Up in the air escrita por Br4


Capítulo 1
Ela é linda.


Notas iniciais do capítulo

Vooooooooooooooooooltei!
Nova historia, até porque eu não tenho outras para terminar... ¬¬'
Historia baseada no universo do meu heroi favorito, com algumas alterações para encaixar na historia que eu gostaria de contar.
Espero que gostem.
Boa leitura.
:)



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Mais um dia se ergue na cidade que nunca dorme. Os primeiros raios de sol irradiam por entre os milhares de prédios e construções. Aos poucos cada cidadão vai acordando e buscando forças do alto para enfrentar mais um dia, outros, porém, já se encontram acordados e muito bem despertos. Seja caminhando apressadamente por entre as ruas e falando furiosamente ao celular, seja apenas tomando um café em uma das inúmeras Starbucks ou... Seja infernizando a vida de alguém.

— Essa ameaça deve ser exterminada dessa cidade! Não podemos aceitar conviver com essa delinquente aracnídea.

A voz de Cora Mills se espalhava por todo e qualquer espaço publico da cidade.

— Blá, blá, blá...

— Se você viu essa aberração, por favor, denuncie! – falamos ao mesmo tempo.

Como eu disse mais um dia...

        Play Coldplay – Sky full of stars

Abro os braços, sentindo a brisa fria da manhã se chocar levemente contra mim. Da beirada do prédio, a circulação intensa de pessoas e automóveis já se desenha. Do topo do Empire State, a altura é praticamente irresistível e apenas um passo me separa da adrenalina que já me é tão conhecida nos últimos dois anos.

Flexiono os joelhos e com um breve impulso, mergulho naquele abismo de 380 metros. Sinto meu corpo cair em queda livre e antes de atingir o chão, disparo um fluido de teia e ganho velocidade em meio à variação de prédios.

— Bom dia, Nova York! – grito a plenos pulmões.

Avanço por entre a confusão de prédios, sentindo a brisa tornar-se uma ventania furiosa. A cada acrobacia aérea era como se tudo ficasse em câmera lenta por alguns instantes... Vantagens em se deslocar com teia. Além da vista, ainda economizo na passagem do metrô.

— Wooooooow!

Pareço animada demais para alguém que está prestes a ser despejada do seu apartamento por não ter dinheiro suficiente para pagar aluguel ou alguém que acabou de ser despedida do emprego por falta de pontualidade e compromisso? Sim, pareço. Ter uma vida dupla tem suas desvantagens e no meu caso isso apenas contribuí para minha ruina financeira.

Porém não tenho muito do que reclamar. Desde o inicio soube que escolher agir nas sombras e defender a honra dos mais fracos e oprimidos, mesmo que estes prefiram ver meu cadáver por algumas vezes, teria suas consequências.

— Hey! – sinto o que parecia ser uma latinha de refrigerante ser atirada em minha cabeça.

— Ai! – exclamo e me agarro à parede mais próxima, encarando o idiota que havia me acertado.

— Saia da minha cidade, seu inseto! – grita de uma das varandas dos apartamentos pelo qual passo.

— Inseto é a... – engulo minha vontade de manda-lo para um lugar nada agradável. Retomo meu caminho e opto por ignora-lo.

Ainda é estranha a forma como as coisas mudaram. De uma garota tímida, nerd e esquisita virei algo muito maior. Bastou uma simples picada de uma maldita aranha radiotiva, para meu corpo desenvolver habilidades que vão além do imaginável: super-força, agilidade, reflexos fora do comum, velocidade e a estranha capacidade de aderir a qualquer material e liberar fluidos de teia a metros de distancia. Misture tudo isso e você consegue um super-herói, no meu caso, super-heroína de primeira classe. Mesmo que minha imagem não seja algo digno de muito respeito perante a população dessa cidade nos últimos dias.

Mas nem só de atos de heroísmo se vive. Emma Swan fotografa do Clarim Diário e usuária de um traje de elastano vermelho e azul nas horas vagas. Bem... Mas pode me chamar também de mulher-aranha, atuando em Nova York nos últimos dois anos combatendo o crime, injustiças e também sendo xingada continuamente pelo meu chefe, além de...

Sou tirada dos meus pensamentos pelo som das sirenes da policia. Reviro os olhos por trás da máscara. Disparo ambos os fios de teia no prédio adiante e em forte impulso me estabilizo em sua cobertura. Olho para baixo mais atentamente e não demoro muito para ver meu alvo: cinco carros da policia perseguindo o que parecia ser um carro forte de algum banco.

Afasto minha luva e sinto vontade de chorar. Eu só tinha 30 minutos para chegar ao Clarim.

— Droga.

Corro pela beirada do prédio e disparo um fluido de teia intencionando me aproximar do carro mais a frente. Solto o fio e pouso em seu teto com um forte baque, caminho até o vidro dianteiro e me abaixo para encarar aqueles indivíduos.

— Bom dia! – digo animadamente.

— Ahhhhhhhhh!

Adoro essas reações.

— Podem, por favor, estacionar o carro. É que estou meio atrasada e...

Não termino, pois um deles levanta o que parecia ser uma metralhadora e dispara como um louco contra mim.

— Vá para o inferno!

Em um salto para trás, me afasto da mira das balas.

— Idiotas.

Sinto o carro cambalear de um lado para outro, creio que em uma tentativa de me fazer cair. Porém, me fixo bem contra o material do carro e posiciono-me em sua lateral.  Com um único soco quebro o vidro e acerto o rosto do homem que dirigia. Arranco a porta e assumo o lugar da direção, enquanto o que ainda restava tentava me acertar com o cano de sua arma. Puxo aquela maldita coisa, a jogo pela abertura da porta e com o cotovelo boto o outro amiguinho para dormir também.

— E essa adorável aranha salva mais uma vez o dia. Toma essa Cora!

Estaciono o carro de qualquer jeito e sem demora saio dali em disparada.

— ARANHA! PARE AGORA MESMO! – ouço o chefe de policia gritar.

— DESCULPE CHEFE! SABE COMO É... HORARIOS.

...

Droga, droga, droga... Por que essa coisa tem que ser tão apertada?

Eu estava presa no almoxarifado do jornal trocando de roupa, porém meu jeans estava difícil de passar pelo elastano. Já sentia o suor se formar em minha testa, pelo pouco espaço e pelo esforço que estava fazendo. Esbarro em alguns matérias de limpezas e cabos de vassoura que haviam ali.

— Merda. – exclamo baixinho colocando tudo no lugar novamente.

Depois de alguns minutos, finalmente consigo me vestir. Abro a porta levemente e ao constatar que não há ninguém por perto, saio discretamente. Ajeito minha mochila no ombro e a gola de minha blusa. Passo a mão pelo rosto e desesperada percebo que ainda estava de mascara. Arranco o material de uma vez e enfio dentro de minha mochila.

Solto um suspiro cansado e olho no relógio. Atrasada vinte minutos... Maldição!

Saio em disparada e já estava quase chegando à sala da minha chefe, quando sinto um arrepio na espinha. Sentido aranha aqui? Entro em alerta e o som de passos chega aos meus ouvidos. Rapidamente capto do que se tratava e com um simples passo para o lado vejo Neal se chocar contra a parede ao meu lado.

— Fugindo de mim de novo Emma? – indaga com um sorriso. – Um dia você ainda vai me dizer como faz isso.

Ele desabotoa alguns dos botões de sua camisa e levanta as mangas até o cotovelo. Sua expressão não poderia ser mais pervertida. Neal tinha uma certa fixação por mim desde que entrei no jornal. Ele já tentou de tudo, desde pedidos para encontros até algumas vezes tentar me agarrar de surpresa, como agora.

— Bem... Sexto sentido. – dou um sorriso meio sem graça e continuo minha caminhada.

— Está linda hoje Swan. – lhe encaro por cima do ombro e o vejo me secando descaradamente ainda escorado a parede.

Engulo em seco e volto minha atenção para frente. Chego até a sala de Cora com a respiração um pouco pesada pela pressa. Tento entrar discretamente, porém as dobradiças daquela porta pareciam sucata, pois o enorme barulho que fizeram quando eu cheguei me entregaram no mesmo instante.

— Olha só... Se não é uma de minhas fotografas mais uma vez atrasada. Vou descontar do seu salário Swan.

Reprimo a vontade de revirar os olhos e me sento em uma das cadeiras vazias. A sala de Mills estava relativamente lotada, creio que boa parte dos seus funcionários estavam ali hoje. Estranhei, pois não me lembro de ter alguma reunião marcada para o horario.

— Bom... Eu os convoquei de ultima hora, devido a um pequeno imprevisto de ultima hora. Como todos sabem, o jornal vem procurando alguém gabaritado suficiente para ocupar o cargo de redatora. E com muito gosto venho lhes informar que tal cargo finalmente está ocupado. Por favor, recebam, com muitos méritos, minha filha Regina Mills.

Era só o que me faltava! Já não bastava a mãe carrasca no meu pé tanto como Emma Swan quanto como Aranha, agora vou ter mais uma Mills para infernizar minha vida. Minha sorte não poderia ser maior.

Todos começam a bater palmas, enquanto que pela mesma porta que entrei, a nova redatora do Clarim passava de maneira quase imponente. Imediatamente estanco meus movimentos e por uns instantes sinto minha boca abrir levemente.

Santo Deus! Ela era linda.

Trajando um vestido azul extremamente apertado e saltos pretos altíssimos, Regina assumiu o lugar ao lado da mãe. Cumprimentou um por um brevemente com o olhar e quando chegou minha vez, creio que minha cara de idiota deva ter lhe chamado atenção. Ela me avaliou de cima a baixo e eu não pude deixar de ficar constrangida.

Eu era um pouco diferente dos demais funcionários do Clarim, não somente pelo detalhe obvio, mas também porque eu não era alguém muito vaidoso e eu tinha quase certeza que meu rosto devia ter alguma poeira resultado do confronto de mais cedo. Pela primeira vez, quis me chutar por ser tão descuidada.

— Bom, Regina irá trabalhar conosco pelos dias que virão e saibam que ela será a segunda voz de comando nesse jornal. – ela encarou a todos com olhos de águia. Em uma clara ameaça em seu tom de voz. – Muito bem, estão liberados.

Todos começam a levantar de seus lugares e aos poucos vão saindo para se dedicar aos seus afazeres. Eu também já estava me encaminhando para a saída, porém a voz de Cora me impede de dar mais algum passo.

— Srta. Swan?

— Sim? – me volto para ela.

— Swan, eu não sei por onde você anda ou que faz da sua vida. Mas, por favor, antes de vir para o jornal se certifique de que não esteja coberta de poeira.

Vejo Regina reprimir um sorriso e passo meus dedos pela lateral do meu rosto, vendo minha pele ficar com uma cobertura meio cinzenta. Faço uma pequena careta de desgosto e volto a encarar Cora.

— Desculpe senhora, isso não irá se repetir.

— Já ouvi isso antes. – ela resmunga. – Enfim... Trouxe as fotos?

— Sim! – respondo animada e abro minha mochila, revirando seu conteúdo. Puxo um envelope meio amarelado e lhe entrego.

Eu havia tirado essas fotos na semana passada e modéstia a parte haviam ficado ótimas. Exceto por uma em que meu lindo rosto estava sendo socado. Cora olha as fotos uma por uma e vai às descartando sequencialmente.

— Lixo.

— Lixo.

— Outro lixo... Essa aqui!

Olho para a foto em questão e vejo justamente a que eu estava apanhando. Por que será que ele gostou dessa não é mesmo?

— Te pago 70 dólares.

— 90. – rebato.

— 80. – ela diz.

Cruzo os braços e lhe encaro ceticamente.

— Tudo bem! 85 e não se fala mais nisso.

Ela puxa um maço de dinheiro de uma das gavetas e praticamente joga em minha direção me fazendo abrir um sorriso.

— Obrigada, senhora!

— Que seja! Agora vá trabalhar e me traga mais fotos. – diz e sai da sala batendo a porta.

Me agacho e recolho as fotos que ela descartou.

— Suas fotos não são ruins. Sabe disso não é? – ouço a voz de Regina próxima a mim e quando vou me levantar bato a cabeça contra a beirada da mesa.

— Au! – massageio o local da pancada e me levanto.

Regina me encarava com um pequeno sorriso, enquanto estava escorada despreocupadamente contra a mesa.

— Desculpe, sou meio desastrada. – sinto minhas bochechas corarem. – E sim, eu sei que minhas fotos não são tão ruins assim, mas ao que parece elas não são boas o suficiente para Cora Mills.

— Entendo. – responde simplesmente e continua a me encarar. – Bom... Ainda não sei seu nome senhora fotografa.

— Emma. Emma Swan. – respondo de imediato e estendo minha mão.

— Regina Mills. – ela aceita o meu comprimento e aperta levemente minha mão.

— É... Eu sei.

Acho que senti minha mão formigar e um calor agradável se alojar onde nossas mãos se tocavam. Por uns instantes ela apenas me encara com aqueles olhos castanhos tão profundos que chegavam a ser hipnotizantes. Acho que fiquei tempo demais lhe analisando, pois no segundo seguinte ela pigarreou e desfez nosso contato.

— Eu... Eu tenho que trabalhar. Prazer em conhecê-la, Srta. Swan. – ela dá um simples sorriso e caminha até a saída.

Ainda fiquei encarando o local por onde ela tinha passado, por alguns instantes, até que o som de alguém socando uma das janelas de vidro me tira do meu estado de inercia. Olho para a origem do barulho e vejo Cora praticamente me xingando do outro lado.

— O que faz aí Srta. Swan? Não te pago para ficar plantada em minha sala!

Reviro os olhos e firmando minha mochila em minhas costas, finalmente faço o que ela manda.


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Notas finais do capítulo

Então? :)
Só uma coisinha. Nos quadrinhos a mulher-aranha é outro personagem, com uma historia diferente do homem-aranha ok? Porém, contudo, no entanto, eu não consegui pensar em outro nome feminino para "homem-aranha", espero que não incomode. :)
Até o próximo.



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