Marinette. O nome dela ficou ressoando como eco em seus ouvidos. O modo dele de pronunciar seu nome foi meio familiar, mas não conseguia se lembrar de onde havia ouvido. Ela estava sem respirar, não conseguia encontrar o ar em seus pulmões. Sua barriga estava cheia de borboletas e ela demorou uns 4 minutos para processar que Adrien Agreste realmente estava falando com ela.

— O-oooi Adrien. - disse ela envergonhada.

No momento em que ela levantou a cabeça para olhar para ele, o garoto viu o quanto a morena era linda. Linda demais. Viu que o rubor no rosto dela, tornava ela graciosa. Talvez até frágil. Ela estava cor de tomate, vendo isso ele sentiu o rosto ficar quente e sentia o rubor tomar conta de si.

— E então... vamos trabalho fazer aonde? - atrapalhou-se corrigindo automaticamente em seguida. - Quer dizer... vamos fazer o trabalho aonde?

Marinette riu do jeito que Adrien estava se dirigindo a ela. Estranho. Ele normalmente não é assim. Será que a causa disso tudo era ela? Não. Não podia ser, Adrien é super famoso, o que ele veria em uma garota como ela?

— A-acho que precisamos saber o que iremos fazer, certo? - disse meio sem jeito, a cor do rosto dela não voltara ao normal.

— Ehr... certo - ele disse envergonhado, então apanhou o celular e olhou as horas - como daqui a 10 minutos acaba a aula, que tal você vir à minha casa? Já que da outra vez eu fui na sua. - deu de ombros se referindo à quando ela se inscreveu no torneio de Mega Strike 3 e os dois jogaram na casa dela. O rosto dele passou de um pequeno rubor, para quase tomate. Só de pensar na Marinette em sua casa, ele já sentia o estômago embrulhar.

— Cl-claro que eu iria na sua casa - respondeu ela rapidamente - para fazer o trabalho. - acrescentou com uma risada de nervoso.

— Olha Mari, posso te chamar assim? - perguntou inseguro.

— Você pode fazer o que quiser - disse se arrependendo logo depois - quer dizer, claro... pode sim. - continuou dando um sorriso tímido.

— Então... Mari, bem como nós não vamos falar sobre o trabalho e eu não posso voltar pra lá - e apontou para a mesa da frente, onde Alya e Nino estavam animados falando sobre o projeto. Ambos amam história. - Que tal nos conhecermos melhor? Por que tudo o que eu sei é que você é ótima com design e ajuda a administrar a padaria de seus pais. Desculpa puxar assunto assim do nada, é que se a professora passar por aqui e nos ver fazendo nada, ela vai brigar conosco. - se desculpou o louro.

— Tu-tu-tudo bem - gaguejou ela. - O que quer saber?

— Vamos começar pela mais clichê. Quantos anos você tem?

— Sério? - disse rindo e então revirou os olhos - 16 e você?

— 16 também. - e ambos riram. O sino das risadas dos dois juntas ressoaram pela sala. E chegou aos ouvidos de quem não devia.

Chloé estava sentada em sua mesa, enquanto Sabrina sua amiga, fora sentar com Alix, sua parceira no trabalho. Enquanto esperava Nathanaël, ela avaliou a sala toda até parar em uma mesa específica. Adrien estava sentado junto com Marinette e ainda mais, os dois estavam rindo como velhos amigos. A patricinha sentiu algo em seu peito. Raiva. Ódio. Adrien Agreste era dela e de mais ninguém. Marinette iria ver com quantas peças se faz uma Victoria Secret's. A azulada não iria ganhar o coração do seu lindo Adrien.

— Ahrram - pigarreou Nathanaël para chamar a atenção da loura. - olá Chloé, vamos preparar o projeto?

— Olha, vamos sim. Mas você faz o projeto, esboço, prepara o trabalho de campo e depois nos juntamos e você me diz como ficou. Que tal?!

Nathanaël já estava cansado da loura sempre querer tudo do jeito dela. Estava cansado de ser tratado como capacho por ela. Estava cansado dessa patricinha metida que não tinha coração.

— Olha aqui pirralha - disse Nathanaël em quase um sussuro - é o seguinte, não sei como você e sua amiguinha Sabrina faziam os trabalhos, mas vou te avisando que EU NÃO SOU ELA. - enfatizou. - Então pode ir tirando o cavalinho da chuva em relação a eu fazer todo o trabalho e você só ficar no bem e bom. Ok?!

— Nossa Nathan, que grosseria. - disse ela com sarcasmo.

— Se você não quiser ficar perto de mim e não quiser fazer a parte de pesquisar os lugares comigo, eu entendo. Eu também não iria querer ir com você. Mas você vai fazer e vai ajudar ou então eu falo com a professora e você não vai ter nota nenhuma. - ameaçou ele.

— Tá bom, tá bom - resmungou Chloé - façamos o seguinte, nós vamos aos tais lugares que a professora falou e daqui a quatro dias nos reencontramos aqui na escola mesmo, em um horário vago, e colocamos um fim nesse trabalho. - conclui ela de mau grado.

— Você se esqueceu do Louvre.

— Erh... quanto a isso, você resolve. - esbravejou ela. - Tudo eu que tenho que resolver também. Agora se você não se importa pode voltar ao seu lugar.

— Ô gêninho se a professora ver que não estamos falando sobre o projeto, ela pode vir aqui e eu não vou ir pra diretoria por sua causa. - replicou ele nervoso.

— Aff. Tudo bem, - disse a loura revirando os olhos - mas cada um com o seu esquema, ok? - e então Chloé se voltou ao papel em que "faria" seu esboço do trabalho.

Marinette e Adrien estavam a rir como dois velhos amigos. Conforme Marinette ia falando com ele, sua timidez oscilava, uma hora ela estava gaguinha de tudo e em outra estava super normal e brincando com ele como dois bons amigos.

— ... e então aconteceu e eu queimei o dedo. - contou ela gargalhando.

— Caham. - a professora Pigarreou ao lado de Marinette. - com essas risadinhas eu posso concluir que vocês já fizeram o esboço do projeto, certo? Já decidiram para onde vão e o que vão fazer?

— Claro que sim profesora. - disse Adrien confiante, como se os dois estivessem o tempo todo falando sobre o trabalho. - nós vamos aos quatro principais locais. Vamos aonde antigamente era a Bastilha, que atualmente podemos achar resquícios na Praça Henri-Galli; nós dois vamos visitar o Palácio de Versalhes também, para perguntarmos o que os trabalhadores sabem que nós não sabemos e que não estão nos livros; vamos ao que foi à prisão de Maria Antonieta no período do Terror, em La Conciergerie um castelo que na verdade era uma prisão e por fim vamos a Praça da Concórdia, onde vários presos foram guilhotinados. E Marinette e eu já combinamos tudo, o esboço ela vai fazer, pois ela tem uma mão melhor para isso, enquanto eu faço a parte de reconhecimento, depois nós vamos ao Museu do Louvre terminar o trabalho.

— Nossa - disse a professora sem palavras aos comentários do garoto - vocês dois deram uma ótima dupla, parabéns. Sinto que o trabalho vai ser sensacional. - e saiu da mesa deles.

— Uffa Adrien, ainda bem que você tinha tudo na ponta da língua. Por isso que você é maravilhoso, quer dizer maravilhoso sou eu... quer dizer ahr - disse ela enterrando as palmas das mãos em seu rosto.

— Ei Marinette - disse Adrien pegando em suas mãos e as afastando de seu rosto. - tá tudo bem. E em relação ao trabalho, eu já estudei toda a Revolução Francesa e está quase tudo fresco em minha memória. - e então olhou no relógio. - Já é tudo isso? Bem, olha Mari... o Gorila vem me pegar agora... é que eu tenho um ensaio, então toma meu número de telefone e me passa o seu para marcarmos o horário em que você vai vir na minha casa.

— Tu-tudo bem Adrien. - disse ela pegando o telefone dele e anotando o número dela - B-boa sort-te lá então. - e deu uma risadinha tímida.

Enquanto Adrien saia da sala, Marinette ficou acompanhando com o olhar, o seu secreto amor. A azulada estava pensando em como estava feliz rindo com ele e em como ela era idiota de ficar gaguejando perto dele, como se demonstrando que ela gostava mesmo dele. De repente alguém a tirou de seus devaneios.

— MARINETTE! - gritou Alya batendo as mãos em um ruído alto assustando a jovem.

— Idiota. - disse rindo - Você tem noção de que poderia ter me matado não é?! - e gargalhou ainda mais. Até que uma dor na costela a fez vacilar e fazer uma careta que Alya não deixou despercebida.

— Amiga, o que foi? Tá tudo bem? - disse Alya em um tom preocupado.

— Isso é o que dá você me dar sustos sua cachorra. - e continuou rindo até que olhou para a ruiva e recobrou o semblante sério. - Mas sério amiga, está tudo bem mesmo. Foi só uma pontada nos lados... acho que foi porque eu não comi direito. Tive que sair de casa voando para chegar aqui a tempo.

— Marinette, Marionette - a ruiva adorava esse trocadilho idiota - se cuida. Será que eu terei de falar com seus pais? Ou melhor, será que eu terei de ir na sua casa e enfiar comida pela sua guela? Ou melhor ainda... eu poderia trazer comida pra você aqui...

— Que é isso Alya, que exagerada você é. - disse Marinette interrompendo sua amiga - Claro que não. Não preciso que você me traga comida amiga, prometo que vou tentar melhorar minha alimentação. - disse ela sorrindo para a amiga, e ao vê-la sorrir de volta sabia que estava tudo bem.

— Olha que eu vou acreditar em você menina. Mas enfim, mudando de assunto... me conta mulher hmmmmmnmmmmmmmmmm - então cutucou a jovem em sua costela - o Adrien e você hein... pensou que eu não estava prestando atenção né? Agora me conta tudo. - disse Alya encorajando e apoiando a amiga. Alya era uma pessoa maravilhosa e todos mereciam ter ela como amiga.

— Então amiga, foi incrível ele... - e então Marinette foi interrompida por uma voz.

— An... Eh... An... Oi Marinette. - disse uma voz masculina. Ao virar-se abriu um sorriso. Ela o conhecia e gostava muito dele, embora sua timidez não ajudasse muito.

— Oi Nathan, que ventos te trazem aqui? - disse Marinette com um sorriso radiante.

— Então... bem... eu queria pedir uma pequena ajuda com o dever de biologia, eu sei que você gosta dessa matéria e que se dá melhor nela do que eu. - disse ele meio envergonhado.

— Claro Nathan, que é isso... vamos vem, senta aqui do meu lado ou você pode sentar na cadeira do Adrien, ele teve que sair. - explicou Marinette.

Alya estava observando tudo então querendo ficar com o Nino e sabendo que iria sobrar decidiu tomar uma decisão.

— Ai amiga, sabe que que é menina... é que eu esqueci de falar com o Nino sobre o nosso projeto do trabalho da Meire. - e virando-se para Nathanaël pediu. - Nathanaël, você poderia por gentileza sentar aqui no meu lugar e eu sentar aí?!

— Se-sem problemas. - respondeu dando um sorriso timido. Ao ver Alya saindo de seu lugar, automaticamente se moveu para sentar-se no lugar dela.

— Então Nathan... como vai você? Tanto tempo que não nos falamos. - começou Marinette animada.

— E-estou muito bem Mari, obrigado e você? - disse Nathanaël com o rosto quase da cor do cabelo dele.

— Estou ótima. E aí, me conte qual a tua dúvida? - E então eles começaram a falar sobre o dever de biologia.

A jovem era muito boa em biologia, era uma das poucas matérias da grade curricular que ela amava e se esforçava para aprender mais e mais, fazia até trabalhos extras.

Marinette explicou tudo direitinho, ele ficou abismado com a beleza dela e acidentalmente precisou pedir para ela explicar alguns pontos mais de duas vezes. Porque não estava prestando muita atenção por estar acompanhando os traços do rosto dela. Ele a achava linda e ele queria ter ela como amiga. Até algo mais do que isso.

Quem sabe nós não conversarmos depois? Ele pensou.

— Entendeu Nathan? - perguntou Marinette concluindo sua longa explicação sobre o dever de biologia sobre a evolução das plantas.

— Entendi sim, obrigada Marinette. - disse confiante. - Obrigada por salvar minha vida, agora...

— Ei pessoal, - anunciou o inspetor do colégio - a senhorita Bustier faltou e agora vocês tem o restante do tempo livre. Podem aproveita-lo na biblioteca, aqui ou em qualquer lugar no pátio. Lembrem-se de que não é somente a sala de vocês que estudam aqui. No mais é só isso mesmo. - e saiu da sala.

— Então Nathan, como vai a sua família? Como estão as coisas em casa?

— Está tudo ótimo Mari, e você? Estou meio preocupado porque eu reparei quando entrei na sala e vi você abraçada com a Alya... tá tudo bem? - perguntou cauteloso.

— Aah aquilo. - menosprezou ela. - Era sono... estava cansada e havia o trabalho de história que estava consumindo todo o meu tempo, era muita pressão você entende, né?!

— Arh... é claro... mas pra qualquer coisa que você precisar, sabe que pode contar comigo não sabe?

— Claro que sei bobinho - disse enquanto ria. - Ai! Que cabeça a minha, esqueci que preciso voltar pra padaria mais cedo. Eu preciso organizar tudo porque minha avó vai passar um tempo aqui. - disse Marinette entusiasmada

— Aquela sua avó da China? - Nathanaël começou a se contagiar com o entusiasmo de sua amiga. - Aquela fofinha que é mãe da sua mãe?

— Ela mesma - disse ela entre risos. - Ai Nathan, ela é maravilhosa e eu amo muito ela, e como eu sou a filha única, ela me mima demais. E você sabe que eu nem gosto de ser mimada não sabe? - o riso se transformou em gargalhadas.

— Claro, até porque ninguém na sua casa te paparica, né? - disse o ruivo revirando os olhos.

— Agora tchau Nathan - disse dando um leve beijo em seu rosto. Um beijo suave, como qualquer amiga daria em seu amigo - preciso ir - acenou para ele - TCHAU ALYA, ATÉ AMANHÃ AMIGA - gritou já correndo porta afora.