Descobrindo Sombras escrita por Lucy Devens


Capítulo 23
Frio e Quente




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Acordei com a pior dor de cabeça que já senti em toda a vida, era uma mistura de ressaca com memória que não resultava em nada agradável e, para piorar, eu estava cheirando à chão de bar. John havia deixado um copo de água com dois comprimidos em cima da mesa de cabeceira. Eu os peguei e tomei com água. Demorei alguns segundos para me levantar e em seguida eu fui direto para o chuveiro, aproveitei a água morna para aliviar aquela sensação terrível e o sabonete para tirar aquele cheiro de festa e bebedeira. Quando saí do banheiro e fui para o quarto dei de cara com John, que segurava roupas dobradas em suas mãos.

—Desculpe - disse ele. - Imaginei que você fosse demorar um pouco mais no banho.

Fiquei sem graça, não sabia exatamente como reagir. Aquela memória havia me deixado confusa. Eu acabara de descobrir quem era Lizzy.

—São para você - John deixou as roupas em cima da cama.

—São de Lizzy? - Mordi minha língua assim que terminei de falar.

Controle-se, Mey, pensei. Não poderia continuar sendo rude com John, afinal parecia que eu tinha esse hábito ridículo de ser assim com ele - e quase todos a minha volta, para falar a verdade - enquanto ele corria uma maratona sem fim para me ajudar.

—São suas, na verdade - Disse ele.

Peguei as roupas e as espalhei na cama. Era uma camisa de mangas largas e compridas que iam até um pouco depois dos cotovelos e uma calça jeans boca de sino.

—De 1976? - Perguntei e me virei a ele. - Por que você tem isso?

—Não consegui me desfazer delas. Eram suas favoritas.

E fazia sentido. Fiquei feliz de ter esse breve contato com uma vida passada, ainda mais porque eu adorei o conjunto.

—Obrigada - Eu disse.

John acenou com a cabeça.

—Vista-se, Mey. Vamos comer panquecas.

Eu sorri para ele, um pouco sem graça, então ele saiu do quarto e eu me arrumei. Coloquei as roupas, que me serviram perfeitamente, dividi meu cabelo em dois e fiz duas tranças folgadas para combinar. Desci as escadas e vi que John estava me esperando no primeiro degrau. Ele ficou me encarando por alguns segundos, me olhou de cima para baixo, mas mal parecia que ele estava ali comigo, parecia estar imerso em um mar de pensamentos que eu não conseguia desvendar. Ele se aproximou e levou uma de suas mãos até a lateral do meu rosto e acaricou-o com o polegar. Eu olhei em seus olhos, eles estavam mais vermelhos do que de costume.

—Vamos - Ele tirou a mão de mim de repente e foi em direção à saída.

Foi tão repentino que quase doeu. Em um minuto ele estava demonstrando algum tipo de carinho e no outro ele estava se distanciando.

Entramos no carro e ele deu partida. John ligou o rádio e deixou tocando na mesma estação da noite anterior. Eu fiquei olhando a paisagem pela janela, enquanto passávamos pelos bairros até onde os comércios começavam.

John estava distante, mas como eu poderia culpá-lo? Eu estava sendo rude o tempo todo, eu o afastava, estava acusando-o de coisas que nem eu entendia direito e, para piorar, nós nunca estabelecemos que tínhamos algo exclusivo.

Talvez dois mil anos de história dissessem o contrário, mas nessa vida nós nunca dissemos nada. Nós nos curtimos algumas vezes e eu sentia que meu corpo e alma imploravam para ficar perto dele, mas eu não tinha como saber o que ele sentia de fato. Talvez ele estivesse há tanto tempo nessa que nem sabia mais o que era real ou não, talvez ele nem tinha se dado conta de que ele não sentia por mim o que eu sentia por ele.Eu não tinha como saber e aquilo estava me consumindo. Todas aquelas memórias não apontavam para nenhum lugar. Eu sabia que já tinha encontrado John várias vezes, mas quem garante que tínhamos que estar sempre juntos? Talvez eu fosse a garota boba com uma paixão besta. Era claro que Lizzy era afim dele e eu não sabia o que ele sentia em relação à ela. E, para ser sincera, estava com medo de saber a resposta. Estava curiosa, mas completamente aterrorizada. E se ele também sentisse algo por ela? O que aconteceu com eles dois na Califórnia? E o que aconteceu com eles antes e depois disso? Será que ele estava muito bravo por eu ter brigado com ele nas duas últimas vezes que nos vimos? Eu com certeza estaria, no mínimo, chateada.

—No que está pensando? - John perguntou de repente e eu levei um susto.

—Nada importante - Olhei para ele.

—Mentira - Ele sorriu para a estrada. - Você está tensa.

Respirei fundo e relaxei os ombros.

—Estou pensando que te devo desculpas - Confessei. -  Eu estou sempre mordendo e assoprando. Você se desdobra para me ajudar e eu ajo como uma criança mimada.

Mordi o lábio inferior, pensando no sermão que eu deveria me dar mais tarde sobre como meu humor era péssimo. John soltou uma breve gargalhada.

—Eu já estou mais do que acostumado com o seu temperamento - Ele sorriu para mim e eu fiquei feliz por ter arrancado um sorriso dele.

—Ainda sim - Eu disse. -Não é justo.

John deu seta para entrar em um estacionamento de um restaurante, então estacionou o carro.

—Waffle House? - Perguntei. - Como você…? -Não consegui terminar a pergunta porque a resposta era óbvia demais.

Eu sempre adorei o Waffle House e não era só dessa vida. 

—Eu te conheço bem, Mey - Ele me lançou um olhar com um sorriso que fez com que eu estremecesse. Eu queria que ele me olhasse assim para sempre. - Você confia em mim? 

Franzi o cenho.

—Não tenho motivo para não confiar - Respondi.

—Então, vamos.

Saímos do carro e entramos no restaurante. John me deixou escolher onde iríamos sentar. Eu escolhi um banco próximo à janela que dava para a rua.

—Eu sabia - Ele murmurou quando sentamos. 

Ele se sentou de frente para mim e eu o encarei.

—Não acha que está um pouco convencido? - Cutuquei-o com as palavras. - Se acha que me conhece tão bem, por que não escolhe meu café da manhã? 

John arqueou as sobrancelhas aceitando o desafio.

Uma garçonete apareceu do lado da nossa mesa com duas xícaras e uma jarra de café.

—Café? - Ela perguntou com um sorriso direcionado à John.

Olhei para John. Comprimi os lábios, indicando que eu não iria tomar nenhuma decisão ali. Ele acenou com a cabeça.

—Por favor - Disse ele para a garçonete. - E estamos prontos para pedir.

A moça encheu as canecas com café preto e continuou sorrindo para o rapaz, então pegou um bloquinho de notas e uma caneta de dentro do bolso do avental. Eu tomei um longo gole do café preto e senti um alívio imenso na hora. Era como se o café levasse a ressaca embora instantaneamente.

—Vamos querer dois Hashbrown bowls, um sem a carne, só com os ovos mexidos e queijo, e o outro com carne - Disse John - Também vamos querer uma panqueca com manteiga de amendoim e um waffle com gotas de chocolate.

—Mais alguma coisa? - Ela perguntou enquanto anotava.

—É isso, por enquanto.

A moça repetiu os pedidos para ter certeza que estava tudo certo e saiu para a cozinha.

—Eu não sabia que eles tinham adicionado Manteiga de amendoim nas panquecas - Eu estava surpresa, de fato.

—Eu sabia que você iria gostar - John relaxou no banco e ficou olhando para mim - Você está linda, por sinal.

Fiz o máximo de esforço para não corar, mas foi em vão. Eu senti meu rosto ficando quente. 

—Sente saudades do que passamos na Califórnia? - Tentei disfarçar. - Eu estou como eu era lá, com essas roupas?

Ele se debruçou sobre a mesa.

—Seu cabelo está diferente. Você tinha as pontas do cabelo mais claras por conta da praia.

Olhei para as pontas das minhas tranças.

—Você continua linda, Mey.

—Aqui está - A garçonete apareceu com os pedidos e os colocou na mesa e aproveitou para encher nossas canecas com café. - Se precisarem de qualquer coisa é só chamar.

Ela olhou para John, observando cada detalhe dele, ela estava pensando em como ele era bonito e tinha olhos exóticos, mal dando importância para mim. Para ser sincera, era como se ela simplesmente ignorasse minha existência.

—Obrigada! - Eu disse num tom mais alto do que deveria e lancei um sorriso falso.

Ela se ajeitou e saiu dali. Eu não me incomodava com o que ela estava pensando de John, mesmo que fossem pensamentos vulgares. O que me irritava era que ela negligenciava todos à sua volta por conta dele.

Tudo bem. Talvez fosse um pouco de ciúmes.

Peguei o bowl de Hashbrown sem carne dei uma garfada, aproveitando o gosto incrível das batatas com queijo. John fez o mesmo com o seu prato.

—Você acertou - Eu disse. - Esse café da manhã é perfeito.

—Eu disse - Ele deu uma garfada em seu prato. - Eu te conheço bem.

Comi mais um pouco, pensando em como eu iria começar a conversa que eu precisava. John não sabia que eu acabara de me lembrar de mais um episódio da Califórnia, talvez fosse justo ele saber. 

—Eu me lembrei de quando você me beijou - Olhei para o meu prato para evitar olhar para John. - No apartamento que eu dividia com Hope - E dei mais uma garfada para a comida me fazer calar a boca, eu não sabia o que mais eu deveria dizer além disso. Aquela lembrança era de um momento bem íntimo entre nós, um momento em que eu estava vulnerável perto dele.

John me observou por um segundo. Eu peguei a xícara de café e tomei um gole, continuei com a xícara em mãos aproveitando o calor dela e olhei a rua pela janela.

—Você tinha aparecido na loja de música com Lizzy e depois foi me visitar - Eu disse.

—Eu me lembro desse dia - Disse ele - Foi difícil te conquistar.

—Não foi, não - Eu o encarei com um sorriso. - Eu não me lembro de como tudo aconteceu, mas sei que eu me apaixonei por você no primeiro dia que te vi em Sacramento. Você me conquistou com Waffles e café para curar a minha ressaca - Eu sorri pela ironia do momento.

Ele sorriu para mim.

—Eu imaginei que daria certo repetir a receita.

Acenei com a cabeça e tentei segurar um sorriso.

—Você realmente me conhece bem. Você sabe de tudo o que aconteceu, mas eu não. - Dei mais uma pausa e respirei fundo antes de continuar. - John, eu não quero brigar, eu só quero entender.

—Tudo bem.  Eu vou responder algumas das suas perguntas e com o tempo, eu vou respondendo mais. Que tal?

Acenei com a cabeça. Era um bom começo, muito melhor do que ficar invadindo tudo e brigar com John o tempo todo.

—Por que isso está acontecendo? - Eu já comecei com a maior pergunta que eu tinha. Vanilla não havia conseguido me responder essa pergunta. Talvez eu pudesse ter ao menos um esboço dela agora.

—Há mais ou menos três mil anos uma maldição foi criada. Você é o centro dessa maldição. Todos que estão envolvidos sobreviveram e continuam sobrevivendo à ela, mas você não.

—Três mil? - Aquilo foi um choque. Eu imaginava que eram dois mil e não mais do que isso.- E como nós quebramos essa maldição? 

—Eu sinceramente não sei - Disse ele. -Toda vez que estamos perto de descobrir, algo acontece com você - Ele deu uma pausa - Eu já vi você morrer inúmeras vezes e nunca conseguimos achar uma resposta para isso.

Respirei fundo. Cortei o waffle e peguei metade, coloquei melado e comi um pedaço, como se engolir aquele pedaço de waffle fosse me ajudar a engolir a verdade que eu procurava.

—E por que eu sou o centro dessa maldição? - Eu não iria parar agora.

—Você se sacrificou, Mey. Você imaginou que isso iria proteger aqueles que você amava das invasões que estavam acontecendo.

Ele deu uma pausa. Eu procurei algumas explicações em minha mente. Me lembrava de Lúcio dizer em uma das suas aulas que os egípcios foram invadidos por diversos povos. Senti uma pressão na minha cabeça. Era como se eu estivesse tentando resgatar uma memória, mas ela era tão antiga que era quase impossível fazer com que ela viesse a tona sem causar grandes estragos, então eu a deixei passar. John olhava para a janela, observando o movimento, um tanto pensativo. Eu senti que aquilo era algo complicado para ele.

—Lucio e eu… - Ele respirou fundo e continuou olhando para fora -Nós dois estávamos apaixonados por você. - Eu não conseguia não olhar para ele. Eu me sentia hipnotizada pela sua imagem enquanto ele parecia estar revivendo algo grandioso, algo que não teve que reviver há muito, muito tempo. - Você se afogou no Nilo. Eu mergulhei para tentar te salvar, mas quando eu te encontrei já era tarde demais. Lucio e eu não aguentamos e fizemos a nossa oferta aos nossos Deuses. Nós morremos uma única vez para assistirmos você morrer mais de cem.

Então eu percebi. John não estava apenas tentando me proteger das minhas memórias. Ele estava tentando se proteger das suas próprias memórias, dos seus próprios traumas. Eu me senti mal, me senti responsável por tudo aquilo. Nem John nem Lúcio mereciam minha raiva, insatisfação e minha impaciência.

Coloquei minha mão sobre a dele na mesa. Isso fez com que ele parasse de olhar para fora e olhasse para mim. Eu sorri para ele quando ele o fez. Eu queria que ele saísse daquele pensamento e visse que eu estava ali.

—Você acertou em cheio o café da manhã - mudei de assunto de repente. Eu não conseguia vê-lo sofrer.

Ele me deu um sorriso sem graça.

Terminamos de comer, John pagou a refeição e a garçonete deixou o número de telefone dela na nota fiscal. John não reparou, mas eu sabia, pois era só nisso que ela pensava.

Entramos no carro e fomos para o Campus, onde eu deveria voltar para o meu dormitório. 

—Tudo bem - Eu disse quando saímos do estacionamento e fomos em direção ao campus. - Agora eu tenho algumas outras perguntas.

—Mey, eu…

—Qual a sua banda favorita?

John olhou confuso para a estrada, com certeza não esperava essa pergunta.

—Vamos fazer isso agora? - Ele perguntou.

—Ah, qual é - Eu ri. - Você sabe tudo sobre mim, nada mais justo eu saber mais sobre você.

Ele acenou com a cabeça.

—Tudo bem - ele cedeu. - Minha banda favorita é Led Zeppelin e minha música favorita deles é I Can't Quit You Baby - Ele pegou o celular do bolso e me entregou. - Aqui, pode colocar a música deles. O cabo está no porta luvas.

Peguei o cabo e conectei no rádio. O celular de John não tinha senha, o que me fez pensar que ele não tinha medo de ter sua vida exposta, ou talvez não tinha nada a expor. Abri as músicas dele e coloquei sua música favorita.

—Você deve saber a minha banda favorita - Eu assumi. Afinal, eu sabia que ele não iria colocar uma música que eu não gostasse. E eu gostava muito de Led Zeppelin.

—The Beatles - Disse ele. - E sua música favorita é In My Life.

—Há - Eu disse - Errou. Essa não é minha música favorita deles, mas foi um bom chute.

Ele fechou os olhos por um segundo, decepcionado consigo, mas claramente estava se divertindo. Eu cruzei as pernas no banco e dei risada.

—Como eu pude esquecer? Essa é a sua segunda música favorita deles - Ele deu um tapinha na testa. - Sua música favorita é Eleanor Rigby.

Fiz que sim com a cabeça e sorri para ele. Ele realmente sabia tudo sobre mim.

Antes que eu pudesse seguir com a próxima pergunta, o celular de John vibrou e eu, por reflexo, olhei. Era uma mensagem de Lizzy perguntando se eles podiam se encontrar. Meu sorriso se desfez imediatamente. Eu senti um peso no meu peito, mesmo me forçando a não sentir aquilo.

—O que foi? - Ele reparou que eu havia mudado de repente.

—Nada demais - Menti e forcei um sorriso -Ahn… Lizzy está perguntando se vocês podem se encontrar... - Tentei dizer aquilo de forma mais natural possível, mesmo com as palavras saindo amargas da minha boca.

Chegamos no estacionamento próximo ao meu dormitório. John desligou o carro e ficamos em silêncio por alguns segundos.

—Obrigada pelo café - Eu disse e me apressei para abrir a porta.

John foi mais rápido do que eu e, no momento em que eu abri a porta, ele a puxou de volta, fechando-a. Eu encarei a porta por alguns segundos, podia sentir a respiração de John nas minhas costas. Ele estava impedindo a minha saída.

—Não quero que vá embora chateada - Ele disse.

Eu me virei para ele e sorri, tentando mostrar que eu estava bem. Na verdade eu só queria ir embora e ficar sozinha. O que quer que fosse que eles tinham, não era problema meu.

—Lizzy e eu não temos nada - Ele afirmou.

—Sabe, John - Eu disse - Às vezes é como se você pudesse ler a minha mente.

Ele se aproximou de mim e olhou nos meus olhos.

—Eu não posso ler a sua mente, Mey. Mas já te provei que te conheço muito bem - Então ele deu uma pausa e eu desviei o olhar.

—Ela está apaixonada por você - Eu comecei a falar e não consegui me impedir de continuar. - E eu entendo. Na verdade, eu ficaria surpresa se ela não estivesse. Ela está afim de você há mais de quarenta anos, pelo que eu sei.

John passou a mão pelos seus cabelos, então voltou a olhar para mim. O ciúmes que eu estava sentindo era ridículo. Então eu percebi uma coisa e olhei para John.

—É assim que você se sente quando me vê com Lucio? 

Perguntei aquilo por pura curiosidade. John não tentava me manter longe de Lucio porque estava com ciúmes, mas porque achava que era o melhor para mim. Ele não brigava comigo quando eu estava perto dele, não brigou comigo quando eu o chamei para tirar dúvidas sobre minhas vidas passadas, mas eu sabia que ele se sentia mal em me ver perto dele e, naquele momento, eu entendi o sentimento.

—John - Eu disse olhando em seus olhos. - Essa foi a melhor manhã que eu tive em meses - Confessei.

Ele colocou uma mão em minha nuca. Pensei que ele fosse me beijar, por dentro eu pedia que ele me beijasse, mas ele nao o fez. Em vez disso, tirou a mão dali e passou por uma das minhas tranças.

—Eu tive uma ideia - Ele dizia tão baixo que mais parecia um sussurro - Por que não saímos na sexta feira?

Olhei para ele por um instane e franzi a testa.

—Tem quase uma semana até la - Eu disse. - Não seria melhor me convidar na quinta?

Ele sorriu.

—Vou torcer para quinta feira chegar logo.

Eu sorri de volta para ele. Aproximei meu rosto do seu, nossas bocas estavam à centímetros de distância.

—Até mais, John.

Me afastei rapidamente dele e saí do carro. Meu corpo estava implorando para que eu voltasse para aquele carro e me jogasse encima daquele homem, mas eu não iria fazer aquilo. Eu iria resistir. Eu sabia que não era a única com esse sentimento.


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