Who is Ethan Hale? escrita por ChristianMaker


Capítulo 9
Trust me... (Alice Vision)


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo tá um negócio... Que OLHA! Nem te conto... Lê aí.



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 11 de Julho, 12:27
 Ethan's House

 Desde que o Ethan saiu para trabalhar eu não saí do quarto e ele também não mandou nenhuma mensagem. Olho para o celular em cima da pia e penso por um momento em mandar uma mensagem, mas opto por não correr o risco de atrapalhá-lo com o que quer que possa estar fazendo.
 Acabei de sair do banho e estou em tentativas falhas de arrumar o meu cabelo de uma maneira decente.
— Desisto. — Digo um pouco frustrada me encarando no enorme espelho do banheiro que permite que eu veja meu corpo inteiro. Decidi usar uma calça de moletom e uma regata, pois, apesar do sol escaldante do Rio de Janeiro, eu nunca vi uma casa com tantos ar-condicionados.
 Talvez eu deva levar essa bandeja para a cozinha... Penso. Mas a ideia de olhar para a cara da Angela não me agrada. É só sua irmã, Alice... Nenhum monstro. Respiro fundo, pego a bandeja e vou em direção às escadas.

— Bom dia, Alice. — Diz Angela. Ela está de óculos escuros e biquíni. Alguém vai passar o dia inteiro em casa comigo. Reviro os olhos diante do pensamento e vou para a cozinha, ignorando-a.
— Bom dia, Dona Abigail. — Eu digo sorridente enquanto ela corta alguns tomates e eu coloca a bandeja dentro da pia.
— Bom dia, Alice. — Ela retribui o sorriso de forma doce. Ela aparenta ser quase um membro da família pro Ethan... Ou algo parecido... Não sei.
— Você vai me ignorar até quando? — Pergunta Angela irritada. Não me dou sequer o trabalho de olhar pra ela. Posso estar sendo um pouco cruel por estar ignorando ela totalmente desde que ela se embriagou e tentou fazer parecer que o Ethan estava me traindo com ela. Mas acho que ainda é pouco.
— Qual é o cardápio de hoje? — Perguntei enquanto ia até a geladeira pegar um pouco de suco.
— O Senhor Ethan pediu para que eu fizesse macarrão com queijo.
— O Ethan? Ele vem almoçar em casa? — Digo isso com uma animação repentina que não sei de onde veio.
 Ela assente com a cabeça e eu sinto meu celular vibrar. Atendo e vou para a sala.

"— Mãe?
— Alice... Está tudo bem? — Ela parece preocupada.
— Está... Por que?
— Sua irmã me contou que o rapaz dono da casa que vocês estão está sendo indiciado por um assassinato. — Meus Deus, Angela... — Isso é verdade, minha filha? Porque se for nós vamos mandar vocês para um hotel ou...
— Mãe.
— O que foi?
— Para.
— Alice... Não podemos deixar vocês com um assassino...! — Diz ela naquele tom acusatório que eu tanto odeio.
— Ele NÃO É um assassino! — Eu começo a gritar no telefone.
— Você não sabe! — Ela grita de volta.
— Sim. Eu sei. Seja lá o que Angela disse... Seja lá qual foi a versão distorcida da história que ela te contou, de uma coisa eu tenho certeza... O Ethan não é um assassino. E se você me ligou pra anunciar o seu complô com a Angela contra mim e o Ethan, pode me fazer o favor de desligar. — Meus olhos se enchem de lágrimas.
— Como assim "contra você e o Ethan"? Do que está falando? 
— Olha... Não me surpreende que ela ainda não tenha te contado. Mas eu e o Ethan estamos... — Eu travo. Não estamos namorando, mas também não somos amigos.
— Estão o que, Alice?!
— Estamos juntos. Não namorando... Estamos nos conhecendo.
— Alice, você está com um assassino! Eu e a sua irmã só queremos o seu bem.
— Se vocês querem tanto o meu bem quanto dizem... Parem de tentar controlar a porra da MINHA vida!" — Gritei com ela pela última vez no telefone e desliguei.
 Me sentei no sofá com o celular na mão e desabei em lágrimas. Por que Angela está fazendo tudo isso? Como ela não vê que está me machucando?
 
 De repente a tristeza de estar sendo traída pela minha própria irmã se vai e dá lugar a uma raiva que me faz jogar o celular longe fazendo ele bater no sofá e cair no chão. Me levantei e fui com tudo pra cima de Angela que estava do lado de fora da casa, tomando sol em uma das espreguiçadeiras na beira da piscina.
— Ué... Decidiu falar comig...
— Nem começa com esse seu deboche nojento! Por que fez isso?! Me diz! — Eu gritei enquanto caminhava até ela.
— Do que você está falando, Alice? — Ela perguntou sem desviar os olhos do maldito celular.
— Nossa mãe acabou de ligar sabia?!
— O que que tem? 
— Não se faz de cínica! — Peguei o celular da mão dela e joguei na grama do outro lado da piscina. — Por que disse a ela que o Ethan é um assassino?! Você sabia como ela ia ficar!
— Eu não disse a ela que ele era um assassino! Eu só apontei os fatos! — Ela se levantou e parou diante de mim. Ela é um pouco mais alta que eu, isso sempre fez eu me sentir subjulgada por ela, mas não agora.
— Apontou fatos?! Você só sabe mentir pra conseguir o que quer! O tempo inteiro se escondendo atrás da máscara de advogada perfeita que você construiu. E não me surpreenderia se você também tivesse feito isso na base da mentira!
— Limites, Alice! Me ofender eu até aceito, mas me acusar de mentir no meu trabalho é ir longe demais! Se você quer defender e transar com a porra de um assassino o problema é INTEIRAMENTE SEU! Só não me culpe por tentar proteger você! — Ela disse apontando o indicador na minha cara. Já não sei mais se estou chorando de tristeza ou raiva. Chega! Dei um tapa na cara de Angela forte o suficiente para deixar a marca da minha mão em seu rosto e fazer seu óculos escuro entortar em sua face.
 Angela, calmamente, colocou os óculos na cabeça prendendo os fios de cabelo que haviam se soltado de seu coque por conta do tapa, levantou a mão para me bater e eu fechei os olhos. Todas as lembranças da minha mãe me batendo durante seus surtos psicóticos me faz entrar em colapso. Angela fisicamente se parece muito com nossa mãe, e têm se tornado cada vez mais parecida com ela nas ações a cada dia que passa.
 Sinto alguém me envolver num abraço e quando abro os olhos Ethan está me abraçando com um dos braços e segurando o pulso de Angela com a mão livre.
— Você tá pensando que é quem, Angela? — Pergunta ele.
— A não ser que você queira receber um boletim de ocorrência alegando violência contra mim, uma mulher, sugiro que me solte, Hale. — Respondeu ela com o mesmo tom ameaçador de nossa mãe. Ethan soltou Angela que, imediatamente se dirigiu para dentro da casa.
— Alice, ei... Está tudo bem? — Ele disse me afastando de si e se abaixando um pouco para olhar nos meus olhos.
— Tira ela daqui... Por favor... Tira ela daqui... — Ele me puxou pra perto e me abraçou novamente.
— Eu vou, Alice... Eu vou.
 Ethan me levou até seu quarto e ficou deitado comigo até que eu pegasse no sono.
 

 11 de Julho, 18:53
 Ethan's House

 Acordei assustada, sonhei com minha mãe e uma das vezes em que ela me bateu. Angela está sentada ao na beira da cama me olhando.
— O que você quer? — Perguntei enquanto me sentava na cama.
— Ethan disse que você queria que eu fosse embora... — Disse ela olhando pro chão.
— Sim. Eu quero. Sai daqui. — Sinto lágrimas acumulando nos meus olhos. Não vou chorar, não por causa dela.
— Me dói muito ver a raiva que você tem de mim agora... — Ela diz num tom triste e olhando pra mim, porém, evitando meus olhos. — Mas você vai entender o porquê disso tudo.
— Já acabou? Agora sai. — Nem sinto as palavras saírem da minha boca, mas é exatamente o que eu quero. Distância. Distância da mulher que está se tornando a pior parte da minha mãe. Não a reconheço mais como minha irmã, mas sim como a cópia de Catherine Evans.
 Ela se levantou em silêncio e saiu. Esperei para ter a certeza de que não veria ela dentro dessa casa e em seguida saí em direção a cozinha.
— Alice, o Senhor Ethan pediu para que eu esquentasse sua comida assim que você acordasse. — Olho pra ela meio confusa, mas não discuto.
— Ahn... Tudo bem... E onde ele está?
— Creio que fazendo exercícios lá fora.
— Obrigada. — Agradeci e fui para a varanda.

 Ele está de costas para onde eu estou levantando seu próprio peso de formas diferentes nas barras de ferro que tem no quintal. Apoio meu peso no peitoril de metal e vidro da varanda e fico observando ele. Percebo que não está usando aquela faixa. Por ele estar de costas, a minha curiosidade em saber como ele é de frente sem absolutamente nada censurando é enorme.
 Ethan vira de frente e seus olhos encontram os meus. Pelo desespero dele em estar sempre com aquela faixa eu esperava que ele tivesse seios grandes, mas não... Não sei se é por conta da academia, mas não é nada desesperadoramente chamativo. Ele rapidamente para tudo e veste aquela faixa a camisa que estavam penduradas numa das barras. Por que ele fez isso? Por que ele pensa que precisa se esconder de mim ou algo assim?
— Meu Deus, Alice. Avisa! — Ele disse ofegante por conta do treino e assustado por eu ter visto ele sem... Aquilo.
— Desculpa... — Digo sorrindo.
— O que foi? — Ele pergunta enquanto caminha em direção a mim secando o rosto com uma toalha.
— Por que se vestiu quando me viu? — Minha curiosidade em relação a entender os sentimentos dele falam mais alto.
— Porque... — Ele hesita em dizer.
— Será que pelo menos uma vez podemos ter uma conversa? — Pergunto enquanto acaricio seu rosto.
— Tudo bem... Eu só não quero que veja qualquer traço feminino em mim. Só isso. — Vejo seus músculos enrijecerem e ele engole seco fechando os olhos com força, como se estivesse tendo péssimas lembranças, e de fato está.
— Vem cá. — Seguro a mão dele, o levo até o banheiro do quarto e o posiciono em frente ao enorme espelho na parede. — Quero que entenda que eu não me importo com seus pouquíssimos traços femininos. Você é um homem, por dentro e por fora. — Paro de frente pra ele e ele me olha com um olhar inocente e infantil que eu jamais havia visto em Ethan Hale.
 Acaricio sua barba por fazer e vou traçando um caminho que vai do seu rosto até a bainha de sua camisa. Mais uma vez vejo seus músculos enrijecendo, mas ele não me impede de nada. Puxo sua camisa pra cima e ele abaixa um pouco afim de me ajudar a tirá-la.
 Ele está de olhos fechados e posso ver que seu coração pulsa forte o suficiente pra mover a faixa a medida que ele bate. Ele está em pânico...
 Abraço ele por trás e posiciono minhas mãos no seu abdômen.
— Não vou te obrigar a tirar essa faixa... — Eu digo.
— Binder. — Ele diz e parece depositar muito esforço para dizer uma simples palavra.
— Ok... Não vou te obrigar a tirar esse binder. Mas quero que saiba que não faz diferença alguma pra mim o que tem aí embaixo. Só quero que esteja bem e confortável. — De onde saiu esse discurso?
 Vejo o rosto dele pelo espelho, ainda está de olhos fechados, mas posiciona a mão sobre o zíper do binder e o abre deixando-o cair no chão.
 Encaro o reflexo daquele homem lindo no espelho e não consigo conter o sorriso. Ele confiou em mim... Paro de frente para ele de novo.
— Ethan... — Ele olha exatamente pra mim, evitando a todo custo olhar para o espelho. — Eu te amo.
— Eu... Também... Te amo. — Essas palavras preenchem em mim uma lacuna que eu não sabia que estava ali e pela primeira vez eu o beijo com a certeza de que pertencemos um ao outro.


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Notas finais do capítulo

Me contem qual foi a parte favorita de vocês, vou adorar saber! Nos vemos no próximo capítulo.



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