Em Busca do Inesperado escrita por Nay Beckett


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Antes de irmos ao capítulo gostaria de parabenizar minha irmã e parceira de fic Bruh GSR Sidle, hoje essa grande amiga está completando mais um ano de vida e por isso essa história será dedicada a ela.
Obrigada a todos que me deram suporte e incentivo para escreve-la e principalmente a minhas amigas Bia Flor e Gabriela Lima, meu muito obrigada.
Espero que gostem!



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Grissom

Andávamos sozinhos na escuridão, depois de tantas horas a sua procura meus olhos me enganavam, imaginava vê-la aonde quer que eu fosse, com seus olhos dissimulados e sorriso torto por conta de uma queimadura que a deixou desfigurada.

Um membro de nossa equipe tinha sido pego por uma das criminosas que estávamos prestes a prender. Jim poupou os policiais e peritos do laboratório, mas como ela estava com minha amiga fui atrás, aliás, eu e Sara fomos.

Durante nossa busca tentávamos contatar o laboratório a fim de obter informações, mas com a falta de luz estavam fazendo tudo pelos métodos antigos e levaria mais tempo até determinarem algo. Estávamos no meio da noite e um vento frio batia sobre nossos corpos, quase os tirando do lugar, fechei o zíper do casaco na intenção de me proteger.

Pela fresta da porta do carro vi Sara empunhar o revólver, iríamos invadir um galpão, Catherine estava nele e eu só conseguia pensar em como invadiríamos.

Sara, que estava mais sã do que eu naquele momento guiou-me sobre o que deveria ser feito. Apesar do fato, meus olhos passarão de assustados para quase felizes por tê-la ali tão perto e mantendo tudo sobre controle, o que eu tinha perdido. Entregou-me sua arma a fim de recarregar a reserva quando peguei em sua mão e a guiei ao meu rosto, nunca tinha feito aquilo, tomado uma iniciativa sobre pressão, mas senti que poderia perdê-la a qualquer hora e isso foi o que me acalmou.

Ela que já havia dado sinais mostrou-se surpresa, quase assustada com o gesto, mas ainda assim, não me afastou. Contou no relógio analógico de pulso os segundos que faltava para o explosivo explodir e quebrar a tranca do portão de aço. Exatamente cinco segundos era o espaço de tempo em que o alumínio voaria e entraríamos no ambiente.

Vejo o brilho da explosão, Sara entra em minha frente com a arma em punho vasculhando o local. Dividimo-nos e ela vai para esquerda enquanto vou para a direita, seus olhos atentos, espertos me avisam de que virá algo. Uma sombra passa por meio as caixas do galpão e faço um gesto para que espere, não podia deixá-la dá mais algum passo sozinha, não hoje! O vulto mais uma vez nos persegue, passa ao nosso lado dando leves gargalhadas sinto um calafrio percorrendo a minha espinha. Os lençóis brancos que cobriam a pouca mobília do antigo galpão começam a voar, eles dançam ao vento fazendo do ambiente ainda mais tenebroso. Ao fundo observo uma pessoa sentada em uma cadeira. Seria Catherine? Me aproximo e só então percebo que não é Catherine e sim quem procuramos, se ela não está aqui aonde está? Seu sorriso se abre, não era mais uma garota problemática com problemas de abandono, havia virado uma mulher madura com cicatrizes do passado, uma mulher que nutrira ódio por Sara, que quase a matou embaixo daquele carro no deserto. Toda a minha raiva voltará, mantive-me forte apesar de estar desmoronando por dentro.

— Finalmente me acharam! Palmas pra vocês! - diz cinicamente enquanto bate palmas.

— Vejo que a internação lhe caiu bem, está mais sã - Sara repreende ironicamente.

— Inspetor Gilbert Grissom, vejo em seus olhos que a ama, mas não tem coragem de falar! - seus olhos dissimulados recaem sobre mim.

— Não estou aqui para falar de mim e sim de você. Porque aquela maquete? Porque o nosso laboratório nela se está aqui? - pergunto calmamente.

— Grissom, Grissom! Vejo que não procurou direito às evidências! Era um código, era para você desvenda-lo e não há mim. - ainda sentada me encara, sua cicatriz monstruosa aparece com o clarear da lua.

— Você me trouxe aqui para te prender? Não me parece muito inteligente. - rebato.

— Antes eu não queria nada disso, mas me fala a verdade, ninguém se importa mesmo com as vítimas, apenas quem as matou que são lembrados.

— Então é isso que quer? Conhecimento? Quer que acreditem que você é melhor do que nós? - Sara fala cuspindo as palavras.

— É exatamente isso que eu quero! Antes eu era apenas uma psicopata que acreditava fazer o certo, porque quando fui à vítima ninguém quis saber de mim.

— E acha que assim será imortalizada? Só pode tá brincando! - Sara se aborrece com Natalie Davis.

— Irei te prender de qualquer jeito, saiba a imprensa ou não, mas nesse horário quem irá notar? - pergunto.

— Podem ser que não notem hoje, nem daqui a uma semana e quem sabe um mês. Mas acredita mesmo que daqui um ano não perguntaram de mim? O que vão dizer?

— Direi a verdade! - falo rispidamente.

— Em todos os noticiários o meu nome estará e quando isso acontecer todos da prisão me temerá, ficarão com medo e se perguntarão se me fizeram algo que não deveriam.

— Isso não vai acontecer! Acha mesmo que ficará com presos comuns? Ficará na segurança máxima. - Sara diz enquanto anda de um lado para o outro.

— Se me prenderem não acharam a amiga de vocês! - Natalie nos ameaça.

— Mas é claro que acharemos! - Sara sorri maliciosamente para ela e retira algemas do coldre da calça, prende-a e cita seus direitos.

Colocamos Davis no carro e fechamos a porta, puxo Sara pelo braço e sussurro em seu ouvido:

— Espero que não esteja blefando.

— Não estou! - ela se solta.

No laboratório...

Chego ensopado devido a forte chuva e Jim Brass me repreende por ter burlado o sistema de proteção do prédio e usado minha credencial especial para entrar.

— Grissom! O que pensa que está fazendo? Estamos em alerta com essa falta de energia. - diz ele apontando uma lanterna em meus olhos.

— Trouxe Natalie Davis, quem estávamos procurando.

— Cadê Catherine? Não me diga que não a achou! - abre os braços em sinal de desagrado.

— Não a achei. Mas Sara tem uma teoria.

— E cadê Sara? - pergunta preocupado.

— Está testando sua teoria. - respondo com tristeza no olhar.

Sara

Dou a volta no laboratório e vou até os fundos, a chuva bate forte em meus ombros. Vejo um portão que dá para uma escada em um subsolo, o subsolo do prédio. Entro e procuro por Catherine, preciso estar certa disso. Na maquete havia o laboratório e nenhum indício do galpão, não um que havíamos notado, tinha caixas respingadas de sangue o que representa o lugar em que Natalie estava. Outra coisa que não tínhamos reparado era o alvejante, ele fazia uma marca no assoalho, assoalho esse que provavelmente é onde Catherine está. Dou mais alguns passos e ao longe vejo Cath amarrada em uma cadeira com uma fita sobre os lábios. Corro até ela e a solto rapidamente, a abraço e choro por tê-la encontrado. Seu olhar assustado logo se esvaia e sinto determinação crescendo dentro de seu peito.

— Catherine, não precisa ficar assim. Nós já a pegamos, tudo isso acabou. Vá para casa e fique com sua filha, ela precisa muito mais de você do que nós.

— Sara, não achei que fossem me resgatar, não hoje, alguém já mais imaginou que eu não tinha saído do laboratório. Era o último lugar que iriam procurar, obrigada de coração. – diz enquanto segura minhas mãos, nossas lágrimas rolam, erámos como irmãs, tínhamos essa ligação.

Saímos do subsolo e encontramos a equipe toda a nossa espera quando abrimos a porta, estavam todos lá: Grissom, Nick, Warrick, Greg, Jim e Dr. Robbins com lanternas nas mãos, comemorando ao nos ver.

Somos abraçadas por todos ainda embaixo de chuva, Warrick abraça Cath na intenção de aquecê-la, Gil envolve seus braços ao meu redor e afasta tiras molhadas do meu cabelo que estavam sobre meus olhos, andamos até a porta principal. Ao adentrar o ambiente percebo que o problema de energia tinha sido estabilizado e estávamos novamente com luz. Grissom me guia para sua sala e me enrola numa manta térmica enquanto me serve com uma caneca de chá.

Toca meu rosto com as mãos e se aproxima ficando com o rosto rente ao meu, e começa a se declarar.

— Sara... Eu tive tanto medo de te perder, não consegui suportar essa ideia. Eu jamais iria superar sem você ao meu lado. Precisei passar por tanta coisa para finalmente tomar coragem de te dizer. Sara, eu te amo, você é a mulher da minha vida e eu quero vive-la ao seu lado.

Acaricio sua face e ele me beija, seus lábios invadem os meus ferozmente e só então percebo que estava se contendo na declaração, sua língua pede passagem e acabo cedendo, afundo meus dedos em seus cabelos aprofundando ainda mais nosso beijo. Nos separamos, apenas tempo o suficiente para recobrar o ar e voltamos, ainda mais intensos e sagazes, nosso beijo segue com ardência e paixão.

Segura minhas mãos e pergunta:

— Tem certeza de que é isso que quer Sara?

— Claro que tenho Gil, esperei muito tempo por isso, para te ter em meus braços.

Grissom

No dia seguinte...

Estaciono em frente a sua casa e salto do veículo, toco a campainha e Sara a atende. Vejo-a sair de casa maravilhosa com um vestido no tom azul- marinho que desenha sua silhueta e realça suas curvas, ele tem uma minuciosa abertura lateral que só se percebe quando caminha. Os cabelos estão presos num coque semisolto que imagino ser feito com mãos habilidosas e precisas, na pele apenas uma maquiagem leve dando ênfase ao que tem de melhor.

Acelero o automóvel e andamos por cerca de meia hora até o restaurante, saio do veículo e abro sua porta, pego em suas mãos e a ajudo a se levantar. Adentramos o ambiente e um homem alto com uma dólmã nos conduz a mesa reservada, hoje o Chef está recebendo os convidados por ser inauguração de seu restaurante.

Puxo a cadeira para Sara e me sento em seguida, um outro atendente na casa dos vinte anos e de olhos verdes para em frente a nossa mesa e nos entrega o cardápio.

— Eu vou querer um robalo ao vapor com erva doce. – o garçom anota meu pedido num bloquinho. – E você Sara?

— Um nhoque de mandioquinha recheado com gorgonzola na manteiga de ervas. – diz examinando o cardápio.

— Traga um Sette Ponti também.

— Como adivinhou? Eu amo esse vinho. – entrega quando o jovem desaparece.

— Sei tudo sobre você Sara Sidle. – enquanto digo-a me encara.

Alguns minutos após somos servidos e trato de reservar a sobremesa.

— O senhor reserva dois mil-folhas com creme de confeiteiro de cumaru, por favor? – o rapaz balança a cabeça enquanto anota o pedido.

— Vejo que conhece meu gosto. – sorri para mim.

— Como não conhecer gostos tão restritos? – jogo a pergunta. – Você é excepcional Sara, jamais conheci uma mulher como você.

Passamos o jantar inteiro entre taças de vinho e conversas leves, nada relacionado ao trabalho. Só ela tinha esse poder, o poder de me deixar em outra dimensão quando estava junto a ela, o poder de esquecer que o mundo e as pessoas podem ser más e isso por todos esses anos me deixava ainda mais apaixonado.

Caminhamos até a sacada do restaurante que dava para a parte mais iluminada da cidade de Las Vegas, em meio aquela noite agitada, estávamos ali calmos e tranquilos. Uma brisa fria batia sobre seus cabelos a deixando mais bela e misteriosa, deslizou as mãos pelos braços em sinal de frio, tirei meu paletó e a abracei sobre o vestido de tecido fino. Seu olhar se deparou com o meu, fomos mais uma vez guiados pela força do desejo que vinha aos poucos e ganhava maiores proporções, nossos lábios se tocaram e dessa vez me senti como se meu peito fosse se rasgar, não era só um beijo, eu havia descoberto o amor, o amor que conhecerá há muito tempo, mas porém, não tinha coragem de assumir.

Paro o carro novamente em frente a sua casa, Sara tira o cinto e me convida para entrar.

— Quer entrar?

— Não, você deve estar cansada. Teve um dia cheio hoje.

— Que isso. Entre!

— Se insiste.

Entro e me surpreendo ao ver a decoração de sua nova casa, a maioria dos móveis eram clean e o espaço possuía conceito aberto empregando praticidade. Sua cozinha era integrada a sala, a bancada e a ilha dividiam os dois ambientes. Uma adega se instalava embaixo da escada que levava ao andar de cima. Vejo-a caminhar em direção à escada e suponho que irá pegar um vinho, ela volta com uma garrafa um pouco empoeirada denominada Amarreto. Serve a bebida em duas taças de cristal entregando-me uma delas, sentamos no sofá um pouco próximos e contamos de fatos engraçados do passado, não sou o tipo de pessoa que se diverte e sorri abertamente, mas ela me dava segurança para isso.

Repouso nossas taças sobre a mesinha de centro e passo meus dedos sobre o desenho de sua boca. Vejo de relance sobre a meia luz o realce de seus olhos. Com sagacidade tomo seus lábios nos meus sugando com vontade. O desejo me guia e afundo meus dedos pelos cabelos sedosos daquela mulher, agora completamente entregue. Nosso beijo segue com paixão, fervor e ardência. Um verdadeiro incêndio em meio ao frio suplicante daquela noite. Sinto suas mãos correrem para dentro de minha camisa e suas palmas macias entrando em contato com minha pele quente, sedenta por ela. Cada toque, cada suspiro, cada frase mal acabada e sem nexo preenchem o ambiente. Que ela é incrível eu já sabia, mas que entregue é sensacional, para mim é novidade.

Com dedos habilidosos começa a abrir os botões de minha camisa um por um deixando meu peitoral completamente exposto. Caminhamos pelo corredor nos beijando e ao chegar na porta de seu quarto a encosto na parede e ela puxa minha gravata a jogando longe. Prendo seus pulsos com as minhas mãos enquanto a beijo descendo para o colo dos seios e ela sussurra sacanagens em meu ouvido com uma breve mordidinha. Deus, como essa mulher é sexy. Corro as mãos até suas costas procurando pelo fecho do vestido enquanto sou puxado pelo colarinho até seu quarto. Puxo o zíper até o final e a peça fina cai delicadamente de seu corpo percorrendo por suas curvas. Diante de mim ela beija meu tórax enquanto tira o cinto e abre o fecho da calça. Prendo parte de seu cabelo atrás da orelha e decido tornar essa noite a mais romântica de sua vida. Permito-me sentir e ser sentido. Entrelaço meus dedos nos dela e a beijo com fervor, descendo cada vez mais. Abro seu sutiã o jogando para longe e puxo sua peça íntima com os dentes até ser tirada. Enfim estamos nós dois entrelaçados, voando na direção um do outro. Com essa paixão ardente, que não tem nome, nem cor, nem sabor, apenas calor.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, entrem em contato, comentem, façam críticas construtivas.
Obrigada a todos que dedicaram seu tempo para se dispor a ler.
Abraços.



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