Game of Lovers escrita por Jamile James


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal!
O capítulo está um pouquinho maior e eu não planejava demorar tanto pra postá-lo, mas...minha faculdade voltou da greve essa semana e as provas estão chegando. Provavelmente após a semana que vem eu devo regularizar melhor essas postagens.
Enfim, eu espero que gostem, peço que me desculpem caso haja algum erro grotesco de concordância/pronome/repetição excessiva de palavras, eu sempre reviso os capítulos antes de postar, e eu revisei esse agora, mas estou morrendo de sono, então não confio muito nessa revisão que eu fiz e como a semana está apertada, eu não pude deixar pra depois.

Enfim, espero que gostem!



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Kentin

— Você parece estar perturbada – eu observei.

— Não, só estou procurando uma pessoa – Jamile respondeu sem, no entanto, voltar sua atenção para mim ou para o grupo que nos acompanhava.

— Você não deveria se preocupar tanto assim, se quem você procura veio à aula, você encontrará mais cedo ou mais tarde – Armin entrou na conversa.

— Provavelmente, mas é que nesse caso... – ela dizia quando eu a interrompi.

— Você está ansiosa – diagnostiquei – eu não te vejo assim desde que...

— Pois é, ele está na cidade – a garota afirmou antes mesmo que eu terminasse a minha fala.

Eu a respondi com um olhar de cumplicidade. Não podia negar o orgulho que sentira da nossa relação quando percebi que nos conhecíamos tão bem que precisávamos de pouco para entender um ao outro. Porém, naquele momento não estávamos a sós, e aqueles que nos cercavam não eram tão íntimos quanto nós dois.

— De quem vocês estão falando? – Rosalya perguntou.

— Do meu ex-namorado – Jamile fitava com melancolia um dos armários que emoldurava as paredes do corredor principal da escola.

— Ah, ele estudará aqui conosco? – Alexy finalmente pareceu se interessar pela conversa.

— Por favor, diga que não serei obrigado... – eu reclamei, o simples fato de me imaginar convivendo com um cara do estilo de Dake me causava náuseas.

Eu nunca chegara a conhecer o “companheiro” – se é que se pode dizer que ele servia de alguma companhia pra alguém – da minha melhor amiga pessoalmente. Porém, todos os problemas que ele causara já eram suficientes para eu ter uma ideia do tipo: um desocupado, financiado pelos pais, mimado e metido a galã.

— Não. Ele só está de passagem pela cidade, e é para falar com outro aluno dessa escola – a menina de longos cabelos escuros me tranquilizou.

— E seria esse o aluno que você está procurando? – Armin questionou e ela assentiu procurando mais uma vez entre os adolescentes que transitavam de um lado para o outro, aquele que lhe chamava tanta atenção.

— E para quê ele viria falar com alguém daqui? – eu quis saber intrigado.

— Ele veio atrás do ex da namorada dele, que por ironia do destino também estuda aqui – Jamile não conseguia esconder sua inquietação. Eu me perguntava se aquilo era por causa de rever seu amor do passado ou se havia algo a mais.

— E o que você tem a ver com isso? – indaguei.

— É complicado – ela se limitou a dizer.

— Bem, por que não diz pra gente quem você procura? Se o encontrarmos por aí dizemos que você está atrás dele – Armin ofereceu.

— Eu agradeço, mas acho que já expus demais dessa história para vocês. Vou dar uma volta pelo prédio para ver se eu o encontro, falamos mais tarde – Jamile acenou para nós e partiu em direção à escadaria.

— Ela parece muito preocupada – Rosa comentou.

— Dake é um assunto difícil para ela – eu disse.

— Dake? – ouvi a garota interpelar.

— É o nome do projeto de homem que ela namorou – eu balancei a cabeça negativamente.

— Pelo visto ela não é a única a considera-lo uma pessoa de pouca estima – Alexy observou.

— Ele a machucou muito... De uma maneira me enoja – eu repudiei.

— Se você diz, eu já estou convencido, também não gosto desse Jake – Armin deu seu julgamento final com um largo sorriso no rosto.

Eu e Lex trocamos um olhar de divertimento enquanto Rosalya ria com a desatenção do colega. Continuamos a conversar por alguns minutos, até que a voz da diretora invadiu as caixas de som espalhadas por Sweet Amoris para anunciar que haveria uma reunião de urgência na sala dos professores e, por conseguinte, as aulas estariam suspensas pelo restante do dia.

Fiquei satisfeito quando meus amigos me convidaram para ir ao shopping após a aula. Apesar de esse tipo de passeio não ser do meu feitio, eu precisaria ir às lojas de qualquer maneira esta semana – eu havia decidido presentear Jamile – e não poderia reclamar de ter a companhia deles para isso. Não demorou muito para que estivéssemos reunidos na porta da escola: a Violette já nos esperava no ponto de ônibus que havia em frente a Sweet Amoris. Apesar do lugar não ser muito longe, também não era favorável caminhar até lá.

Chegamos cerca de 30 minutos após termos sido liberados. Aguentei as críticas que os “estilistas” que me acompanhavam fizeram à calça militar que eu usava diariamente e depois, me afastei com Armin quando ele quis visitar a loja de jogos enquanto os outros ainda experimentavam trajes nos closets.

— Eu não acho nada interessante aqui – disse ele depois de algum tempo analisando as prateleiras de games.

— Ei, esse Final Fantasy XV não é o que lançaram recentemente? – eu perguntei quando encontrei um disco no final de uma carreira vazia.

— Deixe-me ver – ele veio até mim – é esse mesmo, eu não acredito! É o último!

— Acho que é seu dia de sorte, você só levará esse?

— É claro, olhe o preço... 179 reais, eu ficarei meses sem poder comprar outro desse jeito – ele lamentou e sorriu – mas é o Final Fantasy XV, valerá a pena.

— Vamos então?

— Você não se interessou por nada?

— Não, eu só vim para não ficar sozinho com aqueles loucos querendo mudar meu estilo – brinquei – Eu preciso comprar um presente, se você puder vir comigo antes de voltarmos para encontrar os outros...

— Tudo bem – ele respondeu e se virou a caminho do caixa.

Quando saímos Armin me seguia radiante, estava ansioso para chegar a sua casa e explorar sua nova preciosidade no PS4. Descemos as escadas que levavam para o primeiro andar do shopping, contornamos uma região circular reservada para um evento sobre alguma série que eu não conhecia e seguimos para um corredor que terminava numa pequena loja de pelúcias artesanais.

— O que você quer aqui? – ele perguntou quando entramos.

— Eu lhe disse que compraria um presente.

— Eu não imaginei que procurava algo para uma criança.

— É para a Jamile.

— Ela gosta de coisas assim? – ele pegou um urso marrom segurando um coração escrito “Gosto muito de você” e me mostrou – Se sim, me avise que eu já compro um também.

— E por que você compraria algo do tipo?

— Uai, está lhe dando algo, pensei que fosse aniversário dela. Seria bom se falássemos com mais pessoas, eu acho que ela ficaria feliz se visse que tem mais gente que se importa com ela na cidade.

— Não... – respondi um pouco confuso, tinha algo estranho na forma como Armin falava – Ela já fez aniversário esse ano, eu só quero lhe presentear.

— Ah! – ele fez uma pausa – Pensei que vocês não tivessem nada.

— Não temos, mas eu ainda não desisti.

— Entendo – ele disse distraído – Então, qual deles?

— Nenhum – respondi e fui até o fundo da loja.

Parei em frente a uma vitrine onde havia várias caixinhas decoradas. Eu as avaliei por um tempo, até que meus olhos se bateram com uma delas ilustrada com um ambiente polar. Pedi à vendedora para que a abrisse, assim que a caixa se abriu um casal de pandas que se abraçavam rodopiou suavemente para cima e parou há cerca de três centímetros da base.

Eu sorri imediatamente com a lembrança que o objeto me trouxe. O nome daquele tipo de decoração era Portcuore e havia sido o primeiro presente que Jamile me dera quando tínhamos dez anos. Eu o ganhara como prêmio por ter buscado sua boneca que caíra numa correnteza. A garota ainda não sabia nadar na época – e arrisco dizer que não aprendera até hoje.

— Por que está me olhando assim? – ela perguntara irritada depois de me dar a caixinha que guardava dois lobos uivando em seu interior.

— Nada. Só não sei como reagir a essas coisas de menina – eu respondi com toda a insolência que uma criança poderia ter.

— Coisas de menina? – ela ficou ainda mais nervosa e se afastou a passos largos.

— Jamile, espere! – a mocinha para me olhar quando eu a chamei – Eu gostei, obrigado.

Ela sorriu, mas não foi suficiente, logo em seguida se virou e foi embora.

 “Meninas...”, eu me lembro de ter pensado, confuso enquanto a assistia se distanciar.

Quem diria que anos depois seria eu quem voltaria a fazer uma dessas “coisas de menina”?

— Eu quero essa – eu disse à mulher de cabelos azuis e pele morena que me atendia.

— Você está falando sério? – Armin se manifestou atrás de mim, eu não sabia dizer se ele estava surpreso ou se zombava da minha escolha.

— Estou sim.

— Cara, você tem certeza? – ele riu.

— Você não iria entender – eu dei de ombros.

— É, só não se sinta mal se depois ela te disser que não gostou...

Eu fiquei calado e finalizei a compra. Assim que saímos, encontramos com os outros na praça de alimentação, pedimos uma pizza e conversamos até o anoitecer. Quando voltei para casa naquele dia, estava um pouco ansioso para saber se meu presente também remeteria Jamile à nossa infância, mas acima de tudo, o que eu sentia antes de dormir era satisfação. Estar com meus amigos era tudo que eu precisava.

Dake

— Posso saber onde você está? – a garota parecia estar prestes a explodir no telefone.

— Calma meu amor, eu não sabia que você era tão controladora – eu não podia negar que me divertia toda vez que Debrah tinha um dos seus típicos ataques.

— Por favor, Dake, não me faça perder a paciência com você – ela respirou – num instante você não quer viajar comigo e no outro você simplesmente desaparece da cidade.

— Eu não queria viajar com você para ir atrás do Castiel – eu sorri ao pensar na ironia da situação: eu havia abandonado minha namorada justamente para ir atrás do ex dela – Mas surgiu uma emergência de última hora.

— E que tipo de emergência é mais importante do que eu?

— Nenhuma. É por você que estou aqui, gata. Meu pai me pediu para que conversasse com alguns de seus amigos, pessoas de influência que podem te colocar de volta no topo – menti.

— É mesmo? E como está indo? – de repente, ela pareceu animada.

— Está tudo nos conformes, você sabe que sou muito persuasivo. Não que eu precise me esforçar, já que vender você é a coisa mais fácil que existe.

— Ah, gatinho! Você sempre 

sabe o que dizer.

— Não fique muito romântica, eu detestaria se você perdesse seu fogo – provoquei – E com o seu futuro guitarrista, como vão as coisas?

— Castiel ainda não respondeu – ela bufou – eu pensei que isso seria mais rápido, mas eu lhe darei mais algumas semanas antes de desandar daqui até Ville Kiss atrás dele. Não quero que pense que estamos desesperados.

— Entendi. Me avise se precisar de ajuda nesse assunto.

— Claro, mas acho que excepcionalmente nesse caso meus talentos de convencimento serão mais adequados do que os seus – ela riu.

— Eu não duvido da sua capacidade. Meu amor, eu tenho uma reunião em cinco minutos, será que podemos falar mais tarde?

— Podemos, boa sorte, gato! – ela disse e desligou a chamada.

Eu não tinha exatamente uma reunião, mas logo pretendia encontrar uma pessoa naquela noite. Depois de ouvir da boca da própria Debrah que ela me considerava um inútil, eu decidi vir até a cidade convencer Castiel a não aceitar a se juntar ao grupo dela. Eu já tinha ouvido o rapaz tocar antes e era obrigado a admitir que ele possuía talento, talvez talento suficiente para resgatar a carreira musical da minha “amada” namorada.

Essa expectativa me desagradava um pouco. Eu queria que ela se arrependesse de me tratar como um brinquedo, que aprendesse que eu não era o tipo de cara que ela usaria e descartaria quando entendesse. Desde o dia em que saímos pela primeira vez, eu deixei claro a aquela vadia que seria eu quem daria as cartas e que não estava interessado em seus joguinhos fúteis. Aparentemente, ela não tinha me ouvido e, por isso, iria pagar pelo seu erro.

No entanto, eu não contava, é claro, que dentre todas as pessoas do mundo eu toparia com Jamile em Ville Kiss. Pensando agora, eu não deveria estar tão surpreso, já que a família dela nunca parava num lugar só. Vê-la foi diferente para mim. Do meu modo – um modo que ela nunca poderá entender – eu realmente gostei dela e, pelo menos enquanto nós morávamos perto um do outro, eu fui fiel ao nosso relacionamento.

Mesmo depois que ela se foi, minha intenção nunca foi magoá-la. É verdade que eu nunca considerei ficar com outras pessoas traição. Não entendia como alguém poderia se sentir enganado por um ser humano quando este só estava seguindo seus próprios instintos, aos desejos do seu corpo. Traição para mim não poderia ser física, mas sim sentimental, era quando te faziam acreditar que se é amado, quando na verdade não significa nada. Mas Jamile encarava as coisas de forma diferente e eu a respeitei. Não houve um instante sequer que eu tenha deixado de me importar com ela.

Por isso, eu evitava ter muito contato com outras mulheres. Porque apesar das minhas próprias opiniões, eu sabia que se me envolvesse com qualquer outra pessoa ela se magoaria. Todo esse cuidado e atenção se transformaram em ódio rapidamente quando a garota simplesmente me chutou sem mais nem menos. Eu fiquei os últimos meses procurando sem sucesso alguma razão para ela ter me dispensado.

Precisei de uma viagem à cidade do ex da minha namorada para descobrir que a razão era Debrah. Nunca esteve nos meus planos “trair”, muito menos trocar Jamile pela egocêntrica que eu dizia amar atualmente. Mas quando eu conheci a nova pupila de meu pai, ela estava disposta a me oferecer uma coisa que minha antiga companheira definitivamente não queria me proporcionar na época: sexo. Eu estava ansioso para conhecer os prazeres de uma mulher, e tinha encontrado alguém a fim de me ajudar, e como todos os outros homens que cruzavam o caminho de Debrah eu não pude resistir.

É claro, que logo em seguida eu me arrependi, mas já era tarde demais, e dentre todas as opções, eu escolhi continuar enquanto a garota com quem eu realmente queria estar não se entregasse para mim. Nós terminamos cedo demais, e então tudo o que me restava era o projeto de estrela que cantava no Stars from Nightmare, e confesso que foi muito fácil – demais para meu gosto – tira-la do seu namoradinho de colegial.

Eu precisava conversar com Jamile a sós, talvez ao menos esclarecer tudo o que aconteceu entre nós. Fiquei satisfeito quando descobri que Lucia – sua mãe – ainda tinha o mesmo número de celular. Minha ex-sogra pareceu satisfeita em me passar o endereço deles, eu e ela sempre tivemos uma boa relação. E era justamente para essa casa que eu dirigia agora.

— Olha só quem está aqui! – disse Agatha, assim que a abriu a porta do apartamento.

Agatha era tia de Jamile e estava sempre surpreendendo a família com atitudes inusitadas. Mas isso era fácil para qualquer um perceber depois de ela ter pintado o cabelo de magenta e colocado lentes da mesma cor nos olhos: um estilo interessante para meninas da idade da sobrinha, mas sem dúvida questionável em uma senhora de 40 anos!

— Ah, olá! Eu vim falar com a Jamile, ela está?

— Claro! Entre Dake, Lucia vai adorar vê-lo aqui! – ela respondeu com um entusiasmo assustadoramente exagerado – Lu! Adivinha quem bateu na sua porta?

— Oh, Dake! – a senhora que estava sentada no sofá se levantou para me abraçar – seja bem vindo. Fiquei feliz quando me ligou.

— Eu também fiquei quando soube que teria a oportunidade de rever todos vocês. Onde está Philippe? – eu perguntei entrando na sala de estar, ele nunca gostara muito de mim.

— Ainda no trabalho. Por favor, sente-se – ela me indicou uma poltrona que ficava diretamente virada para a tv – Agatha, vá buscar minha filha.

— Claro – a cabeleira colorida se levantou e foi até as escadas – Jamile! Você tem visita – gritou.

Poucos segundos depois, a moça desceu rapidamente as escadas e caminhou lentamente até onde estávamos para checar quem havia vindo falar com ela. Seu andar era calejado, parecia preocupada com alguma coisa. Quando me viu ela não pareceu esboçar nenhuma reação, olhou rapidamente para os rostos sorridentes da tia e da mãe e de uma forma que eu não esperava, ela também sorriu.

— Dake, quanto tempo!

— Surpresa? Eu sabia que mais cedo ou mais tarde vocês ficariam juntos novamente – Agatha comentou.

— Calma, eles ainda têm muito para conversar – Lucia interviu – Filha, por que não o leva para fazer um passeio pela cidade?

— Eu acho essa uma ótima ideia – incentivei.

Jamile assentiu e nos pediu para que a esperássemos se trocar. Após dez minutos, ela descera novamente vestindo um short jeans e uma regata branca que possuía um pequeno decote. Estava linda.

— Venha – ela disse.

— Então, para onde quer me levar? – eu perguntei assim que saímos de sua casa.

— O que você quer? – ela perguntou irritada, parecia ter segurado aquela emoção por tempo demais.

— Eu quero conversar, explicar...

— Explicar o quê? Você acha mesmo que eu preciso de explicações?

— Não – reconheci – mas quero que saiba o que eu vim fazer aqui.

— Veio atrás do Castiel.

— Sim, mas eu não vim pela Debrah, eu vim para evitar que ela o enganasse novamente.

— Ah, que bonita a sua boa ação – ela ironizou.

— Não é uma boa ação, por favor, vamos achar um lugar para conversar – supliquei.

— Aquela lanchonete em que vocês brigaram, é aqui perto. Vamos pra lá.

Depois de dobrarmos três ruas, encontramos a lanchonete que ficava quase ao lado de Sweet Amoris. Escolhemos uma das mesas que ficava fora do ambiente interno do estabelecimento e nos sentamos.

— Por que você não ia querer o Castiel no grupo da Debrah? Ciúmes? – ela quebrou o silêncio que se arrastava.

— Não – respondi secamente – você sabe que não sou esse tipo de pessoa. A Debrah precisa dele para levantar a carreira dela novamente, eu farei de tudo para que isso não aconteça.

— E por quê?

— Porque ela me enganou, achou que poderia brincar comigo como faz com todos os outros.

— Então quer se vingar? – Jamile riu.

— Você... – eu comecei.

— Acha mesmo que está em condições de discutir comigo? – ela rebateu antes mesmo que eu dissesse algo.

— Só quero que saiba que eu não estou aqui por querer o mal dele.

— Não foi o que parecia naquela cena que fizeram ontem – ela me encarou – discutindo no meio da rua. Imagino que tipo de provocações vocês não trocaram.

— Ontem foi um erro – eu começava a me estressar – não pode me julgar somente pelos meus erros.

— Você me traiu com outra garota e agora você trai sua namorada novamente tentando sabota-la – ela disse como se aquilo a divertisse.

— Não seja hipócrita! – acusei – Tudo que você não quer é que Debrah tenha sucesso, principalmente se for a custo do cara que ela traía enquanto estava com o seu namorado.

— No entanto, não me esforçarei para tirar essa oportunidade dele – ela respondeu depois de uma pausa.

— Do que está falando?

— Quando soube da proposta que haviam feito a ele, eu confesso ter ficado irada. Castiel merece saber a verdade sobre tudo antes de decidir alguma coisa. Mas é só. Se depois disso ele ainda quiser ir com ela, eu só posso torcer para que ele seja feliz.

— Você não está sendo sensata. Ele não receberá o devido reconhecimento trabalhando com ela!

— Eu acho que é ele quem deve chegar a essa constatação sozinho, ninguém mais pode interferir.

— Jamile...

— Deixe-o em paz, se não quer mesmo fazer mal a ele, deixe-o. Saia da cidade e, por favor, me deixe em paz também.

— Eu não falarei mais com ele – menti.

— Obrigada – ela sorriu – acho que agora já podemos encerrar essa conversa – ela se levantou.

— Espere! – eu agarrei o seu braço – Tem outra coisa que eu gostaria de lhe dizer.

— Não estou interessada – ela tentou se soltar, mas eu a segurei.

— Sobre nós dois, me escute. Eu nunca quis fazer aquilo com você – contornei a mesa e me coloquei à frente dela – você foi a melhor pessoa que eu já namorei, a última coisa que eu queria era te magoar.

— Mas magoou, vamos virar a página – ela tentou sair mais uma vez – me solta.

— Eu...e-eu amava você. E quando nos reencontramos... tudo isso que está acontecendo – eu fui em direção a ela que acabou encostada contra a parede da lanchonete – percebi que meus sentimentos nunca 

acabaram.

 Aproximei meus lábios de seu rosto e senti a excitação de ter seu corpo ali tão próximo do meu.

— Saia de cima de mim! - ela protestou.

— Você tem certeza de que é isso que você quer? – sussurrei.

— Saia agora! – ela tentou me empurrar sem sucesso.

— Não precisa relutar tanto, eu sei que gosta disso tanto quanto eu – levei meus lábios aos dela para beijá-la.

De repente, alguém me puxou para trás e eu senti um punho atravessar o meu rosto. Recuei dois passos e tentei me apoiar em uma das mesas que nos rodeavam.

— Eu poderia me defender sozinha – disse Jamile enquanto eu me recuperava da dor.

— De nada – uma voz familiar respondeu.

— Obrigada, e desculpe por mais esse estresse.

— Não se preocupe, eu estou querendo fazer isso desde o dia em que o conheci – Castiel estava parado na minha frente fitando algum ponto vazio ao lado da garota.

Assim que a dor diminuiu, eu me recompus. No mesmo instante, o rapaz ruivo voltou sua atenção para mim esperando que eu revidasse. Mas eu não tinha a intenção, apesar de ele ter interrompido meu momento de vitória esta noite, eu teria outra oportunidade. Encarei Jamile e me despedi:

— Tudo o que lhe falei é verdade, e eu provarei isto – dei-lhes as costas e fui buscar meu carro.

Eu tinha coisas a acertar, principalmente a partir desse dia, quando decidi que deveria ficar na cidade.


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Notas finais do capítulo

Eu estou aberta a feedback, então qualquer coisa que incomodarem vocês e etc, críticas construtivas eu ficarei muito feliz em recebê-las seja por aqui, ou seja por mensagem ou por qualquer meio que quiserem.

Isso é tudo, espero que tenham aproveitado o capítulo ♥



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