- O que? - Perguntou Sophie se levantando e assustada. - Por que? Quais foram os motivos para isso? 

            - Aparentemente alguém disse para eles sobre um lobisomem cuidando de uma adolescente e eles foram investigar. - Disse Dumbledore relendo a carta. - O Ministério tem uma rígida lei para lobisomens que tentam cuidar de crianças.

            - Isso não é possível. Professor as únicas pessoas do ministério que sabem sobre Remus ser lobisomem e estar cuidando de mim são Arthur Weasley e Amos Diggory. E ambos são amigos de Remus, eles nunca fariam isso com ele. - Disse Sophie andando de um lado para o outro. - Sem contar que Amos deu total permissão para que Remus cuidasse de mim.

            - Seja quem for que fez isso não fez com o intuito de fazer o bem. - Disse Dumbledore pensativo. 

            - Ele.. ele está em Azkaban? Prenderam o Moony na prisão de Azkaban? - Perguntou Sophie parando de andar e olhando para o diretor. 

            Ela não sabia o que faria se Remus estivesse em Azkaban, ele era seu Moony, seu porto seguro, seu pai e mãe e o seu melhor amigo. Ela não poderia viver sem ele, não sem seu padrinho. Ele era tudo que ela tinha. Tudo. 

            - Não. -Disse Dumbledore olhando para Sophie. - Ele terá o julgamento primeiro, depois irão decidir se mandam ele para Azkaban por isso. 

            - Deus isso tá errado! Tá errado! - Disse Sophie passando as mãos no rosto cansada. - Que horas será o julgamento? Quando? 

            - Amanhã as 19h30. 

           - Noite? Eles querem fazer um julgamento durante a noite? O que eles estão pensando?! - Perguntou Sophie irritada. 

           - Essa é uma ótima pergunta, acho que deve ser porque depois de manhã será lua-cheia e você sabe como Remus se torna um dia antes da lua. - Disse Dumbledore. 

            - Sei, emotivo, irritado e os olhos mudam de cor. - Disse Sophie suspirando. - Filhos de uma vaca sem mãe! Desculpe professor. 

            - Ah o que? Desculpe eu fiquei surdo por alguns minutos, disse algo importante? - Perguntou o professor sorrindo de lado. - Não se preocupe Sophie, farei tudo que puder para ajudar Remus. 

           - Obrigada senhor. - Disse Sophie. - Vamos pela rede de flu? 

          - Não, não gosto de ir de lareira para o ministério, a não ser que seja de caso de vida ou morte. - Disse Dumbledore. - Vamos de vassoura as três da tarde, chegaremos lá umas seis e meia por ai de acordo com as minhas contas. 

           - Muito bem. - Disse Sophie concordando. 

           - Vá dormir agora. Amanhã assim que você terminar os exames venha para a minha sala. - Disse Dumbledore. - Você precisa estar bem descansada. 

           - Sabe tão bem quanto eu que não vou dormir tão cedo. - Disse Sophie suspirando. - Mas irei tentar. Obrigada professor.

           Sophie saiu da sala do diretor e andou devagar para o Salão Comunal, sua cabeça estava uma confusão. Não sabia o que fazer, seu Moony estava preso no ministério e ela só poderia ir vê-lo amanhã a noite ainda por cima. Aquilo não estava certo, Remus não merecia aquilo. O coração de Sophie pesava só em pensar em Remus sofrendo, com frio, sozinho, pensando que vai para Azkaban. 

           Sophie tinha que sair do castelo, pelo menos esta noite, ela não podia passar no dormitório. Entrou no salão comunal e deu graças aos céus ao ver que Harry ainda estava acordado conversando com Mione e Rony. 

            - Harry, ótimo. - Disse Sophie forçando um sorriso e tocando no ombro do moreno. - Você pode me emprestar sua capa da invisibilidade? Eu te devolvo amanhã. 

             - Claro mas.. você está bem? - Perguntou Harry meio preocupado. 

            - Estou, estou bem. Só quero sair um pouco do castelo, sabe, da uma volta para pensar e relaxar. - Disse Sophie sabendo que não conseguiria relaxar mesmo que quisesse. 

            - Mas Sophie é proibido. - Disse Hermione fazendo Rony revirar os olhos. 

            - Dá um tempo para ela, Mione, Sophie passou por uma noite difícil. - Disse Rony sorrindo gentil para Sophie. 

            - Obrigada Rony. Mione não se preocupe, eu vou ficar bem. - Disse Sophie ainda forçando um sorriso. 

             Harry voltou do dormitório dos meninos com a capa em mãos e entregou para Sophie que a pegou. 

             - Obrigada Harry. - Disse Sophie. - Amanhã mesmo você terá ela de volta. 

             - Não se preocupe, eu confio em você. - Disse Harry dando de ombros e sorrindo. 

             Sophie sorriu e acenou para os amigos. Vestiu a capa e saiu do Salão e devagar sem ninguém notar que ela estava ali, ela saiu do castelo e foi para o único lugar que ela sentia que devia estar. Passou pela árvore lançando um feitiço de imobilização e entrou pela passagem e lá estava ela, na famosa Casa dos Gritos. 

              Olhou em volta do lugar e viu como estava sujo e cheio de poeira, mas além disso ela viu os arranhões nas paredes, vários deles por toda casa, alguns maiores e outros menores causados por um único ser. Remus. 

              Suspirou e foi até a janela. Dava para ver Hogsmeade perfeitamente daquela janela sendo apenas iluminada pela lua assim como a casa que tinha a lua como iluminação. Remus havia falado várias vezes o quanto odiava aquela casa que só lhe mostrava o monstro que tinha dentro de si mas Sophie sabia que ele também amava aquela casa pois foram ali que ele e os amigos passavam as noites de vez em quando. 

             E naquele momento, naqueles pequenos segundos, aquele lugar era o lugar que ela precisava estar. Onde ela estaria segura, era o único lugar que ela realmente iria passar aquela noite em paz pois foi ali que seu padrinho havia habitado nas noites de lua-cheia, foi ali que Remus e os amigos se juntavam para passar a noite tomando cervejas amanteigadas ou firewhiskey durante algumas noites conversando ou fazendo jogos, foi naquela casa que Remus havia percebido que estava apaixonado por Sirius Black. Por isso que aquele era o lugar que ela precisava estar, porque ali era o lugar de Remus. 

            Foi até a cama e se deitou nela devagar, sentiu o travesseiro colidir com sua cabeça lentamente e de repente sentiu-se cansada. Com sono, como se não tivesse dormido a dias e realmente parecia que foram dias desde de seu último sono, ela nem conseguia acreditar que o incidente com Aslan e com Harry havia sido naquela mesma noite quando parecia que haviam sido séculos atrás. Respirou fundo e fechou os olhos e a primeira coisa que apareceu foi Moony rindo e fazendo pequenos lobos com a varinhas rodarem ao redor dos dois. E assim ela foi para o mundo dos sonhos. 

              Manhã seguinte.

            Sophie não havia falado para ninguém onde havia passado a noite e também não havia dito sobre a situação de Remus com os amigos. Apenas comeu o café-da-manhã, se preparou um pouco para os testes e foi fazê-los junto com Fred e Jorge. E quando chegou três horas da tarde ela inventou uma desculpa esfarrapada para os amigos sobre ver Dumbledore e partiu para a sala do diretor que já esperava por ela. 

            - Bom está tudo pronto, iremos voar de Hogsmeade para o Ministério. - Disse Dumbledore fechando a porta e descendo as escadas para fora da sala com Sophie ao seu lado. - Iremos voar um pouco alto do que você está acostumada Sophie, os trouxas não podem nos ver. 

             - Sim senhor. - Disse Sophie prontamente acompanhando tudo que o diretor dizia com atenção. 

             - Preste atenção, quando o julgamento começar você não deve falar nada a menos que eles lhe perguntem alguma coisa. Eles vão tentar atacar Remus a todo custo para deixá-lo nervoso e eu sei que você vai querer defendê-lo mas você não irá falar nada. - Disse o diretor calmamente e saindo do castelo indo rapidamente com Sophie ao lado. - Entedeu? Ótimo! 

             - To com medo professor. - Disse Sophie suspirando. 

             - Eu julgaria uma tola se não estivesse minha cara amiga. - Disse o diretor. - Mas você vai se sair bem, eu estarei lá e usarei toda a minha influência para ajudar Remus. 

            Sophie concordou e continuou andando. Eles chegaram no Três Vassouras e a Madame Rosmerta apareceu com duas vassouras em mão. 

           - Boa sorte. - Disse ela entregando as vassouras e olhando para Sophie com carinho. 

          Eles pegaram as vassouras e montaram nela. Sophie ficou impressionada ao ver o diretor voando e não pode deixar de pensar em como aquele senhor ainda a surpreendia e que provavelmente ainda iria a surpreender muito ao decorrer dos anos. 

          Eles voaram por um par de horas e pararam por uma ou duas horas para descansar e comer alguma coisa entes de voltarem ao ar, e os dois chegaram ao Ministério mais tarde do que imaginavam, 20h30. 

          - Estamos muito atrasados professor! - Disse Sophie ao lado do diretor enquanto ambos adentravam ao Ministério. 

           - Algo está errado. - Disse o professor vendo como o lugar estava calmo. 

           - O que? - Perguntou Sophie olhando em volta e vendo alguns bruxos olhando para eles, mas precisamente para Dumbledore. 

           - Em dia de audiência, seja ela pequena ou grande, esse lugar está agitado. - Disse Dumbledore pensativo. - Mas agora, está calmo.

            - Talvez já tenha acabado. - Disse Sophie sentido o estômago revirar só em pensar em Remus indo para Azkaban. 

            - Não, Cornélio não pode começar o julgamento sem você. - Disse Dumbledore parando e olhando em volta. - Vem comigo. 

             - Para onde vamos? - Perguntou Sophie seguindo o diretor. 

            - Para o Departamento de Regulamentação e Controle das Criaturas Mágicas. - Disse Dumbledore com uma voz decidida. 

             - Não é onde Amos trabalha? - Perguntou Sophie entrando no elevador. 

             - Sim. -Disse o diretor. 

            Eles desceram para o nível 04 e foram direto para a sala onde estava escrito na porta o nome de Amos e encontraram o homem arrumando as coisas para ir embora. 

            - Diretor Dumbledore? - Perguntou Amos surpreso e depois olhou para Sophie. - Sophie? O que fazem aqui? 

            - Amos, hoje tem algum julgamento? - Perguntou Dumbledore sem se prolongar.

            - À essa hora? - Perguntou Amos. - Não diretor, não temos julgamentos mais a essa hora. 

             - Sr.Diggory, o Remus, alguém além do senhor e o senhor Weasley sabe sobre a condição dele? - Perguntou Sophie nervosa. - Aqui no Ministério?

             - Deus não. Eu não contei para ninguém. - Disse Diggory surpreso. - O que está acontecendo? 

             - Eu ainda não sei mas precisamos ter certeza, Remus Lupin não está preso aqui? - Perguntou Dumbledore desconfiado. 

              - Não, eu não prenderia Remus mesmo que quisesse diretor. - Disse Amos. - E como eu disse antes, ninguém além de mim e Arthur sabe sobre ele. 

              - Deus! - Disse Sophie sentindo o coração se acalmar. 

             - Obrigado pelo seu tempo Amos. - Disse o diretor sério. - Não diga para ninguém sobre essa conversa está bem? 

             - Claro mas... - Antes do bruxo terminar a fala, o diretor e a aluna já haviam saído da sala voltando para o elevador. 

             - Sophie eu preciso saber, antes de eu te falar sobre a suposta prisão de Remus, você apareceu na minha sala sem eu chamar. -Disse Dumbledore baixo. - Lembra-se? 

             - Sim claro, eu havia ido lá para falar... - Então Sophie parou. - Deus! Deus! Como eu fui burra! Jesus! Professor, antes de eu ir para a sua sala eu estava na Ala Hospitalar com Aslan, ai o Harry chegou.. enfim! Tivemos uma conversa e ele me disse o que pode ter atacado Aslan e matado os unicórnios. 

             - Sim, o que ele disse? - Então os dois saíram do elevador e andaram rápido para fora. - Diga baixo.

              - Ele disse que a coisa que podia estar por trás dos ataques, seria Voldemort. - Disse Sophie baixo. - Ele disse que Voldemort está tentando pegar a Pedra Filosofal. Acredite não foi o Harry que inventou isso, foi o centauro Firenze que lhe disse. 

               - Os centauros são criaturas inteligentes. - Disse Dumbledore. - Sabem de coisas que poucos sabem. 

               - Sim eu sei. - Disse Sophie. 

               - Harry, Harry sabia sobre a Pedra então? - Perguntou Dumbledore. 

              Nessa hora os dois pegaram as vassouras e saíram para o ar frio de Londres e foram até o beco onde haviam decido. 

             - Sabe. - Disse Sophie. 

             - Sophie, se o que Firenze disse estiver certo, então está carta que recebemos foi feita para nos tirar de Hogwarts. - Disse Dumbledore. - E algo me diz que seu irmão vai fazer algo hoje a noite. 

             - Voldemort nos afastou para ir atrás da Pedra e com isso atrair Harry. - Disse Sophie olhando para o diretor. - Quando ele tiver a Pedra em mãos, ele vai matar o Harry. 

             - Temos que ir! Depressa! - Disse o diretor subindo na vassoura. 

            Os dois estavam no ar em poucos segundos e voaram com toda velocidade que conseguiam atingir. O coração de Sophie estava acelerado, antes era por medo de perder Remus mas agora, era medo de perder Harry. Ela não podia perder o irmão antes de dizer para ele o quanto ela o amava e lhe dizer que eles eram irmãos. Ela precisava proteger Harry. 

           Quando eles chegaram, já era uma hora da manhã e ambos correram de volta para Hogwarts e indo direto, ao entrarem no castelo, para o corredor do terceiro andar, ao ver Dumbledore os cachorros ficaram quietos e deram passagem para ele, os dois passaram com facilidade pelo visgo do diabo, passaram pelas chaves rapidamente e pelo xadrez de bruxo e foi ali que encontraram Hermione carregando Rony que estava desacordado. 

             - Diretor! - Disse a garota. - Sophie! 

             - Harry foi atrás dele não foi? - Perguntou Dumbledore antes de correr para frente com Sophie logo atrás. 

            Eles correram, passaram pelo Troll desacordado, pelas chamas e Sophie pulou as escadas e olhou para frente onde viu o irmão no chão em cima do que parecia ser o professor Quirrell enquanto uma voz estranha gritava "MATE-O" soava no ar. Sophie correu até Harry e o puxou para longe e nessa hora sentiu o irmão desmaiar nos braços.

          - Não.. Harry, Harry! - Disse Sophie olhando para o irmão que estava com os olhos fechados. - Oh maninho... 

           - Pobre alma. - Sussurrou Dumbledore olhando para o professor. - Escolheu o lado errado. 

           - Professor temos que levá-lo para a Madame Pomfrey! - Disse Sophie sentindo lágrimas encharcarem a bochecha. - Harry, vamos lá garoto acorda. 

            - Não se preocupe Sophie, Harry ficará bem. - Disse Dumbledore se ajoelhando de frente para a garota. - Vocês dois vão ficar bem. 

           Sophie abraçou o garoto e beijou a testa dele antes de entregar para Dumbledore e juntos foram para fora daquele lugar.