Pirações de Duas Semideusas escrita por Alice C S, Nadencia


Capítulo 3
Capítulo 3 - Quase o início


Notas iniciais do capítulo

Povo, aqui é Alice, oi XD
Perdões pela demora para a postagem, temos aqui o terceiro capítulo, já começando as TREETAA, que é isso que meu povo gosta!!
Espero que curtam, as coisas tão só começando a esquentar com nossas queridas semideusas.



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PoV Alice

Repasso mentalmente os últimos acontecimentos.

Sou uma semideusa. Desordem é uma semideusa. Encontrei Nico, Percy e Leo no shopping, eles estavam atrás de nós. Os meninos derrotaram alguns monstros menores, por assim dizer, com os quais já estavam acostumados a lidar. Havia um monstro particularmente temido por Percy; era o coveiro; lembrei-me de já ter pesquisado sobre ele. Tive algo entre um pressentimento e um desejo, um sentimento de que eu poderia ter uma vantagem que seria a chave para derrotar essa criatura: tendo uma mente forte, seus poderes não teriam efeito sobre mim. Independente de de onde veio essa ideia, ela estava correta e essa vantagem foi crucial. Armei-me e fui capaz de vencer, provavelmente aliando isso a uma habilidade natural vinda da minha ascendência divina, que me permitiu saber o que fazer, mesmo nunca tendo usado uma espada. Acertei os olhos do monstro, atirei para longe sua foice e arranquei sua cabeça; não acabou por aí. Para enviar a criatura de volta ao Tártaro, sua cabeça precisava ser esmagada, então o fiz com ajuda de Nico, com meu escudo, contra o chão. Assim a criatura desapareceu, num belo “puf!” de estórias em quadrinhos, restando apenas sua capa preta. Ao morrer, os monstros maiores deixam uma espécie de troféu, algo material que traz um poder a eles relacionado, que passa a pertencer àquele que os derrota. A capa do Coveiro é minha e, portanto, me dá o poder psíquico que ele tinha de controlar mentes fracas. Esses troféus possuem a capacidade de assumir uma forma reduzida, diminuta, algo para facilitar sua posse e seu uso: transformam-se em um objeto semelhante a uma bolinha de gude, mas com um furo. Tenho agora na minha mão fechada a bolinha que é o troféu do coveiro, que derrotei. Certo. Logo depois ouvimos sirenes e saímos do shopping, partimos, nós todos, para o Acampamento Meio-Sangue. Eu e Desordem somos semideusas.

Saímos do shopping rapidamente, pela porta que parece mais distante do rumo de onde vinham as sirenes. Paramos por um instante.

—Ah, meninas, sei que estamos com pressa, mas rapidinho – diz Percy – Aqui estão seus colares. Neles guardamos as contas dos monstros que derrotamos e dos anos que passamos no Acampamento. Usem com orgulho, agora vocês são parte disso tudo.

Ele estende para nós duas linhas finas de um material que parece couro.

Contas. Os monstros deixam troféus que viram contas. Coloco a conta do Coveiro no meu colar e ele no meu pescoço. Ajudo Desordem a fechar o dela, vazio, também.

Procuramos um lugar onde os pégasos possam pousar e logo encontramos um beco sem fiações elétricas, então Percy assovia. Não demora muito para vermos formas indistintas se aproximando vindas do céu.

Prendo a respiração, puros surpresa e deleite. Nem consigo olhar para Carol para ver como reagiu. Os pégasos são maravilhosos! As asas se juntam perfeitamente ao corpo, é tão harmonioso, tão natural que lá estejam, toda a anatomia parece... certa.  Eles simplesmente são assim. Não poderia ser diferente.

Ouço uma voz dizendo: “Ei, chefe, chamou?”.  A princípio não distingo de onde vem e logo me assusto, com uma onda de compreensão:

—Não, espera! Quem disse isso foi o pégaso?

Carol me olha como se eu tivesse algum tipo doença mental – todos olham, na verdade, apenas têm a decência de tentar disfarçar, diferentemente da Desordem. Até os pégasos se mexem desconfortáveis. Ouço de novo, desta vez uma voz diferente: “Ela pode ouvir a gente?”.

—Sim, eu posso! Por que não poderia? Ah, espera... Vocês... – indico para Carol, Leo e Nico – não podem?

Percy fala, bem devagar (não sei se por não estar entendendo, como de costume nos livros, ou se por não querer me assustar):

—Ninguém os escuta, Alice. Somente eu, porque sou filho de... Poseidon.

Tudo que consigo é murmurar um “ah...”. O peso do que isso significa me atinge com força, mas apenas digo um “oi” para os cavalos alados e pergunto aos meninos se podemos ir logo.

—Eu não tenho condições de viajar nas sombras, fiquei muito cansado por ser controlado pelo Coveiro – diz Nico.

Rapidamente dividimo-nos para montar os pégasos: Carol com Leo, eu com Nico e Percy no Blackjack, sozinho, à frente, nos guiando. São muitas as emoções, as dúvidas, expectativas e pensamentos que passam pela minha mente e entre eles percebo uma satisfação particular pela disposição feita: estou montando um cavalo alado com Nico. Sento atrás dele e seguro sua cintura, nossos corpos a uma distância respeitosa; eu, feliz com o contato, ele, diferentemente, está desconfortável. Sei que os cavalos são um problema, mas desconfio se minha presença tão perto não lhe incomoda. Lamento pela possibilidade, mas como lamentar não muda a situação em nada, não foco nisso. Há muito mais o que focar.

Quando vemos as viaturas de polícia chegando ao shopping, já estamos alto no céu.

***

PoV Desordem

Já saímos da cidade de Nova Iorque. Rumo ao Acampamento Meio-Sangue, em Long Island. Eu ainda não me sinto melhor. Tudo parece tão real. E ao mesmo tempo não vejo lógica em nada, tudo parece apenas uma fantasia, uma ilusão. Será que bati a cabeça com força? Aquele monstro existe – ou existiu – mesmo? Eu estou mesmo voando? E esse gato sentado na minha frente é o Leo?

Independente de se essa sensação é verdadeira ou não, ela é boa. Maravilhosa, mágica e tudo que sempre imaginei. Por mais que pense que vou cair, não posso sentir medo, já que voar é tão incrível a ponto de eu não conseguir descrever. Eu estou voando. Sinto o vento no meu rosto, jogando meus cabelos para trás. A paisagem aqui de cima é mais que bonita. As árvores, a estrada, o mar ao fundo, até o chão, tudo é mais bonito aqui de cima. Sinto o cheiro dos pinheiros, tão diferente do cerrado e da mata atlântica, as floras brasileiras que conheço.

Vejo Percy com Blackjack na frente. Percy está tranquilo, sereno. Olho para o pégaso preto com mais atenção. Ele é muito fofo. As asas lhe caem tão bem. Ele é perfeito, como todos os pégasos. Rio com minha constatação, pensando que não posso falar assim, pois devem existir centenas deles, e eu vi apenas três. Fico pensando como deve ser legal conversar com eles. Será que Alice os escuta mesmo...? Claro que escuta, ela conversou com eles.

Olho para Lice que está tão feliz e empolgada com o voo, os pégasos e toda a situação que não consegue parar de sorrir. Seus olhos estão cheios de lágrimas, não sei se de emoção ou se por causa do vento forte. Talvez os dois.

 Nico parece desconfortável; não me parece que teme a altura, mas acho que o coveiro o afetou muito. A todos nós. Além disso, o lindo cavalo que leva ele e Alice parece nervoso. De fato, cavalos não gostam dele.

Aprecio a paisagem por alguns minutos até que percy diz:

—Então, Alice, você queria entender, vou explicar. A Névoa funciona sobre todos os mortais e pode funcionar sobre semideuses ou não. Ela funciona enquanto nós não possuímos autoconsciência e se por acaso for manipulada sobre nós. Assim, vocês não viam nada até o momento que contamos sobre tudo ser real; então começaram gradativamente a ver mais, digamos, algo mais próximo de uma verdade, a realidade só um pouco encoberta. A Névoa foi como que se desvanecendo e sua capacidade de perceber o real, intensificando, quando contamos que vocês eram semideusas. O processo foi mais rápido com Alice, porque ela processou melhor a informação e por ser uma semideusa deveras poderosa. Isso já foi mais lento com Carol, porque até agora ela não processou bem tudo.

Compreendemos. Então ele aponta:

—Daqui já dá pra avistar o Acampamento.

Alice parece ter entendido. Ela fica mais eufórica (se é que é possível) e diz para mim, falando em português:

—Você está vendo? Ali é a colina – ela exclama e aponta para algum lugar à frente – o pinheiro está ali! ALI, OH – ela aponta exagerada e enfaticamente.

Mas eu não estou entendendo. Lice nota minha expressão de completa não compreensão. Eu não vi pinheiro nenhum. Ela aponta para um lugar onde vejo apenas parte da extensão de árvores que há abaixo de nós, encobrindo toda essa região. Nada de um único pinheiro numa clareira.

—Lice, eu num tô vendo nada disso. Não vejo nada demais pro lado de lá – aponto exatamente para o mesmo lugar que ela.

—Mas como?! – Ela parece horrorizada – ali, tem o pinheiro! Será que a Névoa ainda é muito forte pra você e aí cê não vê nada?

Então eu pergunto, em inglês:

—Percy, é normal não ver nada?

—Quê? – ele responde – não, é claro que não é normal não ver nada, você é cega?

—Cara... – Leo intervém, sua voz tão linda... – você quis dizer que não enxerga o acampamento, o pinheiro e tal, certo?

—Certo – começo a ficar nervosa – tem algo errado.

—Calma, Carol. Você tem que enxergar – Alice tenta me tranquilizar, sem muito sucesso.

—Alice, ela não tem que enxergar – Nico é direto e resoluto. Joga a verdade em mim com força. Eu entendo tudo, embora os outros ainda pareçam confusos.

—Como assim, Nico? É claro que ela vai ver, as vezes é a Névoa com a miopia que não ajuda, ela tá sem óculos – Alice irrita-se e está perdida e confusa com o comentário do Nico.

Eu esclareço:

—Alice, não é nada disso, entenda. Você é uma semideusa muito poderosa.

—E daí? – ela está nervosa.

—Daí que sua aura de semideusa é muito poderosa, tanto que vale por duas normais.

—Quê que cê tá falando, não! Eu... – interrompo-a antes que possa continuar.

—Alice, acho que temos um problema, melhor descer – todos estão olhando para nós sem nos entender – a língua é um fator complicante. Digo então em inglês:

—Percy, tenho que descer já que não quero virar churrasco. A barreira vai me tostar – tento parecer calma, Alice me olha com os olhos cheios de lágrimas – eu não posso entrar no Acampamento. Porque não sou uma semideusa.


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Notas finais do capítulo

E aí, curtiram? Bateu uma curiosidadezinha, né? Um "e agora?"? Espero que sim ahushuashuash por favor, comentem, deixem suas impressões, quero muito saber o que acharam
O próximo capítulo já tá no jeitinho, podem esperar ele em breve!
Beijinhos ❤



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