Like a Rolling Stone escrita por MrsSong


Capítulo 34
Tiny Dancer


Notas iniciais do capítulo

Sumi, mas se eu contasse os dramas que me cercaram, vocês iam me perdoar. Os últimos meses foram uma novela das cheias de reviravoltas.

Tiny Dancer do Elton John, porque "Ballerina, you must have seen her dancing in the sand
And now she's in me, always with me, tiny dancer in my hand” me mata muito

Agradecimento especial à Luna Potter ❤️



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— Mãe? - tentei com uma dúvida no olhar. E os olhos tão lindos e tristes de Irene eram exatamente o que imaginei durante toda minha vida. 

— Meu filho... - ela disse estendendo os dedos como se desejasse me tocar. - Tantas vezes pensei como te dizer os meus motivos e tudo o que me corroeu por dentro... - lágrimas escorriam pelo rosto de minha mãe. 

— Você podia começar com a verdade. - disse duro. Ouvia a voz de Giane em minha mente dizendo exatamente isso e eu não podia deixar de concordar com a mulher de minha vida. 

Margot se ofereceu para sair e eu agradeci pela privacidade. Acho que eu precisava confrontar minha progenitora sozinho. 

Ela e eu. Como supostamente foi meu parto. 

Uma pena que nunca fomos nós dois contra o mundo. Eu sempre estive sozinho e Irene também. 

— Eu sei que não mereço seu perdão por te abandonar mas eu não podia te encontrar, meu filho. Quando eu fui internada meu primo ficou com o controle da minha internação... Ele era o único parente que o Hospital das Clínicas conseguiu encontrar. - ela parecia tão frágil que eu acreditava em cada palavra que me dizia. 

Eu sempre serei manipulável por mulheres de olhos tristes. Não me importo que isso me faça fraco aos olhos de pessoas mal-intencionadas como Bárbara Ellen e Amora. Eu quero acreditar em pessoas porque eu não quero ser aquela pessoa que não acredita em ninguém e acaba sozinho. 

Tenho Giane para desconfiar das pessoas. 

— Seu primo? - perguntei em um fio de voz. 

— O marido de Margot. Ele era meu parente mais próximo vivo... Meus pais morreram quando eu era uma menina e os pais dele me criaram como se eu fosse uma filha. 

— Então você se recusou a me ver e a ver meu pai por 20 anos? - eu soltei sem pensar e o leve arregalar dos olhos de minha mãe me fez querer engolir as palavras. 

"Você tem o direito de questionar a mulher que te largou, panaca." eu ouvia a voz de Giane em minha mente. Pensar em Giane me dava paz e confiança. 

Eu seria uma pessoa melhor tendo passado minha vida conhecendo Giane. Eu teria sido mais feliz se a tivesse encontrado antes, eu tinha certeza. 

Em algum multiverso, Giane e eu filmamos algum curta estilo da Fábrica e eu fui um artista apaixonado pela minha musa. Em outro, ela foi a minha mulher e nos amamos durante os anos e pelos continentes... Eu dei o mundo à Giane e ela me deu o mundo dela. 

Eu daria o mundo ao meu grande amor, por mais que ela não soubesse disso ainda.

Eu duvido muito que ela aceitaria se eu oferecesse, mas quero amar sem amarras, sem medos e eu darei tudo o que tenho por um grande amor.

"Por isso você nunca será amado." a gargalhada de Amora me fez voltar a mim. 

— Meu primo, ele cuidou de mim e acho que ele não queria me proteger do sofrimento de ver você chamando a mulher com quem seu pai me traiu de mãe. Gosto de pensar assim. - ela explicou.

— E ele achou que era uma boa extorquir meu pai porque ele tinha casado com uma mulher detestável e interesseira e que sempre me tratou como um empecilho para a própria filha herdar toda a fortuna do meu pai? - explodi. - Sabe a vida terrível que eu tive sendo forçado a viver sobre as terríveis mudanças de humor de Barbara Ellen? 

— Eu nunca soube nada disso, eu nunca fui informada do que meu primo fazia. Ele usou para pagar meu tratamento, ele entrou em falência há alguns anos e sacrificou tanto para cuidar de mim e...

— Você está justificando uma extorsão? Quem é você? - perguntei enojado. - Me abandona e aparece anos depois como se nada tivesse acontecido? 

 - Não, você não entende... Eu... - ela começou, mas eu estava dominado pelo ódio que tanto atraiu Amora a mim.

 - Eu não entendo mesmo. Uma mulher dá a luz a uma criança, a abandona num lar de órfãos apesar das probabilidades essa criança é encontrada pelo pai... Esse pai paga por anos o tratamento da mãe desaparecida sem contar a ninguém e não tem a coragem de dizer a verdade ao filho. - Lágrimas lavavam meu rosto. - Você justifica as atitudes de um homem que te afastou por anos de mim e quer que eu te entenda. 

— Meu filho... - ela começou. 

— Eu não sou seu filho! Você não é a minha mãe, a Barbara que me odiava é mais minha mãe que você! - eu urrei e travei ao ver o choro convulsivo de Irene Fiori.

— Fábio, meu filho, por favor. - ela repetia como em um mantra. 

— Continua a sua história, Irene. Por favor. - disse pausadamente. 

Me senti maduro ao fazer isso. A pessoa que voltou ao Brasil fugiria, mas eu não posso fugir dos meus problemas. Não se eu quero ter um futuro com Giane.

— Descobrimos os pagamentos do seu pai quando meu primo morreu. A Margot não sabia nem que eu estava morando numa clínica no interior do Estado, ela achava que eu morri no seu parto e que Fábio não queria contato com você por conta do sofrimento da minha morte. 

A ironia do nome do primo que extorquiu meu pai não passou desapercebida por mim. Alguma coisa no universo estava rindo do meu sofrimento.

— Eu passei os últimos anos desejando tanto cuidar de você, meu filho. Doeu tanto saber que você foi criado pela Bárbara... Que seu pai teve a capacidade de fazer isso com você! - ela gritou em desespero.

— O homem que passou a vida sofrendo por você não te traiu. - afirmei categoricamente. 

— Eu sei o que vi. E eu vi seu pai e a Bárbara se beijando! - a resposta de minha mãe foi verdadeira e eu soube que tinha que acreditar nela pelo menos no que ela achava ter visto.

Às vezes as coisas são mais do que sim e não. O talvez existe e está frequentemente confundindo as coisas.

— Acredito em você, Irene. - apaziguei a mulher que me deu a luz. 

— Mãe, meu filho. Por favor. - ela suplicou, mas não acho que era a hora. 

Acho que ela e eu precisamos nos encontrar no meio do caminho e nos conhecermos o suficiente para sermos finalmente uma família.

Eu esperava de coração que conseguíssemos.

X 

O celular esquecido. Se a dona o ignorava ou não queria as responsabilidades que o celular trazia para si.

3 mensagens não lidas:

J.: Encontrei a pessoa. Ela está no Chile. 

A.: u o me. Big time.

Bento: Tem como me encontrar hoje?

1 e-mail não lido: 

Jenny H. Smith: Your contract...


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Notas finais do capítulo

FF virá em breve. Eu só achei que vocês mereciam a verdade de Irene (inclusive, foi a parte do enredo que me fez escrever. Sim, escrevi 374760 capítulos pra chegar na parte que começou a história para mim HAHAHHA)
LARS é uma história que eu amo tanto que eu precisei trazer essa parte ao menos a luz. São muitas pessoas que estão without a home like a complete unknown nessa história, lembrem-se disso.

Volto em breve.



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