Crise Temporal

Cínico o tique contínuo...

Enquanto continuo atado a números consecutivos.

A areia fora trocada por pontos,

Somando-nos como nulos na conta final.

Se puder ouvir o bater do último sinal,

Talvez seja tarde, talvez seja manhã...

Procure pela cerejeira da vermelha cor maçã.

Fiz de meus atos maus...

Ações extensivas de algum bem,

Que passou do ponto, porém...

Num sentimento tão fraco e imaturo,

Quanto um descuidado desdém.

Glória oculta nos pensamentos que vão além

E além da supervisão acolita de aquém.

Eu vi o sol laranja brotar de nuvens negras...

Um cajado faz de sua sombra uma imensurável certeza

Deixando uma mensagem:

Venerem-me!

Sim, iremos...

Curvar-nos-emos perante sua ignóbil capacidade,

De marcar numa grama ainda verde,

A nossa inerente natureza selvagem.

Mude, evolua, relativize...

Certo como o ponteiro lhe diz que é hora de ouvirdes.

Siga ao batuque que te prende numa corda

E enrola teu pescoço de forma

Tão violenta que sufoca.

Cale a boca, agora...

E escute-o guiar seus passos nessa anedota;

Simples e sutil.

Se nasceu para ser escravo,

Será nada mais que servil.

Ou serviçal...

O tempo secará as roupas,

Que estendeu no varal.

Entendeste capiau?

Por mais que os anos passem...

Por mais que a grama se torne concreta...

Por mais que a árvore cimente...

Por mais que o homem entenda...

Há certeza de estar sempre preso,

À invenção que perdera o controle...

Corre, corre, passa, passa, voa...

Não ofereça tanto a Cronos,

Pois é tempo de garoa.

~Gabriel.