se pudesse tirar suas dúvidas não saberia por qual delas começar. Talvez em um ato de egoísmo ela perguntaria se Harry pensava nela como ela pensava nele. E mais, se doía pensar nela como doía pensar nele.

Apesar do aperto do peito que Ginny sentia quase 24 horas por dia, ela mantinha a cabeça erguida e jamais se rendia a Snape ou qualquer um daqueles comensais ridículos. Não se importava com o que aconteceria, sabia que iria lutar até suas forças se esgotarem, até seu último suspiro, e não só por si mesma, mas também por todos que ela amava, e por todos que ela não tivera a chance de conhecer.

E toda vez que pensava a fundo em toda a situação de guerra que estava passando, sentia vontade de socar Voldemort bem nas suas fendas, onde deveria haver um nariz. Babaca, ela pensava consigo mesma, Lord Voldemort é um completo babaca! Era quase inadmissível para ela que alguém ia tão longe com mortes e torturas por poder. Justo poder, que não era nada comparado a certas coisas que a vida sem guerra poderia proporcionar.

Todos esses pensamentos faziam com que ela voltasse a pensar em Harry. E como doía pensar nele! Não porque ele era ex-namorado dela e acabou terminando com ela, Ginny entendia os motivos dele, e provavelmente faria o mesmo em seu lugar, mas doía tanto porque ele era um garoto incrível. Tanto como namorado como amigo, e até o filho que ele não teve a chance de ser. Harry era uma pessoa com um coração gigante, um amigo fiel em todos os momentos, uma daquelas pessoas raras que não se relaciona com ninguém por interesse e é disposto a ajudar quem precisa.

As vezes, parando para pensar em quão maravilhoso Harry era, Ginny se via perguntando de quem ele havia herdado tantas qualidades boas? Seria de Lily ou de James? Ela havia ouvido uma e outra historia que Sirius e Remus contavam a Harry sobre os pais, e também havia visto algumas fotos de ambos, era inegável que Harry era a cópia quase exata do pai, tirando o fato que tinha os olhos verdes como sapinhos cozidos, herdados de Lily. Mas a impressão que tinha dos pais dele é que eram um casal apaixonado, daqueles que dança sem música na cozinha para curtir a companhia um do outro e relaxar, daqueles que se beija apaixonadamente mesmo sem estar necessariamente com saudades, mas simplesmente por se amarem demais, James e Lily Potter eram um casal de jovens tão apaixonados um pelo outro quanto pelo filho único, que morreram no auge de sua vida, aos 21 anos, quando tinham tanta coisa pela frente. Eles perderam e perderiam toda a vida de Harry, todas suas conquistas, inseguranças, seus piores e melhores momentos. James não teve a chance de se orgulhar do filho que fora o jogador mais jovem de quadribol em um século! Lily não teve chance de se orgulhar do filho ser extremamente bom em defesa contra as artes das trevas e ter um patrono corpóreo aos 13 anos de idade. Foram arrancadas todas as possibilidades de James e Lily serem pais para Harry, assim como foi arrancado de Harry a maravilha de ter pais. E tudo isso por algo tão simplório quanto o poder.

Ela teve que murmurar um “abaffiato” para que ninguém ouvisse os soluços que se desprendiam de sua garganta. Harry não merecia aquilo, não merecia ter viver a vida sem os próprios pais e ser criado com gente que o abominava, porque ele não era, nem de longe, alguém abominável, ou indesejável. Ginny não sabia se seus sentimentos pelo garoto ajudavam ou atrapalhavam na hora de fazer discernimentos sobre ele, mas não conseguia entender de forma alguma como alguém poderia odiá-lo tanto. Ela queria poder abraça-lo, sentir seu perfume, passar as mãos em seu cabelo em um cafuné tranquilizador e queria poder chorar todas as perdas que já haviam tido até ali, e a guerra ainda nem tinha chegado ao fim.

Fechou os olhos tentando imaginar algo bom para conseguir dormir sem pesadelos, era uma tática que usava quando criança para não ter que chamar os pais ou um dos irmãos e se virar sozinha com os sonhos ruins. Imaginou ela e Harry deitados embaixo da sombra de uma árvore, abraçados, rindo de alguma coisa, provavelmente ela havia feito alguma piadinha sobre Ron e Harry não conseguiu deixar de rir da namorada. Imaginou os braços dele envoltos na sua cintura, a puxando para perto e lhe dando três beijos: um na testa, um na pontinha do nariz e outro na boca. Se imaginou também visitando a casa dos Potter como namorada oficial de Harry, ela ficaria nervosa porque por mais que conhecesse James e Lily muito bem, antes ela era só mais uma amiga dele. Mas o nervosismo se dissiparia ao ver o sorriso amigável de Lily e ao ouvir algumas piadinhas de James sobre ter criado muito bem o filho e parabenizando-o pelo bom gosto, dizendo que este era algo da genética dos Potter e tudo mais. Ginny deitada em sua cama em Hogwarts, em um mundo cheio de guerra onde não existia mais James e Lily além de seus ossos embaixo na terra, sorriu. Ela conversaria com James sobre quadribol, e deixaria Lily com a certeza de que ela nunca machucaria Harry, e ele a abraçaria e beijaria as maçãs do seu rosto, encarando-a com seus olhos verdes brilhando de felicidade.

Seis anos depois...

Algumas lágrimas brotavam nos olhos de Ginny enquanto seu coração batia descompassado em seu peito, mas dessa vez, depois de tanto chorar de tristeza, ela chorava de felicidade. A mais pura felicidade que poderia existir, sentindo o amor dentro de seu peito crescer mais a cada segundo, e ela nem achava que isso era possível. Mas ali estava ela, com suor escorrendo pela testa e olhos marejados admirando o bebê mais lindo que ela já vira na vida, o seu bebê, o seu garotinho, filho dela e de Harry. Ela sentia que poderia soltar uma gargalhada de tão realizada que se sentia ao segurá-lo tão pertinho do próprio rosto e absorver cada mínimo detalhe da sua aparência, desde a pele rosada, as unhas pequenas nos seus dedinhos que se moviam abrindo e fechando, como se começassem a querer explorar o mundo fora da barriga da mãe, o pouco cabelo negro e bagunçado que lhe saía da cabeça, as leves sardas que se espalhavam pelo seu nariz e bochechas, e os olhinhos ainda fechados que se apertavam de vez em quando.

Olhou por cima do ombro e viu Harry, o rosto inteiro cheio de lágrimas e um sorriso gigante nos lábios. Ele se aproximou mais, se sentando ao lado de Ginny na cama, e esticando a mão para fazer cainho na mão do pequeno, que logo que sentiu o contato, segurou firme na mão do pai.

— Nosso garoto é bem forte! – exclamou Harry com a voz embargada carregada de um quê de orgulho. Ginny não pôde deixar de sorrir e se inclinou um pouco para dar um beijo leve no rostinho tão pequeno do seu bebê, que pela primeira vez abriu os olhos, revelando-os castanho-esverdeados. O casal trocou um olhar e um beijo, não podendo se sentir mais felizes.

Algumas horas depois, Ginny acordou lentamente após um sono profundo que teve logo depois de algumas mulheres do St. Mungus lhe pedirem para deixar o bebê e tentar dormir. Ela dormiu tão logo que James Sirius lhe foi retirado dos braços que as mulheres tiveram que ajeita-la na cama para que não acabasse com uma torcicolo.

Ao abrir os olhos lentamente, a primeira coisa que percebeu foi que o quarto era diferente do que em que havia adormecido e que estava escuro, ao começar a despertar escutou um leve sussurro vindo de algum lugar as suas costas. Virando-se lentamente, ela acabou se deparando com uma cena que com certeza ficaria gravada em sua mente para sempre. Lá estava Harry sentado em uma poltrona segurando o pequeno James Sirius nos braços, sem desviar os olhos dele, como se estivesse hipnotizado. Harry lhe sussurrava o quanto o amava, que o protegeria de todo o mal sempre e que daria a vida para que James tivesse uma vida longa e saudável. Ginny abriu um sorriso automaticamente ao ver aquela cena e ao ouvir aquelas palavras. Sentiu-se completamente feliz, como se tudo tivesse valido a pena. E agora entendia mais do que bem o sacrifício de Lily Potter para salvar Harry. Ela sentiu o cansaço se abater sobre ela novamente e fechou os olhos, visualizando a imagem de Harry segurando James Sirius como se estivesse gravada em sua retina. Tudo estava bem.


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Notas finais do capítulo

Bem, a única coisa que eu peço a vocês é que comentem o que acharam, ok?! E enfim, beijinhos!