Naquele dia...
Naquela manhã, eu acordei triste...
Mas não era do dia cinza que cuspia nuvens no céu;
Ou o frio congelante benzendo minha sina em crise.
Talvez ouvisse vozes me dizendo algo,
Ou possivelmente fossem ratos nadando afoitos no lago.
São anagramas que resumem seu torso,
Escondendo serenidade parcialmente em meu rosto.

Caminhando por aquelas ruas com névoa,
Lembrava-me da cor aquarela que desenhara nela
Vivacidade e paixão.
Se soubesse que paixão seria o destino daquele dia,
Não teria levantado do colchão.
Ah, não...
Porque aquela era uma parte da vida que gostaria de esquecer.
Pode ser que por você, mas faça escurecer.
Tão tarde eu pensei o quanto prefiro o alvorecer,
Em detrimento a você.
Todavia, enquanto andava, eu nada pensava, neblina respirava;
E ofegava em minhas pseudocrises de asma.
Ouvi o chacoalhar das correntes fantasmas;
Presas a um destino concreto.
Puxe-me nessa direção e me encante com seus planos quase certos,
Eu sigo ao som como cobra à flauta da destruição.

Pegadas marcaram o tamanho de meus pés na terra...
Úmida, irônica, terra que nunca seca.
Mas que deixa marcar minha assinatura nessa Terra.
Chegando ao fim do fato, eu encontro o sentido;
E deixo-o escapar das minhas garras frágeis.
Escorre dos meus dedos como areia,
Tempo corre nesse deserto que anseia
Aprisionar-me.
É futuro de visão,
Ou passado e ilusão?
Eu não te amo, mas amaria dizer que caso te amasse como antes...
Sussurros gritantes explodiriam minhas orelhas,
Indagando sobre as mil e uma amantes.
Não havia anéis brilhantes de lua,
Só sua pele nua se afastando do toque,
Ignore-me.

Se eu soubesse que te conheceria naquele dia,
Jamais levantaria da cama.

~Gabriel.