O Preço da Ambição escrita por Paloma Melo


Capítulo 18
Capítulo 18




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A noite fria cai sobre a cidade, as famílias se reúnem para comemorar o Natal, cada casa há pelo menos uma árvore colorida e luzes iluminando-as anunciado tal evento, momento em que muitos aproveitam para reencontrar alguém que mora tão longe, abraçar e festejar. Othon olha em outras casas e através das janelas transparente vê algo nunca teve na vida, esse algo que o transformou no que é hoje, um homem solitário, esse ser humano que guarda por 37 anos todas as mágoas de alguém que é pobre de atenção, amor, carinho e compreensão. Arianna sabe o quão é difícil para seu pai o fato dele nunca ter tido uma família, porém ela também não teve, viveu 10 anos apenas com seu pai e sua mãe e mais ninguém, ambos faziam de tudo por ela, porém aquilo não era o suficiente, chegava na escola depois de longos meses de férias, ouvia os amigos contar experiências na casa de seus avós, tios e primos, então uma tristeza batia em seu peito, ela sabia que nunca teria uma vida assim. Rúbia e Ohana conversavam enquanto a morena segurava o pequeno Matteo, ambas falavam alegremente sobre algo de moda, porém ao virar a cabeça, a irmã de Othon encarou o rapaz e cutucou a loira.

— Vá lá com ele. - Disse a moça.

— Mais o que ele faz ali sozinho? Os homens estão tomando vinho em frente a lareira. - A loira estranhou o comportamento de Othon.

— Nunca tivemos um natal assim, ele talvez esteja deslocado. - Ohana abaixa a cabeça e fala baixo.

Um pouco assustada com a confissão dela, Rúbia decide ir falar com Othon. Ohana estava feliz pela primeira vez também, já que nunca imaginou ter tantas surpresas assim em apenas um dia, sentada e brincando com o seu pequeno, nem se deu conta do quanto Bryan a admirava de longe. Sorrindo sem parar ele decide ir até ela e a beija por todo o seu pescoço, ela sorri e o pequeno também.

— Olha papai, estou amando você e mamãe juntos. - Diz o homem com voz de criança.

— E será assim para sempre. - Ela o olha.

— Para sempre. - Ele faz o mesmo com ela.

Na área externa da casa Othon estava deitado sob o colo de Rúbia que acariciava seus cabelos negros, apesar de ser um baita homão, a carência era de um menino sonhador. Ele levanta o olhar e seus olhos se encontram com o dela, ah, que troca de sentimentos sem uma palavra dita, aquele é o diálogo mais sincero que existe entre duas pessoas. Os rostos se aproxima lentamente e o coração bate como uma fera enjaulada, aquele sentimento preso na cela do medo. Por fim os lábios se tocam, dando alívio ao coração, que delícia! Liberar tudo isso que se prende dentro de um medo bobo, como é bom amar, como é bom viver o amor na noite de natal.

— AEEEEEEEW, ALELUIAAA, AAALELUIAAAA... UHUUUL, LINDOS, LINDOS... - O casal é interrompido por gritos e assovios.

— Sobre esse beijo... Digno de cinema. - Brinca Paco, abraçado com Arianna.

— E sobre esse abraço... Digno de um murro na sua cara, solta a minha filha. - Diz Othon todo ciumento.

— Credo pai, ele só está me abraçando. - Arianna revira os olhos.

— Abraço baixo demais né, olha onde está a mão dele. - Aponta o homem.

Todos riram quando Paco se tocou e tirou a mão rapidinho, das laterais do quadril da menina, Othon e Rúbia se olham novamente e dão um selinho rápido, as meninas soltam suspiros e saem correndo fugindo da loira, os homens riem da cena e negam com a cabeça. Othon se junta aos outros rapazes, esses que começaram a zoar o empresário. Rúbia olhou de relance e sorriu, era isso que ela queria, ele com todos. A música iniciou e agora sim a festa rola solta naquela casa, todos rindo, se divertindo e brincando, claro que quando a felicidade demais, os olhos da inveja se incomoda, do outro lado da rua estava um belo carro parado e olhando para casa, os vidros camuflados com a cor do carro, dificultando a identificação do motorista a bordo. Paco e Arianna olharam aquele veículo ali, em seguida se olharam.

— Nossa, você tinha visto aquele carro ali? - Perguntou a menina.

— Eu não. - Respondeu o rapaz.

— Eu tenho uma leve impressão de que o conheço. - Ressalta Arianna.

— Tive a mesma impressão. - Concordou o rapaz.

Os dois logo esquecem e voltam a atenção para os outros da casa, em seguida o carro já não está mais lá, Rúbia que estava abraçada com Othon conversando com os amigos, sente um aperto no peito e chega a fechar os olhos, perdendo o equilíbrio. Todos se assustam e correm até ela que logo abre os olhos dizendo estar bem.


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