"Você... O que é você?"

Capítulo 16. Réquiem (Parte I)

— Senhor Deucalin, Senhor Deucalin! - Gritam cerca de quatro soldados, percorrendo um longo castelo em busca do jovem réquiem.
— O que está acontecendo aqui? - Responde uma severa voz.
— Mataram Latour! Conseguiram matar Latour! - Resmungam os soldados, assustados.
— O quê? Como é possível? Latour era um de meus melhores soldados. Foi um cavaleiro de ouro? - Questiona Deucalin, indignado.
— Não sabemos quem foi o homem que fez isso...
— Imprestáveis. - Deucalin levanta seu braço, atingindo todos os soldados, que caem mortos.
— Ora, como você trata bem seus subordinados... - Uma voz feminina preenche o local. Se trata de Goethe, que caminha lentamente em direção a Deucalin.
— Um de meus mais fortes subordinados foi derrotado pelos cavaleiros de Atena. Ele já tinha conseguido um dos riscos dos deuses... - Diz Deucalin, com voz levemente irritada.
— Estava esperando para entrar em ação novamente. - Diz Goethe, com um ácido sorriso no canto da boca.
— Ouvi boatos de que Hesíodo de Chkhara já está atuando. Com ele, somos apenas três altos Réquiens. Me pergunto quando os outros dois despertarão... - Diz Deucalin.
— Hesíodo? Aquele homem é terrível. Os cavaleiros não terão chance alguma. - Responde Goethe.
Neste momento surge Strella, a velha bruxa guardiã do corpo de Prometeu. Ela cala os dois réquiens, dizendo:
— Não precisam se preocupar agora. São só alguns soldados perdidos.
— Senhora Strella, teremos que impedir a evolução dos cavaleiros e recuperar os Riscos perdidos, já que os outros Altos Réquiens ainda não despertaram.
— Quem disse que não despertaram? Hahaha! Quero que conheçam alguém.
Neste momento, Strella abre um espelho no ar com as mãos. O objeto mostra Jasão, correndo em busca de Shaina e Misty.
— Lhes apresento Jasão, o possuidor da Nota de Usba. Neste momento, ele está perseguindo dois cavaleiros de Atena. Muito em breve, o possuidor da Nota de Dyktau também aparecerá. Não se preocupem, muito em breve estaremos com todos os Riscos.
Goethe e Deucalin sorriem. Goethe se vira de costas e segue seu rumo. Deucalin olha rapidamente para o corpo cristalizado de Prometeu, no alto do salão, então também dá as cosas e some.

Na França, Shaina e Misty caminham e conversam:
— Então quer dizer que o grande Misty de Lagarto, que possui fama de nunca ter se ferido antes é um molenga fugitivo? - Provoca Shaina.
— Ora, amazona insolente. Você também se tremeu de medo. Se não tivesse te ajudado a fugir, teria sido derrotada por Jasão. - Respone Misty.
— Jasão... Aquele traidor do santuário. Na próxima não o perdoarei.
— Shaina, sinto duas presenças poderosas se aproximando. Seriam réquiens?
— Também sinto, Misty. Fique atento.
Por detrás de arbustos, Shaina e Misty observam dois rapazes idênticos brigando. Sem duvida a cosmo-energia poderosa estava emanando deles. Se tratavam de altos e robustos rapazes, que pareciam ora mais velhos, ora bem jovens. Possuiam os cabelos longos e azuis.
— Estes rapazes te lembram alguém, Misty?
— Perfeitamente, Shaina. São extremamente idênticos ao bondoso cavaleiro de gêmeos, Saga.
Curiosos, os dois cavaleiros interrompem a briga dos dois irmãos:
— Vamos parando por aqui. Quem são vocês? Porque possuem tamanha cosmo energia? - Pergunta Shaina.
— São cavaleiros também? Se sim, por quê estão brigando? - Indaga Misty.
— Não somos cavaleiros. - Diz um deles.
— Nós treinamos para nos tornar Marinas de Poseidon. E vocês, quem são? - Diz o outro.
Shaina e Misty se olham. Misty envia uma onda telepática para Shaina, dizendo:
— Shaina, o que você acha? São amigos ou aliados? Devemos somente ignorá-los?
Shaina assume uma postura mais diplomática, dizendo seu nome, sua armadura e as mesmas informações sobre Misty. Ela pergunta educadamente os nomes dos dois jovens. Misty estranha o comportamento da amiga, já que estava acostumado com uma Shaina ácida e de certa forma ignorante.
— Nós somos Nonak e Ésquilo. - Diz um deles.
— Nós estamos brigando para decidir quem ficará com a escama de dragão marinho. - Diz o outro.
— Então não passam de adolescentes brigando por ego. Não representam ameaça. - Diz Misty para Shaina, novamente através de telepatia.
— Escutem, vocês dois. Vocês parecem fortes. Querem nos ajudar a acabar com alguns soldados aleatórios? - Pergunta Shaina.
Misty percebe então, que a postura diplomática de Shaina nada mais era que um teatro, com intenção de persuadir os jovens briguentos a ajudarem-na. - Shaina, sua idiota.

—
Longe dali, Mayura e Alma, já longe do Tibet, chegam a uma terra gélida.
— Mayura, você está melhor? - Pergunta a garotinha.
— Sim, Alma. Não se preocupe.
As duas caminham um pouco, e Mayura sente a presença de um novo risco bastante perto. As duas se sentam em um tronco de árvore para descansar.
— Olhe, Mayura. Não parece uma porta? - Alma aponta para um morro de neve.
Mayura sente ainda mais a presença do Risco, desta vez vindo da direção onde Alma apontou. Um punhado de gelo parecia cobrir algum tipo de caverna. Rapidamente, um golpe foi expelido pela amazona, fazendo revelar a entrada do local.
— Vamos, Alma.
As duas adentram a pequena caverna. Algo incomum faz as duas ficarem espantadas: A caverna era totalmente coberta de gelo, mas a sensação térmica era de um calor irradiante. Também nasciam rosas, que pareciam brotar diretamente do gelo.
— Que estranho, senhorita Mayura. Essas rosas deveriam brotar no gelo?
— Acredito que não é um fenomeno normal, Alma. De qualquer forma fique perto de mim.
Adentrando mais ainda o local, elas percebem um grande altar, todo esculpido no gelo. Ao se aproximarem, vêem que há uma espécie de caixão, onde uma bela mulher de cabelos rosados parecia estar enterrada. Mesmo sem demonstrar sinais de vida, o corpo da mulher estava inteiramente conservado.
— Obrigado por acharem para nós. Assumimos daqui pra frente. - Surge uma voz por detrás das duas.
— São soldados Réquiens, senhora Mayura!
— Alma, se afaste. Darei um jeito neles.