[Anteriormente...]

Eu devo ter ficado muito cansada pois eu acabei dormindo. Olhei no relógio do celular e marcava 19:47. Me sentei e me espreguicei calmamente.

Observei durante um tempo os papeis sobre a mesa.

—Eu vou lê-los.

Peguei o primeiro e o desdobrei calmamente e comecei a ler

"Pare de ficar nos procurando, é inútil. Fiz isso pela minha filha, afinal viver com você não vai ajudar no crescimento e bem estar da menina, nunca. Eu ainda sou nova e preciso viver algumas aventuras que a vida quer me proporcionar. Passar o tempo ao seu lado não foi tão ruim e você não é uma pessoa má, mas eu quero sair de perto de você, eu já amo outra pessoa e é com essa pessoa que eu quero passar o restante da minha vida, e não pretendo envelhecer ao seu lado"

Suspirei ao ler aquele pedaço de papel...A imagem que eu tinha da minha mãe, falando que meu pai não queria saber de nós começou a se desfazer...A imagem de inocente e de coitada mãe solteira abandonada pelo marido começou a mudar...

Peguei outro papel, e assim como o anterior, desdobrei o mesmo com muito cuidado, e comecei a ler

"Você pode ter estranhado chegar em casa e não ter me visto, ou ver meu guarda-roupa completamente vazio. Eu fui embora de Iwagakure. Não quero mais ficar ao seu lado, é algo totalmente tedioso. Minha filha ficará bem assim, então não se preocupe com o bem estar dela. Siga sua vida e deixe-nos viver em paz.[...]"

Não terminei de ler. Guardei esse papel junto com os outros.

—C-como ela pode fazer isso?- Eu disse chorando-...Que especie de ser humano faz isso???

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Cap-28

Suspirei limpando minhas lagrimas.

—O que eu devo fazer agora...-Falei comigo mesma

—Falando sozinha?- Sasori apareceu ali- Você está chorando? Oh...Já se encontrou com ele?- Ele se senta ao meu lado

—O que eu faço?- Perguntei para ele

—Sinceramente, eu não sei...!- Nem eu estou acreditando na história em que aquele homem contou...Eu não acho que Mebuki seria assim...

Eu entreguei as cartas em sua mão.

—Isso...- Ele fala

—Ele deve ter falado das cartas para você. Não acho que ele estava mentindo afinal esse papel realmente é velho, e ele não ganharia nada mentindo para nós. Eu não li tudo mas o que eu li foi o suficiente para questionar os princípios e objetivos da minha mãe...

Ele pegou os papeis e foi lendo um a um. Quando acabou de ler todos ele me olhou.

—Uma hipótese. Caso ele esteja falando a verdade, o que você pretende fazer?- Ele me olhou

—E-eu não sei...

—Eu gostaria muito mesmo de te ajudar nisso, mas cabe somente a você se quer aceita-lo ou não como seu pai.

—Uhm...

Ele largou os papeis sobre a mesa.

—Estou decepcionado com Mebuki e principalmente com o meu pai...Que vergonha- Ele fala balançando a cabeça- Se meter com uma mulher compromissada...

—A imagem que eu tinha dela antes foi desfeita- falei

—Eu entendo como está se sentindo...- Ele fala- Vamos passar por isso ok? Depois de toda tempestade vem a calmaria

—Aham...

Sasori se levantou e foi até a cozinha

—E esse bolo aqui?- Ele pergunta de lá

Me levantei e fui até onde ele se encontrava

—Yahiko me trouxe isso. É muito bom, você deve provar- Falei

Ele pegou um pedaço

—Uau, esse cara é bom em cozinhar...- Ele falou-...Vocês parecem ter ficado bem íntimos, não?

—Eu já vejo ele como um bom vizinho. Ele realmente é uma boa pessoa. Ele veio de Amekagure

—Nossa...É longe!- Ele fala

—Sim, e ele não tem parente nenhum aqui. Veio sozinho. Esse é corajoso- Falei- Sinto que posso contar com ele para qualquer coisa, e espero ter passado essa mesma impressão para ele.

—Acredito que você deve ter passado sim- Ele sorri

—Logo você ira conhece-lo pois ele vai trabalhar no mesmo hospital que você.

—Fico feliz que você tenha achado alguém para conversar- Ele fala- Mesmo morando na mesma cidade que você, tem vezes que eu fico dias, semanas ou até se duvidar meses sem te ver por causa do tempo corrido, e eu fico imensamente preocupado com você. É bom saber que tem alguém com quem você possa contar na minha ausência.

Eu sorrio para ele, enquanto Sasori come mais um pedaço

—Depois eu quero a receita disso!! É muito bom!

Eu dou risada

—Você não tinha que ficar com Umê?

—Deidara foi para lá.

—Mas ele não estava trabalhando?

—Ele conversou com o chefe e pegou licença, pelo menos até Umê sair daquele quarto- Ele fala

—Ah...Entendi- Falei

—Saky, você pode ir me fazer um favor?- Ele me pergunta

—Claro. Diga.

—Você pode ir comprar uma caixinha de absorvente pra mim?

—Ué, não sabia que você usava- Falei rindo

—Não é pra mim idiota- Ele resmunga- É pra Umê

—E por que não vai você?- Dei risada

—Porque é esquisito um homem ir comprar algo deste tipo. Você pode ir?

—Ok, ok, eu vou. Aproveito e compro outras coisas.

Peguei minha bolsa e sai de casa. Preferi ir no mercado um pouco mais longe de casa, pois ele tem mais coisas, talvez alguma coisa me interesse e eu compre, porque o outro não tem muita opção.

Andei um pouco. A cidade já estava se esvaziando e as pessoas entrando em suas casas para descansar devido ao horário próximo das 8 da noite. Entrei em uma rua onde havia bastante pessoas em frente a uma loja, provavelmente deveria ser promoção de alguma coisa. Dei de ombros e continuei andando.

—Olá novamente-Ouvi uma voz falar comigo

Olhei para trás e vi Sasuke com as mãos nos bolsos.

—Oi- Falei

Ele se aproximou e eu recuei

—Não se preocupe, minha mãe não está por perto- Ele fala

—Uhm...

—É verdade que você anda saindo com um homem mais velho?- Ele pergunta

—Mikoto disse isso mesmo para você?- Perguntei- Ela anda se metendo demais na minha vida...

—É verdade?

—Não, não é verdade- Falei suspirando- Aquele cara...É um fantasma do meu passado...O meu pesadelo desde pequena-Eu o olhei. Sua expressão tornou-se curiosa até mesmo para mim

—E quem seria?

—Meu Pai- Falei

Ele me olhou

—Está de volta?

—Ele apareceu hoje pela manhã...Minha vida está uma bagunça...E a chegada dele só atrapalha as coisas...

—Se precisar de um ombro amigo, sabe que pode contar comigo- Ele fala

—Sim, eu sei- Falei

—*Suspiro* Desculpa pela grosseria da minha mãe...Ela anda te perturbando demais não é? Ela ainda tá muito mal...Apesar de ter me perdoado, não estamos nos falando normalmente...E por causa disso está descontando em você...Desculpe mesmo...

—Não tem problema- Falei- Ela tem motivo de estar irritada

—Mas não tem motivo para descontar essa raiva em você! Eu vou tentar falar com ela, mas não deixe com que ela desconte essa raiva em você!

—Sim...

—Nós...Dois...Temos realmente que conversar Sakura.- Ele falou- Você tem um tempo?

—Eu...Estou meio ocupada agora, meu irmão precisa de um favor mas...Mais tarde você pode passar em casa se quiser...-Falei

—Ok...Eu vou te enviar uma mensagem quando eu estiver indo...-Ele sorri-...Até logo

Ele sai.

—Que burrice a minha-Bati a mão na minha testa.

Segui meu caminho até o mercado. Entrei, peguei o que o Sasori me pediu e algumas frutas e voltei para casa

—Demorou- Sasori fala

—Desculpe, o mercado estava cheio.-Tirei o pacote com uma sacola e entreguei para Sasori- Tá aqui.

—Valeu Saky-Ele pega o pacote- Eu já vou indo.

—Você volta para cá hoje?-Perguntei

—Não, vou ficar por la-Ele sorri-Quero ficar perto da Umê um pouquinho mais

—Ok, cuide-se e cuide dela também

—Pode deixar-Ele sai

Eu guardei as frutas e sentei no sofá. Senti meu celular vibrar. Abri a tela inicial e abri a mensagem que eu recebi

"Eu estou indo, me espere"

Destranquei a porta, e voltei pro sofá.

—Conversar...O que ele quer conversar? Afinal nós não temos nada para conversar...

Logo a campainha toca, e eu vou abrir a porta

—Oi...-Ele fala

—Oi...Entra...-Dei espaço para ele entrar

Nós dois nos sentamos no sofá.

—O que você...quer falar comigo?-Perguntei sendo direta.

—Naquele dia...Quando nós nos encontramos no shopping...Quando aconteceu aquilo...-Ele suspirou pesado e decidiu ser direto-...Você disse que havia se apaixonado por mim

Eu corei...

—E-eu não quis dizer isso- Falei sem pensar

—Quero que seja mais do que sincera comigo.-Ele me olhou

—*Suspirei* Não adianta nada eu falar "O que eu te disse naquele dia não passou de um mal entendido" pois estarei mentindo para você...De uns tempos para cá, eu comecei a sentir algo por você...-Fui cortada

—Mas eu não posso dizer o mesmo...-Ele começou

Senti meu coração querer se quebrar em milhões de pedacinhos...Me senti mal, muito mal mesmo com o que eu ouvi... Senti um líquido quente escorrer sobre a pele do meu rosto...Eu estava chorando? Oh...Sim...Acho que eu o amo demais para ouvir algo assim...

—O...O-o que..?!

[Continua...]