Porque até as estrelas queimam escrita por Nah Schreave


Capítulo 2
Então é esse o seu jogo?


Notas iniciais do capítulo

Olá amores, depois do Baile no Palácio,a vida de Camille nunca mais será a mesma,mas esse é apenas o começo!! Espero que gostem,desculpa pelas falhas,booooa leitura!!!



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   Seguimos por alguns corredores, que a meu ver se pareciam todos iguais, com carpete vermelho, móveis refinados, inúmeros retratos da família real e, muitas, muitas portas.

   Francamente,como não se perdiam naquele labirinto? Um mapa seria mais do que bem vindo!!

   Chegamos a um corredor mais largo, com duas gigantescas portas, onde dois mestres de cerimônias recepcionavam os convidados.

   Próximos ao final da escadaria estavam o Conde e a Condessa de Rouchet. A irmã da Condessa havia se casado com o Príncipe, e desde então eles não saíam do Palácio, segundo rumores que ouvira e, não duvidava.

    –Senhor e Senhora Lowell. –Saudou o Conde, enquanto a Condessa apenas sorria. –Que imenso prazer vê-los novamente.

    –Nós é que agradecemos o convite! –Papai respondeu.

   Apesar de nossa família não possuir nenhum título de nobreza – fato que ignorava completamente, oras, onde já se viu julgar alguém por sua fortuna – possuíamos grandes territórios em Waverly,Nilville e Carolina.

    –Senhorita Lowell, sua beleza é inacreditável, creio que possui muitos pretendentes. –O sujeito ergueu a sobrancelha sugestivamente.

   Lancei um sorriso radiante muito convincente, enquanto Mamãe escondia o sorriso satisfeito com o leque.

  –  Henrique meu filho, acaba de retornar de Londres, garanto que ficará muito feliz em conhecê-la , creio que não seja novidade o quanto a Senhorita é bem vista por todos, obviamente não poderia ser de outra forma, uma jovem tão encantadora. –A Condessa finalmente disse.

   Mas que gentileza, oferecendo-me o próprio filho!

   -Ficarei muito feliz em ser apresentada a vosso filho, seu retorno era muito ansiado por todos nós. –Tão esperado quanto o aumento dos impostos, não fazia ideia de quem era o jovem mencionado, me obriguei a sorrir e continuar. - agradeço os elogios, vindo de uma dama como a Senhora, posso dizer que me sinto lisonjeada.

    – Oh, é muita gentileza da sua parte. Aproveitem o baile! –Falou finalmente a Condessa.

    –Digo o mesmo! – Papai clareou a garganta, um tanto intrigado.

  Conversamos com mais algumas pessoas, até chegarmos  a uma imensa mesa onde o jantar seria servido. A mesa estava descorada de uma forma tradicional, grandes candelabros estavam presos ao teto, juntamente com alguns castiçais espalhados pela mesa.

   Lutei para não gemer obscenamente como sabor da comida, principalmente da torta de morango, aquilo era um pedaço do céu.

   Beberiquei um pouco de champanhe, enquanto observava discretamente as pessoas ao meu redor, era impossível não notar a extravagância de algumas damas, com plumas visíveis a quilômetros.

  O jantar passou-se rapidamente, quando percebi estávamos nos dirigindo as pequenas mesas dispostas ao redor do salão, antes mesmo de chegarmos à mesa, um jovem abordou-me:

    –Com licença Senhorita, dar-me-ia a honra desta dança?

    –Claro! –Sorri, enquanto pousava a mão no cotovelo daquele Senhor.

    – Senhor Moreira! Encantado em revê-la. –Disse ele, beijando minha mão.

   Sorri constrangida, como não reconheci o filho do médico de nossa família?

   – Oh, muito prazer, creio que já saiba quem eu sou. –Sorri docemente e ele riu,como a barba e o cavanhaque haviam lhe dado um ar maduro.

  A pequena orquestra no canto do salão,iniciou uma suave valsa, senti seu braço me envolvendo,coloquei a mão em seu ombro, e começamos a rodopiar

    –Pensei que fosse impossível, mas os anos a deixaram ainda mais bonita!

Flertar continuava sendo umas de suas ocupações preferidas, graças ao bom Deus, Titia Margarete me alertara sobre sujeitos com boa lábia!!

    –É muita gentileza da sua parte! –Empinei o nariz ao dizer aquilo, quão tola me julgavam? – Soube que o Centro Médico lhe agradou muito.

    –A medicina me fascina enormemente, creio que esteja no sangue dos Moreira. – Pedro  falou estufando o peito.

   Disso eu não podia discordar anos atrás Dr. Moreira, salvara Vovó de um trágico acidente.

    –Certamente!

    –Ouvi dizer que é uma excelente artista.

    –Foi exagero! –Pisquei um dos olhos. –Mas posso afirmar que tenho uma profunda relação com a arte, da mesma forma que o Senhor possui com a medicina, é como se ela fosse parte da minha alma, costumo a classificar como algo divino.

    –Não tenho dúvidas! –Pedro me analisou atentamente de cima a baixo, fixando os olhos no meu decote.

   Céus, por que homens eram tão mesquinhos frente a uma dama? 

    – Em que fase do curso está? –Perguntei tentando escapar daquela situação.

   –Já estou fazendo estágio no grande Hospital Del Vale, em Clermont, mas creio que após a conclusão do curso, irei retornar a Carolina, procuro uma esposa Senhorita!

    Levantei o olhar, e logo me arrependi, Pedro me encarava intensamente, seus olhos lembravam abismos, pareciam ser tão profundos. Perdi o compasso, pisei em seu pé acidentalmente, e quase esbarrei em uma dama, que dançava ao lado, mas Pedro segurou-me evitando o constrangimento.

    –Desculpe-me, perdi o equilíbrio.

    Pedro apenas sorriu, mostrando as covinhas. Para minha sorte, ou azar, a valsa acabou naquele instante, e ele conduziu-me a mesa onde Papai e Mamãe estavam sentados.

    –Senhorita, creio que preciso devolvê-la a sua família, a contragosto, devo lhe informar, foi um prazer revê-la, espero sinceramente que possamos ter mais danças! – Despediu-se beijando minha mão. –Disse ele, inclinando levemente a cabeça.

   Papai puxou a cadeira para eu sentar, e Mamãe me encarou, parecendo a ponto de sair saltitando pelo salão.

    –Querida, você causou uma ótima impressão, tendo sua primeira dança com o Senhor Moreira, ele é um ótimo rapaz! –Disse ela.

     “Ótimo rapaz”, com certeza!

    –É sim, era exatamente a intenção! – Forcei um sorriso.

  Notei os Rouchet se aproximando.

  Oh, não! Eu sabia o que viria a seguir.

  Engoli em seco.

   –Caros amigos, este é meu filho Henrique, de quem lhos falei. –Disse o Conde.

   –Senhor Lowell,Senhora Lowell! –Saudou Henrique com um sorriso torto nos lábios. –Senhorita Lowell. –Ele disso beijando minha mão enluvada.

    –Que honra nos dá com a sua companhia, seus pais nos informaram que Londres lhe agradou muito. –Papai comentou.

    –De fato, é um ótimo lugar!

    –Teremos muito tempo para conversar. –A Condessa emendou rapidamente.

    –Certamente.

    Os pares faziam fila para a quadrilha que iria se iniciar, Henrique me encarou e,sorriu deixando as covinhas aparecerem.

    –Senhorita Camille, aceitaria esta dança?

    Com um sorriso cínico nos lábios, assenti, aceitando o braço estendido na minha direção.


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