Saint Seiya - Águia Dourada escrita por rafaelnewk


Capítulo 38
Mutação


Notas iniciais do capítulo

Shaina encara uma cena de transmutação em um bosque, enquanto precisa lidar com a fúria de um terrível inimigo. Deucalin e Strella se questionam sobre as reais intenções de Prometheus.



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Mapa do Cáucaso: Orfeu e Jasão se foram. Marin, Mayura e Shaina se separam em caminhos opostos, que levarão a inimigos distintos. A Terra permanece em escuridão profunda.

 

Uma densa neblina ocupa o caminho de Shaina, que passa esguiamente pela estreita trilha. A paisagem desértica da saída do templo de Jasão dá lugar, pouco a pouco, a um úmido bosque escuro. A amazona desvia de alguns cipós, passa por cima de alguns troncos e rapidamente chega aos pés de um lago. Diminuindo seus passos, Shaina nota uma presença agressiva do outro lado do lago, e rapidamente se esconde atrás de uma árvore. Ela então presencia uma curiosa cena:

 

 

— Você, maldito! Você sempre foi mais forte que eu! Agora olhe esta armadura, olhe este poder percorrendo em minhas veias! E você aí, prestes a entrar no mundo de Hades, hahahaha!

 

Shaina percebe que se tratava de Ésquilo, o irmão de Nonak, que o matara para obter a Nota de Dyktau, algum tempo atrás. O réquiem olhava seu reflexo no espelho da água, se recordando de seu antigo irmão

 

— Esta nota dada por Prometheus… note como este verde tão brilhante fica belo em meu corpo! E você, nem sequer possui um corpo mais. Não se preocupe, honrarei daqui o nome de nossa família como o grande Ésquilo de Dyktau!

 

Enquanto observa o monólogo do réquiem, Shaina toma algumas medidas preventivas:

— Claramente Ésquilo está atordoado com seu presente. Provavelmente ele está com um rancor enorme por ter matado Nonak, mas não consegue admitir isso. Se eu for cautelosa, conseguirei passar por este local sem que ele me perceba. Sorte que ele está mentalmente instável!

 

A amazona começa um furtivo andar, mas rapidamente é pega de surpresa por gritos do réquiem:

 

— Como é, maldito!? Como você ousa me culpar por sua morte??? Você morreu por ser fraco, por não conseguir sobreviver. Quem precisa de uma escama de Poseidon quando se tem uma armadura feita diretamente por um titã? Saia, saia logo da minha cabeça!

 

O réquiem se desespera e começa a correr de um lado para o outro, enquanto seu cosmo começa a crescer absurdamente. Algumas veias em seu corpo começam a saltar e seus olhos, antes belas pérolas claras, se tornaram rubis vermelhos cheios de raiva. Pouco a pouco, sua imagem de um belo humano começa a dar espaço para o de uma fera em erupção. Sua camisa se rasga e algumas partes de sua armadura se rompem. Pêlos começam a crescer de seus membros e garras de seus dentes. Ésquilo se tornara uma fera humana.

 

Shaina observava aquela cena totalmente chocada. Nunca havia presenciado tal metamorfose de aparência e poder:

— Eu… eu não posso dar um passo sequer… Com este cosmo tão raivoso e agressivo, ele me notaria em um instante!

 

O cosmo sombrio de Ésquilo se expande pelo bosque, enquanto o monstro emana rugidos desesperados. Ele rapidamente percebe a presença de Shaina:

— Então você chegou, mulher. Estava te esperando! - Diz uma voz rouca e monstruosa.

— Essa não! Ele percebeu minha presença. Tenho que correr!

 

A amazona de prata inicia uma rápida fuga entre as árvores do bosque, enquanto é perseguida pela insaciável fera. Enquanto Shaina desviava das árvores, Ésquilo passava por cima de todas, derrubando tudo que via pela frente. Sua força física agora era totalmente avassaladora.

 

— Grrr, ele é rápido nesse estado. Se eu não encontrar logo uma saída, não terei para onde correr. Não posso enfrentá-lo neste estado ou certamente irei ser derrotada.

— Vamos mulher, apareça! Quero testar todo esse poder que está em minhas veias!

 

 

No topo do monte Cáucaso, Strella se reúne com Adão e Lilith, os dois seres criados pelo sopro de Prometheus, para repovoarem a Terra no lugar dos humanos.

— Adão, Lilith, meus queridos. Vocês serão os Lúcios que darão uma nova vida a este planeta corrompido. Infelizmente, preciso que vocês esperem até que esta guerra termine para que possamos dar início aos novos povos. Mas não se preocupem, o processo está quase completo e muito em breve os habitantes imundos já estarão aniquilados.

 

Totalmente inexpressivos, os dois seres permanecem ajoelhados perante a mulher. Enquanto isso, Deucalin adentra o local, buscando por Strella:

 

— Como você pôde.. Foi você que o mandou lá, não é mesmo? - Diz o réquiem, andando ofensivamente em direção à bruxa.

— Deucalin, se acalme. Ele foi até ela por livre vontade… eu não pude fazer nada.

— E agora? Ele irá se arrepender de tudo e ficar ao lado deles? Você nos prometeu…

— Fique tranquilo, Deucalin. Ele só estava curioso quanto ao poder dos inimigos. Veja, o eclipse ainda está de pé. Prometheus irá cumprir com o prometido, e iremos fazer de vocês réquiens, os novos deuses do planeta.

— Se ele mudar de idéia… por favor, me deixe enfrentá-lo! Não podemos tê-lo como mestre nestas condições…

 

Antes que Deucalin pudesse completar a frase, Prometheus surge no local, já portando sua pesada e celestial armadura:

 

— Devo encarar como um desafio, Deucalin? Ousa desafiar aquele que lhe deu a sagrada nota de Elbrus, a nota de maior poder no exército de Réquiens?

— Prometheus! - Diz Strella

Deucalin fica pensativo por alguns segundos, mas rapidamente se recompôe e se ajoelha diante de Prometheus:

— Me desculpe, mestre. Me exaltei por um momento e acreditei que você pudesse estar com a motivação abalada. Peço profundas desculpas por minha heresia.

— Levante-se, Deucalin. Não se preocupe pois minha índole não foi abalada. Estive de frente com nossos inimigos apenas para me certificar que são apenas vermes. Muito em breve, este mundo será reiniciado. Agora, se apresse e volte à sua casa. O inimigo está se aproximando.

— Com sua licensa, senhor!

 

Deucalin desaparece instantaneamente, partindo de volta ao seu templo.

 

Strella reflete sobre a conversa dos dois: “O que de fato Prometheus tem em mente?”

 

 

De volta ao templo de Ésquilo, Shaina tentava se esquivar de todas as árvores que o réquiem derrubava. Exausta, ela não consegue mais correr:

— Droga… ele me pegou. Tenho que pensar em tirar alguma vantagem desta forma grotesca!

 

— Então você se cansou, amazona! É a minha chance de derrotá-la!

 

O réquiem rapidamente alcança Shaina, que se põe em postura de defesa. Neste momento, ela repara em um detalhe: Ésquilo se encontrava cheio de cicatrizes nos pulsos, pescoço e abdômen. Ela então se recorda de um episódio quando havia encontrado o réquiem:

 

“É isto! Quando eu e Misty encontramos Ésquilo, ele fugiu assim que mostramos o Risco de Poseidon a ele. Se tratava de uma lágrima de seu irmão. Esses ferimentos que surgiram em sua pele… Ésquilo não aguenta ser parecido com seu irmão gêmeo, então deve ter tentado se matar várias vezes!”

 

Antes que Shaina pudesse concluir o pensamento, o monstro investiu em sua direção, atacando-a fortemente com suas garras. Shaina cai ferida no chão, com um profundo corte no braço.

— Ésquilo, seu maldito! Veja o que a raiva de seu irmão o fez virar! Um monstro grotesco! Acha que ele está orgulhoso de você nessa forma?

— Quieta, amazona! Finalmente não me pareço mais com aquele imundo, e também possuo o poder de um deus da floresta! Agora, nem mesmo o risco de Poseidon pode me parar! HAHAHAHAH

— Seu maldito… Pela memória de seu irmão, tome isto! GARRAS DO TROVÃO!

 

Shaina se ergue em um poderoso ataque contra Ésquilo, mas é surpreendida pelo réquiem que invoca uma grande descarga de eletricidade:

— GARRAS DO TROVÃO!

 

Shaina é atingida pelo seu próprio golpe, com força aumentada pelo réquiem. Ela cai bastante ferida.

— Havia me esquecido que você consegue copiar golpes dos outros. Você chegou a me enganar simulando ser minha mestra Pérola. Mas não se preocupe, não irei cair nessa novamente.

— Hahahaha, copiar? Minhas habilidades vão muito além de simples cópias, sua mulher idiota. Agora, que estou muito mais poderoso, consigo fazer muito mais que isso! Veja por si só:

 

O réquiem abre as palmas das mãos e começa invocar raios. Rapidamente, a eletricidade começa a acumular em suas mãos em movimentos circulares, crescendo a cada instante. Ésquilo então arremessa a grande esfera de energia em direção à caída Shaina:

— TROVÃO DE FÚRIA DAS MIL SERPENTES!

 

Shaina é atingida em cheio e é totalmente derrotada. Sua máscara é arrancada de seu rosto, e poucas partes de sua armadura continuam intactas. Ésquilo havia ganhado a batalha.



— Este sangue… eu preciso correr antes que aconteça alguma coisa a ela… eu preciso salvar ao menos ela…

 

Mayura avança correndo rapidamente no caminho que escolhera. A descida é iluminada por tochas e se parece com uma interminável ponte de pedra. A cada passo que Mayura dá, mais gotas de sangue surgem no chão, como se alguém muito ferido tivesse passado por ali. A amazona sente o cosmo dos respingos, e o associa ao cosmo de Alma, a garotinha que Hesíodo havia criado para enganá-la.

— Alma… eu vou te livrar das cordas deste manipulador horrendo. Aguarde-me, estou bem perto agora.

 

Uma fúria estrondosa acompanha a amazona, que está decidida a encontrar o réquiem.




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Notas finais do capítulo

Não perca no próximo capítulo: A fúria de Mayura! A amazona finalmente encontra Hesíodo e uma sangrenta batalha se inicia. Enquanto isso, Shaina se vê sendo sacrificada em um ritual.



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