O Outro Mundo escrita por Melanie Cheshire Hersing


Capítulo 1
O Estranho Chamado


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!
Bjus Mel!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/718704/chapter/1

         Uma vez minha mãe me falou sobre um mundo sem magia.... Ela disse que nesse mundo habitavam criaturas frágeis, repletas de temores. E que a fim de tentar se mostrarem fortes e sem medo, acabavam sendo maus uns com os outros e destruindo seu frágil mundo...

         Ela me disse que eles precisavam de proteção. Que a maioria não fazia por mal... Porém, após a morte dela, eu vi a verdade.... Eles não precisam ser protegidos. Nós é que precisamos.

         Esses tais seres humanos.... Eles só causam destruição...

***

Melissa acordou preguiçosamente, ouvindo uma voz suave chamá-la. Vagos fragmentos de seu sonho ainda passavam por sua mente, mas nada muito claro. Apenas lembrava de ter visto uma garota ruiva com enormes chifres correndo apressada a sua frente, puxando-a pela mão em um campo que, até onde sua memória alcançava, lhe era desconhecido.

Pegou o celular e desbloqueou a tela a fim de ver a que horas acordara, visualizando no relógio digital que eram 05:37. Amaldiçoou-se mentalmente ao ver a hora, aquilo era um horário desumano em sua opinião. Principalmente se tratando de um sábado, em plenas férias de verão, ela deveria ter dormido muito mais.

— Que insônia, hein? – reclamou baixo para si mesma, concluindo que seria impossível voltar a dormir e levantando da cama.

         Foi ao banheiro e penteou o cabelo, tomando um banho e colocando uma roupa qualquer. Os demais ainda dormiam, era cedo. Acabou resolvendo dar uma volta do lado de fora da casa.

         Ainda estava sem sol, com uma brisa gélida da manhã. Os pássaros ainda não cantavam e as ruas estavam calmas e silenciosas. Ela sorriu, estava tudo na mais perfeita paz.

         Sentia a brisa levar-lhe os cabelos, com o doce aroma das flores preenchendo o local. Fechou os olhos por um momento, o doce silêncio parecia contagiar-lhe com sua paz. Porém, algo interrompeu o silêncio...

         Uma cantoria baixa em tom doce parecia vir carregada de forma suave pelo vento. Era distante, aparentando vir da mata local metros para trás de sua casa.

         Ela abriu os olhos por um momento, curiosa sobre o que seria. A melodia era doce e reconfortante, como se enchesse seu coração de calma e paz profunda. Sentia-se feliz ao ouvi-la, logo acabando por segui-la.

         Conforme se aproximava da mata o som parecia levemente mais próximo, mesmo que ainda distante. Mas ela não se importava, estava totalmente distraída e encantada pelo som, sentindo como se soubesse de onde vinha o seguindo mais e mais para dentro da mata.

         Sequer percebera que já estava distante da saída, totalmente cercada pelos galhos das imensas árvores conforme seguia o doce som. Em certo ponto finalmente parecia mais próxima da música, mesmo que ainda abafada. Encontrando uma árvore com um buraco em meio as raízes descendo para dentro do chão.

         Qualquer um com bom senso e isso a incluía, jamais entraria em tal lugar. Porém o som parecia chamá-la, tão familiar como se já conhecesse o lugar a anos, de forma que entrou.

         Se o lado de fora já era escuro, ali era um perfeito breu. Apertado e escuro, com um cheio forte da terra úmida devido ao orvalho conforme engatinhava pelo espaço.

         Sentiu sua mão se apoiar no nada, perdendo o equilíbrio e rolando pelo pequeno decline até finalmente cair assustada, recuperando um pouco dos sentidos.

         Ali era escuro, mas mais espaçoso de forma que conseguiu ficar de pé se apoiando pelas paredes de terra tateando o lugar. Podia sentir as raízes da árvore ao seu redor, devia estar em uma caverna sob a mesma para dentro da terra.

         Começou a temer, com um certo pânico lhe ocorrendo conforme despertava do breve transe. Onde estaria? Como sairia? Era escuro demais para ver!

         Porém, logo ela sente uma leve brisa vinda do fundo do que parecia ser uma sala ou corredor. Havia uma luz pequenina, como um vagalume ou a lanterna de um celular.... Seu celular!

         Tateou o bolso às pressas encontrando o aparelho e ligando a lanterna. Era como uma sala, com as raízes arrumadas segurando a terra de maneira a formar o teto e paredes, enquanto o chão era de terra batida claramente arrumada por alguém. A suas costas estava algo semelhante a uma rampa de terra que dava para o buraco nas raízes, e a sua frente havia uma porta de madeira com uma maçaneta dourada, pela fechadura da qual vinha a luz e a brisa.

         Queria voltar, não entendia nada. Estava confusa e temerosa. Mas, ao mesmo tempo estava extremamente curiosa...

         Não! Chega de curiosidade! Queria voltar!

         Porém, quando estava subindo de volta ouviu a cantoria novamente, dessa vez mais próxima. Ela parecia vir do outro lado da porta, e vencida pela curiosidade, Melissa acabou cedendo e a abriu.

         O vento e a luz repentinos a fizeram fechar os olhos brevemente, porém logo se acostumou os abrindo e observando o local encantada.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Outro Mundo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.