Aquarela de Uma Cor Só escrita por VILAR
Notas iniciais do capítulo
Sempre gostei do mistério da cor cinza. Não chama atenção para si, está ali só para realçar outras cores. É usada na falta da cor preta ou na falta da cor branca. Ninguém nunca a quer por si só.
O que ela diria se pudesse gritar ao mundo?
Bom, não descobriremos nessa poesia.
E nem em outro lugar.
Aquarela de Uma Cor Só
Sentimento azul, amarelo, vermelho.
Trancado do outro lado do espelho.
Pétala laranja, verde, roxa.
Escorregou da mão frouxa.
Quadro violeta e lilás.
Que outrora trouxe paz.
Grito vinho e marfim.
“Quando terá fim?”.
Lágrima magenta e marrom.
Tudo em um mesmo tom.
O colorido do rio
Tornou-se frio
No reflexo dos teus olhos cansados.
A cor viva do verão,
Tua favorita,
Agora sequer tem razão.
Não tema, garota.
Talvez alguém te entregue o perdão.
O mundo era grande demais
Para teus pequenos potes de tinta.
Seu pincel é fugaz em mãos carentes de habilidade.
Olha a hora!
Em breve a flora
Também sucumbirá.
Quer ir embora?
À vontade.
Mas cuidado lá fora!
Por que, menina, por onde tu pisa,
Tudo se torna cinza.
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A difícil tarefa de amar uma cor que só representa características negativas.