Game of Lovers escrita por Jamile James


Capítulo 7
Capítulo 7




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Castiel

Fui até a casa de Lysandre após a escola. Ele estava nitidamente alterado quando saiu da quadra no meio da nossa partida de basquete. Perdemos o jogo devido sua ausência, ele era o mais alto de todos nós e era um jogador razoável. Sem ele, tivemos que lidar com a incapacidade de Samuel, que o substituiu, de acertar um passe e a estatura média do time diminuiu consideravelmente. Mas isso era pequeno comparado aos outros acontecimentos do dia: a professora Delanay me encontrou enquanto matava aula e eu fui punido com a obrigação de aguentar o senhor representante de turma por mais duas horas todos os dias; o Lysandre, aparentemente, passou a gostar de uma garota após passar a noite preso com ela numa sala em Sweet Amoris e por fim, essa mesma garota beijou Kentin na frente de todos. Eu não poderia mudar minha punição, nem o fato de que a única garota interessante daquela escola tinha um péssimo gosto para rapazes. Mas quanto ao meu melhor amigo, eu poderia sim procurar uma forma de ajuda-lo a se sentir melhor.

Não demorou muito e Leigh veio me atender. Eu vi Rosalya com ele e os cumprimentei rapidamente. Em seguida, Lysandre apareceu e fomos para seu quarto conversar.

— Como você está? – perguntei enquanto ele fechava a porta atrás de nós.

— Eu estou bem melhor, obrigado por se preocupar – ele respondeu.

— Você saiu de repente, o que houve?

— É complicado. Não costumamos falar sobre esse tipo de coisa – ele se limitou a dizer.

— Você sabe que eu não gosto de insistir, mas podemos tentar passar a falar desta vez. Eu fiquei preocupado quando te vi daquele jeito.

— Eu entendo, Castiel, mas... – ele hesitou – Você já deve saber que eu passei a noite preso na escola com uma garota – eu assenti como resposta e ele continuou – eu não sei explicar, mas é como se nessa noite eu e ela tivéssemos ficado ligados de alguma forma.

— E então você passou a gostar dela – concluí.

— Sim. Foi frustrante quando a vi com Kentin, mas agora tudo mudou.

— Como assim?

— Ela veio falar comigo após aquele espetáculo na quadra. Eu acho que ela também gosta de mim.

Lysandre me explicou a conversa que teve com Jamile, o que realmente aconteceu na quadra e foi impossível não notar a animação que ele sentiu quando finalmente me contou que eles ficaram juntos após sua saída. Eu o ouvi atenciosamente, tentando não transparecer a pontada de desapontamento que eu sentia cada vez que ficava mais informado sobre o assunto. Eu confesso que a novata mexia comigo. Ela parecia saber exatamente o que fazer quando estava perto de mim. E eu gostava disso. Diferente das outras garotas, ela não se esforçava para me agradar. Ela simplesmente me fazia sentir bem. Eu até tinha lidado com a ideia de ela ter ficado com o Ken, pelo que ouvi dizer, eles já se conheciam há mais tempo e eram muito amigos, o que fazia de Kentin o cara que ela mais confiava em Sweet Amoris. Além do mais, eu não acreditava que algo sério poderia haver entre eles, mesmo a conhecendo em pouco tempo, já era nítido o quanto um não tinha absolutamente nada a ver com o outro. Mas com Lysandre era diferente, não somente pra ela, quanto pra mim. Eu não poderia me imaginar envolvido por uma garota que ele gostasse.

 Quando terminou de narrar todos os seus últimos momentos com Jamile, meu amigo estava com um sorriso que ia de ponta a ponta de seu rosto e me olhava como quem esperava alguma congratulação ou alguma palavra de incentivo.

— Eu fico feliz por você – era tudo que eu tinha a dizer.

— Realmente? – ele pareceu decepcionado.

Demorei alguns segundos para me recuperar antes de o responder.

— Sim, só lamento que você esteja tirando do mercado a única garota com gosto musical decente naquela escola – eu dei uma risadinha.

Para meu alívio, ele riu comigo. Conversamos por mais algum tempo, eu procurei evitar esse assunto novamente, mas de alguma maneira, Jamile sempre aparecia na conversa. Ao que tudo indicava, graças a um conselho dela, a relação de Lysandre e do irmão tinha melhorado bastante, e depois, quando mudamos o assunto para falar sobre nosso som, ele leu para mim a letra de uma música que ele tinha acabado de escrever inspirado na noite que ele passara com ela. Ele me questionou se eu aceitaria que ela nos assistisse ensaiar, eu lhe disse que ainda não me sentia a vontade para tocar na frente dela e ele compreendeu. Enfim, eu decidi ir embora. Eu tinha sido pego desprevenido naquela noite, mas no dia seguinte eu estaria mais preparado para aceita-los como um casal.

Quando regressei à minha casa, não pude deixar de apreciar o alívio que a solidão me proporcionava. Arrumei meus materiais para ir à escola no dia seguinte, tomei um banho e pedi um hambúrguer para comer.

Enquanto esperava pela minha comida, eu liguei o notebook à procura de algo interessante. Fiquei surpreso quando abri meu email, havia uma mensagem da Euro Musical, uma das maiores gravadoras do estado. Abri o texto ansioso para saber do que se tratava e fiquei paralisado quando descobri seu conteúdo: era um convite para me tornar guitarrista do grupo Stars from Nightmare, o mesmo grupo em que Debrah cantava.

Dake

— Você acha que ele vai aceitar? – perguntei, enquanto Debrah se encarava no espelho analisando seu traje para uma sessão de fotos que aconteceria dali uma hora.

— Se por um acaso ele não aceitar o convite da gravadora, ele aceitará o meu convite, você sabe que eu sou irrecusável – ela me lançou um olhar malicioso.

Eu sabia o que ela queria dizer. A carreira de Debrah não estava se saindo um sucesso tão grande quanto ela, ou a gravadora, esperavam. A discografia não tinha vendas satisfatórias e ela amargara muitos shows vazios. Várias vezes a Euro Musical cogitara cancelar seu contrato com os Stars from Nightmare, mas bastava uma breve conversa de Debrah com um executivo ou outro da gravadora que de repente, resolviam dar mais uma chance ao grupo e investir mais dinheiro em sua divulgação. Era mais ou menos assim que quase toda semana ela aparecia na capa da Rockstar. Eu nunca a perguntava o que acontecia nessas conversas, mas eu podia imaginar com base no decote enorme que ela colocava nessas ocasiões e na sua insistência em somente se reunir com executivos homens.

— Eu preferiria não ir com você, caso isso seja necessário – eu disse.

— Ah não gatinho, não me diga que está ficando com ciúmes – ela veio até mim e me puxou para si.

— Não é isso – eu disse colocando minhas mãos em sua cintura – estamos viajando há tanto tempo, eu queria ficar quieto em algum lugar por um tempo. Fora que convenhamos, viajar para ir ver o Castiel não é lá muito atraente.

— Eu entendo, mas sem chance de eu deixar você sozinho, eu conheço você – ela se aproximou ainda mais do meu corpo – Vamos lá, gatinho, eu posso recompensar você.

— E como você faria isso?

Ela me empurrou até o sofá que tinha atrás de nós e se colocou no meu colo enquanto me dava um beijo intenso. Eu a senti estremecer enquanto eu acariciava suas coxas e subia minha mão lentamente por seu corpo. Eu a virei contra o sofá, me coloquei sobre ela enquanto tirava sua blusa e comecei a beijar-lhe o corpo inteiro. Eu estava enlouquecido de desejo quando Debrah me empurrou.

— Agora não, temos muita coisa pra fazer – ela disse, enquanto pegava sua roupa para se vestir novamente.

— Você sabe que eu detesto quando você faz isso – eu disse, segurando meu mau humor.

— Só estou te preparando para mais tarde – ela sorriu e foi se olhar novamente no espelho.

Eu fiquei sentado ali mesmo a observando fazer poses e mais poses no espelho. Às vezes, Debrah parecia obcecada, eu não entendia como alguém podia passar tanto tempo olhando para si mesma quando havia tantas coisas bonitas no mundo para se apreciar. Eu, por exemplo.

Quando o fotógrafo a chamou para a sessão, ela fez exatamente os mesmos movimentos que treinara há pouco no camarim. Cada expressão fora tão bem ensaiada, que não dava pra acreditar que ela estava apenas dissimulando para uma câmera.

Passaram-se duas horas, até que a equipe finalmente terminasse de fotografa-la. Fomos a uma lanchonete ali perto comer algo, depois disso, Debrah foi para o nosso apartamento. Ela tinha uma reunião com os outros membros do grupo, ia contar a eles sobre a ideia de convidar Castiel para ser seu novo guitarrista. Como ela tinha me pedido para ficar sozinha com eles, resolvi ir para a praia, o dia não parecia bom para surfar, mas parecia estar propício para garotas, o episódio mais cedo me deixara sedento de belas mulheres.

Retornei para casa por volta das 19h, imaginei que nesse horário a reunião da banda já teria acabado. Dei uma boa olhada no apê quando entrei, parecia vazio. Eu atravessava a sala e ia em direção ao quarto quando ouvi o som de vozes vindas de lá. Eu me aproximei cuidadosamente para não ter o risco de atrapalhar seja lá o que fosse tão importante para que eles estivessem discutindo até agora. A porta do quarto estava meio aberta e fiquei sem reação quando avistei Debrah na cama aos beijos com o baterista.

Eu tinha decidido ir embora dali, quando ouvi John comentar:

— Você sabe que, se ele vier mesmo, poderá ter problemas com o Dake.

— Eu sei, assim que Castiel voltar eu o despacharei. Direi que ainda estou apaixonada por meu antigo namorado – ela respondeu.

— Nossa, você é cruel – ele disse enquanto arrancava a blusa dela.

— Não, meu amor – ela colocou seus braços em volta dele e sorriu – eu sou prática, gosto do que é útil e o Dake, ele não me serve para mais nada.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.



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