Photoshoots escrita por Yusagi


Capítulo 7
Fiasco: O Round 2!


Notas iniciais do capítulo

Uhuuuul! Atualizei rápido né? Que coisa, até eu tô surpresa... eu disse que reviews me fazem escrever mais rápido =P Mas esse cap é mais curto por que eu acabei dividindo ele em dois... o que significa que ao invés de essa história ter 10 caps ela vai ter 11 xD
Mas esquece isso por enquanto; vamos à história!



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- Ei, eu sei que sou gostoso, mas se quer olhar tanto é melhor tirar uma foto.- Os olhos de Miguel se arregalaram um pouco com a frase. Estava tão distante com seus pensamentos que nem havia percebido que olhava o loiro por um longo tempo. – Eu não tava te olhando. Foi acidente eu tá olhando na sua direção.- O loiro sorriu de leve e continuou a comer. Havia comprado dois sanduíches naturais de atum, mais um de frango, um pedaço de bolo de chocolate, um cappuccino e dois copos de suco de laranja – bom, ele estava mesmo faminto e já estava na metade do segundo sanduíche (se bem que ele comia bastante mesmo sem fome). Miguel, ao contrário dele, só havia pedido uma limonada e um pedaço de torta de frango. O Uchiha se perguntava, maravilhado, como alguém poderia comer tanto e ter um corpo tão bonito. Claro, não era como se Miguel estivesse com humor pra comer já que só de pensar em seu pai já lhe virava o estômago.

Miguel soltou um suspiro; talvez Ikki entenderia seus problemas de família o invés de sair correndo pra tão longe que o Uchiha teria que usar um telescópio para enxergá-lo. É, ele estava preocupado assim. – Dobe.

- Hum?

- Eu não caí do skate.- O loiro sorriu. – Certo. O que aconteceu então?

- Foi o meu pai.- Ikki se assustou um pouco. – Seu pai? Por que?- Miguel fez uma longa pausa, procurando as palavras certas pra explicar. – É meio complicado... eu nasci no Japão, mas a minha mãe é brasileira. Meu pai sempre foi violento, eu nunca descobri o porquê. Esses tempos atrás meu pai decidiu que a gente viria pra cá; ele deve ter arranjado alguma briga por lá ou coisa do tipo... mas enfim, ele não gosta nem um pouco de mim; nunca gostou. Nunca me disse o porquê também.

Ikki apertou os dentes de leve – discutir não adiantaria nada, mas o loiro quase teve vontade de meter uma bala na cabeça do desnaturado do pai de Miguel. O loiro esperou um pouco pra ver se o Uchiha falaria mais alguma coisa, mas tudo que recebeu foi um olhar triste e apenas um pouco conformado. Ikki franziu as sobrancelhas de preocupação – Miguel era um desgraçado egocêntrico; ele nunca perderia a chance de se aproveitar do loiro, mas parecia tão sem vida que era quase irreconhecível. – Eeeei! Vamo lá, faz cara de feliz. Você é um casa sortudo, é muito difícil conseguir um encontro comigo.- Miguel corou de leve. – Um encontro?

- É. Um encontro.- A expressão de Ikki chegava a ser medonha – era a coisa mas fofa que Miguel já havia visto, mas ao mesmo tempo parecia dizer, ‘se discutir você morre’. – OK... um encontro.

- Ótimo! Depois de terminar aqui a gente vai dar uma volta.- O Uchiha achou melhor simplesmente concordar com o loiro – ele nunca colocaria sua vida em risco por algo assim. E ele não estava, algumas poucas horas atrás, tentando molestar o loiro? Um encontro não seria tão ruim.

Caramba, verdade, eu tava molestando o coitado. Nem sei porque fiz aquilo. Acho que acertaram a minha cabeça com alguma coisa pesada... tipo um elefante. Um arrepio se apossou do corpo de Miguel – isso não teria sido nada bonito... um elefante na cabeça dele. Credo.

Miguel estava, em uma palavra, assustado. Normalmente ele leria Ikki como fazia com um livro, mas dessa vez o Uchiha não sabia o que o loiro pensava. Terminaram de comer, pagaram e saíram e silêncio; todo o tempo Ikki pensando no que poderiam fazer. Quando passaram em frente a uma locadora, teve uma idéia. – Gosta de filmes de terror?

-

Miguel apertou os dentes; sobrancelhas juntas e mãos cerradas em punhos, descansando em seu colo. Por que ele concordou em assistir essa porcaria estava além de sua compreensão. Ele mal se assustava com esses filmes, e na verdade nem gostava muito de filmes em geral – mas Ikki parecia o oposto. O garoto parecia tão assustado quanto um gato prestes a entrar na água e mesmo assim não parava o filme nem agarrava Miguel pra se acalmar (o que deixava o Uchiha extremamente bravo). Ele tentava o máximo que podia se segurar pra não puxar o loiro pra si, o que provava ser mais difícil que pensava. A vontade não passava – o loiro era fofo demais, e o fato de que eles estavam no quarto do loiro, sentados numa espaçosa e confortável cama não facilitava muito as coisas. – Umm... Migueeel... você pode, é... sabe...- Ah Deus me diga que ouviu minhas orações! – Pegar refrigerante pra mim? Por favor?

- O QUÊ?!- Miguel rapidamente cobriu a boca, tossindo fortemente. – Uh, desculpa, algo ficou preso na minha garganta. Disse que queria um refri?- Ikki balançou a cabeça em afirmativo, e Miguel praguejou mentalmente. – Ta, eu vou lá pegar.

- Só não demora muito...-, disse o loiro com um leve bico.

Miguel foi até a cozinha, onde Victoria preparava algo no fogão. – Onde tem refrigerante?- A garota pensou por um instante e abriu a geladeira para pegar a bebida, mas antes de entregá-la olhou-o de modo suspeito. – Já teve alguma ação?- O Uchiha suspirou. – Não. Seu irmão ta preocupado demais com o filme pra lembrar que eu existo.

- Então faz ele lembrar.

- Falando assim parece fácil. Como eu faço isso?- Victoria soltou um sorriso do que tipo que dava quando estava pensando em algo. – Você tem que ser mais amigável com ele. A gente não quer que ele pense que você é um idiota sem sentimentos, quer?

- Ele já pensa isso... dava pra me dar mais detalhes?-, disse ele enquanto rolava os olhos. – Hn. A ingratidão é sinal de orgulho, que é sinal que você tem algum distúrbio estranho de narcisismo. Agora vamos ao que interessa... é exatamente o que eu disse; você tem que ser mais amigável com ele, mais carinhoso, como se vocês estivessem namorando ou como se ele fosse o seu bichinho de estimação. Entendeu?- Miguel suspirou pela vigésima vez naquele dia – não sabia o que era pior, se era Victoria dando uma de psicóloga ou se era a garota falando o óbvio. Pegou o refrigerante e se pôs a subir as escadas novamente.

Miguel era, na verdade, uma pessoa muito impaciente. Gostava que as coisas fossem feitas logo, sem titubear, algo que ele provavelmente absorveu do pai. Não era como se ele fosse esquentadinho, não, ele era apenas muito, extremamente, totalmente impaciente – o irritava o fato de que coisas que demoravam pra ser feitas normalmente ficavam complicadas depois de um tempo. É, ele não gostava de coisas complicadas – faziam-no pensar, e ele pensando não era algo bom... a mente de Miguel iria vagar longe, como se ele nem estivesse pensando em nada antes daquilo. Coisas como jogar Sudoku, ou jogar RPG, ou até mesmo quebra-cabeças – Miguel os detestava; eles eram a definição de complicado, e eram um completa perda de tempo.

Mas Ikki… Ikki era mais que complicado. Se não o conhecesse, Miguel diria que a coisa mais fácil seria entender o loiro, mas o Uzumaki era uma pessoa tão simples que acabava sendo complexo. Confuso? Explicando de outra maneira, se Miguel ficasse tentando compreender o Uzumaki, seu cérebro derreteria nos primeiros cinco minutos – e cinco ainda seria muito.

Frustrante, e estúpido.

Miguel achou que seria fácil ficar com Ikki depois de voltar ao filme – colocar um braço no ombro dele, puxá-lo pra perto, deixar a coisa acontecer – e essa idéia só ficou mais forte depois que Ikki saiu correndo do quarto gritando o nome de Miguel e o Uchiha quase jogou o refrigerante contra a parede, sendo pego de surpresa. Ikki jogou os braços envolta de Miguel dizendo algo sobre ele nunca mais deixá-lo sozinho ou os monstros o comeriam.

Miguel adoraria ser esse monstro.

Voltando ao tópico principal, Miguel era impaciente, e esse fato o deixava louco já que Ikki ‘se esquivava’ de todos os seus ‘ataques’ (significando que, ou o loiro ignorou todos os avanços de Miguel, ou o loiro era simplesmente denso demais pra enxergá-los). O Uchiha estava ficando sem idéias. Havia tentado de tudo – fazer comentários assustadores em algumas partes do filme; dizer a Ikki que ouviu algo vindo da janela; dizer que viu algo na janela – pensou que assim Ikki ficaria assustado e, como num desses filmes clichês, o loiro pularia no colo dele como se tivessem acabado de se casar.

Novamente, frustrante… e estúpido.

Não apenas não havia conseguido; agora Ikki achava que ele era retardado. Que droga, tudo que Miguel queria era um beijinho (muito mais, se tivesse a chance), mas Ikki mostrava que todos seus esforços eram inúteis. O Uchiha estava cansado de pensar em técnicas, e de fazer planinhos do mal – desistiu, era isso. Deixaria sua fantasia correr solta quando chegasse em casa, mas naquele momento iria relaxar e curtir o filme.

Quer dizer, se o filme ainda estivesse passando.

Tinha ficado tão preocupado com conseguir o loiro pra si que esqueceu totalmente do filme e não iria poder curtir nem isso – ah, destino cruel. – Hooo! Esse filme deu muito medo! Acho que não vou conseguir dormir uns três dias seguidos.-, disse o loiro fazendo bico. Miguel grunhiu, bravo demais pra se importar, e recebeu uma leve pancada no ombro. – Seu macaco-prego! Me deixou ainda mais assustado com aqueles comentários! Não tem nada na minha janela!

Como se estivesse esperando um sinal, a janela começou a se mover pra frente e pra trás, batendo com força na parede enquanto uma estranha silhueta se formava lá fora. Ikki gritou e pulou no colo de Miguel, assustado demais pra perceber que era só o vento. – Uwaaahaaaa! Eu não quero morreeeer! Eu sou jovem demais, bonito demais pra morrer! Me salva, Miguel~!- O Uchiha apertou os dentes – ainda estava bravo, mas pelo menos iria tomar vantagem do medo do loiro. – Ah, a coisa vai embora se você fingir que ela não ta lá.

- E como é que eu faço isso?!- Ahh, mas era isso que eu queria ouvir., pensou. – Eu posso te ajudar com isso.- Antes que Ikki pudesse – e ele iria mesmo – dizer algo pra quebrar o clima, seu rosto foi levantado por uma das mãos de Miguel, que juntou seus lábios. Ikki fechou os olhos devagar; a ação repentina fez os batimentos rápidos de seu coração mudarem de medo pra algo mais.

A língua do Uchiha acariciou os lábios de Ikki antes de adentrar sua boca; as mãos do loiro subindo até os ombros de Miguel apertando de leve. Enquanto se beijavam, Miguel soltou um suspiro que, pra variar, era de alívio – era quase como se um peso tivesse sido tirado de seus ombros e ele estivesse no paraíso. Deitou Ikki na cama, se esgueirando por entre as pernas do loiro enquanto o beijo ficava mais profundo; os dedos de Ikki grudando no cabelo de Miguel enquanto o puxava pra mais perto.

As mãos de Miguel levantaram a camisa do loiro, acariciando a pele de leve fazendo Ikki arrepiar-se. Continuou com o beijo, tentando tirar o fôlego do Uzumaki, e quando finalmente conseguiu, sua boca encontrou o maxilar e então o pescoço apetitoso. Ikki deixou escapar um leve grunhido quando Miguel lambeu de leve a pele sensível pra depois dar um beijo e chupar.

Um sinal tocou dentro da cabeça do loiro e Miguel saiu voando uns dois metros de distância. “Molestador! Eu devia ter imaginado! Awwww, aquilo foi golpe baixo, foi golpe baixo!

- Eu não sou molestador, sou oportunista!-, disse o Uchiha enquanto esfregava a bochecha, que havia recebido um tapa da mão incrivelmente poderosa que Ikki possuía. Estava feliz que não tinha sido acertado em outro lugar. – E de qualquer forma você disse que isso era um encontro, não disse?- Ikki corou de leve. – Não significa que você pode forçar essas coisas pra cima de mim! Sabe, eu sou um espécime muito sensível.- Miguel grunhiu. – Dobe.

- Teme!

- Usuratonkachi!

- Bunda de pato!- A porta de repente se abriu violenta, com Victoria olhando feio os dois. – Dá pra vocês calarem a boca?! Eu tava tendo meu sono de beleza! Vocês são irritantes demais; parem de discutir que nem criancinhas!- Os dois se arrepiaram visivelmente e concordaram com ela. – Ótimo! E mais uma coisa, vocês dois são horríveis com relacionamentos! Pelo amor de Kami-sama; ta de noite, vocês tão num quarto e não tão transando? Achei que tinham aprendido alguma coisa naquela sessão de fotos! Seus noobs!-, e fechou a porta com força, deixando os dois com mais medo que nunca.

-

Depois do desastre todo à noite, o dia seguinte chegou e foram pra aula como normalmente. Nenhuma palavra foi trocada entre eles; tudo que trocavam eram olhares irritados ou olhares do tipo ‘eu-vou-chutar-a-sua-bunda’. Depois das duas primeiras aulas, estavam felizes que logo chegaria o intervalo, mas a felicidade dos dois foi logo atirada pela janela. – Só pode ta de brincadeira.-, disse Ikki numa voz baixa que só ele mesmo escutaria.

Na frente da sala, estava a diretora – uma mulher assustadora. Ikki nunca teve problemas com ela e nunca queria ter, mas ela não era bem o problema – o homem ao lado dela era. - Eu vou apresentar o novo professor de artes de vocês...-, disse a mulher. Nem Miguel nem Ikki sabiam o que pensar – era horrível demais pra ser verdade... era horrível demais pra ser verdade. Se fosse pra terem aula com esse monstro, preferiam mudar de escola; até de país se pudessem.

Com aquele cara por perto, teriam uma passagem só de ida pro inferno.


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Notas finais do capítulo

No próximo cap... quem será o novo professor deles? Quem, quem, quem? E por que de repente Miguel tem um ataque de ciúmes? Acompanhe e descubra!
...LOL, eu sempre quis fazer isso. HAIAHIHAI... enfim, me manda review tá bom? Se eu receber pelo menos 3 eu termino mais um cap até o final de semana (sábado!)!!