.x.

Sasuke abria os olhos lentamente, as luzes do lugar ofuscava seus olhos. Ele logo identificou o lugar, o lugar para onde ele não gostaria de voltar tão cedo. Um quarto de hospital.

Sasuke olhava em volta e sentiu um cheiro doce no lugar. Um perfume . Ele se sentou na cama e percebeu que a dona do cheiro doce se encontrava ali dormindo em uma poltrona ao lado dele.

Sasuke se pegou a observando demais e se repreendeu por isso. Ele aproveitou a proximidade e beliscou a bochecha da rosada e a mesma deu um pulo da poltrona assustada. Sasuke realmente se divertiu ao vê a reação da rosada e a ela o encarou.

— Qual é o seu problema? É assim que acorda as pessoas? - O sangue da rosada fervia de raiva. Passou a maior parte da noite acordada esperando o moreno acordar preocupada com ele.

— Só quem eu não gosto - O moreno levantou da cama com um pouco de dificuldade e logo a rosada o apoiou - Tá fazendo o que? - A rosada o encarou confusa.

— Estou te ajudando a levantar.

— Não, você está aproveitando pra me agarrar - ele disse fazendo Sakura corar violentamente que o soltou na hora.

— Não vá se achando tanto, idiota! - A rosada cruzou os braços irritada. Como pode ele ser tão mal agradecido.

— Bom dia - O doutor que acompanha o caso do Sasuke adentrou o quarto - Vejo que já está acordado. Vamos falar sobre a sua saúde seriamente.

— Sai - O moreno disse olhando para a rosada que ficou indignada mais não desobedeceu e saiu do quarto. Ela realmente precisava fazer algo.

.x.

Fora do quarto a rosada resolveu ligar para o namorado, mas Sasori não atendia. Então decidiu ligar para a amiga que atendeu imediatamente.

— Onde você está maluca? Sabe como estou preocupada com você? E seus pais ? Onde você passou a noite? Quer me matar é isso? Não foi isso que te ensinei! - A Ino disse bastante irritada mais ao mesmo tempo preocupada.

— Calma Ino, eu vou explicar mais primeiro. ..

— Calma? Como calma? Você nem pra aula veio e saiba logo que perdeu uma prova surpresa do professor de Matemática. O mais importante onde você está?

Sakura explicou todo o acontecido, até mesmo o acordo entre ela e o Sasuke. Não adiantava mentir para amiga. E desabafar com alguém de confiança como a Ino. Fazia com que a rosada se sentisse bem.

— Nossa amiga que coisa - Ino não encontrava palavras para o acontecido e ainda mais não sabia se contava ou não o estado de saúde do Sasuke - Vou desligar o professor Nakashima já está vindo. Beijos amiga se cuida! - Ino desligou.

Sakura bateu na própria testa por ter esquecido de perguntar sobre o Sasori.

— Porque está se batendo? Ficou doida de vez? - era Sasuke com a mesma expressão de sempre.

— E você está bem? - Sakura não sabia porque estava preocupada com alguém que nem se quer a agradeceu.

— Estou sim, só foi uma anemia qualquer - Ele mentiu, não queria ver a rosada preocupada com ele é nem dando sermões. - Vai ficar parada ai ou vai me acompanhar?

— Quê? Você já está bem. Vou voltar pra casa, já perdir um dia de aula preciso voltar pra casa para me preparar para o trabalho. - Sakura saiu caminhado resmungando.

— Me sinto tonto... - após ouvir o moreno dizer aquilo a rosada parou e se repreendeu por se preocupar.

.x.

— Pronto, você já está em casa. - Sakura o ajudou a se sentar no sofá da sala.

— Estou com fome.

— Peça para alguém fazer eu tenho ir - A rosada pegou a bolsa.

— Eu até pediria, mas não tem ninguém em casa. E não posso nem me levantar pra fazer, estou me sentindo muito tonto - O moreno olhou para a rosada.

— Ah, tá bom! - Sakura se deu por vencida.

Ela foi até cozinha que é grande demais. Tratou de pegar os ingredientes que ia precisar para fazer algo para o Sasuke comer. Aquela era a primeira vez que ela faria comida para alguém.

E pensar que naquela vez ele rejeitou os seus chocolates caseiros, mas agora deseja que ela prepare algo para ele. Realmente, Sasuke era um caso para ser estudado.

— Aqui está - Sakura pôs a comida em cima da mesinha de centro - Agora tenho que ir mesmo - ela foi pegando a bolsa que estava ao lado dele.

— O que é isso? - o moreno perguntou analisando a comida. A rosada o encarou, ela estava começando começando a perda a paciência.

— É mingau, você está doente. Agora come! - ela disse firme, como uma ordem.

— Tá achando que sou um bebê, não vou comer isso! - o moreno estava começando a se comportar como uma criança birrenta. - Está quente, não tenho forças pra esfriar sozinho e estou com fome - Ele cruzou os braços encarando a rosada. Que bufou de raiva.

— Ah, pela fé! - Sakura pegou o mingau da mesinha de centro e sentou de frente para ele. Ela esfriou a primeira colher e levou até a boca do moreno. Mais para a surpresa da Sakura ele cuspiu o mingau em seu rosto.

— Isso está ruim! Quero comer outra coisa. - O moreno disse cruzando os braços. Deixando ela irritada, a vontade dela era jogar o mingau quente na cara dele, mais se conteve ao lembrar que ele está doente e também ela não queria ser presa por deformar o rosto do moreno.

Ela se levantou sem dizer nenhuma palavra e seguiu para a cozinha, lavou o rosto e seguiu para sala pegando a bolsa. Ela estava pronta pra sair.

— Estou com dor - O moreno não queria deixar ela ir, ele estava se divertindo testando a paciência dela - Faz massagem? - pediu manhoso.

Sakura suspirou alto, a pergunta que não saía da cabeça dela é "Porque isso está acontecendo com ela? Porque ela?". Sakura se virou para o moreno ainda sem dizer uma palavra. Pegou o gel que se encontrava em cima da prateleira. Se sentou novamente de frente para ele.

— Onde? - Sakura perguntou friamente. Ela estava tentando manter uma certa distância entre eles. Não queria magoar o Sasori.

— No peito. - Sasuke desabotou os primeiros botões da camisa deixando seu peitoral à mostra. Sakura hesitou, mais logo começou a massagear.

O silêncio predominava naquele local. Sakura resolveu quebrar o silêncio.

— Quais são os termos do acordo? - A rosada perguntou ainda massageando.

— Isso já faz parte de uma das condições, tem que cuidar de mim. Mais não vai ser por muito tempo. - ele respondeu percebendo que ela estava se sentindo desconfortável ali. - Já chega - ele tirou a mão dela. Mais Sakura pressionou.

— Ainda não terminei. - Não era que Sakura estivesse gostando de fazer aquilo mais não queria ficar em dívida com ele.

— Eu disse já chega - ele elevou o tom de voz tentando tirar as mãos da rosada do seu peitoral.

— Eu disse que não! - os dois já travavam uma luta ali mesmo.

— Sakura? - Uma voz familiar perguntou. Era Itachi. 

Sakura e Sasuke pararam ao ver o dono da voz ainda parado na porta confuso.

— Irmão ela tá tentando abusar de mim - O moreno disse e ela o largou imediatamente corada.

— Oh papai, o tio Sasuke trouxe uma garota! - Um menina de cabelos negros amarrados em rabo de cabelo surgiu atrás do Itachi.

— Não veja isso! Vocês dois não tem vergonha? - Itachi se enrolava nas palavras.

— E-Eu posso e-explicar! - ela gaguejou e o moreno riu.

.x.

Após explicar o acontecido para o irmão mais velho do Sasuke, Itachi. Sakura foi para casa se preparou para o trabalho.
O primeiro dia no trabalho como auxiliar da secretaria executiva não foi tão difícil, mas foi cansativo para ela.

Sakura já voltava para casa pelo mesmo caminho que fazia, ela começou a subir os degraus da escadaria que levava até sua casa. E avistou um certo ruivo sentado esperando por ela com seu celular em mãos tocando uma música que ela conhecia muito bem. Era a música dos dois.

A rosada sorriu como era bom ouvir aquela música, como era bom ver ele. Era como seus problemas desaparecessem somente por ve-lo.

— A quanto tempo está me esperando? - ela perguntou se aproximando dele.

— Não muito, lembra dessa música ? - ele ergueu o celular para ela.

— Claro é a nossa música - ela riu e se sentou ao lado dele.

— Sim, quando você estiver se sentindo sozinha e com vontade de me ver é só ouvi-lá. Assim como fiz agora pouco.
Sakura se sentiu culpada, ela não deu nenhum sinal de vida para Sasori.

— Ei, não estou com raiva - ele a apertou uma das bochechas dela a fazendo olhar para ele - Fiquei chateado por você não me liga e nem ao menos me dizer aonde estava. Mais eu confio em você e sei que nunca irá me trair - ele beijou a testa da rosada.

— Me desculpe, eu estava...

— Quero te mostrar algo - Sasori a interrompeu, teoricamente ele estava com medo de ouvir onde ela passou a noite e Sakura percebeu.

Sasori a levou até uma casa que fica quase perto de onde ela mora.

— Que lugar é esse? - ela perguntou curiosa.

— Aqui vai ser a nossa casa daqui alguns anos. - ele respondeu sorrindo.

— É um lugar muito grande e lindo. - Sakura observou a casa que estava mais parecendo uma mansão.

— Sim, mais a dona não é.

— Como sabe? - ele riu

— Ela pegou fazendo xixi ali - ele apontou para o poste em frente a casa.

— Seu doido ! - Sakura deu um cascudo no namorado que ria como uma criança - Você ficou louco quer ser preso? - ela continuava a distribuir os soquinhos no namorado.

— Para! - ele estava se divertindo.

— Ei, vocês dois parem de barulho! Vou chamar a Polícia! - uma senhora gritava lá de dentro da casa.

Sakura e Sasori saíram correndo como duas crianças rindo da situação.

.x.

Sasuke ainda se encontrava no sofá e se lembrou do que o médico lhe disse após a saída da Sakura.

— Sasuke, você realmente superou a minha expectativa. - O médico analisava o prontuário - Não primeira vez que você veio aqui, lhe disse que você teria menos de um ano e você passou desse ano.

— Eu sei, você não parava de dizer isso. - O moreno disse calmamente.

— Entretanto, da próxima vez que você passar por aquela porta... - O médico suspirou - Será a última vez.

— Última vez? - Sasuke se perguntou em voz alta. E fechou os olhos mergulhando em suas lembranças.
Lembrou de como conheceu o Naruto, a timida Hinata com quem tinha pouca intimidade. E o restante de seus amigos.

E acabou lembrando de como conheceu a Sakura. Sim, passou pela cabeça do moreno o rosto da rosada. No mesmo dia em que a conheceu, ele já havia sido sentenciado a morte.

Mesmo a tratando mau no primeiro dia, ela continuou o seguindo e cumprimentando todos os dias. E nos dias de provas ela o ajudava sem ele pedir. E ele nunca disse um "Obrigado" à ela.

Queria ter se tornado amigo dela. Mais preferiu manter distância sendo frio e arrogante não só com ela mais com todos aqueles que tentaram se aproximar dele.

E ali mesmo naquele sofá ele adormeceu em meio as lembranças.

" Eu não tinha nada a perder

Então eu vivia como noites

Ninguém poderia se tornar meu sol..."