— Você enlouqueceu de vez, Patrick! — Gritou o homem, incrédulo com a proposta do amigo.

— Infelizmente ainda tenho minha sanidade, James. — Patrick sorriu.

James encarou-o. Ele não poderia estar falando sério; afinal, Patrick sabia perfeitamente que a máquina não estava pronta. James seguiu até a cozinha e serviu um pouco de conhaque em seu copo e antes que pudesse beber, Patrick retirou o copo de sua mão.

— James, ficaremos ricos. — O amigo sorriu. — Você não vê? Ajudaremos o país, iremos viver em um planeta totalmente novo. Um planeta só nosso!

— Patrick, o espaço não é para nós, você sabe muito bem!

James pegou o seu copo e bebeu todo o liquido num só gole e retirou-se da cozinha. Patrick era insistente, desde pequenos ele conseguia tudo o que queria, mas ele não o deixaria ganhar desta vez, era muito perigoso. O homem mal conhecia totalmente o oceano, veja lá o espaço, tão imenso. Patrick o seguiu novamente.

— Usaremos a vacina nova da qual eles criaram juntamente a nossa máquina...

— Você nem sequer sabe se a vacina funciona.

— Estão em fase de testes em humanos. Humanos, ou seja, está mais que pronta.

— Sinto muito, Patrick.

James se retirou da sala e seguiu até o quarto; estava crente de que Patrick havia desistido. Ele ouviu a porta da frente bater e logo depois um motor de carro roncar; ele havia ido embora. Após tantos anos, ele havia finalmente dito não a Patrick.

James acordou com um baque surdo, levantou-se rapidamente da cama, assustado. Ouviu um barulho alto na sala de estar, então pegou uma arma em sua gaveta e desceu a escada cautelosamente. Passando pela cozinha, James reparou que as coisas estavam fora do lugar, alguém estava procurando por algo. Ele se esgueirou pelo corredor até a sala de estar e viu uma silhueta no canto.

— Ei, levante as mãos! — James gritou. — Vire-se.

Aos poucos, a pessoa se virou e caminhou até a luz, James ainda empunhava a arma, quando focalizou o rosto da pessoa.

— Patrick! — Ele exclamou. — Eu quase atirei em você.

Patrick nada disse, apenas apontou a cabeça para uma poltrona. James sentou-se e o encarou. Ele riu.

— Mulheres, dinheiro e trabalhos. Tantos anos conseguindo o que desejo, você realmente acha que não terei agora?

— Olha, Patrick, você sempre foi o carinha popular, e eu apenas fui explorado todos esses anos. De fato que admiro sua amizade, me ajudou tanto... Mas você não pode ter a máquina... Eu a modifiquei.

— Como? — Patrick perguntou intrigado. Ele caminhou até uma poltrona em frente à de James e sentou-se.

— Bom — Iniciou James. — Além de ela viajar por planetas... Ela pode... Bem, pode também viajar dentre universos. — Patrick levantou-se, incrédulo. — Mas você não percebe Patrick? Se nós não temos uma passagem fácil para outros universos, quer dizer que lá habita coisas horrendas e perigosas. É por isso que não vou lhe dar a máquina... Eu preciso destruí-la.

Patrick sorriu e caminhou devagar até atrás da poltrona e colocou uma de sua mão no ombro de James.

— Você não irá destruir James. Pois eu já a possuo.

Antes que James pudesse contraria-lo, Patrick retirou uma arma com silenciador e atirou na cabeça de seu amigo.

— Sinto muito, Jay. Mas dinheiro e fama vêm primeiro.