Photograph escrita por Junko


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Fanfic escrita para o amigo oculto do Lallybroch Spoilers Br, para minha querida amiga oculta Rayssa! Que 2017 seja repleto de luz e paz



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Loving can hurt

Loving can hurt sometimes

But it's the only thing that I know

And when it gets hard

You know it can get hard sometimes

It is the only thing that makes us feel alive

Amar pode doer

Amar pode doer às vezes

Mas é a única coisa que eu sei

Quando fica difícil

Você sabe que pode ficar difícil às vezes

É a única coisa que nos mantém vivos

 

 

Escócia...

 

Não era humanamente possível que Frank escolhera aquele país para passarmos nossa lua de mel...

 

Ele havia me dito que era uma surpresa o nosso local da lua de mel...

 

Sim eu havia acreditado que ele escolheria o Havaí, Nova York, Ibiza, mas nunca que ele escolheria Inverness.

 

Claire Beauchamp, ou seria Claire Randall, O mundo tem uma forma muito estranha de tirar esqueletos do armário. Eu havia morado nas Highlands escocesas por três anos, na minha adolescência. Papai era um médico que conseguiu uma boa colocação na região, mamãe, católica fervorosa achou adequado a nossa mudança para um país pequeno e uma pequena região de forte tradição cristã seria um bom local para criar sua única filha, claro que com 15 anos eu me opus a mudança da família de Londres para Inverness, mas nesse ponto eu era voto vencido.

 

— Chegamos! Essa pousada não é encantadora? – Frank falou com um lindo sorriso – muito conservada com o tempo, mas as linhas da construção datam do século XVIII! – Frank era um historiador com mestrado nas relações da Inglaterra no século XVIII e seus desdobramentos para a história, não era de se espantar que ele escolhera aquela pousada.

— Sim, muito linda! – respondi sorrindo, ao tentar esconder a tristeza na minha voz.

— Minha querida, eu sabia que você ficaria emocionada – Frank falou me dando um beijo na testa – vamos entrar.

 

Frank era um homem honrado, o que chamou minha atenção para ele, claro após esforço de meus pais. Eu o amava, sim amava pelo homem que ele era, e dada às pressões e as opções que o mercado de homens do século XXI oferecia, era o melhor que pude achar... Eu o amava sim, não mentia nesse aspecto, mas ele não era o meu coração e alma. Essa estava perdida em algum lugar das terras altas da Escócia, do qual fui arrancada da maneira mais vil e cruel que alguém poderia fazer, meus próprios pais o fizeram.

 

— Olha a cama com dossel Claire! – Frank estava encantado com o lugar – ela data de ...

 

Eu não sabia como eu havia chegado ao quarto, Frank falava e divagava sobre o local, datas, acontecimentos históricos, era fácil me esconder em mim mesma perto de Frank, meu marido. A aliança de ouro repousava em meu anelar esquerdo como chumbo em minha alma, no qual o fel se espalhara por todas as minhas entranhas. Concordei com algo que não sei o que é, mas foi o suficiente para mantê-lo entretido falando... Consumar o casamento era tudo que eu queria adiar. 

Meus pais haviam me oferecido a Frank descaradamente em uma festa na casa de tio Lambert, Frank era um homem com uma boa colocação em Oxford, solteiro e doze anos mais velho do que eu. Eu era uma estudante de medicina, que nas palavras dos meus pais, virginal. Ele foi bastante atencioso e cortês... Pelo amor de Deus que homem de 40 anos namora uma garota em seus vinte poucos anos e se casa sem nunca terem ido para cama?

 

— ... na época os clãs dominavam a região, MacKenzie, Macdonalds, Fraser... meu coração falhou uma batida na menção dos clãs, sim eu sabia que a maioria dos habitantes das Highlands descendiam dos clãs e que muitos tentavam reavivar esse costume abolido pela coroa após a derrota dos Jacobistas... — Você deve ter conhecido ou estudados com muitas crianças com esses sobrenomes.

— Sim conheci alguns nos anos que morei aqui, mas não tenho contato com nenhum amigo daqui mais – respondi tentando me esquivar de qualquer pergunta que ele pudesse formular sobre os costumes dos descendentes dos clãs. – Vou tomar banho, querido – querido que maneira formalmente carinhosa de chamar seu marido, nas primeiras 48 horas do casamento – tentar tirar o cansaço da viagem.

 

Me dirigi ao banheiro, onde me deixei perder em recordações, Fraser... Eu havia me autodenominado Claire Fraser em meu passado. Eu havia me casado segundo os costumes antigos e pagões das Highlands com um Fraser, foi o momento mais lindo da minha vida, era uma festa em uma cidadezinha próxima a Inverness. Broch Tuarach, meus pais haviam me deixado ir com Jenny, minha melhor amiga até a cidadezinha onde a família dela vivia. Era comum os adolescentes de cidadezinhas menores que não tinham população suficiente para ter uma escola modelo, viverem em alojamentos nas cidades um pouco maiores. Esse era o caso dos gêmeos Fraser, Jenny e Jamie Fraser que estudavam em Inverness comigo, mas eram de Broch Tuarach, filhos de um fazendeiro da região, e seu amigo inseparável Ian Murray, o qual era a paixão secreta de Jenny. Estávamos completamente embriagados de felicidade e eu enamorada de Jamie, ele era o homem mais perfeito, teimoso e romântico que existia.

A faísca do nosso amor se acendeu no primeiro dia de aula quando eu não passava de uma Sassenach e todos me olhavam com desconfiança, sim eu era a estrangeira em suas terras, mas também era a Inglesa. Quando nossos olhos se cruzaram em me perdi na sua imensidão, não era possível que um rapaz de 15 anos pudesse ter tamanha lealdade no olhar, ao me ajudar a recolher meu material que havia sido jogado no chão por algum veterano. Ele me prometeu que eu não precisava ter medo de ninguém enquanto ele estivesse comigo. Uma promessa muito pesada para um menino que era apenas um calouro como eu.

Desenvolvi uma intensa amizade com o trio de Broch Tuarach antes mesmo do nosso primeiro beijo que aconteceu a seis semanas do nosso primeiro encontro fortuito nos corredores do colégio, meu primeiro beijo. Um ano depois estávamos nos casando por costumes pagãos sem o conhecimento dos meus pais, que desaprovavam qualquer tipo de comportamento de enamorar antes dos 18 anos, afinal eu tinha a “obrigação” de fazer um bom casamento.

 

Desliguei a água do chuveiro e tive uma ideia que poderia me impedir de consumar por algumas horas o casamento. A sensação estranha que eu estava traindo Jamie ao estar com Frank não me abandonava. Droga! Eu era uma adolescente de 16 anos quando jurei lealdade, fidelidade e obediência, mas aquelas palavras eu disse com toda a força da minha alma, nem para a igreja e nem para lei nosso casamento tinha validade, por que não conseguia me livrar daquelas sensações? Nós tentamos provar nosso casamento, mas foi em vão.

Coloquei uma calça e uma blusa de frio que deixava o colar com seu pingente de prata a mostra “je suit prest” estava escrito acima da imagem de um alce, em 12 anos eu só tirara aquele colar para limpá-lo, aquela era a imagem do clã Fraser, com seu lema.  

— Frank! Estava pensando em ir a Pub escocês para conhecer, já que quando morei aqui eu não tinha idade suficiente para freqüentá-los – era verdade que não tinha idade para ir aos Pubs, mas isso não significava que eu não tinha feito.

— Excelente idéia! Vou me banhar e podemos ir – meu novo marido respondeu prontamente.

 

A pequena capela de séculos passados era sufocante, mas ao mesmo tempo estranhamente segura, Jamie me puxou para junto do altar a presença de Jenny e Ian, e retirou uma adaga da bolsa de seu kilt. “Você tem certeza que quer fazer isso Sassenach?” ele havia me perguntado com a voz cheia de preocupação, “mais do que qualquer coisa na minha vida” fizemos juramentos a nós mesmos na presença de duas testemunhas... Como fomos tolos, claro que os testemunho deles não teria validade, éramos quatro menores longe da idade do consentimento, tentando fazer as coisas da forma certa, dotados da mais bela ignorância que só os seres puros teriam. Jamie por fim puxou meu braço “você está pronta para os votos de sangue? Esses votos não podem ser quebrados, ele vai unir nossas almas para sempre!” acenei minha cabeça positivamente e logo em seguida senti o metal frio da adaga rasgando a pele do meu pulso, e em seguida ele fez o mesmo com o próprio pulso, Ian prontamente colocou nossos pulsos juntos onde eles haviam sido cortados e sangravam, enlaçando-os com um lenço branco. Jamie fez um juramento em gaélico que eu prontamente acompanhei, depois soube o que significava “Você é sangue do meu sangue e ossos dos meus ossos. Dou-lhe meu corpo, para que nós dois sejamos um só. Dou-lhe meu espírito, até o fim de nossas vidas”.

Aquelas palavras tiveram mais peso na minha vida que o “eu aceito Frank Randall como meu legítimo marido” ele não era o meu legítimo marido, ele nunca seria. Eu havia consumado meu casamento com Jamie na mesma noite, fizemos amor de um jeito atrapalhado, afobado e puro que só dois adolescentes virgens sem muita idéia de como consumar o ato fariam, mas ao mesmo tempo a intimidade que partilhamos, eu tinha certeza que havíamos compartilhado nossas almas. Uma vez Jaime me disse que ele não conseguia ter a minha alma sem perder a dele, eu sabia que era verdade. Eu era um zumbi completamente sem alma desde que fomos separados, fui arrastada para Boston pelos meus pais, um lugar segundo eles que a minha vergonha nunca seria descoberta.

A minha vergonha a qual se referiam tinha nome. Faith Fraser, minha pequena bebê a qual meus pais fizeram questão de abrir mão sem que eu pudesse ter a chance amamentar. Faith e Jamie, eu os perdi sem ter a chance de tê-los totalmente para mim. Eu sofri, briguei, me calei para o mundo, mas no final decidi guardá-los junto ao meu peito e não pronunciar seus nomes novamente, eu fui fraca, me deixei levar. Só esperava que a família Fraser estivesse bem e cuidando da minha menina em uma fazenda centenária nas Highlands. Muitas vezes eu era abençoada a sonhar com minha filha correndo por Lallybroch seus cabelos castanhos avermelhados soltos e emaranhados, e vestidos de boneca, nunca conseguia vê seu rosto, mas ela sempre se jogava nos braços de Jaime, como ele fosse seu herói. Ao acordar esses dias eram sempre os piores da minha vida, totalmente cinzas. Jaime foi um herói, ele lutou pra ficar com nossa filha tendo o apoio de Brian Fraser, por fim consegui fazer meus pais concordarem a dar à guarda a Jamie.

 

— Estou pronto Claire! – Frank me chamou, eu o olhei, sim ele era atraente, maduro, vestido casualmente em jeans, sapatos, e um casaco aberto por cima de uma T-shirt, ele atraía olhares, era tão diferente de Jamie, com seus jeans e all star, ou até mesmo quando ele exibia toda a sua beleza vestindo um kilt.

— Vamos! – estendi minha mão a ele para sairmos do quarto, por que aquela sensação incomoda não me abandonava?

 

We keep this love in a photograph

We made these memories for ourselves

Where our eyes are never closing

Hearts were never broken

And time's forever frozen stil

Nós mantemos este amor numa fotografia

Nós fizemos estas memórias para nós mesmos

Onde nossos olhos nunca fecham

Nossos corações nunca estiveram partidos

E o tempo está congelado para sempre

 

Loving can heal

Loving can mend your soul

And it's the only thing that I know

I swear it will get easier

Remember that with every piece of you

And it's the only thing we take with us when we die

Amar pode curar

Amar pode remendar sua alma

E é a única coisa que eu sei

Eu juro que fica mais fácil

Lembre-se disso em cada pedaço seu

E é a única coisa que levamos conosco quando morremos

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O Pub estava cheio, afinal era domingo o som da banda que tocava ao vivo abafava o ambiente tornando o um mundo a parte, Frank observava o ambiente com tremendo fascínio, enquanto eu no fundo só queria me embebedar e me misturar àquele ambiente que pensar era praticamente impossível. Isso era uma verdadeira anestesia para a minha alma.

Frank conversava com pessoas locais enquanto eu apreciava meu wisky, já estava no terceiro copo quando avistei uma cabeleira ruiva e meu coração pareceu sair pela boca.

Ele era alto, seus cabelos vermelhos destacavam na multidão, ombros largos, usava uma jaqueta de couro preta e conversava animadamente com um grupo de rapazes, enquanto bebia, levava tapinhas nas costas. Observei que muitas garotas olhavam pra ele e cochichavam. Claro, ele deveria ser bonito.

— Vocês estão de parabéns, que Whisky é esse? – Frank perguntou a um garçom que trazia uma garrafa inteira para nossa mesa.

— É local, mas se você quer parabenizar alguém, acredito que o cara certo seria aquele ruivo de jaqueta preta, ele que fez esse whisky. Hoje ele veio trazer mais um pedido. 

Frank me encarou surpreendido quando o garçom se afastou, retribuí o olhar e sorri de lado transmitindo o recado, Escoceses não sabem brincar, tudo que fazem é com o coração.  

A conversa se estendeu por um tempo, mas a sensação de formigamento não me abandonava, aquele ruivo não poderia ser Jamie, ele sempre usava seu cabelo curto, e a vasta cabeleira daquele estranho presa em um rabo de cavalo desleixado, não seria o meu Jamie, ainda mais em um Pub bebendo despreocupadamente, não Jamie era um pai, e eu tinha certeza que um do tipo excelente.

— Acho que devemos cumprimentar o estranho e quem sabe se tivermos sorte, levar algumas garrafas de presente para os seus pais e os meus. – Frank me sugeriu, só consegui balançar minha cabeça em resposta já que um bolo havia se formado em minha garganta.

Frank se levantou na mesma hora que o produtor de whisky se virou e nossos olhares se cruzaram, meus olhos se perderam na imensidão de seus olhos verdes, minhas pernas fraquejaram naquele mesmo instante, o sorriso de seu rosto morreu em seu semblante fechado, eu me lembrava daquela expressão que só ficou mais severa com a maturidade, afinal ele não era mais um garoto de 17 anos e sim um homem de 27 anos. Um homem, era isso que eu via, toquei meu pingente buscando coragem “já estou pronto”, eu deveria estar pronta, minha vontade era de me atirar nos braços dele, mas a dignidade, orgulho e sanidade, bem como Frank me mantiveram no lugar. Frank falava algo incompreensivo para mim, o mundo não tinha sentido naquele momento apenas Jamie.

Ele caminhou sem cerimônia alguma até onde eu estava sentada, a vergonha me consumia, eu estava casada em lua de mel, eu havia quebrado todas as promessas até ali, menos uma que se mantinha intacta, eu não havia me deitado com mais ninguém além de Jamie.

— Claire, o que faz aqui? – ele me perguntou de forma acusatória.

A resposta me faltava. O que eu deveria dizer nessa situação? Perguntar de forma descarada como estava a minha filha sobre a qual eu não tinha o menor direito? Explicar que estava em lua de mel na nossa cidade? Ou o acusar de ter ficado com o meu bem mais precioso, por que eu prometi ir embora e não procurá-los para que ele pudesse ficar com ela, afinal eu não tinha consentimento sobre minha própria filha, eu sofri por longos dez anos sem saber como estavam.

— Você conhece a Claire, que bom, ela me falou que residiu em Inverness por três anos nos tempos do colégio, indelicadeza a minha meu nome é Frank Randall – aquele era o momento em um filme de terror em que você deseja acordar, ok despertador está na hora de tocar. Frank estendeu a mão para Jamie e sua aliança recém colocada foi exibida como um troféu de uma competição – Achei que seria legal fazer essa surpresa para ela, e passar nossa lua de mel nessa cidade adorável.

— Lua... Lua de mel – Jamie me olhou de forma acusatória – claro todos crescemos e temos uma vida independente das nossas adolescências. – Suas palavras ácidas atingiram meu coração como uma bomba destruindo todas as ilusões que tinha construído nos últimos dez anos. Fui salva com seu celular tocando naquele momento.

— Pronto... foi ótimo... Sim, estou no Pub com tio Jhon... Você obedeceu sua tia? Também sinto sua falta mo chridhe, amanhã papai está aí, dorme com Deus, eu te abençoou.  

Aquela conversa abriu uma vala em meu peito, era a filha dele, a minha bebê, eu tinha certeza.  

— Era a Faith? – perguntei com a voz embargada de emoção. – Como ela é? 

— Não sei se você merece saber, afinal você foi embora ela só tinha três dias de vida. – Jaime respirou profundamente – ela é a minha vida, por ela eu desisti de ir para Edimburgo estudar engenharia, por ela eu virei noites em claro a balançando por que o leite lhe dava cólicas, ou mesmo trabalhando para nos alimentar. Meu pai morreu no ano seguinte, você sabia? Você sabia que ele havia penhorado Lallybroch para pagar as contas médicas de Faith?  

— Eu não sabia, eu não tinha como saber, eu queria saber, mas eu não podia... Você não pode me acusar quando estávamos de comum acordo com isso. Deus sabe o quanto eu queria ter passado essas noites em claro com ela ou por ela ao invés de passá-las chorando, impotente.

 - Do que vocês estão falando? – Frank perguntou aturdido.

 - Seja feliz com o homem perfeito para seus pais, Claire! – Jamie falou se virando e abrindo espaço no meio da multidão em direção a saída.

 Não o destino nos colocara frente à frente novamente, eu não ia ser covarde e me deixar levar pela vontade dos outros. Eu já era uma mulher pronta e madura, eu era uma cirurgiã. Eu não poderia deixar a minha alma e coração ir embora e pior de tudo, me odiando. Levantei e me precipitei para saída atrás dele, aquela discussão não ia acabar daquele jeito. Senti uma mão fria e fina segurar meu pulso, era Frank. 

— Onde você vai Claire? Ele foi mal educado com você deixa pra lá, minha querida. 

— Qual é a sua Frank? Você faz de tolo ou o que? Você não entendeu a mãe da filha dele sou eu. Meus pais me venderam pra você como a mais virginal garota. Adivinha... Eu não sou. Agora me solta. – Cuspi a minha ira naquele homem amável que vi perder as cores da face. 

Quando seus dedos se afrouxaram em meu braço eu corri atrás de Jamie como se minha vida dependesse disso, sim ela dependia, ele era minha vida.

A chuva fria escocesa me molhou quando coloquei meus pés na rua, ele caminhava determinado em direção oposta a da pousada que eu estava hospedada. Corri até que eu sabia que minha voz seria ouvida.  

— Jamie Fraser para aí agora mesmo, seu bastardo escocês e vamos conversar!!!! – o cansaço do esforço físico repentino cobrava seu preço em meu corpo e eu já estava ofegante coloquei as mãos no meu joelho tentando me manter de pé, mas eu o vi parar.  

— Vai viver sua vida Claire, e me faz um favor não pisa na Escócia novamente.  

— Você sabe que meus pais assinaram a guarda dela à vocês por que eu prometi ir embora, com eles. Você acha que a minha vida foi normal depois de você? A resposta é não Jamie, não foi, mas chega uma hora que cansamos de lutar contra a correnteza e a deixamos nos levar. Se eu tivesse escolha, eu teria escolhido você e a nossa filha, eu trocaria minha carreira de médica por vocês sim! 

Jamie se virou e começou a caminhar para mim, quando chegou perto suficiente ele falou: 

— Ela é doce, inteligente, possui a sua sagacidade e determinação Sassenach. Às vezes eu posso te vê nela, e imagino como seria nossa vida se você estivesse lá conosco.  

— O que sua esposa acha disso? – eu precisava saber se ele tinha alguém. 

— A minha esposa, foi arrancada de nós dois, ela se sacrificou para que eu pudesse ficar com nossa filha e ela não ser entregue a adoção.  

As lágrimas já rolavam pela minha face, a esposa dele era eu. Eu o havia traído me casando com Frank, fiz os dois sofrerem da forma mais egoísta que alguém pudesse imaginar.  

— Me perdoa – eu pedi me jogando em seus braços – eu pensei que você havia seguido em frente. Se eu imaginasse isso eu nunca teria me casado com Frank.  

— Seguir em frente não significa se casar novamente. Segui em frente sim. Acredito que faço um bom trabalho com Lallybroch e Faith, a destilaria tem vendido toda a produção e há encomendas, as finanças estão em ordem, sim eu segui em frente Sassenach. – ele falava enquanto afagava meus cabelos molhados - Só me responde. Você sente por ele o que sentia por mim? 

— Não, eu tenho carinho por ele. Um bom homem, mas você, Jamie Fraser é toda minha alma e coração.  

— Ele te faz sentir como eu te fazia sentir quando estava dentro de você? – Jamie me perguntou erguendo minha cabeça para olhar nos meus olhos.  

— Eu nunca dormi com Frank, estamos casados à 48 horas e eu até agora consegui me esquivar de consumar o casamento. Eu nunca me deitei com mais ninguém, a sensação que eu estou te traindo é muito grande...  

Não pude terminar o que estava falando, pois minha boca foi tomada pela dele com tamanha violência. Sim aquilo estava certo, o mundo tinha cores novamente, minha alma e coração haviam encontrado o pedaço faltante. 

 - Você é sangue do meu sangue e ossos dos meus ossos. Dou-lhe meu corpo, para que nós dois sejamos um só. Dou-lhe meu espírito, até o fim de nossas vidas. – falamos em sussurros e beijos tendo a chuva de Inveness como nossa testemunha. – estávamos juntos novamente e iríamos enfrentar o mundo eu sabia disso.     

 

So you can keep me inside the pocket

Of your ripped jeans

Holding me close until our eyes meet

You won't ever be alone

And if you hurt me that's okay baby

Only words bleed

Inside these pages you just hold me

And I won't ever let you go

Wait for me to come home

 

Oh you can fit me

Inside the necklace you got

When you were sixteen

Next to your heartbeat where I should be

Keep it deep within your soul

Então você pode me guardar no bolso

Do seu jeans rasgado

Me abraçando perto até nossos olhos se encontrarem

Você nunca estará sozinha

E se você me machucar, tudo bem querida

Apenas as palavras sangram

Dentro destas páginas, apenas me abrace

E eu nunca te deixarei ir

Espere por minha volta para casa

 

E você poderia me colocar

Dentro deste colar que você usou

Quando tinha 16 anos

Perto do seu coração onde deveria estar

Mantenha isso no fundo de sua alma

FIM!!!!!!!

   


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