Colors escrita por Psychopathic Drama Queen


Capítulo 4
Braille.


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Atualizando todas as minhas fics hoje! Espero que gostem!

Boa leitura! ♥



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— Entre e não repare a bagunça se tiver alguma…— Arthur disse sorrindo, indo direto para a cama se sentando ali - Gerard?

— Porque você tem porta retratos no quarto? Quer dizer… Desculpa...

— Está tudo bem…— Arthur sorriu - Realmente não faz muito sentido um cego ter porta retratos, mas eles são diferentes e toda vez que os toco, eles emitem uma mensagem que meus pais e Ryan gravaram. Eu não sei qual a imagem que tem aí, mas o que importa são as vozes. Toque neles.

Gerard tocou em cada um que emitiu uma mensagem diferente.

"Mamãe te ama. Para sempre."

"Eu te amo, meu pequeno Batman!"

"E aí, cara! É só chamar e o Robin estará sempre lá para combater o crime!"

Ao final, Arthur estava rindo com a última mensagem. Gerard acabou sorrindo também, mas em seguida, veio uma tristeza.
Outra vez estranhando o silêncio de Gerard, Arthur resolveu puxar assunto.

— Você não gosta mesmo de falar, huh?

— Desculpa... Eu sou um pouco chato as vezes. Eu gosto de conversar, mas é que sou muito… tímido.

— Entendo. Eu acho que também seria tímido se eu enxergasse.

Arthur disse e mais uma vez sorriu. Gerard o observava e reparou que para alguém com uma deficiência daquelas, ele sorria bastante. Parecia a pessoa mais feliz do mundo.

— Posso me sentar?

— Claro!

— Posso te perguntar uma coisa?— Arthur assentiu - Porque você está sempre sorrindo? Não que isso seja algo ruim, mas…

— Alguém com a minha deficiência não é comum ser tão sorridente, não é?

— Eu não disse por mal…

— Está tudo bem, Gerard… Quando eu era criança, não era tão feliz assim, já que eu sabia da minha diferença da maioria das outras crianças. Mas um dia, meus pais se sentaram comigo e conversaram sobre minha condição e mais um monte de outras coisas e desde ali comecei a encarar minha cegueira como algo normal. Não tinha problema ser diferente dos outros, sabe? Por isso eu sempre faço piada sobre.

— Você poderia ser um exemplo para muitas pessoas…

— Que nada, apenas tento levar a vida com menos preocupações. E você, me conta sobre sua vida… E como você é também para eu conseguir te imaginar.

— Eu não tenho nada de interessante para contar…— Gerard riu nervoso.

— Então me conta sobre a sua monotonia…

— Ah, eu acordo já com o café na mesa pronto todos os dias, tomo café com meus pais, eles vão trabalhar e eu vou para a escola. Da escola, volto para casa, almoço e depois de fazer qualquer exercício ou trabalho da escola, eu leio e ouço música até dormir. Só isso.

— Você não vê seus pais chegarem a noite?

— N-não… Apenas de manhã.— Gerard afastou uma lágrima rapidamente e agradeceu por Arthur não enxergar - Você não usa óculos escuros, não é?

— Não, eu não vejo muito sentido...

Arthur reparou que Gerard mudou de assunto de repente e resolveu o seguir. Se levantou da cama de repente e tateou sua prateleira em busca de um livro. A biografia do OneRepublic que ele havia dito. Ligou o rádio e começou a tocar Better da mesma banda.

— É a sua preferida, não é?

— É sim…

— Que ótima coincidência, então!— Arthur voltou para a cama e abriu o livro - Você deve estar com uma cara engraçada agora porque o livro está em branco…

— Realmente…— Gerard riu pela primeira vez levando Arthur a fazer o mesmo.

— É porque está em braille… Você sabe ler em braille?

— Não…

— Quer aprender?

— Pode ser…

— Okay, me dê seu dedo.

Gerard o obedeceu e Arthur passou o dedo dele sobre os pontinhos, porém ele não entendeu nada além de meros pontos.

— Ajuda se você fechar os olhos...— Arthur disse e continuou guiando o dedo de Gerard pelas palavras - Vamos ver… Aqui está escrito, "Eles formaram a banda em 2002, porém só lançaram suas primeiras músicas em 2007…". Conseguiu perceber as formas das palavras?

— Só um pouco... É impressionante você conseguir entender.

— Na verdade, demorou bastante para aprender. Gerard, você esqueceu de ligar para sua mãe, ela pode estar preocupada com o seu sumiço!

— Tudo bem… Ela deve estar dormindo agora.

— Hoje é a folga dela?

— Não… Quer dizer…

— Gerard… Está tudo bem?

— Está…— Gerard mentiu, mas logo se arrependeu - Não, não está.

— O que aconteceu? Ger, você pode me contar, é meu amigo agora…

— Se você quiser se afastar de mim, eu vou entender perfeitamente… Se meus pais se afastaram, é bem capaz de você fazer o mesmo.

— Como assim?

— Há duas semanas atrás, eu acho, eu levei uma pessoa para os meus pais. Era meu… Namorado. Eu estava tão feliz, meus pais eram os melhores do mundo, então achei que eu podia contar a eles e compartilhar a minha felicidade. Mas eu estava enganado…

— E então, eles apenas trabalham o tempo inteiro sem te dar atenção e por isso te mudaram de escola?

— Não… Eu moro sozinho… Moro aqui graças ao meu tio que também é gay e é rejeitado pela família. Mas como ele tem a família dele já, não dava para me hospedar na casa dele, então ele me deu essa aqui e me manda uma mesada para eu não morrer de fome. Aliás, foi ele quem me matriculou na sua escola.

Gerard começou a chorar e Arthur o buscou para abraça-lo. Quando o encontrou o abraçou firmemente, fazendo Gerard chorar ainda mais.

— Mesmo com tudo isso, eu sinto muita falta dos meus pais, Art… Me sinto tão sozinho.

— Não se sinta, eu estou aqui e se depender de mim, você nunca mais estará sozinho.

— Você me aceita desse jeito?

— Ora, porque não aceitaria? Aliás, não há nada para aceitar! Não vejo nada demais em você gostar de meninos, de azul ou amarelo…

— Você é mesmo especial, Arthur… Obrigado.

— Não é nada de especial, eu só acho que não sou ninguém para te julgar pela sua preferência ou seu gosto, sei lá. É a sua vida, você decide com quem ou como vai passar ela.

— Como eu quis ouvir isso antes…— Gerard tornou a abraçar Arthur que o abraçou de volta - Você poderia me fazer um favor? Não conta para ninguém ainda sobre eu ser… gay… Ainda é estranho para mim dizer isso em voz alta, achei que era algo normal, mas parece que não.

— Combinado. Quando estiver pronto para dizer ao mundo, se quiser, você não é obrigado, saiba que eu estarei lá para te apoiar, okay?

— Okay…

— Quer ficar para jantar? Eu digo para os meus pais que a gente ligou para os seus pais e eles deixaram…

— Pode ser…

Gerard fez um novo amigo que ele parecia precisar em sua vida e Arthur também estava feliz por se aproximar mais do "garoto com a aura mais linda que ele já viu".


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!

Beijos e até o próximo! ;)



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