Desenterrando passados... escrita por Juju Moreira


Capítulo 3
O castigo da bruxa


Notas iniciais do capítulo

Eai galerinha, como vão? Assim como prometido, eu n iria demorar e aqui estou eu com mais um capitulo para vcs, espero que gostem. Boa leitura e obrigada por comentarem.



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  Parecia que o mundo inteiro havia resolvido conspirar contra mim, fiquei na responsabilidade de uma assistente social até o juiz desci qual seria meu destino. Por incrível que pareça, aquele maldito não contatou nem ao menos um de meus parentes mais próximos, seu veredicto final foi me mandar para um orfanato de freiras no interior.

  Desde que entrei naquele lugar, eu recebi diversos castigos, parei de contar quando cheguei ao trigésimo, e o pior de tudo, é que eu nunca havia feito algo para merecer tais conseqüências. Por ser uma das menores, as crianças mais velhas sempre acabavam colocando a culpa sobre mim e eu sem poder me defender, era castigada. Minhas punições ia desde ficar ajoelha em farelos de milho por horas a fio, passar noites sem jantar e até mesmo ter as mãos queimadas pelos cigarros de irmã Dolores. Foi então que desci que se eu deveria ser castigada, eu as daria um motivo, fui para a aula da manhã com a irmã Abigail e sentei em meu lugar costumeiro, apontei firme meu lápis no apontador e esperei Max sentar ao meu lado. Max costumava sempre me bater, mas desta vez seria diferente. Assim que o mesmo chegou, senti meu coração palpitar de alegria, minhas mãos ferviam de emoção e quando eu vi seu punho vir em minha direção meu instinto sanguinário foi acionado instantaneamente. Mais rápido que um gato, minha mão cravou com todas as minhas forças o lápis na perna do garoto que caiu no chão urrando de dor. Todas as crianças logo nos rodearam e a irmã Abigail também nos cercou, olhei para minhas mãos e vi todo aquele sangue sobre elas, não senti nem um pingo de remorso ou arrependimento, pelo contrário, o cheiro do sangue em minhas mãos eram inebriantes. Jamais havia sentido algo tão bom quanto aquilo.Mas tudo que é bom, dura tempo suficiente para termos o prazer de saborear esta doce sensação, foi então que senti aquela mão em meu ombro:

— Irmã Abigail, leve o garoto para ser cuidado pela irmã Tereza na enfermaria, e você senhorita Braun, me acompanhe!

  Para mim, um castigo a mais dado pelas freiras não faria diferença, eu só não contava com o fato de que eu o receberia pelas próprias mãos da figura mais destemida de todo aquele lugar, que se encontrava ausente por um tempo, a Madre Superiora Irmã August. Senti a cada passo sua mão ossuda apertar com mais força o meu braço, onde suas unhas estavam quase cravadas nele. Paramos diante do armário do zelador e ela abriu a porta?

— Vamos, entre ai! – Devo confessar que a irmã August era uma figura assustadora, tudo nela me causava tremores. – Agora tire a blusa e vire-se de costas! –Estranhei sua ordem. Ela trancou a porta trás de nós.

— Não me ouviu, vamos tire a blusa sua fedelha! – Disse arrancando com fúria a minha blusa e me virando de costas. Por um instante eu ouvi tudo ficar em silencio até sentir a chicotada em minhas costa e eu cair de joelhos. Instintivamente eu acabei gritando, mas isso a enfureceu mais ainda, as oito chicotadas seguidas foram dadas com toda a força que alguém pode ter. A medida que meus gritos eram libertos, mais força ela colocava no chicote. Depois de alguns minutos eu já estava sem forças e meus gritos já não saiam mais, eu já estava a sua mercê, e a décima chicotada foi dada. Meus joelhos não suportaram mais, e eu vim a cair de bruços no chão.

— Agora deverá pensar duas vezes antes de machucar outra criança! – Disse ela saindo do armário do zelador e me deixando caída no chão frio.

O sangue não parava de percorrer minhas costas e eu já não possuía forças para me levantar, o máximo que consegui fazer foi chorar baixinho, foi então que ouvi a vozes do lado de fora da porta, talvez irmã August achou que eu ainda não havia sido castigada o bastante e veio terminar o serviço.

— Eu vi a Madre Superiora sair daqui, talvez a menina ainda esteja aqui. – A porta então foi aberta.

— O meu Deus é ela. – Senti aquelas gentis mãos me tocarem, era irmã Tereza que veio me socorrer junto de Scott, o zelador. Scott me pegou no colo e saiu às pressas junto a irmã. O orfanato possuía 30 freiras e 29 delas não mereciam ser chamadas assim, pois não passavam de tiranas sem coração, a única que poderia ser considerada como um anjo era a irmã Tereza, que era gentil e bondosa com todos, ela era meu porto seguro, aquela que eu sabia que podia confiar e que me dava amor como o de uma mãe. Irmã Tereza me levou para seu quarto e junto de Scott, tratou da melhor maneira possível os meus ferimentos.

— Eu preciso ir Tereza, antes que a Madre Superiora me pegue.

— Tudo bem Scott, boa noite. – Assim que Scott saiu, ela voltou seu olhar para mim. – Está noite dormirá aqui comigo, não quero que a Madre Superiora pegue você novamente.

— Obrigada irmã.

— Mas antes, eu quero que me diga por que fez aquilo com o Max!

— Max sempre me bate assim como as outras crianças, e eu sempre sou castigada por algo que não fiz, então dessa vez eu resolvi dar-lhes um motivo real para ser castigada.

— Mas desta vez a Madre Superiora lhe machucou para valer!

— Eu sempre sou machucada, quando não é pelas crianças maiores, é pelas mãos das próprias freiras! – Ela permaneceu em silencio, pois sabia que eu não estava errada. Foi naquele exato momento, que o desejo de vingança foi anexado a minha alma, daquele dia em diante, eu decidi que jamais deixaria alguém me machucar outra vez, jamais. E que todos aqueles que um dia me fizeram sofrer, iriam pagar muito caro.

— Irmã Tereza...

— Sim meu anjo?

— Qual seu sobrenome?

— Willows, Tereza Willows.

— É muito bonito.

— Obrigada mas o seu também é bonito. – Disse me dando um sorriso e retirando uma mexa de meu cabelo da minha face.

— Obrigada – Retribui-lhe o sorriso. Irmã Tereza retirou o véu negro e suas pequenas madeixas loiras foram reveladas, ela vestiu uma camisola e deitou ao meu lado, fazendo movimentos circulares em meu cabelo.

— Enquanto eu estiver com você, nada de ruim lhe acontecerá! – Disse depositando um beijo em minha testa. Sua doçura e carinho, lembravam-me mamãe então adormeci entre seu caloroso abraço.


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Notas finais do capítulo

Pobre da Cath n acham? Nem um ser humano é merecedor de um castigo assim. N deixem de comentar.



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