—De quem foi mesmo a ideia da viagem em família? A morena de corpo esbelto e rosto marcante estava sentada em um canto da cela enquanto encarava as unhas pintadas de vermelho escarlate. Ao fim de sua pergunta todos encararam o rapaz com um estranho tom de cabelo entre o ruivo e o loiro que estava com a cabeça no colo da esposa enquanto cantarolava The Lions Sleep Tonight. Sem perceber os olhares acusadores sobre si o jovem continuou a cantar.

—Como vamos sair daqui? Desta vez a pergunta veio da baixinha que tinha a maquiagem toda borrada, apenas de chorar, e que tentava ver pela pequena janela gradeada ­ ela estava na ponta dos pés em cima das costas do marido que se encontrava de quatro ­ Sentindo o sol tocar a face fechou os olhos em seguida. Sua voz estava chorosa. Ninguém se manifestou.

—Será que vamos morrer aqui? Todos encararam a garotinha loira que tinha um sorriso irnico no rosto enquanto lia sobre os ombros da prima o livro que ela tinha em mãos, essa que rapidamente ergueu a cabeça com os olhos verdes intensos arregalados. Em um átimo a ruiva se levantou, largando o livro no chão e caminhou até o rapaz que ainda cantarolava. Passou as pernas para cada lado do seu corpo e sentou em cima da barriga definida enquanto puxava o colarinho da camisa branca o fazendo parar de cantarolar na mesma hora e a encarar confuso e um pouco irritado por tal ação.

—Dê um jeito de nos tirar daqui, pois eu pretendo chegar em casa no final deste mês para poder ir a convenção de Ufologia. E se eu perder eu juro que ponho fogo na sua licença médica. Ameaçou a garota fazendo o rapaz estreitar os olhos extremamente verdes, como os dela.