O Herdeiro de Voldemort escrita por Milahr


Capítulo 4
Capítulo 4




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/719033/chapter/4

Eu não sei como isso acontece, mas sempre que eu entro na sala de Dumbledore, tenho a sensação de que ele sabe que eu irei até lá porque ele sempre me recebe com um sorriso bondoso no rosto.

— Desculpe vir sem avisar, professor, mas eu precisava vê-lo – digo fitando o chão. Talvez se o professor Dumbledore fosse mais severo, eu não me sentiria tão mal em perturbá-lo tão tarde.

— Não há problema, Jason, eu já lhe disse que pode vir me e encontrar sempre que sentisse a necessidade de fazê-lo – respondeu o professor e eu sorri

— É o meu pai, professor. O biológico, quero dizer. Tenho pensado muito nele desde que soube que ele recuperou as forças. Ontem à noite, Harry teve um pesadelo com ele, parecia que ele estava torturando cruelmente alguém que o desapontou, pelo menos foi o que eu ouvi Harry dizer ao Rony – digo ao professor que pela primeira vez naquela noite parece apreensivo

— Você tem certeza disso, Jason? – pergunta o professor seriamente

— Sim, mas a questão, professor, é que eu tenho medo de como as coisas vão ser lá fora, quero dizer, um dia eu vou me formar e pelo que dizem, meu pai consegue descobrir tudo. Será que eu estarei seguro quando tiver que encarar o mundo lá fora? – perguntei desviando o assunto sobre o sonho de Harry.

— Receio, Jason, que quando completar a sua educação, você estará pronto para enfrentar as adversidades do mundo. – diz o professor me olhando com atenção – além disso, não creio que ele vá descobrir esse segredo porque as únicas pessoas que o conhecem somos eu, você é o Severo, e confio muito em Severo Snape. Sua mãe morreu ao dar a luz a você, então receio não termos motivos para nos preocuparmos com essa questão. – diz o professor

— Acredito que sejamos então porque nem para o Neville eu contei. Na verdade, tenho medo de como ele reagiria, e tenho medo de como olhariam pra mim se soubessem sobre a minha verdadeira origem, mas às vezes sinto-me sufocado! Como se eu vivesse uma farsa durante toda a minha vida. – desabafo e vejo o professor sorrir

— Não podemos nos culpar sobre as coisas que não escolhemos pra nós, Jason. Presumo conhecer muito bem o sr. Longbottom, e pelo que vejo, ele seria compreensivo se soubesse a verdade, mas receio continuar a pedir que não conte a ele, pelo menos não ainda. – diz o professor – mas se muito não me engano, você não veio aqui apenas para me dizer isso, não é?

— Não. – confesso a Dumbledore – Na verdade, professor, vim lhe fazer um pedido incômodo. O senhor já me mostrou algumas vezes, as suas lembranças sobre o meu pai aqui em Hogwarts, e eu pensei se não seria incômodo se o senhor me mostrasse mais alguma. Pode ser de quando ele tinha a minha idade, só pra eu lembrar de que ele já foi humano...

— É compreensível o seu pedido, e ficarei feliz em atendê-lo, mas peço que não julgue seu pai por seus terríveis feitos, porque todos nós temos os dois lados Jason. Há trevas até nos seres mais iluminados. – diz o professor bondosamente – agora vamos à lembrança.

Ainda fico admirado em como essas minhas visitas inoportunas não incomodam Dumbledore. Sempre tenho minhas inquietações silenciadas quando passo um momento com ele. Ele nunca me negou nada que fosse relacionado a conhecer o meu pai. Divago sobre estas questões enquanto observo o professor a apontar a varinha para a cabeca e retirar um fiozinho prateado e a colocar delicadamente na pensei da sala. Ele não precisa pedir para que eu me aproxime porque quando ele menos espera, eu mergulho a cabeça na penseira de uma forma tão rápida que soa grosseira. Sinto meu corpo ser sugado por aquele objeto, e quando dou por mim, estou em Hogwarts há 50 anos atrás. Olho para o lado e vejo que Dumbledore me acompanhou na lembrança.
A imagem que se forma é a de uma sala de aula. Vejo meu pai, Tom Riddle, sentado na primeira carteira conversando animadamente com uma garota que também pertencia a Sonserina. Vejo que ela é bela, tem os cabelos tão negros quanto os dele. Apesar de bonita, ela possuía um ar arrogante, mas que parecia se suavizar quando ela olhava para o meu pai. A garota me lembra vagamente a Bellatrix Lestrange, mas acho que Bellatrix não é tão velha assim.
Aproximo-me junto ao professor para escutar sobre o que conversavam e percebo que falam sobre os NOMs, um assunto natural para qualquer aluno do 5° anos, mas logo o assunto muda, e eles parecem falar em códigos, mas sou espero demais para perceber que eles se referem a um ataque a um garoto trouxa.
Embora eu não houvesse notado, vejo o professor Dumbledore de 50 anos atrás observando a conversa dos dois com o cenho franzido, mas logo desistindo de tentar entender e começando a aula.
Depois vejo a imagem embaçar e ao invés de voltar pra sala de Dumbledore, eu estava em outra lembrança. Nessa o meu pai sorria para alguns garotos da Sonserina, mas era um sorriso mecânico. O distintivo de monitor já brilhava em sua roupa, mas o sorriso dele parecia vacilar sempre que os seus olhos encontravam os do professor  Deumbledore, deixando evidente que ele tinha receio do professor.
Era bom rever lembranças de meu pai quando estava na escola, porque me faz pensar que ele já foi humano alguma vez.
Vimos mais duas lembranças, mas nada empolgante até que eu estava de volta a sala junto ao professor.

— Espero que isso tenha acalmado um pouco de seus anseios, Jason. – disse o professor bondosamente pra mim – mas, quero lhe pedir que me conte se Harry tiver mais algum pesadelo relacionado a Lorde Voldemort, tudo bem?

— Sim senhor. Obrigado, mais uma vez por tudo, professor. Pretendo voltar pra sala comunal agora.

— Faça isso, meu rapaz é lembre-se: não há nada de errado em gostar do seu pai. Ah, Jason, por favor, sei que vai soar estranho, mas quero pedir para se afastar de Harry.

— O que, mas por que, senhor? Foi o senhor mesmo que disse que eu deveria ficar perto dos amigos... – eu respondi confuso

— Na hora certa você vai entender, meu jovem, mas até lá, faça o que te peço. Posso contar com você? – ouvi o professor perguntar

— Embora eu não entenda, pode contar comigo sim. Boa noite, professor.. – finalizei enquanto saia da sala perplexo

— Boa noite, Jason. – ouvi ele responder

Foi bom ver o professor, mas fiquei intrigado com o pedido que ele fez para que eu me afastasse de Harry e para mantê-lo informado sobre os pesadelos do meu amigo. Eu sei que há alguma ligação entre essas duas coisas, mas seja o que for, eu vou descobrir.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Herdeiro de Voldemort" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.