Distance escrita por Wendyzs


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Yo, minna-san! ❤ Agradeço por ter chegado até aqui e dado uma chance pra minha fic, já te amo demais :v como eu disse, essa é a minha primeira fic com a Kaya e ela não contém muuitas informações sobre ela. Na verdade, ela tava quase no caminho de uma UA, mas eu resolvi aderir a ideia antes :v pretendo postar a história dela abrangendo mais informações em outras fics ou até mesmo no meu perfil. Mas por enquanto, vamos ficar com Distance :3
Boa leitura! ❤



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— Fubuki, querido, quando terminar o banho, me ajude a arrumar a mesa!

Ouvi o chamado de minha tia de dentro do quarto, enquanto ainda me ensaboava, tirando toda a sujeira adquirida no treino em campo daquela tarde e aquecendo meu corpo frio pelo tempo ruim. Concordei com um grito. Certamente, após preparar toda a ceia, deixar a mesa pronta era o mínimo que eu poderia fazer para ajudá-la. Vesti-me e desci, pegando os pratos que estavam dentro do armário.

— Obasan... – ela me olhou. – desculpe por não estar presente para ajudá-la a preparar a ceia. Você teve que fazer tudo sozinha...

Ela abriu um sorriso e colocou uma mão em meu ombro. Apertei os dois pratos que segurava nas mãos com esse gesto.

— Imagina, meu anjo. Sei o quanto você gosta de futebol e o quanto isso te deixa feliz. Mesmo que na véspera de Natal, – ela riu. – você e seus amigos ainda querem jogar e eu não vou impedi-lo de fazer algo que ama para me ajudar a fazer algo que eu consigo fazer sozinha.

Sorri timidamente. Minha tia sempre fora boa demais pra mim. Eu a amo como amava a minha própria mãe, mesmo sabendo que há uma diferença enorme entre ambas. Eu a trato como tratava a quem me deu a vida.

— Obrigado.

Dispus três pratos com seus respectivos copos e talheres sobre a toalha vermelha de detalhes verdes e dourados. Enquanto isso, ela ia falando comigo e me fazendo perguntas sobre meu dia. Pouco tempo depois que coloquei toda a comida na mesa, meu tio chegou e me cumprimentou com um beijo na testa.

A sala estava toda arrumada e decorada enquanto fazíamos nossa prece antes da ceia. Festões estavam enrolados com pisca-piscas pelo corrimão das escadas e uma imensa, decorada e brilhante árvore de Natal estava no canto, vazia pelos presentes que viriam pela madrugada. A animação dos meus tios enquanto comíamos a ceia deixava o ambiente mais quente, de forma que isso chegava até o meu coração e eu pude sorrir, como sei que minha mãe, meu pai e meu irmão gostariam.

Depois de terminarmos, ainda ficamos conversando um pouco. Meu tio também veio a perguntar sobre meu dia, ao qual eu respondi que estávamos trabalhando em uma nova técnica para aumentar o nível do futebol do Colégio Hakuren. A questão é que até então o time claramente se apoiava em mim para as vitórias e, como capitão, acredito que todos tenham sua própria e verdadeira força. Por isso, empenhava-me cada vez mais para despertar esse poder escondido em cada um dos jogadores.

Minha tia se levantou, recolhendo os pratos e levando-os até a cozinha. Levei os talheres e os copos e, quando me aproximei para pegar a esponja, minha tia segurou delicadamente o meu pulso.

— Vá descansar, querido. Pode ir, seu tio vai me ajudar.

Ri enquanto subia as escadas, vendo a careta de desespero do dito cujo ao saber que teria de ajudar na limpeza. Fui para o meu quarto e sentei diante do notebook aberto, no qual havia uma notificação de uma nova mensagem.

SNOW892: ei

SNOW892: você já terminou a ceia? posso ligar pra você?

Era a Kaya. Terumi Kaya é uma grande amiga minha, conhecida quando eu ainda era somente um menino pequeno e baixinho (não que a situação do baixinho tenha mudado, mas crescer eu cresci) que ainda tinha um irmão mais novo. Ela o conheceu.

Tivemos uma história de encontros e desencontros depois que nos reencontramos na velha Caravana Relâmpago. Depois de tudo o que passamos juntos, inclusive o campeonato internacional, minha amiga passou a estudar na Raimon depois de se transferir para lá ao final do FFI e, assim, fomos separados. Felizmente, trocávamos mensagens todos os dias. Sorri enquanto digitava uma resposta.

FUBUKI_S: Oi

FUBUKI_S: Feliz Natal pra você também '-'

FUBUKI_S: Liga aí

Cerca de um ou dois minutos depois, ela visualizou e senti meu celular vibrando com a chamada. Peguei-o na cama – era muito melhor falar pelo celular que pelo computador se não fosse pelo Skype – e atendi.

— Você achou que eu esqueci de te dar feliz Natal? – ouvi a voz dela do outro lado da linha.

— Não só achei como já perdi as esperanças. Mas por que você me ligou?

— Primeiramente, feliz Natal, seu desesperançoso. – Kaya riu e eu a acompanhei. – Em segundo lugar, Afuro-niichan veio aqui comer comigo e meus pais. Ele ainda trouxe um panda de pelúcia pra mim. Eu tô tão feliz!

Olhei para uma foto nossa, para seu sorriso fácil, em uma moldura em cima da escrivaninha. Sempre achei engraçado que Kaya, com seus fios curtos e negros, tivesse o cabelo menor que o do irmão. Fora isso e o fato dela ser mais branca e mais baixa, ambos eram muito parecidos, principalmente nos olhos – idênticos. E desde que Aphrodi tinha ido morar com Nagumo e Suzuno, eu sabia que Kaya passou a se sentir muito sozinha, já que não tinha mais a presença do irmão sempre consigo. Imagino o quanto ela deve ter pulado de alegria ao revê-lo de novo para passar o feriado.

— Ele só vai embora dia 27, mas prometeu que voltaria para passar a virada com a gente. Aparentemente o Nagumo e o Suzuno também voltaram para as casas dos pais pra passar as festas lá também.

— Honto? Que bom! – sorri, mesmo que ela não pudesse ver. Dava pra sentir a emoção somente na voz dela. – Então esse foi o melhor Natal?

— Īe. — ela negou. – O meu melhor Natal foi quando Afuro-niichan e você estavam aqui.

A última vez em que nos vimos pessoalmente fora quando Endou resolveu reunir todos os membros do FFI pra comer em um restaurante, como forma de reencontro e para comemorar mais uma vez o título conseguido. Mesmo que Kaya fosse sul-coreana, ninguém discordou de chamá-la também, já que sempre vinha visitar todo mundo. Após isso, apenas havíamos trocado mensagens e ligações e nos visto por chamadas de vídeo.

Óbvio que eu também sentia sua falta, mas, infelizmente, não havia muito o que fazer quanto a isso. Ambos éramos ocupados, quando um podia o outro não podia. Era um ponto delicado da nossa amizade. Tocar nele era como pedir por uma discussão.

— Eu também quero te ver. – murmurei. – Mas não é fácil ir de Hokkaido até Inazuma.

— Que sono. Eu sei. – Kaya se limitou a soltar um suspiro frustrado. – Mas... pelo menos estamos passando a madrugada de Natal conversando pelo telefone. Diminui um pouquinho a saudade.

— Pelo menos eu ouço sua voz. – disse eu. – E você a minha.

Caímos em um silêncio confortável depois disso. Ninguém ousava pronunciar uma palavra que fosse para colocar um ponto final naquele momento. Tínhamos dito palavras tão bonitas... eu realmente gostaria de colocar este momento em minha memória. Não podíamos nos ver, mas falávamos coisas que pudessem aquietar nossos corações enquanto aguardávamos ansiosamente pela hora em que finalmente pudéssemos envolver um ao outro em um caloroso abraço.

Eu olhava a tela com a ligação ainda em andamento. Desligá-la seria como cortar o fio que nos unia, como em uma lenda que meu tio me contou. Deixei simplesmente os segundos e minutos irem passando, até eu pensar na possibilidade de Kaya ter dormido ao telefone. Já era madrugada.

— Kaya-chan? – chamei. Não ouvi resposta. – Ei, você dormiu?

Nada. A morena tinha dormido.

— Então, eu acho que vou desligar. – falei, meio sem graça. – Boa noite, Kaya-chan, durma bem... amo você.

Dizer aquela última frase me fez pensar em mil coisas ao mesmo tempo. Seu perfume, seu cabelo, seu jeito, seu sorriso, seu corpo. O modo como ela apoiava a cabeça no meu ombro quando ficávamos juntos na Caravana. A vez em que, para falar comigo, ela entrou pela janela de madrugada. Todas as conversas que ela teve comigo e o quanto se mostrava preocupada com meus problemas.

Eu poderia amá-la desde essa época.

Em vez disso, eu apenas me dei conta do quanto sentia sua falta naquela festa com os membros do FFI. Nossa despedida resumiu-se a palavras bonitas e a um abraço que durou minutos. Eu não queria soltá-la nunca mais. Queria ter Kaya em meus braços para sempre, queria que ela tomasse aquilo como seu porto seguro. Fui pra casa com a cabeça lotada de pensamentos e suposições. E naquela noite que virei em claro, eu percebi que a amava.

Meu dedo estava quase em cima do botão de desligar quando eu ouvi sua voz, novamente em meio a uma respiração um pouco acelerada:

— Repita isso. — acordei de meus devaneios quando ela falou aquilo pelo telefone.

— Kaya?

— Repita.

Não entendi, mas fiz o que ela pediu.

— Eu... amo você.

Apertei o telefone em minhas mãos e olhei para o chão. Ela soltou um riso nasalado. Parecia feliz.

— Também amo você, Fubuki.

E desligou.

Fui dormir pensando no que Kaya queria dizer com aquele pedido. Permiti-me sonhar com a possibilidade de meu amor finalmente se mostrar recíproco e a chance de minha resposta ser positiva ao que eu proporia na manhã daquele feriado tão bonito.

***

Quando acordei, estava em um emaranhado de cobertas. Eu não sabia quais eram minhas e quais eu tinha pegado emprestado do meu irmão, porque nós dois gostávamos das mesmas cores. Certamente daria um trabalho da peste arrumar tudo se eu não sabia nem o que era meu, então resolvi ir tomar banho sem me importar muito com isso. Além disso, era Natal.

Eu sempre gostei do Natal. Não só pelo significado, mas também porque a casa ficava toda decorada de vermelho, verde e cores brilhantes. Todo mundo ficava em paz. Eu até mesmo parava de brigar com meu irmão em nome dessa data, mas isso também englobava outros motivos. Não passaria a maior parte do meu tempo brigando com ele em vez de aproveitar totalmente uma das poucas vezes em que ele podia nos visitar.

— Ohayo. – eu disse, sorrindo e entrando na sala. – Feliz Natal.

— Ohayo, querida! – com um movimento de mão, minha mãe me convidou a se aproximar da árvore, lotada de presentes. Sentei ao lado dela e comecei a separar os meus.

— Só porque ela é mais nova... – meu irmão resmungava, com seus presentes separados em uma pilha menor que a minha. – Ai ai, isso não é justo...

— Mas você viu o meu presente, ameba loira? – baguncei seu cabelo e Aphrodi resmungou de novo. Eu tinha lhe dado um jogo que ele vinha querendo comprar desde a última vez que saímos juntos. Quando eu descobri que ele não o tinha até hoje, fiz questão de comprá-lo. – Creio que ele vale por pelo menos metade da minha pilha.

— Eu vi. – ele me olhou e abriu um sorriso sincero. Não pude evitar abrir um sorriso em resposta. – Vem cá, sua chata. – ele me abraçou. – Obrigado.

— De nada. – alarguei o sorriso. – Amo você, maninho.

— Também te amo, Kaya.

Vi que minha mãe observava com um sorriso o “momento entre irmãos”. Acho que a distância fez com que aproveitássemos sem brigas feias cada momento que podíamos passar perto um do outro. Eu achava que as coisas também funcionariam assim com o Fubuki, mas a questão é que nem vê-lo eu tenho conseguido. Isso só conseguia aumentar a saudade e confundir a minha mente.

— Querida – minha mãe me cutucou. – Esse aqui é pra você. É do Fubuki.

— É DE QUEM? – puxei o embrulho das mãos dela com a delicadeza de um elefante. Era uma caixa pequena em um embrulho verde, com um laço vermelho. – Filho da mãe... ele sabe que eu adoro verde.

Abri a tampa da caixa. Lá se encontrava um colar de floco de neve pequeno e frágil, cheio de pedrinhas. Peguei-o com a ponta dos dedos e o encarei, admirada. Era lindo.

— Que bonito. – Aphrodi chegou por trás de mim e apoiou a cabeça no meu ombro. Concordei com um aceno, ainda contemplando aquela fragilidade tão bela. – Olha, tem um cartão.

— É a letra dele. – murmurei, pegando-o.

 

Espero que tenha gostado do presente. Acho que um floco de neve é perfeito para alguém que adora frio e neve. Mas sempre achei que também lembrasse um pouco a mim. Quero que esta seja uma lembrança minha que você possa levar sempre consigo, próximo ao coração. Porque é lá que eu quero estar. Eu te amo, Kaya. Do fundo do meu coração. Como mais que minha melhor amiga. Feliz Natal novamente e um próspero Ano Novo!

Fubuki.

 

Eu pisquei várias vezes, lendo e relendo aquelas palavras espremidas para que coubessem naquele cartão. Aphrodi não disse nada, apenas me dirigiu um sorriso maroto e voltou a abrir seus presentes, recebendo um olhar confuso da minha mãe. Num movimento rápido, voltei a mim e disparei pelas escadas, rumo ao meu notebook.

Ainda não conseguia acreditar que era recíproco.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado ^^ como Distance se passa no Natal, aproveito pra desejar pra cada um que leu até aqui boas festas ❤❤
Comentem! Eu adoraria saber o que acharam da OC e da fic, já que é minha primeira com ela ^3^
Agora eu vou deitar, porque tô dormindo em cima do notebook kshskgskgs :v
Beijos de floquinhos de neve ❤



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