A noite estava apenas começando, todos se encontravam na grande mesa do local. Cyrene estava sentada na cabeceira da mesa, ao lado esquerdo estava Xena, Gabrielle ao seu lado. Joxer estava entre Gabrielle e Giselle. Do outro lado da mesa estavam Matheus e Juliana. Esta última que de vez em quando tinha que se policiar, para que seus olhos não descansassem na princesa guerreira. Ela era tão linda e tão impositiva.

 - E então, Xena? - Perguntou Juliana a guerreira que prontamente a olhou. Aquilo surpreendeu a garota, que nunca esperou antes ter a atenção da guerreira voltada para ela daquela forma. - Gabrielle te contou sobre a nossa situação?

 - Ela me contou. Alguém teria interesse em trazer vocês para cá? - Juliana então olhou para Giselle e depois para Matheus.

— Não sabemos, nem ao menos se trazer a gente para cá foi feito com uma boa ou má intenção. - Disse Juliana suspirando em seguida.

— Pensamos que poderia ter sido Afrodite. - Completou Giselle.

 - E porque ela faria isso? - perguntou Xena interessada.

 - Talvez por saber que o amor da minha vida está aqui. - Disse Giselle, sorrindo e olhando para Joxer.

 Matheus, Juliana e Gabrielle riram.

 - Bom, de qualquer modo, nós preferimos resolver isso amanhã. - Esclareceu Matheus. - Se não estivermos incomodando.

— Vocês não incomodam, acho que tornam a noite mais divertida - Disse Gabrielle.

Ela estava feliz de ver que Joxer estava contente com Giselle, além disso, Cyrene havia comentado mais cedo que aqueles jovens a lembrava seus filhos, que saíram de casa tão precocemente.

Tudo se completava naquela noite. Tanto da parte dos anfitriões quanto dos convidados. Foi uma noite perfeita em família regada a vinho, comida farta e conversas. Giselle falou com Gabrielle perguntando de suas viagens ao lado de Xena, especulou se o trio poderia viajar com elas, caso tudo desse errado. Gabrielle alertou que não era uma vida fácil, que havia um ônus. Juliana ouviu suas conversas ao lado, observava as duas conversando e de vez em quando soltava alguma observação.

 Juliana também tentou conversar com Xena, sobre armas, pontos de pressão. Xena não era muito de falar, mas se interessou quando Juliana falou a respeito de como elas eram retratadas na TV, também se interessou por saber das tecnologias do século XXI e fez muitas perguntas a Matheus sobre o assunto. O jovem se sentiu muito honrado em esclarecer coisas a própria princesa guerreira.

Juliana e Matheus falaram de armas de fogo, mas Xena não pareceu se interessar muito, no entanto, parecia rápido demais para ela apontar uma arma e eliminar o adversário, ela sentia o sangue ferver em campo empunhando uma espada, “no calor da batalha”. Mesmo assim ela os ouviu.

A noite foi longa, mas passou rápido. Giselle perguntou a Joxer sobre seu talento musical, Cyrene que estava perto disse que tinha uma lira no fundo do baú e que poderia emprestar a Joxer para fazer uma demonstração, ela só estava um pouco empoeirada, mas Cyrene logo cuidou de limpá-la e Joxer a tocou, começando pelo clássico "Joxer, o poderoso", depois dedicou uma música a sua nova "amiga", Giselle, e como não poderia deixar de fazer, dedicou uma música a Gabrielle. Ele teve todas as atenções voltadas para ele quando tocava. Aquela estava sendo uma noite maravilhosa para ele também.

Em um momento, depois de todos muito insistirem, Xena cantou o pequeno trecho de uma música a pedido de Gabrielle em especial. A canção na voz dela foi um bálsamo para os três xenites ali presentes.

A noite se aproximava do fim, Joxer já estava dormindo na mesa, Giselle também estava com sono e foi dormir, mas antes deu um super abraço e um beijo no rosto de Matheus, também fez o mesmo com Juliana. Ela deu um abraço especialmente longo em Gabrielle, o que surpreendeu a poetisa. Depois de abraçar Xena também, ela agradeceu pela noite inesquecível e se retirou, mas não antes de balançar Joxer um pouco e pedir para que ele se levantasse, não podia dormir ali na mesa, segundo ela, ele merecia descansar na cama dele. Assim foram os dois em direção aos quartos. 

— Desculpe-nos por não ter trago presentes. - Disse Matheus

— Era tudo o que eu mais queria, ter trazido algo de nós que pudesse ficar de lembrança para vocês - falou Julliana.

— As lembranças ficarão com a gente. - disse Gabrielle gentilmente e Xena assentiu com a cabeça, aquilo os deixou encantados.

Xena e Gabrielle os abraçaram, Juliana deu um longo abraço em Xena, e Matheus em Gabrielle. Era tudo tão fraterno. Cyrene também abraçou a todos, aquela noite não havia sido solitária, como os solstícios costumavam ser para ela.

— Eu queria congelar o tempo - disse Julliana sorrindo.

— Queria poder tirar uma foto - disse Matheus

— Foto? - Perguntou Xena

— É como uma pintura de seres humanos - respondeu Matheus.

— Hum... - Respondeu Xena

Xena entregou algo a Cyrene, um lindo cordão com pingente de infinito. Cyrene abraçou a filha feliz. Também deu a Gabrielle uma frigideira nova.

— Pelo dia em que usei sua frigideira como chackram. - Disse Xena entregando o presente.

Gabrielle sorriu e torceu o nariz, como sempre fazia. Matheus e Julliana se olharam e sorriram, ambos lembraram-se do episódio “A Day In The Life” e souberam a partir dali em que temporada o tempo estava. Eles ficaram de boca aberta com aquela real referência.

— Não precisava, Xena. - Gabrielle recebeu o presente e puxou Xena pelo pescoço dando um beijo no canto da boca da guerreira, seguido de um abraço.

Os Xenites ali presentes ficaram ainda mais estarrecidos com a cena. Matheus se vangloriou por dentro “eu sabia”. Cyrene apenas observava com eles sorrindo e olhava seu pingente de vez em quando. Pediu para que Matheus abotoasse para ela, o que ele fez com muito bom grado.

Gabrielle deu a Xena um novo chicote.

— Dessa vez eu não me esqueci de você - disse se referindo ao solstício passado. - Xena sorriu e abraçou mais uma vez a amiga.

— Joxer também comprou um presente para você, mas acho que vai ficar para amanhã a entrega. - Todos riram.

Resolveram que era a hora de ir dormir. Todos se recolheram para suas camas.

E assim terminou aquela noite, era um sonho se tornando realidade, uma mágica se concretizando. Eles haviam, os três, sonhado com isso tantas vezes, em seus sonhos mais loucos, em sua imaginação fértil.

Cansados, logo pegaram no sono, por mais que estivessem com medo de acordar e perceber que tudo havia sido só mais um sonho louco, que nada do que viveram foi de fato real. Será?

De qualquer forma, para eles aquela noite só mostrou que a fé em sonhos era capaz de torná-los reais.