~Roalya~

—Olá dona Lucia.

—Obrigada por vir –Ela disse com a voz embargada. –Achei que poderia convence-la a sair de lá.

—Podemos tentar -Lysandre falou .

—Dona Lucia este é Lysandre meu cunhado.

—A lynn me falou de você, prazer.

—Muito prazer.

—Podemos subir? –Pedi.

—Claro, vão estaremos aqui em baixo.

—Obrigada, vem Lys.

Quando cheguei a porta do quarto da Lynn olhei para Lys que  acenou com a cabeça me encorajando.

Bati na porta.

—Vai embora-Uma voz fraca respondeu.

—Lynn sou eu,  abre quero falar com você e, se você não abrir eu volto aqui com um machado. E você sabe que sou capaz de fazer isso.

Aguardamos um pouco, e uma chave apareceu por baixo da porta. Eu peguei a chave e entreguei para o Lys.

—Vai lá- sussurrei para ele e sorri para tentar encoraja-lo.

Ele destrancou a porta e entrou. Assim que a porta se trancou novamente torci para não ouvir gritos e coisas quebrando.

~Lynn~

—Tranque de volta- Falei assim que ouvi a Rosa entrar.

Estava com meu pijama verde e preto, meus olhos ardia de tanto chorar, e estava com fome (Apesar de a pouco ter comido alguns contrabandos que trouxe para meu quarto alguns dias antes) e o pior de tudo, não conseguia esquecer a cena que tinha visto. Já fazia três dias , mas a imagem estava nitida em minha mente.

Senti uma mão no meu ombro, mas não era a mão da Rosa.

—Lynn.

—Vai embora, não quero mais saber de você.

—Lynn deixe-me explicar.

Olhei para ele na escuridão do meu quarto, iluminado apenas pela fraca luz que entrava por frestas na cortina, e pelas pequenas estrelas coladas na parede atrás de minha cama, ele parecia uma sobra mas ...Maldição ele nunca esteve tão lindo.

—Cinco minutos- falei tentando controlar minhas lágrimas.

De repente senti seus braços ao meu redor, ele encostou o queixo em meu pescoço e pude sentir suas lágrimas enquanto pedia perdão e começava a explicar a história.

Algo sobre a Nina o incomodando pedindo- o para que desse uma chance a ela e, que quando me viu nos portões da escola ela  pulou em cima dele e o beijou.

—Eu achei que pudesse dar uma chance de amar alguém quando conheci você ,mas o mundo foi cruel e destruiu isso também.

Ele me olhou.

—Quando eu tinha doze , meus pais morreram ,meu pai havia sobrevivido mas enquanto segurava minha mão enquanto falava com ele pude ver seus olhos perderem a cor, ele morreu na minha frente. Depois disso no orfanato ninguém chegava perto de mim e eu não fazia questão de tentar, mas, dai Suzana e o Thales me tiraram daquela depressão ,e me ensinaram a dar outra chance as coisas. Três dias atrás descobri que estava errada em acreditar .

—Lynn, sinto por fazer você passar por isso.

—Tudo bem- disse enxugando as lágrimas.

Eu o abracei e ele me puxou mais perto, estava sentada em seu colo , podia sentir sua respiração.

Ele  aproximou sua boca do meu ouvido e sussurrou:

—Você me perdoa?

—Sim falei para ele, ele encostou os lábios e meu pescoço e pediu:

—Lynn posso beija-la?

—Você já sabe a resposta.

—Posso?- ele perguntou dando outro beijo em meu pescoço.

—Pode –Sussurrei em resposta.

Ele segurou meu queiro com os dedos me fazendo olhar para ele.

Ele me beijou , não como nosso primeiro beijo foi um beijo doce  intenso e carregado de emoções.

Quando nos separamos tive que respirar, ele me encarou.

—Lys eu te amo-falei antes de desmaiar.