Pov's Soluço

Observei meu cunhado suspirar e colocar as mãos na cintura.

—Bom...acho melhor começarmos as buscas amanhã-comentou-Afinal,os dragões estão acabados e precisam repousar.

—Valeu por ter entortado meu capacete,Strondus!-declarou Cabeça-Dura levemente aborrecido pra mim.

—Quando voltarmos pra Berk,eu conserto pra você-respondi meio sem vontade.Eu estava meio chateado por Astrid ter mentido pra mim.Com a Seeylfe estava acostumado,mas ela?

—Vamos acampar aqui então-recrutou Taylor retirando a espada das costas e ajudando Hayley a se sentar numa pedra.

—Além do que...-alertou Dag se aproximando de Seeylfe-Temos que cuidar desse ferimento,não é mesmo?

—Mas eu tô bem!-afirmou minha irmã aborrecida-Aí!-exclamou levando a mão ao braço ferido.

—Tô vendo-ironizou ele obrigando ela a se sentar.

(...)

Já havia anoitecido e todos estávamos em volta da fogueira quente com nossos dragões.Dag fez o curativo no braço de Seeylfe que retribuiu,fazendo o mesmo com o corte em sua cabeça.

Fechei os olhos com força quando senti uma forte tontura e massagiei as têmporas com as pontas do dedos.

—Tudo bem,Soluço?-ouvi Hayley perguntar.

Abri meus olhos meio atordoado e vi Astrid arregalar os olhos,soltando um som de espanto.

—Soluço!Você tá sangrando!-exclamou assustada vindo até mim e pondo a mão em meu peitoral.

—Aí!-gemi de dor quando senti minha pele arder com seu contato.

—Vem!-chamou me puxando pela a mão e me fazendo levantar-Tem um rio aqui perto,vou limpar essa ferida.

—Se comportem!-ouvi Seeylfe dizer risonha enquanto nos afastávamos.

(...)

Já ao lado do pequeno rio,Astrid pôs o machado de lado e retirou minha espada,colocando-a do lado de sua arma.

Analisei seu rosto preocupado,enquanto ela,concentrada,se aproximava e começava a abrir os feixes da minha armadura.Seus olhos atentos me fizeram sorrir de lado.

Quando dei por mim,ela havia retirado a armadura e posto no chão.Em seguida,retirou minha camisa verde.

—Assim você acaba comigo,Astrid...-aproveitei a nossa aproximação para sussurrar em seu ouvido e sorri quando senti sua pele arrepiar.Sério,eu não conseguia ficar totalmente com raiva dessa mulher maravilhosa.

Astrid me encarou com um olhar aborrecido.

—Por favor Soluço!Você está ferido!-repreendeu e eu lhe dei um selinho-SOLUÇO!-berrou irritada.

Seu descontrole me fez rir e puxar ela delicadamente para mim.Desci meu rosto na curva do seu pescoço e dei leves mordiscadas na sua pele,o que não evitou que Astrid segurasse os suspiros.

Quando colei mais nossos corpos,ela encostou no corte em meu peitoral o que me fez gemer de dor e ela se afastar.

—Eu avisei!-disse irritada-Vem!Vamos limpar isso!-pediu me puxando até a beira do rio.

Pov's Seeylfe

Tentei a conexão que tinha com Soluço e vi que ele estava no rio ainda,mas não me deixava me comunicar com ele.Mas porque?Ele ainda estava bravo comigo?

—Soluço e Astrid estão demorando né?-comentou Hayley olhando para os lados.

—Hum...só podem estar namorando no mato...-sorriu Cabeça-Quente maliciosa.

Revirei os olhos me pondo de pé.

—Vou atrás deles-declarei já me afastando.

Mas isso não aconteceu,pois Banguela se meteu na minha frente,barrando meu caminho.

—Banguela!-exclamei surpresa e irritada-Saí da minha frente!-pedi tentando passar,mas ele me impediu outra vez-O que deu em você!?!

Ele riu sem os dentes.Mas não era um sorriso alegre,era maroto.

Soluço e Astrid,estavam demorando...

—Aaaaahhhhh...-eu disse quando entendi e Banguela me olhou aborrecido-Tá bom entendi!Fica alerta tá amigão?-pedi acariciando sua cabeça.

Virei-me voltando para o meu lugar e me sentando ao lado de Dag.

—O que Soluço e Astrid estão fazendo?-questionou desconfiado arqueando uma sobrancelha.

—Tendo uma conversa de marido e mulher-respondi risonha com os olhos na fogueira.

Pov's Soluço

Cerrei os dentes quando Astrid passou a pomada na ferida.

—Não foi muito grave-comentou enquanto passava a mão no meu peitoral-Nem vai aparecer a cicatriz,mas você perdeu muito sangue.Nunca mais faça isso!

Ela retirou a mão e abaixou o olhar,fechando o pote.

Segurei seu pulso,o que a fez me encarar com seus olhos azuis assustados.

—Astrid,porque mentiu pra mim?-questionei com a voz dolorosa.

Ela desviou o olhar tristonha.

—Não foi só porque seu pai pediu-confessou puxando delicadamente o pulso e guardando o pote na bolsa-Queria provar para Berk que sou capaz de alguma coisa.

—Como assim alguma coisa,meu amor?-perguntei confuso e meio curioso.

Ela deu de ombros,sorrindo feito boba.

—Você e Seeylfe são os grandes treinadores de dragões e serão nossos futuros líderes-respondeu-Meu irmão é o patriarca da família Hofferson e eu?Sou o que?

Sorri minimamente,segurando sua mão e ela me encarou.

—Você é Astrid Hofferson Strondus-afirmei-É a viking mais durona e corajosa que conheço.Sem falar,que não tem nenhuma viking no mundo que manobre um machado como você-meu elogio a fez rir e ficar vermelha-E mais:É a única que conseguiu meu coração.

Um brilho atravessou seu olhar.

—Mas...!-alertei largando sua mão e cruzando os braços-Eu ainda estou chateado com você por ter mentido!

Ela gemeu frustada.

—Ah Soluço!-reclamou-Me desculpe!O que você mais quer para me perdoar?

Me aproximei cauteloso,colocando cada mão em cada lado do seu corpo.

—Tá aqui a resposta-sussurrei antes de a beijar.

Mordi o lábio inferior de Astrid,que retribuiu o beijo,agarrando meus cabelos e os acariciando.Uma mão usei para me apoiar e a outra usei para segurar sua bela cintura.

Nossos lábios não se desgrudavam,nossas línguas dançavam em sincronia e nossos corações batiam no mesmo ritmo acelerado.

A posição começou a nos cansar e Astrid pendeu pra trás,puxando minha nuca e sem quebrar o beijo.Ela se deitou no chão matagal e abriu as pernas,melhorando minha posição sobre ela.

Separei nossos lábios e passei a beijar seu pescoço.

—Ah Soluço...-gemeu enquanto eu erguia sua camisa.

(...)

O som dos pássaros cantando e as luzes do sol em meus olhos,me fizeram despertar lentamente e abrir as pálpebras.Já estava de dia.

Virei minha cabeça pro lado e admirei Astrid,adormecida ao meu lado.Usamos nossas vestes como um tipo de cama e lençol,onde nos amamos ontem.

Ergui minha cabeça e me sentei assustado,ao ver um pouco de sangue,jorrado no chão.

—Astrid!-chamei aflito a balançando levemente.

Ela gemeu sonolenta,se sentando e abrindo os olhos.

—O que foi?-perguntou com a voz arrastada.

—Aquele sangue é seu?-questionei temeroso apontando para o sangue no chão.Não era meu com certeza.

Ela acordou totalmente e arregalou os olhos assustada.

—Não-negou me encarando aflita-Soluço...

—O matador-deduzi preocupado.

(...)

Após a minha conclusão,eu e Astrid nos vestimos o mais depressa possível e voltamos para o local onde os pilotos estavam.

Quando chegamos no acampamento,todos estavam acordados,mas estavam tensos e aflitos,principalmente Melequento,que chorava,com as mãos no capacete.

Foi então que eu percebi que faltava uma pessoa.

—Cadê a Cabeça-Quente?-questionei.

Seeylfe me encarou temerosa.

—Ela sumiu-respondeu tensa.

(...)
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Arregalei os olhos.

—Como assim ela sumiu!?!-perguntei incrédulo.

—Não sabemos!Quando acordamos,ela não estava mais aqui!-declarou Hayley aflita.

Encarei Astrid assustado.

—Aquele sangue era dela...-deduziu minha esposa temerosa.

—Sangue!?!-exclamou Melequento assustado-Quer dizer que a minha esposa pode estar morta!?!

—Fica calmo Melequento!-pedi-O matador não mata mulheres lembra?No máximo ela deve estar ferida,mas morta não.

Desviei o olhar pensativo,analisando a situação.

Espera aí...

—Odin...eu odeio quando você faz essa cara-resmungou Seeylfe-Anda!Desembucha!O que está pensando?

—O fato do matador ter capturado a Cabeça-Quente primeiro e discretamente deixou bem claro suas ações-afirmei os encarando seriamente-Ele pretende capturar todas as mulheres do grupo,para depois matar os homens.

Eles arregalaram os olhos.

—S-Significa que se eu,Astrid e Hayley fomos pegas...-disse minha irmã nervosa.

—O resto de nós já era-completei.

Uma tensão pairou no ar junto com o silêncio.

—Mas Soluço,com a Heather não foi assim-alertou Perna de Peixe-Ele matou os homens primeiro e depois pegou ela.

—Foi mais fácil,já que ela era a única mulher do grupo-expliquei-Mas é diferente,pois tem mais mulheres.

—Droga!-esbravejou Melequento angustiado.

—O que vamos fazer?-perguntou Cabeça-Dura preocupado.

—Vamos atrás da Cabeça-Quente-declarei.

(...)

Me agachei,analisando a poça de sangue que eu e Astrid achamos minutos atrás.

—Cabeça-Quente deve ter tentado lutar por aqui-deduzi antes de me levantar.

—E agora?-questionou Dag.

Subi em Banguela.

—Vamos seguir por esse caminho-indiquei.

Todos subiram em seus dragões e partimos juntos.

A viagem começou tranquila e silenciosa,mas todos olhavam bem atentos ao redor,procurando por qualquer sinal do matador ou de Cabeça-Quente.

Ouvi algo disparando e de repente,uma rede enorme veio em nossa direção.

—CUIDADO!-gritei desviando com Banguela.

Os outros desviaram,mas a rede acabou pegando Seeylfe com Flora e as derrubando no chão.

—SEEYLFE!-berrou Dag desesperado dando meia volta.

Ouvi outro disparo e várias flechas vieram em nossa direção.

—Banguela!-ordenei.

Meu dragão disparou apenas um jato de plasma que vaporizou as flechas.

Ouvi outro disparo e vi corrente serem jogadas em nossa direção.

Desviei junto com os outros,mas as correntes prenderam Tempestade e Dente de Anzol,que caíram no chão.

—Recuar!Recuar!-alertei já acelerando.

(...)

—Estão todos bem?-perguntei preocupado.

—Sim-responderam todos ao mesmo tempo.

Analisei de longe,o local cheio de árvores que estávamos minutos atrás,onde as armadilhas estavam.

—Ele tá pensando num plano...-sussurrou Seeylfe animada.

A rede veio do noroeste...as flechas do nordeste...e as correntes do leste...Já sei!

Me pus de pé animado.

—Não falei!-riu minha irmã-Qual é o plano caçulinha?

—Só tem três armadilhas diferentes na área que passamos-declarei-A rede veio do noroeste.Dag e Astrid,queimem se surgir qualquer rede nessa direção.As flechas vieram do nordeste,se aparecerem,deixem que eu e Seeylfe cuidamos delas.Quanto as correntes,elas vieram do leste,vou deixar esse trabalho para Perna de Peixe e Batatão.

—Ouviu isso garota?-perguntou Perna de Peixe empolgado para seu dragão,que abanou o rabo feliz por ser útil.

(...)

Como esperado,assim que passamos pelas as mesmas árvores,as armadilhas dispararam,mas,não pegaram a gente desta vez.

Dag e Astrid usaram Chama e Tempestade para queimar as redes,eu e Seeylfe usamos Banguela e Flora para destruirmos as flechas e Perna de Peixe usou Batatão para derreter as correntes.

Quando chegamos à uma área sem árvores,pousamos no chão.

—Conseguimos!-comemorou Cabeça-Dura empolgado.

Ouvimos um estalo e olhamos ao redor alertas.

Nossos dragões saltaram pra trás assustados quando ferros surgiram por debaixo das folhas e cercaram Hayley e seu Nader Mortal,formando um tipo de jaula.

—HAYLEY!-gritou Taylor desesperado.

Um buraco se abriu e a jaula desceu com tudo.

—SOCORRO!!!!—o grito de Hayley ecoou.

Peguei minha espada flamejante e a acendi.

—Vamos lá!-disse antes de descer com Banguela pelo o buraco.

(...)

Todos haviam descido o buraco comigo e não encontramos Hayley,mas havia uma trilha com vários buracos,então não tivemos escolha,a não ser seguir em frente.

Minha espada não iluminava muito então Dente de Anzol se acendeu,para iluminar nossa visão.Tanto nós quanto os dragões íamos à pé,cautelosos e alertas.

Paramos de andar quando o buraco estremeceu.

—O que é isso?-murmurou Astrid assustada.

Foi então que saiu de um dos buracos,um Morte Murmurante enorme,que rugiu,mostrando sua boca com seus dentes enormes giratórios.

—AAAAAAHHHHHH!-gritaram Melequento,Cabeça-Dura e Perna de Peixe assustados.

—Banguela/Flora!-eu e Seeylfe ordenamos ao mesmo tempo.

Nossos dragões dispararam loucamente no Morte Murmurante,que gemeu recuando pra trás.

Até que ele não aguentou e saiu por um dos buracos.

—Socorro!-ouvimos a voz de Hayley.

—HAYLEY!-berrou Tyler subindo no dragão e partiu,passando por nós.

—Espera Tyler!-pedi subindo no meu dragão e os outros me imitaram.

(...)

Saímos do buraco e vimos que havíamos parado entre muitas árvores.

Tyler começou a chorar.

—Eu a perdi...Ele a levou...-soluçou.

Levei as mãos à cabeça.

—Matador desgraçado...-murmurei irritado,mas derrotado.

Ele ganhou essa batalha,mas não ganhou a guerra.