Goodbye, Percy escrita por Maah ri


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!
Citações de Greys pelo texto!



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—Não Percy, eu não vou ficar em casa e deixar você sair porque isso não é justo! 

—É só uma reunião de amigos!

—Então quer dizer que você poder ir a uma reunião do amigos e eu não posso sair com a Lia para o cinema?

—É!

—Você é ridículo!

—Olhe como fala comigo!

—Seu machista ridículo! 

—Eu não sou machista!

—É sim! Você fica esperando que eu fique em casa lavando a roupa e arrumando os quartos!

—Argh!

Bufei e sai em direção ao quarto. 

Escutei o barulho da porta principal ser fechada, ou seja, Percy tinha saído... De novo!

Me joguei na cama e acabei dormindo profundamente.

(...)

Acordei com o som de batidas fortes na porta.

Não era o som das batidas do Percy. Nem do Percy bêbado, devo acrescentar.

Abri a porta apreensiva, nem sequer me lembrando do fato de que o vestido solto azul não me protegeria do intenso frio de Nova York.

Quando a minha vista finalmente alcançou que estava do outro lado um aperto forte no meu coração surgiu.

Na minha frente estavam dois policiais devidamente fardados e o carro da polícia se localizava atrás.

—Senhora Jackson? 

—É. Aconteceu algumas coisa? 

—Poderia nos acompanhar por favor? 

—O que aconteceu?

—A que horas o seu marido saiu, senhora? 

—Há algumas horas, porque?

—Sabia para onde ele tinha ido? 

—Provavelmente beber- Ele estava mudando de assunto? Porque ele estava perguntando sobre o Percs? Ele fez alguma coisa contra a lei?- Poderia me informar o que está acontecendo? O senhor está me deixando nervosa.

—O seu marido...- Ele hesitou, me deixando ainda mais apreensiva.- O seu marido bebeu e foi dirigir, não é algo incomum, mas o álcool provoca reações no corpo humano como... Desorientação... Isso infelizmente aconteceu em um péssimo momento e...

—Ele morreu?- Senti as lágrimas começarem a se formar nos meus olhos, queimando absurdamente. O policial não respondeu.- ELE MORREU?

—Não senhora.

Ainda.— O policial que estava ao lado dele parecia ser mais jovem e inexperiente, não tinha falado nada... até aquele momento.

O policial mais velho o olhou mortalmente.

—Como assim ainda? Você disse que ele estava bem!- Gritei colocando o dedo no peito do policial de forma acusatória.

—Eu não disse isso em nenhum momento senhora.

—O que exatamente aconteceu?- Falei pausadamente.

—Havia um caminhão no meio da estrada e o seu marido provavelmente não viu e... Eu sinto muito.

Não!

—Poderia nos acompanhar por favor?

Assenti mas não consegui mover um músculo sequer.

Isso não pode estar acontecendo. Nós iamos comprar uma casa maior e ter filhos. Nós casamos há menos de um mês! 

—O seu casaco está no cabide? Posso entrar? Só queremos ajuda-la...

Assenti mais uma vez e continuei parada. 

Em poucos segundos senti algo quente ser colocado e cima de mim e um cheiro de maresia invadir os meus pulmões.

Deuses, não deixem ele morrer. Por favor.

Meu choro aumentou ao lembrar de como aquele cheiro foi acabar parando lá.

No dia anterior:

—Eu disse que ia chover!- Percy exclamou.- Mas você nunca me escuta!

Não consegui segurar e ri. 

—Mas eu escutei! Até trouxe o guarda-chuva!

—Que só da para uma pessoa!- Ele disse revirando os olhos.- Eu estou com frio e me molhando todo!

Eu ri e nesse momento um vento forte bateu, levando o guarda -chuva para longe.

—NÃOOOO!

Percy riu satisfeito e me levou para um lugar coberto.

O frio bateu e ele estava com um casaco que não protegia muito.

Suspirei e tirei o meu, fazendo com que cobrisse nós dois.

Ele sorriu e me beijou.

—Amo você.

—Eu também amo você.

Atualmente:

Entrei no carro da polícia e vi que ele começou a andar.

Não prestei atenção no caminho, via vários vultos passando mas meus pensamentos estavam focados em Percy.

Será que a situação é tão ruim assim?

O carro parou em frente ao hospital. O policial me ajudou a descer para em seguida me acompanhar para dentro do lugar. 

Ele me deixou em frente a um quarto.

—Ele está estável, mas os médicos não esperam que ele fique assim por muito tempo. Os danos cerebrais foram sérios, irreparáveis. Se ele sobreviver... Não será o mesmo. Vai precisar da sua ajuda para tudo. Ele está em coma induzido devido a dor.- Ele pôs a mão no meu ombro como forma de apoio.- Entre quando estiver pronta. 

Agradeci e girei a maçaneta lentamente.

Olhei para o chão. Não sabia se ia conseguir aguentar o que estava por vir. 

Levantei o olhar aos poucos e no momento em que cheguei ao rosto dele vi que aquela tinha sido uma péssima decisão.

Percy não tinha mais aquele tom moreno na pele devido ao sol, ele estava pálido e cheio de aparelhos, os olhos inchados e o rosto cheio de hematomas.

As lágrimas caíram com mais intensidade pelo meu rosto.

Caminhei até o lado dele.

—Oh meu amor...- Disse ainda chorando. Um pequeno sorriso surgiu em meu rosto- Você está péssimo.

Eu esperava que a qualquer momento ele fosse rir junto comigo e falar um "eu sei", se levantar e ir para casa, mas aquilo não aconteceu.

—A senhora tem duas opções.- O policial recomeçou.- Pode mante-lo nos aparelhos e manda-lo para algum lugar apropriado ou... Desliga-los.

Um soluço escapou da minha boca.

—Não posso tomar essa decisão.

—Ele já tinha conversado dobre isso com a senhora? 

—Não.

—Nenhuma vez? 

Não! Temos 21 anos! Nenhum de nós pensava em morrer, me desculpe se isso é anormal para o senhor!

—Sinto muito, eu me intrometi demais.

Assenti séria e olhei mais uma vez para o meu marido.

Algumas horas se passaram e eu sabia que estava demorando demais, mas não era uma decisão fácil.

O policial voltou ao quarto algum tempo depois.

—Ele vai estar consciente se o tirar-mos do coma, não é?- Perguntei.

—Sim senhora, mas com muita dor.

—Então ele poderia escolher, não é? 

—Entre a vida e a morte?

—Soa ridículo, eu sei, mas não posso simplesmente tomar essa decisão.

—Eu compreendo. Posso chamar um médico, é isso que a senhora quer mesmo?

—Sim. 

—Certo. 

(...)

Os olhos verdes do meu marido se abriram, desesperados.

—Senhor Jackson, não tente se mexer.- A médica o alertou.- Sei que doi muito, mas a sua mulher preferiu lhe perguntar para que não tomasse a decisão errada pelo senhor.

Ela explicou tudo para ele, enquanto eu chorava encolhida ao lado dele.

—Preciso que decida. Pisque uma vez para sim e duas para não. O senhor quer desligar os aparelhos, Senhor Jackson?

Ele piscou uma vez.

Meu choro aumentou para algo desesperado, fazendo com que ele me procura-se com o olhar.

—Preciso perguntar mais uma vez, senhor. O senhor tem consciência que isso ira mata-lo, não tem?

Ele piscou uma vez novamente.

—E mesmo assim deseja proceder? 

Ele piscou uma... Esperei ansiosamente por mais uma vez, mas ela não veio.

Vários soluços escaparam da minha boca. 

—Muito bem, iremos seda-lo mais uma vez e começaremos o procedimento. 

A mulher morena e alta caminhou até o soro dele e ia colocar algum medicamento quando eu a impedi.

—Espere.

Ele assentiu e eu caminhei em direção a ele.

—Amo você. Não ligo para nenhuma das nossas discussões, porque sei que esse amor nunca vai mudar. Eu sei que você também me ama e sei que é por isso que está fazendo isso... Para não me deixar ve-lo em uma cama, mas Percs, não posso deixar que você vá sem eu ter certeza de que sabe que eu te amo. E que eu nunca vou amar alguém como amei você. Você foi como a Meredith era para o Derek - Sorri com a citação do nosso seriado favorito- Como se eu tivesse me afogando e você me salva-se. Eu amo você. Sabe disso não sabe? Você não pode ir sem saber disso!

Ele piscou uma vez e meu choro aumentou. 

—Eu amo você, Percs. Sempre vou amar. 

Olhei para a mulher que imediatante injetou o medicamento.

Vi ela andar de uma lado para o outro desligando os equipamentos enquanto eu ficava ali, segurando a mão dele e chorando.

O monitor que mostrava os batimentos fez um barulho ensurdecedor, mostrando que ele havia ido embora.

—Adeus, Percy. Eu nunca vou deixar de te amar.

Quando que sai daquele quarto soube que nunca mais seria a mesma, que tudo o que nós tínhamos passado não tinha sido suficiente e que uma parte de mim tinha ido embora.

Mas que eu tinha que sobreviver. Sobreviver para manter aquele bebê que estava crescendo dentro de mim vivo.

Para manter o fruto do nosso amor vivo. 

Porque mesmo que eu só soubesse da existência dele desde de manhã, ele já era importantíssimo para mim.

Ele era a minha salvação.

Ele era o último resquício do meu moreno em minha vida. 

Ele era a minha vida.

Era como se eu tivesse me afogando e ele me salvasse.

 

 

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem!
Comentem e podem me esculhambar por acabar com o coração de vocês!



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