Paixões Gregas Um amor como esperança (Degustação) escrita por moni


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Para minha linda Jussara Stefanos, por mais um carinho especial em forma de recomendação. Por ser linda, especial e uma amiga querida. Obrigada. Espero que gostem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/719255/chapter/6

   Pov – Danny

   Beijar Alina foi a melhor e pior coisa que já me aconteceu na vida. Nenhum beijo foi como o dela, doce, intenso e honesto. Nenhum, não importa quanto tempo passe e se vou ou não beijar outras garotas na vida. O beijo dela me marcou e vou carregar isso comigo e ai está a pior coisa do mundo. Não era nada disse que eu queria. Não tinha nada que me envolver desse jeito.

   Fique longe foi o que disseram sem nem pestanejar, eu devia ter dado ouvidos a ele, não estaria sentindo essa vontade doida que estou sentindo de ir lá agora mesmo arranca-la daquela casa.

   Odeio o pai dela, odeio mais que qualquer coisa ou pessoa, mais até do que posso odiar. Nunca senti isso, nunca nem presenciei tal sentimento.

   Não é minha casa. Não é minha vida. A ilha é o refugiu, o lugar onde Stefanos se reúnem, não posso ficar muito tempo, não sei que direção tomar e enquanto caminho para mansão a pé assistindo o dia amanhecer eu só penso mesmo em contar as horas até vê-la de novo.

   ―Bom dia. – Escuto a voz de Cristus quando passo pelo jardim. Paraliso de susto e não sei bem o que dizer, o dia mal amanheceu e ele está dobrado sobre suas flores e tem um sorriso amável no rosto. – Chegou cedo.

   ―Eu não estava... eu passei a noite... na casa da Alanna, foi isso, me distraí e ...

   ―Danny, não tem que me explicar. – Cristus ri. – Acho que deve ter se divertido em Atenas com alguma garota e tudo bem, está na idade, mas se pretende mentir para eles, arrume outra desculpa, Alanna e Matt passaram a noite aqui.

   ―Ah, boa noite... bom dia... eu... – Aponto a porta ele balança a cabeça afirmando e dou as costas a Cristus. Se fosse outro Stefanos aposto que ele iria verificar se não fui me encontrar com a garota proibida, mas sou eu. Daniel Stefanos e minha fama é a de não olhar muito além dos meus desenhos. Nunca estou muito longe de um bloco de folhas em branco para preocupa-los.

   Minha cama me convida e me atiro nela sem culpa. Fecho meus olhos e meu último pensamento antes pegar no sono é o sabor de seus beijos.

   Abro os olhos e pego meu celular. Três da tarde, vinte chamadas perdidas de Stefanos em Nova York e Stefanos na sala de estar uns metros de mim. Suspiro, passo a mão pelo rosto e volto a fechar os olhos mais um momento me refazendo do sono agitado.

   Beijei Alina uma dezena de vezes durante o sono, enfrentei os Stefanos, o pai dela, fugimos de lancha e ainda duelei com ninguém menos que o próprio Jack Sparrow por uma Alina vestida de pirata. Eu devo ter problemas, não tem explicação. Só falto o capitão gancho e o tic tac do crocodilo.

   Depois de uma ducha revigorante eu desço para caçar comida. Mira não cozinha mais, mesmo assim ainda é a dona da cozinha e se vocês uma coisinha fora do horário basta encontra-la.

   Na verdade o que encontro é tio Nick e Tia Lissa em uma discussão, tio Leon e tia Annie assistindo o embate.

   ―Comeu sim Nick. Admite, é mais bonito.

   ―Não fui eu Lissa. Eu diria se fosse, e teria sido se tivesse encontrado, mas não achei. Sabe disso. Nos encontramos aqui mesmo as três da manhã. Dividimos um pedaço de bolo de chocolate.

   ―Nick eu duvido muito que não foi você.

   ―Se era tão precioso, por que não escondeu no seu quarto? Debaixo da cama?

   ―Por que o Leon fica bravo quando faço isso. – Ela confessa. Abro a geladeira tentando não ser notado no meio da discussão.

   ―Fico para morrer com vocês dois brigando por chocolates toda vez, parecem duas crianças.

   ―Meu erro foi amar o Nick como um irmão, agora ele rouba meus doces sem remorso.

   ―Já disse que não fui eu, me da um pedaço desse bolo também. – Ela faz careta, se volta para pegar mais um pratinho e serve outra fatia de bolo. – Não acredito que perdeu uma caixa de bombons daqueles, os melhores do mundo. Muito irresponsável da sua parte, ou talvez seja apenas um truque para não dividir comigo e sabe muito bem onde está.

   ―Bombons? Uma caixa dourada e verde? – Eu pergunto ganhando todos os olhares.

   ―Ai que bom. Esse mesmo, sabe onde está Danny? – Os dois me olham ansiosos. Faço uma leve careta. Não sabia que eram assim especiais, agora fico até feliz de ter dado a ela.

   ―Comi.

   ―Como assim comeu? – Eles me olham e depois se olham. – Danny eram bombons belga.

   ―Não sabia, bem que vi tudo escrito estranho, não tinha ideia. Eu só... comi.

   ―Comeu doze bombons belga assim? Do nada? Sem uma cerimônia? Uma oração? Só mastigou e engoliu todos eles? – Tia Lissa diz chocada e balanço a cabeça concordando.

   ―Ultrajante! – Tio Nick comenta.

   ―Comi o primeiro e achei gostoso e quando vi...

   ―E você me acusando. – Tio Nick não esconde o ar ofendido.

   ―Também fui acusada injustamente. – Ela se defende e eu pego o queijo e coloco dentro do pão. Sirvo um copo de suco, tia Annie me sorri achando graça, tio Leon inconformado como sempre fica com as brigas dos dois por chocolate.

   ―Vou mandar vir mais, vou mandar vir cinquenta caixas e quero ver como vão brigar.

   ―Sua mulher vai dar um jeito, vai dizer que merece trinta caixas ao menos.

   ―E mereço.

   ―Viu? – Tio Nick resmunga. Puxo uma cadeira e me sento, tia Annie ajeita meus cabelos, no momento eles devem mesmo estar precisando.

   ―Depois me dá as roupas que quer usar na noite de ano novo que eu passo para você. – Ela ganha todos os pares de olhos e ninguém esconde o espanto. – Não sou lá grande coisa, mas tem anos que não queimo roupa de ninguém.

   ―Obrigado tia. – Decido apoia-la. ―Vou fazer isso. July chega hoje ou só amanhã para a festa?

   ―Amanhã. Falou com seus pais? – Tio Leon me pergunta e nego mordendo meu pão. – Estão doidos atrás de você.

   ―Vou para meu quarto e telefono. – Eu aviso entre uma mordida e outra. – Tio Nick. Qual a maioridade aqui na Grécia?

   ―Você já é maior de idade em qualquer parte do mundo Danny. – Meu tio alerta e sorrio erguendo meu copo de suco.

   ―Eu sei tio. Só fiquei curioso.

   ―É bom que saiba mesmo. De dezoito a vinte e um dependendo da situação. Soube que passou a noite fora então é bom saber qual a idade em que uma garota é adulta por aqui.

   ―Não tem nenhuma garota tio. – Minto deslavadamente. Estou me tornando um expert. – Só fiquei curioso para saber quando uma pessoa pode decidir sua própria vida por aqui.

   ―Dezoito, mas em alguns casos, vinte e um. Leva-se em conta o discernimento, no caso de direito penal.

   ―Está certo. – Enfio o último pedaço de pão na boca e uso o resto do suco para empurra-lo goela a baixo já que todos me olham preocupados. – Vou lavar meu prato e voltar para cama. Foi só curiosidade, não precisam criar um grupo para falar de mim. – Eu digo quando minha tia Lissa pega o prato da minha mão.

   ―Ainda não, mas tenho esperança de precisarmos. Eu lavo. Vai ligar para sua mãe.

   ―Obrigado tia. – Não discuto, deixo a cozinha as pressas. O problema de ser um Stefanos é que quando chega aos dezessete você começa a regredir e nunca fica adulto para eles. Do tio Nick para baixo somos todos crianças.

   Me deito olhando o celular. Por que não tirei ainda uma foto dela? Vou fazer isso amanhã. Para ficar olhando para ela quando estiver assim longe.

   Penso no que pode estar fazendo, se está triste, se aquele idiota não está machucando Alina. Ela precisa se livras disso. Eu tenho que ajuda-la. Primeiro ela precisa entender que pode dizer não a ele e seus desmandos, que é dona da própria vida e adulta. Tem vinte anos certinho, sorrio com a lembrança.

   O que eles fariam? O que meu pai diria se eu chegasse aqui com ela? Eles disseram fique longe, mesmo que eu a trouxesse talvez... não, ninguém fecharia a porta, ou fecharia? Não sei, não sei nem mesmo se um dia vou descobrir.

   No momento eu só quero mesmo mais um dia com ela. Com ela e com os beijos. Nem desenhar eu desenho, fico o resto do dia pelo quarto, olhando para o teto, vasculhando canais de televisão, nunca tem nada que me interesse. Quantos mais opções menos interesse.

   Desço para o jantar. Todos os Stefanos em torno da mesa. Me sento ao lado de Luka. Ele me sorri. Um sorriso do tipo, temos um segredo que dá muito na cara. Luka é mesmo o rei dos paspalhos Stefanos.

   ―Danny, voltamos dia dois. Tudo bem para você? Vai ficar mesmo em Harvard?

   ―Vou sim tio. – Luka pisa no meu pé pode debaixo da mesa. Reviro os olhos e travo os dentes para aguentar a dor. Olho para ele com meu olhar de raiva, o que direciono aos meus irmãos desde pequeno quando brigamos por alguma coisa.

   ―Pensei que ficaria mais tempo, para me ajudar naquele nosso trabalho.

   ―Talvez eu volte Luka. – Ele abre a boca e depois fecha.

   ―Ah! Entendi, talvez resolva coisas por lá e volte por mais tempo?

   ―Talvez a gente fale disso um outro dia. – Luka aceita. Volta sua atenção a ruiva do seu lado, beija seus lábios carinhoso e começa a comer.

   Passo o máximo de tempo que posso na companhia deles, depois quando se dispersam volto para cama, dez minutos e minhas tias entram no quarto depois de uma leve batida.

   Tia Annie vem colocar a mão na minha testa enquanto tia Lissa vai recolhendo bagunça da porta até a cama.

   ―Está doente? De ressaca? Apaixonado? – Tia Annie faz todas as perguntas.

   ―Nunca bebo tia, não estou de ressaca, nem doente.

   ―Então conheceu uma garota ontem em Atenas e não para de pensar nela. – Não disse a eles que estive em Atenas, não sei por que decidiram que estive. Cristus é que deve ter dito isso, ou Luka, sei lá de onde veio isso. – É isso. Está demorando para responder.

   ―Não é isso tia. Não conheci nenhuma menina em Atenas. – Pronto, nem uma palavra mentirosa e isso deu um tom bastante honesto em minhas falas, ela suspira e troca um olhar com tia Lissa.

   ―Não foi dessa vez Lissa. – As duas caminham para a porta. – Boa noite. Qualquer coisa chame.

   ―Boa noite Danny.

   ―Boa noite. – Elas me deixam. Meus pais não estão, elas pensam que sou uma criança então me cobrem de atenção. Suspiro. Como enfrentar essas pessoas?

   Eu faria, talvez eu faça, vai depender dela, de Alina. Se ela sente o mesmo, se quer o mesmo, se for o que ela deseja então eu faço o que for preciso.

   Tenho algum dinheiro, aplicações em meu nome, de trabalhos que fiz ao longo da vida, para Luka, para Bia, algumas ilustrações aqui e ali e a editora espera ávida pelo meu quadrinho. Então podemos ficar bem sobre isso. Não preciso deles financeiramente.

   Não tenho o dinheiro que meus primos têm, mas não preciso e não acho que ela se importe. Só que eu não sei se ela está disposta a deixar a ilha, a dar as costas ao pai em definitivo. Se estamos prontos para uma vida juntos.

   No fundo mal nos conhecemos. O certo seria namorar um tempo. Quem sabe podemos levar essa história aos poucos? Descobrir se queremos isso.

   É difícil pegar no sono. Eu quero ver Alina e sei que será um dia cheio. Véspera de ano novo, na mansão normalmente significa trabalho.

   Escapo logo depois do café. Luka vai me dar cobertura como prometido. Sinto medo só de pensar o que isso significa.

   Pego a lancha. Alana e Matt tem colocado combustível, Matt faz sempre uma rápida checagem e me sinto bem ridículo por seu um completo idiota sobre tudo isso.

  Não tenha nada a ver com sol, vento, mar, esportes, aventuras. Não além de contemplar a beleza de tudo isso e retratar em desenhos, mas confesso que agora até sinto vontade de correr por aí. Gastar energias.

   Deixo o barco e atravesso a pequena ponte de madeira, depois caio na areia branca e fina. Ajeito a mochila nas costas, algumas frutas, chocolates, não belgas, sem chocolates furtados. Esses são comprados na esquina de Alana.

   Alina está de pé, ao lado de seus tesouros desenterrados. Ela enterra e desenterra suas relíquias todos os dias e devia sentir alguma tristeza, mas é tão bonito que sempre me comove.

   Ela tem um leve sorriso ansioso. O dedo indicador enrolando um pedacinho da saia branca simples e igual a todos os outros dias. Os cabelos balançando com um vento norte.

   Paramos frente a frente e descubro que morri de saudade dela. Me curvo em sua direção e beijo seus lábios, um leve tocar de lábios e depois um beijo de verdade. Longo e cheio de todos os sentimentos que parecem aflorar.

   ―Está bem? – Investigo sua aparência em busca de mais algum sinal de agressão. É o último dia do ano e quero que seja agradável e leve.

   ―Sim. – Retiro a mochila das costas, abro e entrego tudo que trouxe, seus olhos marejam.

   ―Alina, não se sinta mal, eu gosto de trazer essas coisas. – Ela balança negando, nos sentamos lado a lado.

   ―Vem todos os dias que pode, traz coisas todos os dias que vem, por que sabe como é... as coisas que acontecem. Fico emocionada. Ninguém pensa muito em mim.

   ―Pegou o número do telefone do seu irmão?

   ―Nem vou. Tenho que proteger você, proteger essa chance que tenho de ver você. Se eu for, se meu pai descobrir, me tranca e joga a chave fora.

   ―Vou conseguir isso com meu primo Luka. Ele sabe que venho ver você e me ajuda, minha prima Alana também. – Ela ignora as frutas e prefere o chocolate. Eu sorrio. Beijo o canto da boca com um pouco de chocolate e ela fica tímida. – Literalmente beijo de chocolate.

   ―O que fez ontem?

   ―Dormi. Enrolei o tempo e esperei chegar hoje. E você?

   ―O que fazia antes de você. Meu trabalho doméstico, orações, olhar o mar. Nada demais. Esperando hoje.

   Ela continua a comer as guloseimas, depois bebe a água que trouxe e se ajeita ao meu lado, procuro sua mão, o dia está quente, mas tem uma brisa suave soprando e ameniza o calor infernal.

   ―Quando os fogos começarem vou ficar pensando em você. – Ela me conta e sorrio.

   ―Então fica combinado assim. Eu faço o mesmo. Queria vir aqui, queria te ver.

   ―Não tenta Danny, tenho medo de algo dar errado. É uma coisa boa ver você, se tiver que parar de te ver vou ficar muito triste.

   ―Não pode ser assim para sempre Alina. – Seus olhos marejam um pouco. Ela afirma e fico triste de provocar sua tristeza.

   ―Vou abraçar você. Abraçar apenas. Tudo bem? – Ela balança a cabeça concordando e se recosta em meu peito, eu a envolvo, toco os longos cabelos escuros que escorrem por suas costas lisos e brilhantes.

   ―Isso é muito gostoso.

   ―Muito mais do que pensei que fosse. Amanhã posso vir?

   ―Meu pai vai bem cedo para o mar. Tem muitos turistas nessa época do ano e ele vende muito peixe.

   ―Que horas é muito cedo?

   ―Antes do sol. Quatro ou cinco da manhã.

   ―Consegue acordar? Posso vir essa hora. Ficamos mais tempo.

   ―Conseguir acordar? Danny eu fico de pé todos os dias a essa hora, trabalhando.

   ―Posso vir?

   ―Pode. É o único barco ancorado a noite então se não tiver barco é por que ele já foi e espero você aqui. – Balanço a cabeça concordando, ela se mexe em meus braços e ergue o rosto para me olhar, os olhos brilham e eu aproveito para beija-la. Ela aceita o beijo, meu corpo colado ao dela, mas depois ela sai dos meus braços.

   Dobras as pernas com cuidado, ajeita a saia para não aparecer nada e penso em Gigi, ela nunca tem essas preocupações. Se alguém a corrige seu discurso é bem simples. Não quer ver estrelas, não olhe para o céu.

   Alina encosta a cabeça nos joelhos e os cabelos escorrem pela perna de encontro a areia branca. São escuros e brilhantes.

   ―Acho que eu não devia mais usar branco, não usaria mais se meu pai soubesse que beijei você.

   ―Se arrependeu? – Ela vira a cabeça para meu lado, os cabelos escorrem para o outro lado numa dança que me deixa encantado. Os olhos preocupados me encaram.

   ―Esse que é o problema, não consigo me arrepender. Não é meu namorado, não é nada e fico com olhar de beijo toda hora. Até quando nem está aqui ainda.

   Eu só quero congelar o tempo nesse segundo perfeito. Quando estou diante de um anjo. Quando temo que Posseidon deixe o oceano para rouba-la de mim. Quando temo que mesmo Zeus dessa do Olimpo em busca de uma chance com a mais perfeita criatura.

   ―Quer namorar comigo? – Ela deixa sua posição fetal para me olhar incrédula. Os olhos perplexos e cheios do que parece esperança me encaram profundos. ―Namoro secreto até resolvermos as coisas.

   ―Quero Danny. Você gosta de mim? Por isso quer me namorar?

   Minha mão segue para os cabelos finos, acaricio seu rosto, a pele lisa e sensível, os olhos escuros e cheios de perguntas. A boca bonita e bem desenhada.

   ―Gosto de você Alina. Eu realmente gosto, por isso quero namorar você.

   Ela sorri, faz aquele olharzinho lindo que ela chama de olhar de beijo e me curvo para beija-la. Foi num impulso, mas foi honesto. É isso que quero. Vou até Harvard, buscar minhas coisas, encerrar meu curso, que se dane, eu desenho, sei o que preciso saber, não me importo com um maldito diploma, nunca quis um.

   Depois eu volto para ela, para minha namorada e enfrentamos seu pai, meu pai, o mundo. Posseidon e Zeus. Qualquer um que tente entrar em meu caminho.

   Afasto meus lábios dos dela. Os olhos dizem tudo. Ela está feliz, menos culpada também. Sua mão se ergue e acaricia meu rosto, me faz sorrir com a delicadeza de seu toque, beijo seus lábios mais uma vez.

   ―Contei de você para o meu irmão. Eu pensava em você desde aquela vez que perdeu seu desenho.

   ―Desenhei seu rosto muitas vezes desde aquele dia. Gravei seus traços. Usei seu rosto para desenhar Iris.

   ―Íris tem meu rosto agora? – Ela fica surpresa.

   ―Tem. Você é a garota mais linda que já vi e agora quando vejo um arco-íris, ou quando tenho que desenhar um rosto feminino, sempre penso no seu. No rosto da minha namorada.

   Ela se encosta em meu peito mais uma vez. Abraço Alina. Estou feliz. Esse era mesmo o caminho a seguir. Namoramos um tempo, depois vamos ver como acontece. Umas semanas apenas. Fico fora uns dias, depois deixo que se sinta segura comigo e então eu a roubo para mim como Luka disse que eu devia fazer.

   ―Seus pais deixam você namorar quem quiser? Eles não se importam de namorar comigo?

   Fique longe. A frase vem a minha mente e bate em cheio. Fico mudo e ela se afasta. Os olhos voltam a sua expressão de tristeza.

   ―Não. Não deixam namorar comigo.

   ―Alina. Eu sou adulto. Eu decido quem namorar não eles. Tudo que eles me pedem é cautela. Apenas isso. Gosto de você. Aceitou ser minha namorada e agora não pode voltar atrás na decisão. – Roubo um beijo dela que sorri.

   ―Eu não ia voltar atrás nada. – Ela diz corada e sorridente. – Você pode filmar os fogos a meia noite? Com seu celular? Nunca vi os fogos de Antenas e pode me mostrar quando chegar.

   ―Posso. E vou trazer o jantar. Vamos ter um ano novo as quatro da manhã. Com comida e fogos de artifícios. Quando eu chegar aqui vai ser meia noite em alguma parte do mundo.

   ―Fuso horário chama isso. Eu sei algumas coisas. – Ela arruma a saia, sempre preocupada com isso e acho lindo. Não tenho pressa nenhuma para nada. Posso ensinar a ela com cuidado e tempo. Até que se sinta finalmente livre das amarras do pai.

   ―Não vou olhar em baixo da sua saia Alina. Não precisa ficar tão preocupada.

   ―Danny! – Ela ralha comigo e fica linda fazendo isso. – Não fala essas coisas. – Eu a envolvo, beijo seus lábios.

   ―Linda. Linda pirata, linda íris, linda namorada. Linda!

   ―Você é o homem mais bonito que já vi na vida.

   ―Andou pesquisando? – Ela fica vermelha e me arranca um sorriso. Beijo seu rosto e depois seus lábios. – Estou brincando. – Sinto seu alivio. – Mas não fica por aí pesquisando fica?

   ―Por Deus. Nunca! – Papai e seu DNA. Suspiro. Volto a beija-la.

   ―Que acha de me abraçar? – Ela fica me olhando. – Passa seus braços por meus ombros, eu envolvo sua cintura. Ficamos bem pertinho e beijo você de novo. Está com olhar de beijo.

   ―Não tem problema, não é mesmo? Você é meu namorado agora. – Ela faz o que pedi, me envolve o pescoço, os dedos delicados tocam meus cabelos na altura da nuca. Sei lá se isso é boa ideia. Eu gosto mais do que devia. Aproveito para beijar seus lábios e sentir seu perfume suave.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Beijosssssssssssssssssssssss