Haru Matsuri escrita por Diana Razvan


Capítulo 15
O melhor amigo


Notas iniciais do capítulo

Ei, Ei galerinha o/ Espero que gostem deste capítulo.
Sejam todos bem-vindos, novos leitores e espero que não fiquem Gaspar por muito tempo e.e

Ótima leitura :)



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O MELHOR AMIGO

Eu ainda estava um pouco atordoada, quando Deidara passou pelas garotas e foi me socorrer. Antes que aquele inútil, zoador de sentimentos, pudesse partir, eu o vi dar uma última olhada para trás, constatando que eu havia entendido seu recado.

— Haruno-chan — Deidara se curvou para me avaliar, tratando-me com mais intimidade que o normal. — Você está bem?

— Sim, só com a visão um pouco embaçada por causa do escuro — respondi, buscando meu autocontrole.

— Venha, vamos sair daqui.

Sendo amparada pelo sensei, fui levada até o ônibus e me sentei, tomando meia garrafinha d’água. Meu coração estava mais calmo e eu não pretendia falar daquilo pra ninguém, mas de uma forma ou de outra, sabia que escaparia logo.

— Obrigada — agradeci, me ajeitando. — Acho que estraguei tudo, não foi?

— Bem, eu queria ter visto a última apresentação, mas quando aquelas garotas disseram que vocês estavam presos no depósito, fiquei preocupado — respondeu, sentando ao meu lado. — Nunca mais desapareça daquela forma, mocinha!

— Mas… Eu não estraguei tudo? — Ergui a face, pronta para chorar.

— Não, está tudo bem.

— Mas… Era pra eu ter feito a apresentação com a Hinata, eu não cheguei a tempo. Ela travou?

Deidara riu divertido e me acarinhou a cabeça.

— Eu sabia que você não tinha ouvido nada do que eu disse.

— Nada do que você disse? — Arqueei a sobrancelha.

— Sim. Antes de entrarmos no ônibus, eu havia explicado que a Hyuuga-san estava com problemas para decorar o texto e que ela pediu para não fazê-lo. Então perguntei se estava tudo bem se vocês apenas assistissem, enquanto a Tsunade substituía as duas. Como você afirmou que ficaria tudo certo… não me preocupei.

Eu suspirei fundo, um pouco mais aliviada.

— Me sinto uma idiota! — Sorri.

— Não se sinta — beijou minha testa. — É comum quando se tem muita coisa na cabeça.

— É… — Afirmei. — Talvez seja…

— Quer comer alguma coisa? Tenho alguns salgadinhos escondidos na bolsa!

— Claro, obrigada.

Deidara ficou ao meu lado enquanto comíamos e eu lutava para esquecer daquela cena com o espírito maligno. Embora ele fosse divertido, aquele eventual descaso me atormentava de uma forma a quase não prestar atenção nele.

— Deidara… — Quebrei um curto silêncio e o encarei, de olhos suplicantes por uma resposta que me libertasse.

— Sim? — Olhou-me, com a boca cheia de salgadinhos.

— Como você sabe que está apaixonado por alguém?

Ele tossiu e bateu algumas vezes contra o peito para desengasgar, pigarreando e buscando pelas palavras certas.

— Bem, normalmente você se sente diferente, se preocupa mais com a pessoa, quer passar mais tempo com ela, acha tudo o que ela fala engraçado, quer protegê-la, sente ciúmes das pessoas que lhe rodeiam… Acho que isso é o básico! — Explicou.

— Entendo.

— Você está apaixonada por alguém? — Quis saber.

— Não. Nenhum desses itens se encaixam com o que estou sentindo. O garoto me beijou, mas eu só sinto raiva por ter sido pega desprevenida.

— Quer registrar isso na diretoria? Você sabe como as regras são claras e ser pega a força pode indicar abuso ou até mesmo moléstia — fitou-me, sério.

— Não, eu sei que isso não vai voltar a acontecer. É que… ele disse que tinha certeza que eu o amava! — Lancei um riso torto e sem graça, pensando seriamente se aquilo tinha um fundo de verdade.

— Olha lá! A Presidenta arrasando corações! — Brincou, desarrumando meus cabelos.

— Qual é?! Não me zoa assim! — Atirei alguns salgadinhos contra ele. — Nem é pra tanto!

 

 

 

— Você desapareceu! — Ino disse emburrada, enquanto voltávamos para casa. — Te procuramos por todos os lugares. Aonde estava?

— Eu fiquei no ônibus. Tive um mal-estar repentino — menti. — Sinto muito. Queria ter visto a apresentação das nossas reescritas, mas não deu.

— E você está bem agora? — Gaara levou a mão na minha testa.

— Sim, não se preocupe, o sensei ficou comigo até melhorar.

— Lá vem você com esse sensei de novo! — Ino entortou os olhos, fazendo uma careta engraçada. — Eu sou totalmente contra o fato de vocês serem amigos. Embora ele seja legal e atencioso, não acho que deva ficar arrastando suas asinhas para o lado dele.

— Eu não estou arrastando as minhas asinhas! O Deidara-kun é apenas um amigo.

— Não quero saber! Eu shippo você e o Sasuke-kun. Nada de sensei! Ele não tem a minha benção!

Hinata e Gaara me fitaram apreensivos, talvez fosse mais difícil para eles esconder o que sabia, que para mim.

— Eu soube que um casal ficou preso no depósito do Museu! — Hinata mudou de assunto, chamando a atenção de Ino.

— Ouvi as garotas comentarem, mas não entendi quem eram. Não entendo como duas pessoas podem procurar esses lugares para transar! Poderiam ir num motel que ficar denegrindo a imagem de belas artes! — Ino poetizou.

Corei na hora, escondendo a face para não me entregar. Se soubessem que eu estava lá com Sasuke, provavelmente me fariam mil e uma perguntas e eu me negaria a falar sobre aquilo até o meu último suspiro!

 

 

 

Mesmo que por um vago momento de arrependimento, me senti melhor em aceitar a sair com o Gaara depois que chegamos em casa. Estava sem a mínima vontade de sair, mas olhar sua face pedinte me fez criar forças do além para tomar banho e me trocar.

— O que planejou pra gente? — Perguntei dando pulinhos para não pisar nas linhas da calçada.

— É surpresa e, se bem te conheço, você vai adorar — respondeu sorridente.

— Hm… — Murmurei desconfiada, mas o deixando guiar.

Embora, naquele momento, eu só pensasse no monstrengo insensível, resolvi abandoná-lo só um pouquinho para me divertir com meu amigo, afinal, ele também era incrível, – não que “também” significasse que Sasuke era!

Fomos de metrô até a cidade, chegando ao nosso destino. Perplexa, de olhos brilhantes e mãos trêmulas, parei diante das grandiosas portas do Sentoraru Games e o abracei empolgada. O estabelecimento era uma grande central feita, exclusivamente, para amantes de todo tipo de jogos eletrônicos e de tabuleiros. Era o melhor lugar do mundo para se fantasiar e mostrar para os outros competidores o quão bom você era.

— E aí? — Ele sorriu, aceitando o abraço. — Acha que ganha de mim em algum desses?

— Vou acabar com você, ruivinho! — Ameacei, encarnando meu lado competitivo, grudando-o pelas mãos e adentrando aquele pedaço de paraíso.

Uma noite de videogames era tudo o que eu precisava para apagar as más lembranças de mais cedo. Parecia que o Gaara sabia muito bem como ler a minha mente, ou que tinha o meu manual de instruções. Sempre sabia o que eu precisava, o que me reconfortaria, o que me faria bem.

 

 

— Por que justo aqui? — Perguntei, sentada e um pouco cansada depois de ganhar dele duas vezes num fliperama.

— Bem, eu achei que você precisasse de diversão, já que passou mal. Suar um pouco, sabe? — Respondeu bebericando o suco.

— Na verdade quem mais suou foi você! — Brinquei.

— Tem razão, estou meio enferrujado!

— O que quer jogar agora?

Ele olhou ao redor e parou em um dos maiores e mais famosos fliperamas dali. Seu riso logo cresceu e o meu o seguiu.

— Acha que dá conta? — Indagou.

— Já te ganhei!

— Valendo um chocolate?

— Valendo o que você quiser! — Apertei sua mão, validando a aposta.

Nós corremos até a máquina de jogos, inserimos as fichas e selecionamos o modo duelo. O jogo era de luta e nos dava a opção de escolhermos apenas três personagens para jogarmos um contra o outro e, quem sobrevivesse no final, ganharia.

Eu costumava jogar apenas com mulheres, pois os poderes me eram conhecidos e eu sabia os combos de cor. Além disso, também sabia que suas roupas provocantes e as formas de lutar chamavam atenção de qualquer jogador masculino, permitindo que perdessem.

Eu não poderia negar, Gaara era bom. Extremamente bom. E eu tinha certeza que havia mentido sobre o fato de estar enferrujado. Seus ataques eram precisos, mas não tanto quanto os meus, pois, quando eu entrava numa luta, só sairia se a ganhasse… No final, estávamos envoltos de uma plateia empolgada e que gritavam os “uuuh”, “ahhh”, “nossa!”, “mata ele!”, “ataca ela!”, “desvia!” em uma torcida agonizante. Tudo o que eu queria era gritar para ficarem quietos, mas confessava que aquilo me motivava a acabar com a raça do ruivinho!

Chegamos no final daquela batalha e tínhamos apenas um personagem cada, nossos HP estavam em cerca de trinta por cento e sabia que um máximo acabaria com a minha vida, assim como sabia que, chegando naquele momento, Gaara começaria a se desesperar. Ele me atacou e eu apelei para a defesa, o derrubando com uma rasteira e, em seguida, um chute.

Ele, 23%.

Gaara revidou quando eu abri a guarda para voltar a acertá-lo e me deu uma sequência de quatro chutes e um gancho.

Eu, 21%.

Conseguiu me levantar rapidamente e desviei de outro golpe, o jogando no ar e fazendo com que ele desabasse no chão.

Ele, 18%.

Tentei pegá-lo na posição que havia caído, mas Gaara rebateu com duas esferas de gelo, me congelando e me atirando para longe com um chute.

Eu, 12%.

Enchemos nossos poderes juntos e eu sabia que era a hora certa de atirar, pois ele também o faria. Embora meu personagem fosse de fogo e ele de gelo, tinha certeza que eu conseguiria pegá-lo distraído antes que dissesse a palavra ganhei. Quando o máximo voltou a ficar pronto, fiz o combo e ele também, porém, quando fui para soltar, vi um reflexo no lado de fora que se assemelhou muito ao Sasuke e aquilo me tirou a atenção, perdendo alguns segundos de jogo. Quando dei por mim, ele 18% e eu morta!

— Ganhei! Ganhei! Ganhei! — Ele festejou junto de uma porrada de gamers, fazendo com que a nossa plateia se dissipasse logo mais.

— O que vai querer? — Perguntei, meio decepcionada comigo mesma.

— Vou te deixar em dívida comigo! — Sorriu, passando o braço pelo meu ombro e me arrastando para a mesa. — Não acredito que ganhei de você.

— Eu só fui descuidada! Acabei deixando você ganhar! — Empinei o nariz, sorrindo.

— Você é uma mentirosa! — Brincou, estendendo algumas tortinhas. — Senti falta disso.

— Eu também senti — confessei, olhando-o demoradamente.

Pelos segundos que o encarei, percebi que Gaara estava mais maduro e bonito, muito diferente de como era quando partiu. Seu sorriso era mais largo e reconfortante, seus olhos mais expressivos e a sua forma de tratar as pessoas me deixava orgulhosa. Aquele garoto que eu passei grandes momentos da minha vida havia se transformado num homem. Havia se transformado no modelo ideal de uma garota apaixonada.

— Oi?! — Esbugalhei os olhos, questionando os meus pensamentos.

— Disse algo? — Fitou-me, curioso.

— Acho que estou maluquinha! — Sorri amarelo.

— Viu só agora?! — Ironizou.

— Bobo! — O empurrei, ainda sem graça.

Talvez, a pior coisa que poderia acontecer, – fora ser beijada pelo filho do Rei Demônio –, seria reparar mais do que deveria no meu melhor amigo…


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Notas finais do capítulo

Nhuu será que agora vai GaaSaku? Ou rola um DeiSaku? Mas diz aí, quem está coçando por um SasuSaku? *-------* Tem como escolher isso aí?
Mereço reviews? Diz que sim, sim? xD
Vejo vcs no próximo o/



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