As férias no Largo estavam cada vez mais alegres. Todos se divertiam mas não faziam muito barulho por conta do quadro enfeitiçado da mãe de Sirius que não podia ouvir um barulho muito alto que já começava a gritar aos quatro ventos várias maldições de todos os tipos possíveis. 

         Harry não ligava nem um pouco para isso, pois sentia-se em um lar pela primeira vez. E sentia cada vez mais que Sophie e Remus eram a coisa mais próxima de uma família que ele já teve. E ele ainda lembra como havia sido quando a irmã e o lupino foram buscar ele na casa dos Dursley's. Havia sido um dos momentos mais estranhos e engraçados que havia presenciado.

             1 Mês atrás, Largo Grimmauld.

           — Remmy está pronto? - Perguntou Sophie entrando no quarto do padrinho vestindo uma roupa social, um casaco jeans e uma calça do mesmo estilo com tênis All Star. 

             - Estou. - Disse o Lupin saindo do banheiro sorrindo. Ele vestia uma camisa social branca e um sobretudo preto que o deixava com um ar misterioso, as calças eram pretas e o sapato era um meio velho que ele quase nunca usava. 

              - É melhor levar um escudo. - Disse Sophie cruzando os braços com um sorriso no rosto. 

               - Por que? - Perguntou Remus confuso e se aproximando de sua afilhada.

              - A mulherada vai cair em cima de você, querido. - Disse Sophie rindo e arrumando melhor o cabelo de Remus. - Tá com o endereço? 

              - Sim, está no meu bolso. - Disse Remus sorrindo. - Vamos buscar seu irmão. 

              Os dois saíram e foram andando tranquilamente até a estação de ônibus que não era muito longe dali. Quem olhasse para os dois achariam que eram pessoas comuns, um pai e sua filha juntos, pois ambos sabiam como agir como um trouxa qualquer sem chamar a atenção e claro, ser educado. Eles pegaram dois ônibus até chegarem na rua dos Alfeneiros, n°04 onde moravam os Dursley's. 

              - É uma boa casa. - Disse Sophie para Remus ao pararem em frente a residencia. 

              - Pena que os moradores não são. - Disse Remus suspirando e sorrindo de lado.

              Os dois se aproximaram e Remus bateu na porta. Eles foram recebidos por Tio Válter que vestia um terno muito chique. Válter olhou para Remus de cima a baixo e depois fez o mesmo com Sophie que fez questão de erguer a sobrancelha em sinal de desafio. Válter estava mais horroroso desde da última vez que havia visto, e isso foi à três dias atrás.

              - O que querem? - Perguntou ele desconfiado.

              - Sou Remus Lupin e essa é a minha sobrinha, Sophie...

             - Potter. - Terminou Sophie sorrindo irônica. - Olá titio. 

             Por alguns minutos Sophie chegou a pensar que Válter fosse desmaiar pois ele havia ficado tão pálido que poderia ser confundido como um dos fantasmas de Hogwarts. Mas depois do choque ele pareceu que iria explodir, ficando muito, muito vermelho. Parecia um tomate com bigodes. E quando Sophie achou que o mesmo fosse fechar a porta na cara deles, Harry apareceu sorrindo e empurrando o tio de leve para abraçar Sophie.

             - Sophie! - Disse ele alegre. - Sabia que viria. 

             - Oras, claro que viria! Eu disse que eu iria salvar você. - Disse Sophie piscando para o garoto que sorriu e se afastou dela para abraçar Remus.

              - O que está havendo aqui? - Perguntou uma voz fina que fez os pelos da nuca de Sophie se arrepiarem. - Quem são essas pessoas? - Perguntou a voz novamente, mas desta vez a dona dela apareceu atrás do marido. Mais feia também. "Não é possível que ela seja realmente irmã de minha mãe." Pensou Sophie forçando um sorriso.

               - Harry você não mencionou que nós viríamos? - Perguntou Remus olhando para Harry.

               - Avisei mas eles não acreditaram! - Disse Harry revirando os olhos sem os tios verem. - Tio Válter, tia Petúnia, essa é minha irmã. Sophie Potter e este é o padrinho dela, Remus Lupin.

                - Então... é verdade. - Sophie não sabia dizer se aquilo era uma pergunta ou não, pois Petúnia havia dito muito baixo sem contar que olhava para ela com um olhar assustado e... o que era aquilo? Saudade? Sophie não entendeu, saudade de quem? 

                - Querida? - Chamou Válter olhando para a esposa. 

                - Você é igual á ela.— Agora Sophie entendeu. Petúnia estava vendo Lily ao olhar para ela. 

                - Obrigada madame. Essas palavras são como um elogio. - Disse Sophie acenando com a cabeça em respeito. - Será que podemos entrar?

                Eles entraram e Sophie e Remus se sentaram no sofá com Harry no meio deles enquanto Válter e Petúnia sentava nas poltronas em frente.

                 - Eu não entendo, se você é a irmã dele por que foi separada? - Perguntou Válter ainda desconfiado. - Não que eu esteja reclamando, eu só não mandei esse garoto para rua em respeito a minha esposa. 

                  - O senhor é um amor titio.— Disse Sophie revirando os olhos e fazendo Harry rir.

                  - Sophie. - Repreendeu Remus olhando para ela. - Peço perdão pelo comportamento de minha afilhada. Ela puxou muito o pai em vários sentidos. - Sophie revirou os olhos novamente e olhou para a janela. - Respondendo a sua pergunta Sr.Dursley, Sophie estava sobre minha proteção na noite em que seus pais foram mortos e como eu sou o padrinho, é minha obrigação e dever cuidar dela.

                  - E onde se encontra o padrinho desse moleque? - Perguntou Válter recebendo um olhar de reprovação da mulher, mas ele não ligou.

                  - Bem o padrinho de Harry... sumiu. Ele desapareceu em meio a guerra em que estávamos na época. Não sabemos se ele está morto ou não. - Mentiu Remus olhando de canto para Sophie que ainda olhava para janela. 

                  - Guerra? - Perguntou Válter. - Contra quem? - Parecia bastante interessado agora e Sophie percebeu que aquele homem gostava do assunto. 

                   - Pessoas muito ruins. - Disse Sophie encerrando o assunto ali. - Não foi por isso que viemos aqui Sr. e Sra.Dursley. Viemos aqui com o intuito de levar Harry para passar as férias conosco e com os amigos dele.

                     - Hunf. - Resmungou Válter. - Podem levá-lo. Como eu disse, eu não ligo. - Então virou-se para Petúnia que estava olhando para Remus. - Querida, tem algo contra?

                   - Não.. - Disse ela ainda olhando para Remus. - Eu conheço o senhor?

                   - Nos encontramos uma vez, madame. - Disse Remus cordialmente concordando com a cabeça. - Fico surpreso que se lembre de mim, até. Afinal, eu mudei.

                    - Sim.. você tinha mais cabelo. - Sussurrou Sophie sorrindo de lado e levando um beliscão do padrinho que sorriu para ela. - Enfim, já que está autorizado. Harry? Está com as malas prontas?

                     - Sim, vou pegá-las. - Disse Harry se levantando todo alegre e saindo da sala.

               03 de Agosto, Largo Grimmauld.

              Sem dúvida havia sido um dia estranho, pensou Harry. Ele estava deitado na cama, o sol já estava no céu e ele sabia que logo teria que levantar. Ao lado dele os roncos de Rony eram altos o que fez Harry rir baixo. Se levantou e em silêncio saiu do quarto indo para cozinha onde Sophie e Remus já se encontravam preparando o café da manhã.

                - Você sabe que não é assim que se faz uma omelete, não é? - Perguntou Remus olhando para afilhada com os braços cruzados.

                - Eu disse que eu iria fazer ovos mexidos! Não omelete. - Resmungou Sophie fazendo Remus rir.

                - Claro, desculpe senhorita, erro meu. - Disse Remus se curvando com um enorme sorriso no rosto e depois se virando para a porta onde Harry observava a cena sorrindo. - Bom dia, Harry. Dormiu bem?

                - Bom dia Remus, e bom dia Sophie. - Disse Harry se sentando na mesa. - E sim senhor, dormi bem.

                - Harry sabe que não precisa me chamar de senhor. - Disse Remus sorrindo de lado.

                - É Harry, o Moony se sente velho. - Disse Sophie rindo e recebendo um beliscão. - Ai homem! Deu pra ficar me beliscando agora?

                  - Você bem que merece. - Disse Remus acenando com a varinha para preparar o café e os sucos.

                  - Então... omelete? - Perguntou Harry rindo fazendo a irmã olhar para ele brava.

                  - Ovos mexidos! Eu não disse, em nenhum momento que iria fazer omelete! - Disse Sophie em resmungo.

               Harry olhou para Remus e viu ele mexer os lábios para o garoto - mentira - disse ele sem transmitir nenhum som e fazer Harry rir enquanto Sophie olhava desconfiada para Remus que se afastava devagar. Depois de um tempo em que os três ficaram brincando e conversando um com o outro, Hermione, Harriet, Fred e Jorge apareceram na cozinha.

              - Bom dia meus raios de sol! - Disse Fred apertando as bochechas de Harry, beijando a bochecha de Remus que riu alto e depois beijando a de Sophie que ficou vermelha. 

               - Não sei pra que tanta alegria. - Disse Jorge em resmungo se jogando de qualquer jeito ao lado de Harry e quase dormindo.

                - Ora o que é isso, meu irmãozinho? Anime-se! O sol nasce, lindo e brilhante para alegrar nossas manhãs! - Disse Fred saltitando pela cozinha fazendo Hermione e Harriet rirem, Remus acenar negativo com a cabeça, Jorge e Sophie revirarem os olhos e Harry olhar assustado para o Weasley, afinal, o que ele tinha?

                - O que você... - Remus ia perguntar mas foi impedido pelo próprio Fred.

                - Onde se encontra o adorável Roniquinho? - Perguntou Fred olhando em volta. - Não acredito que ele está dormindo! Ah mas eu darei um jeito nisso! - Disse ele sorrindo e saindo da cozinha. 

                 No andar de cima eles ouviram Fred cantar uma música e também ouviram vários xingamentos por parte de Rony que fez Sophie rir alto.

                 - Maldito inferno, onde este menino aprendeu a falar tantas palavras maravilhosas?! - Perguntou Sophie olhando para Jorge que ria também.

                    - Nem os gêmeos são assim. - Disse Harriet surpresa com o vocabulário do Weasley mais novo.

                    - Rebelde. - Disse Sophie concordando com a cabeça e desligando o fogão. - Gostei.

                    Depois de dizer isso, Rony entrou com uma enorme carranca no rosto e resmungando palavras sem sentido e logo em seguida se jogando ao lado de Jorge que olhou para ele sorrindo.

                     - Onde aprendeu a ser tão gentil Rony? - Perguntou Jorge zombeteiro.

                     - Nosso irmãozinho me deixou impressionado agora. - Disse Fred saltitando pela cozinha novamente e agora cantarolando.

                      - O que você quer, Fred? - Perguntou Remus olhando para o rapaz que abriu um sorriso maior e parou em frente para ele. - Estou com medo por ter feito essa pergunta agora. 

                        - Não se preocupe meu caro, Moony! - Disse Fred alegre. - O que eu quero, é só um sorriso.

                        - Sei.. - Sussurrou Sophie arrumando a mesa e colando os pratos, com ajuda de Harry e Hermione, na mesa e depois locando o cafá-da-manhã e claro, seu ovo mexido que na verdade era pra ter sido uma omelete. Mas ninguém precisava saber disso. - Fala logo Frederico.

                        - Muito bem, muito bem! Já que insistem! - Disse Fred animado. - Eu estive pensando, que tal hoje, irmos ao parque de Londres? Sabem, como um piquenique.

                        - Não sabia que você sabia o que era um piquenique. - Disse Sophie erguendo a sobrancelha e se sentando ao lado de Remus. - Mas é uma boa ideia, Fred. Uma boa ideia!

                     - Eu sei, eu sei. - Disse Fred sorrindo. - Poderíamos chamar a mamãe também e a Ginny. - Disse ele.

                  - É uma ótima ideia, Fred. - Disse Remus sorrindo. - Seria bom irmos passear por Londres. 

                 - Bem, então vamos comer nosso café e depois resolvemos tudo. - Disse Harriet ficando alegre. - Londres é tão bonita nessa época do ano.

                - Londres sempre é bonita, minha cara Lovegood! - Disse Sophie sorrindo. Ela nutria um enorme amor por Londres e faria de tudo para proteger a amada Inglaterra. - Vai ser bom para Ginny, a bichinha tem andado muito ansiosa para o primeiro ano dela em Hogwarts.

                - Molly me contou que ela está pior que você, Sophie. - Disse Remus rindo. - Fica falando do 1 de setembro mais vezes que você.

                - Ah eu fico imaginando a Sophie toda animada para o primeiro ano em Hogwarts. - Disse Jorge rindo. - Pulando feito um cabritinho.

               - Era exatamente assim que ela ficava. - Respondeu Remus rindo enquanto Sophie olhava para os amigos - que riam - chocada.

               - Oras o que é isso? Hoje é o dia de me atacar? - Perguntou ela fingindo indignação. - Até tu, irmão meu?!

              - Desculpe, minha irmã mas e não posso resistir em imaginá-la toda animada para o primeiro ano. - Disse Harry rindo.

              - Continuem rindo e eu irei acordar aquele quadro que grita mais que o próprio Remus, em noite de lua-cheia. - Disse Sophie apontando para cada um e depois voltando a comer o ovo mexido que havia feito.

             - Cuidado pessoal, ela é perigosa! - Disse Fred que estava sentado ao lado dela. 

             - Ele vai ser agredido, seriamente. - Disse Sophie olhando para Remus e apontando para Fred que ria ao seu lado. 

           Quando o ponteiro do relógio havia dado uma hora da tarde, todos já estavam prontos para o passeio. Jorge e Fred havia ido até a Toca e voltaram com a Sra.Weasley e a Ginny vestindo vestes trouxas - Percy havia ficado - Harriet, Sophie e Molly arrumaram alguns doces para o piquenique. Fizeram a cesta e saíram todos.

            Pegaram um ônibus até o metro e depois foram de trem para o centro da cidade e foram para o parque que estava um pouco cheio, afinal, o dia estava ensolarado e perfeito para as pessoas passearem. Fred e Jorge se jogaram na grama enquanto os outros se sentavam tranquilamente e rindo dos gêmeos.

               - Estamos mortos. - Disse Jorge deitando a cabeça no colo de Harriet.

              - Você é tão dramático que chega a doer, Jorge Weasley. - Disse Harriet rindo e acariciando o cabelo do ruivo.

              - Uii, o amor está no ar. - Disse Ginny fazendo Sophie gargalhar.  

              - Nossa irmã é muito observadora, Jorge. - Disse Fred piscando para o irmão que riu.

              Harry sorriu e olhou para um casal que estava um pouco longe deles. O casal brincava com os dois filhos e pareciam bastantes felizes. E o Potter mais novo não pode deixar de pensar em como seria se seus pais estivessem vivos.

             Sophie parou de rir e viu que o irmão olhava para uma família que se divertia. A ruiva sorriu de lado e tocou no braço do padrinho, Remus olhou para ela e depois para Harry. O Lupin sorriu e ele e Sophie foram se sentar ao lado do garoto.

               - Eu também penso isso. - Disse Sophie sorrindo e olhando para o irmão. - E sim seria maravilhoso se eles estivessem vivos e muitas coisas teriam sido diferentes.

               - Mas infelizmente, Harry, não podemos viver na base de "como seria". - Disse Remus passando o braço no ombro do garoto. - Somos o que somos, e somos tudo que temos. Eu, você e Sophie. Somos sua família e sempre estaremos com você.

               - Podemos não ter tido um começo muito feliz, Harry. Mas não é isso que define o que nós somos. É o restante da nossa história. Quem nós escolhemos ser. - Disse Sophie sorrindo para o irmão e depois para Remus que olhava orgulhoso para ela.

              Harry olhou para Sophie e depois para o casal que segurava os filhos e iam embora para longe do parque. Suspirou e olhou para Remus.

              - Somos o que somos. E somos tudo o que temos. - Disse Harry abraçando o lupino que ficou surpreso mas feliz. 

                   Sophie sorriu e olhou para o céu. Essa é a família que foi destinada para ela ter, ainda estava incompleta mas ela sentia que logo ela estaria inteira. Logo todos estariam unidos e felizes. Até o fim.

                Eles passaram aquela tarde brincando e conversando e foi naquela tarde que Fred Weasley resolveu surpreender todos com um pedido para Sophie. Todos estava conversando tranquilamente quando o Weasley resolveu se levantar e chamar a atenção de todos ali e também de todos que andavam próximos.

               - Eu.. realmente não sei como começar isso. - Disse ele ficando vermelho. - É algo novo para mim e admito que é algo que gosto muito de sentir. Vocês sabem, eu sou um rapaz que adora fazer brincadeiras, um rapaz cheio de sonhos. Mas tem um sonho que eu sinto que deva ser o primeiro a ser realizado. - Ele suspirou e olhou para todos.

               Sua mãe estava com pequenas lágrimas se formando nos olhos, Jorge sorria orgulhoso e Harriet estava animada, Ginny olhava para ele com expectativa. Rony estava confuso, Hermione esperançosa e Harry já tinha uma ideia do que iria acontecer. Então Fred olhou para Remus, o homem olhava para ele tranquilamente. Não havia confusão no olhar, não havia esperança ou raiva. Foi assim que Fred soube que Remus, além de Jorge, tinha certeza do que aconteceria. E que aceitava a ideia.

                - Sophie. - Olhou para a ruiva que sorria para ele. - Você é o sonho que eu quero que seja o primeiro a se realizar. E acredite eu pensei muito no assunto, o terceiro ano inteiro eu pensei no assunto e decidi que, como já estamos indo para o quarto ano seria esperto de minha parte fazer isso antes que um outro de outra casa venha e tire a minha chance. - Disse ele sorrindo envergonhado. - Mas é o que é, e você sabe que eu não sou bom com as palavras e você pode não aceitar, o que não vai haver nenhum problema se você não aceitar...

                - Fred! - Disse Jorge fazendo o irmão para de tagarelar.

                - Desculpe. - Disse ele ficando vermelho. Suspirou, fechou os olhos e depois olhou para Sophie. - Quer ser minha namorada? 

                 Sophie sorriu e olhou para Remus que concordou com um aceno de cabeça. Sophie abriu um lindo sorriso e se levantou, foi até Fred que olhava para ela nervoso. 

                 - Meu caro Fred - Disse Sophie ficando bem próxima do ruivo. - eu aceito. 

                Fred sorriu e beijou os lábios de Sophie que riu no meio do beijo. Jorge, Harriet e Ginny bateram palmas e começaram a cantar alto, Rony e Harry assobiaram enquanto Hermione e Molly já começavam a chorar. Remus apenas tinha um sorriso no rosto feliz por Sophie. Aquele dia sem dúvida havia sido um dos melhores na vida de Harry, pois foi naquele dia que ele percebeu que Remus e Sophie eram sua família e foi naquele dia que ele percebeu que sua irmã estava destinada a ser feliz, assim como ele. 

             03 de agosto, 21h21, Largo Grimmauld.

            A noite naquele dia era agitada. Todos estavam comemorando o namoro de Sophie e Fred, e a Sra.Weasley preparava um jantar maravilhoso para eles, enquanto não estava pronto Harry havia ido tomar banho e sua surpresa havia sido enorme ao ver uma criaturinha de orelhas grandes como as de um morcego e olhos esbugalhados e verdes do tamanho de bolas de tênis sentada em sua cama. E foi por muito pouco que ele não havia gritado.

               - ...Olá. - Disse Harry confuso.

              - Harry Potter! - Exclamou a criatura com uma voz esganiçada. - Há tanto tempo que Dobby quer conhecê-lo, meu senhor... É uma grande honra! - Ela se levantou da cama e fez uma reverência tão exagerada que seu nariz, comprido e fino, encostou no tapete. E Harry reparou que ela vestia uma coisa parecida com uma fronha velha, com fendas para enfiar as pernas e os braços.

               - Obrigado? - Aquilo saiu mais como uma pergunta mas não era como se Harry fosse culpado. Ele estava confuso, o que diabos era aquilo em sua frente. Fechou a porta atrás de si e teve vontade de perguntar  "Que coisa é você?", mas achou que poderia parecer muito mal-educado, e em vez disso perguntou: - Quem é você?

               - Dobby, meu senhor. Apenas Dobby. Dobby, o Elfo doméstico. - Disse a criatura.

              - Certo... - Sussurrou Harry ainda confuso e antes que pudesse fazer outra pergunta, a porta de abriu e Sophie entrou.

             - Harry eu.. - A Potter ia dizendo mas se interrompeu ao ver o elfo no quarto. - ... olá?

             - Sophie esse é Dobby. - Disse Harry mais confuso. - Dobby essa é minha irmã, Sophie.

             - É um prazer minha senhora. - Disse o elfo se curvando novamente em outra reverência exagerada.

             - ... - Sophie não sabia muito bem o que dizer, então olhou para Harry. - Não sabia que você tinha um elfo.

             - Eu não tenho. - Disse Harry apressado. - Ele apareceu no meu quarto. 

            - Se ele não é seu então... - Sophie olhou para o elfo. - O que faz aqui?

            - Dobby veio aqui para dizer para o senhor Potter... é difícil senhor. - Disse o elfo como se estivesse lutando contra si mesmo.

            - Sente-se. - Disse Harry apontando para o própria cama. Mas para a sua total surpresa o elfo caiu no choro.

           - S-sen-te-se! - Chorou o elfo. - Nunca..nunca na vida...

         — Eu preferiria que você não tivesse feito isso Harry. - Disse Sophie suspirando. 

          - Eu não imaginei que fosse ofende-lo. - Disse Harry para a irmã.

           - Você não ofendeu. - Disse Sophie. - Harry, dificilmente elfos domésticos são tratados com tanto respeito. 

           - Ofender Dobby! - Engasgou-se o elfo. - Dobby nunca foi convidado a se sentar por um bruxo... como um igual. 

              Sophie e Harry foram até o elfo e o fizeram se acalmar e se sentar na cama. Os irmãos se sentaram na cama de Rony de frente para Dobby que olhava para eles com admiração nos grandes olhos.

            - Vai ver não conheceu muitos bruxos decentes. - Disse Harry sorrindo gentil.

           - Eu também queria que não tivesse feito isso. - Sussurrou Sophie passando as mãos no rosto.

           Quando Sophie fez isso, Dobby sacudiu a cabeça e saltou da cama indo até a janela para bater a cabeça nela e gritando alto "Dobby mau! Dobby mau!". Sophie se levantou e tirou o elfo de lá o colocando de volta na cama.

            - Desculpe irmãos Potter. - Disse Dobby devagar. - Mas Dobby teve que se castigar. Dobby quase falou mal da própria família.

            - Da sua família? - Perguntou Harry confuso novamente.

           - A família de bruxos a quem Dobby serve, meu senhor. Dobby é um elfo doméstico, obrigado a servir a uma casa e a uma família para sempre....

           - E eles sabem que você está aqui? - Perguntou Sophie cruzando os braços.

           Dobby estremeceu.

           - Ah, não minha senhora, não... Dobby terá que se castigar com a maior severidade por ter vindo aqui, irmãos Potter. Dobby terá que prender as orelhas na porta do forno por causa disso. Se eles vierem a saber, irmãos Potter.

            - Mas eles não vão reparar se você prender a orelha na porta do forno? - Perguntou Harry com dó.

           - Dobby dúvida muito, meu senhor. Dobby está sempre tendo que se castigar por alguma coisa, meu senhor. Eles nem ligam para Dobby, meu senhor. Às vezes me lembram de cumprir castigos a mais...

            - Por que não vai embora? Foge? - Perguntou Harry.

           - Ele não pode. - Disse Sophie olhando para Dobby. - Um elfo doméstico tem que ser libertado. 

           - E a família nunca vai libertar Dobby... Dobby vai servir à família até morrer, irmãos Potter. 

           - E eu achava que ficar na casa dos Dursley's era ruim. Isso faz nossos tios parecerem quase humanos. - Disse Harry olhando para Sophie e depois para Dobby. - Ninguém pode ajudá-lo? Eu não posso?

            - Mais uma vez eu queria que não tivesse dito isso. - Disse Sophie vendo o elfo voltar  a chorar.